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Este é um livro de poesias que contém um ensaio, intitulado “Vida suspensa”. A obra, como um todo, encerra uma reflexão sobre como o corpo que respira, dissolve-se e esgota-se no fluxo das mercadorias. Trata-se dos corpos de imigrantes, negros, mulheres, LGBTTQIA+, indígenas e de todos os que ameaçam o projeto branco e neoliberal pela simples manifestação da sua alteridade.
É possível que o título Mercado de engenhos leve o leitor a pensar nos engenhos de cana da época do Brasil colônia. Não estamos muito longe disso. Por trás do projeto colonial, expansionista, capitalista, há também máquinas de moer corpos, com a exploração, a escravização e o extermínio de outros povos. Mas esse livro reflete também a criatividade, a engenhosidade humana (inclusive a artística) que pode ser usada para tornar mercantilizável o nosso corpo, a nossa forma de estar no mundo.
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(boleto ou cartão)Escrever é sempre trazer à superfície: do papel, do consciente, do visível. Por isso mesmo a escrita é um gesto humanista, no sentido de uma relação possível com a outridade, ou seja, com aquilo que somos e ao mesmo tempo não somos, pois escapa de nós.
Suzy Souza, entre a delicadeza e a coragem, nos mostra que a poesia pode nos surpreender com o olhar simples, a sinceridade da oferta e a verdade das emoções.
Em tempos de embrutecimento do tecido social e do fazer-se humano, guardo cuidadosamente essa declaração pública da intimidade que me chega através desses segredos, confissões que Beijos em segredo faz ao mundo num ato de generosidade e ternura.
Mas não guardo comigo, reparto com os outros para que também aprendam o que aprendi ao ler os versos desse livro: escrever é vir à tona através do coração.
Thiago Thiago de Mello
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(boleto ou cartão)Dividido em três partes, Estranha forma de vida apresenta a percepção do autor sobre desigualdades sociais, políticas sociais equivocadas e, finalmente, sobre o triste momento atual de pandemia.
Na primeira parte, Mãe gentil, o poeta coloca o dedo na ferida ao clamar “triste brasiu /sem calça / pátria ao deus dará / não és mãe gentil / tão desalmado estás”.
Na segunda parte, Cidade Proibida, retrata a pobreza extrema visível nas ruas das grandes cidades: “às cinco horas / deitado / a dormir ou desacordado / de fome ou dopado /exibe na boca entreaberta / um canino solitário”.
Na terceira parte, A Peste atinge a todos por expor uma realidade vívida e sem fim. E, principalmente, o medo presente em tudo e em todos. O medo de amar, de viver, de morrer, como em “visitas”: “um de nós sem saber / pode estar doente / e adoecer o outro”.
Talvez a leitura dos poemas nos impulsione a enxergar a realidade nefasta em que vivemos.
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(boleto ou cartão)Este livro reúne memórias e relatos pitorescos de vida do autor, que adverte:
“Ao escrever essas histórias não tive nenhuma pretensão literária. Alguns amigos sugeriram-me que as deixasse registradas. Aí vão elas.”
Interessa-nos, como editores, contrariar essa suposta falta de pretensão e refletir sobre o significado e o alcance público de nossos projetos. Quando propõe ser “lugar para criação de textos” e publicar “textos para criação de lugares”, a TextoTerritório tem em mente um sentido muito específico do poético, que se define pelo seu alcance público. Não é de hoje que nossa tradição literária costuma articular a leitura de relatos da vida privada com seus significados perante a esfera pública. E essa articulação dimensiona socialmente a ficção e a poesia, que tanto defendemos como discursos transformadores dos lugares, dos espaços que se definem pela complexa e intrincada malha das relações humanas.
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(boleto ou cartão)A primeira edição de Terra presente, de 1998, contou com um número limitadíssimo de exemplares, já há muito esgotados.
Escrito entre 1982 e 1992, o livro reúne momentos variados, desde flashes de Vila Isabel, da infância e do cotidiano do poeta, até a época conturbada de 68, incluindo a reflexão sobre a própria linguagem de poesia.
Trata-se de um só poema dividido em partes e subpartes; cada uma focaliza aspectos distintos ou dá sequência a esses mesmos aspectos. E todas as partes, não obstante desenvolverem facetas diversas, têm um denominador comum: a busca de uma terra mais concreta e democrática.
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(boleto ou cartão)Adotando um tom jocoso da sátira, o poeta não deixa de prestar sua homenagem aos grandes (e pequenos) nomes do panteão de poetas brasileiros. O leitor vai encontrar, aqui, Bandeira, Drummond, Cabral, mas também Casimiro de Abreu e Ana Cristina Cesar. Há, inclusive, poetas de fora, como Camões, Neruda ou Tennyson. O que todos têm em comum? A láurea que ficou maior que os versos.
Porém, muito mais do que a apresentação de um elenco referenciado (e reverenciado) pelo jogo parodístico, desimitações apresntam uma tese, a de que a láurea dos poetas brasileiros vem a ser gêmea da toga dos magistrados corruptos. Pela crítica a uma poesia excessiva, frágil, mas incensada, dos árcades aos contemporâneos, oswaldo martins revela a fragilidade da sociedade que se deixa desmobilizar por juízes e outros doutores que, de toga, jaleco ou farda, com seus "conjes" e sua corja, vivem da mais valia dos privilégios ante um povo, ainda, bestializado.