Poemas em linha reta

Poemas em Linha Reta, de Monique Nix, apresenta uma poeta e uma poesia insurgentes. A autora, que já conquistou os palcos e saraus cariocas, entrega ao leitor, agora em livro, o melhor da sua intuição filosófica para ampliar as possibilidades poéticas e políticas do texto. Sofia – do grego Σοφια, sabedoria – é a personagem central do livro anacrônico que, através de crises existênciais, percorre uma reta de ensaios para que obter a compreensão intransitiva e apriorística, passando pelos mais variados sentidos da fisiologia humana, chegando até a alma. 

Monique Nix costura os cinquenta e dois poemas do livro de forma holística, obtendo um conjunto que pode tornar-se um livro de um poema só – ficando a critério do leitor a separação ou não dos textos. 

A poesia da autora faz refletir sobre as questões vitais e desencadeia as mais variadas emoções devido à força, à vivacidade e à pungência de sua escrita. Assim como no “Poema em Linha Reta”, de Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa – obra na qual foi inspirado o título do livro, os versos fazem uma crítica à hipocrisia e às representações sociais. Em determinadas situações o eu-lírico denuncia os defeitos da poeta, colocando-se crítico em relação a si próprio, interrogando o leitor e pedindo respostas. 

O livro é composto por extensos poemas em que, de forma sarcástica, a poeta apresenta dúvidas sobre o bem e o mal, o certo e o errado, a verdade e a mentira. Além da vida, da morte, do espírito e do que é lícito e ilícito.