NOTÍCIAS 2018
No dia 6 de dezembro foi inaugurada a 1.ª exposição de pintura do artista João Manuel Caxaria Santos, sob o título “VOAR”, no MU.SA, em Sintra. O João tem 18 anos e padece de síndrome de Dravet.
A exposição, que estará patente até 6 de Janeiro de 2019, acolhe 25 obras do João e visa mostrar a importância da arte para a inclusão do indivíduo na sociedade e para o seu desenvolvimento – aumentando as suas competências artísticas e cognitivas, a autoestima e a felicidade.
Com este evento, a família do João pretendeu também dar visibilidade a esta doença rara e, ao mesmo tempo, angariar apoios para a Dravet Portugal através da doação de um quadro do João que está em leilão a favor da associação. Mais informações aqui.
Por este apoio expressamos a nossa gratidão à família do João pela sua iniciativa e também ao MU.SA e à Camara Municipal de Sintra que possibilitaram este evento.
Dravet Portugal reconhecida como ONG – Organização Não Governamental perlo Ministério da TRaalho, Solidariedade e Segurança Social Instituto Nacional paera a Reailitação, I.P
Declara-se que em conformidade com o disposto no Decreto-Lei n.º 106/2013 de 30 de julho e na Portaria n.º 7/2014 de 13 de janeiro, se procedeu ao registo neste Instituto do ASDP – Associação Síndrome de Dravet – Portugal – enquanto Organização Não Governamental das Pessoas com Deficiência de Âmbito Local, por despacho de 17 novembro 2018.
Leia a declaração oficial aqui
Muito boas notícias nos chegaram do 13º Congresso Europeu de Epileptologia, que decorreu em Viena de 26 a 30 de Agosto.
Há um claro aumento do interesse dos grupos de investigação e da indústria farmacêutica relativamente às epilepsias raras, entre as quais a síndrome de Dravet.
Para além do Epidiolex, cuja aprovação pela EMA se aguarda para 2019, e da fenfluramina, que está em fase avançada de investigação, há vários grupos a trabalhar nas terapias genéticas. Esta é uma perspectiva de futuro cada vez mais realista e que representa uma revolução porque permitirá tratar a causa da doença e não apenas os seus sintomas.
Finalmente, há uma mudança de atitude por parte dos epileptologistas em relação a estas síndromes epiléticas – o foco é cada vez menos limitado ao controlo das crises e passou para uma abordagem mais alargada de todas as outras vertentes da doença – impacto cognitivo, psicológico, sobre os cuidadores, sobre os irmãos, entre outras...
Houve um Simpósio dedicado exclusivamente à Síndrome de Dravet, organizado pela DSEF, no qual participaram numerosos neurologistas, entre os quais dois portugueses, que teve como um dos principais objectivos o estabelecimento de uma rede de contactos entre os especialistas europeus que permita potenciar a partilha, ampliação e divulgação do conhecimento sobre esta doença.
Foi publicada a 18 de Julho de 2018 em Diário da República a Lei n.º 137/2018, Série I de 2018-07-18, que regula a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis, para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia.
A lei – aprovada no Parlamento em 15 de junho e promulgada pelo Presidente da República em 10 de julho – entra em vigor no dia 1 de agosto de 2018.
Este novo artigo publicado no dia 12 de julho de 2018 torna conhecidos os resultados de um programa de acesso expandido com CBD, envolvendo 607 pacientes com epilepsias refratárias de 25 centros norte-americanos.
Os autores (Jerzy Szzaflarski et al, Epilepsia) já tinham reportado resultados intermédios em 2016 e agora analisam a segurança e a eficácia a longo prazo do tratamento do canabidiol em crianças e adultos com epilepsias resistentes ao tratamento.
Estes resultados confirmam os dados anteriormente observados e demostram que o CBD adicionado à medicação de base pode revelar-se a longo prazo uma opção de tratamento eficaz nas epilepsias refratárias.
Os dados deste artigo publicado no Epilepsia Journal, com base num estudo de 164 pacientes holandeses, sugerem três coisas muito relevantes:
Que a utilização de fármacos contra-indicados nos primeiros 5 anos da doença pode ter efeitos negativos no outcome cognitivo dos pacientes com Síndrome de Dravet.
Que um diagnóstico precoce (teste genético SCN1A) é essencial para evitar o uso destes fármacos agravantes.
Que a idade de aparecimento da primeira crise não febril é um fator que pode indiciar a gravidade com que o aspeto epiléptico da doença se desenvolverá.
Artigo em acesso aberto aqui
O Cartão da Pessoa com Doença Rara é um instrumento essencial que visa assegurar que nas situações de urgência e/ou emergência, os profissionais de saúde tenham acesso à informação relevante da pessoa com doença rara e à especificidade da situação clínica, permitindo o melhor atendimento do utente.
Para facilitar a obtenção deste cartão pelos nossos pacientes, a Dravet Portugal preparou um folheto em PDF com os passos que o profissional de saúde tem de seguir para o efeito.
O objetivo é que as famílias associadas da Dravet Portugal que ainda não possuem o cartão, ou têm sentido dificuldades nas sua obtenção, possam entregar este documento ao respectivo médico numa próxima consulta, e assim contribuir para desbloquear a situação.
Se é associado e pretende beneficiar desta ajuda, a Associação enviará este documento por e-mail, bastando para tal enviar um pedido para geral@dravet.pt.
Importante notícia para os pacientes com Síndrome de Dravet.
O Epidiolex, novo medicamento de canabidiol ou CBD, foi aprovado a 25 de Junho 2018 pela FDA (a agência americana do medicamento) para o tratamento da Síndrome de Dravet e Síndrome Lennox-Gastaut.
Após 3 ensaios clínicos que envolveram mais de 500 pacientes, os resultados mostraram que o CDB é eficaz e seguro para reduzir a frequência das convulsões.
O Epidiolex é mais um medicamento para tratar a Síndrome de Dravet e representa a esperança para muitos indivíduos que vivem com convulsões intratáveis e epilepsias refratárias, enfrentando diariamente o risco de lesões graves e inclusivamente a morte.
Na Europa, o pedido de aprovação de introdução no mercado encontra-se pendente na EMA (agência europeia do medicamento) desde dezembro de 2017 e esperamos que nos próximos meses este processo progrida adequadamente e seja possível aos pacientes europeus aceder ao Epidiolex como um medicamento mais para tratar a Síndrome de Dravet.
Entretanto, a aprovação deste fármaco nos Estados Unidos é sem dúvida um grande passo.
Pode ler aqui a nota de imprensa emitida pela FDA:
https://www.fda.gov/…/News…/PressAnnouncements/ucm611046.htm
Sara Prates é médica, mãe de duas crianças, uma delas com Síndrome de Dravet, e presidente da Dravet Portugal, uma associação de famílias unidas pela causa. Estamos na presença de uma doença grave, que obriga a múltiplos internamentos hospitalares, limita o desenvolvimento psicomotor e condiciona um elevado risco de mortalidade.
Quando o meu filho, aos cinco meses e meio, foi internado nos cuidados intensivos por uma convulsão prolongada lembro-me de ter pensado – oxalá seja só uma epilepsia… Era de facto uma epilepsia, mas não como eu esperava…
A epilepsia é relativamente frequente em crianças e jovens sendo, em geral, uma situação benigna e, na maior parte dos casos, transitória. Ao contrário da maioria das epilepsias, a Síndrome de Dravet é uma doença extremamente grave, que obriga a múltiplos internamentos hospitalares para controlo das crises e de outras intercorrências, limita significativamente o desenvolvimento psicomotor das crianças afetadas e condiciona um elevado risco de mortalidade durante a infância e a adolescência.
Foi descrita pela primeira vez por uma neuropediatra francesa, Charlotte Dravet, há exatamente 40 anos mas, por ser uma doença rara, é ainda pouco conhecida tanto pela sociedade como pela comunidade médica e científica. Por este motivo, muitos casos continuam a ser diagnosticados demasiado tarde, sendo deste modo privados de acesso ao tratamento e cuidados mais adequados.
A Síndrome de Dravet resulta de uma mutação genética que afeta a capacidade de regulação da atividade eléctrica do cérebro. Na maior parte dos casos é uma mutação de novo – isto significa que ocorre apenas na criança que tem a doença, não se observando habitualmente nos pais e irmãos.
AS LIMITAÇÕES E O RISCO DE MORTALIDADE
Ao contrário da maioria das epilepsias, a Síndrome de Dravet é uma doença extremamente grave, que obriga a múltiplos internamentos hospitalares para controlo das crises e de outras intercorrências, limita significativamente o desenvolvimento psicomotor das crianças afetadas e condiciona um elevado risco de mortalidade durante a infância e a adolescência.
As crises epiléticas surgem logo nos primeiros meses de vida da criança e podem ser de diversos tipos, sendo mais graves e alarmantes as convulsões tónico-clónicas generalizadas, que podem ser prolongadas (estado de mal) constituindo uma emergência médica. Ocorrem de forma súbita e com uma frequência variável, podendo chegar a várias por dia! A febre, o calor, luzes ou ruídos fortes, o cansaço, a excitação… todos estes fatores podem desencadear uma crise, mas muitas vezes ela surge de forma inesperada e sem que se perceba o motivo, o que gera uma permanente ansiedade e insegurança nas famílias.
O desenvolvimento inicial destas crianças aparenta ser normal mas, mais tarde ou mais cedo, ao longo dos primeiros anos de vida, começa a tornar-se evidente um défice progressivo tanto ao nível do desenvolvimento cognitivo como da motricidade. Apresentam também algumas alterações do comportamento como hiperatividade, distúrbios alimentares ou do sono, comportamentos de oposição e algumas características semelhantes às do autismo.
São frequentes outros problemas de saúde, entre os quais, patologia musculo-esquelética (com impacto adicional sobre a motricidade) e elevada susceptibilidade para infeções que, quando graves, podem ser fatais. Estudos recentes alertam ainda para a possibilidade de arritmias cardíacas que poderão estar subjacentes ao evento mais devastador, a morte súbita inesperada (SUDEP), que ocorre com uma frequência anormalmente elevada nas crianças com Síndrome de Dravet.
FALTAM FÁRMACOS E MAIS INVESTIGAÇÃO
Não dispomos ainda de fármacos suficientemente eficazes para o tratamento desta doença e a maioria dos doentes necessita de associações de vários medicamentos (dois, três ou mais) para obter um controlo das crises minimamente aceitável. Estão em curso alguns ensaios clínicos de novos fármacos, cujos resultados aguardamos ansiosamente. A maior esperança, embora mais remota, vem dos estudos que estão a ser desenvolvidos por vários grupos de investigadores no sentido de conseguir chegar a uma terapia genética que permita corrigir ou, pelo menos, atenuar o défice genético que está subjacente à doença.
Sendo uma doença rara, nunca é demais salientar o papel crucial desempenhado pelas associações de famílias do mundo inteiro que, em rede, se têm mobilizado para apoiar, dinamizar e mesmo financiar muita da investigação que tem vindo a ser feita. Sem elas, o conhecimento sobre esta doença estaria seguramente menos desenvolvido. As associações funcionam também como uma importantíssima comunidade de apoio, solidariedade e partilha entre famílias.
A associação de famílias Dravet Portugal, tem apenas três anos de existência formal mas, além da organização de encontros regulares entre as famílias, já levou a cabo numerosas ações de divulgação desta doença para a sociedade em geral e também para a comunidade médica, angariou apoios para a investigação científica e é membro da Dravet Syndrome European Federation (DSEF) em cujos projetos tem colaborado ativamente.
A vida com Síndrome de Dravet é sem dúvida muito difícil, mas a pertença a esta comunidade de famílias tornou o nosso caminho mais fácil e deu-lhe um novo sentido!
Artigo origial aqui
Decorreu a 18 de Maio Cerimónia Comemorativa do Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, no Auditório Prof.ª Dr.ª Maria Odette Santos-Ferreira, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
A Dravet Portugal irá marcar presença no evento com a nossa representante, Patricia Fonseca
Fiquem atentos às novidades!
Segundo o Brain, um Jornal de Neurologia, investigadores descobriram medicação contra o cancro capaz de reduzir a média de convulsões diárias em 60% de peixes-zebra e ratos com epilepsia.
Os medicamentos atualmente aprovados não param as convulsões em mais de 1/3 de crianças com epilepsia, e apesar do desenvolvimento de muitos novos medicamentos antiepiléticos, esta estatística não se tem alterado nos últimos anos.
Com base nisso, pesquisadores da Universidade de Calgary procuraram medicamentos para tratar crianças com epilepsia que não respondem a terapias existentes, incluindo crianças com Síndrome de Dravet que frequentemente não respondem bem a medicação para convulsões.
Pode consultar a notícia completa, em Inglês, aqui: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5837409/
Uma das principais preocupações das famílias que vivem com a Síndrome de Dravet, está direccionada com a hereditariedade e a possibilidade da mesma informação genética ser transmitida para um novo membro da família.
De acordo com uma pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine, agora as famílias de crianças com epilepsias severas podem evitar ter um segundo filho nascido com a mesma doença.
A líder do co-estudo, diretora de Pediatria da Austin Health e de Neurologia Pediátrica da Universidade de Melbourne, Professora Ingrid Scheffer, explica que agora as famílias podem ter aconselhamento genético mais preciso e planeamento familiar!
Deixamos AQUI o link com a explicação completa, em Inglês
O Comitê Consultivo da Food and Drug Administration (FDA ou USFDA) votou por unanimidade para a aprovação do medicamento Epidiolex da GW Pharmaceuticals, para tratamento das Síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut.
O Presidente-executivo da GW, Justin Gover, saudou a recomendação e disse que o medicamento “Forneceria uma importante opção para o tratamento de pacientes com Síndrome de LGS e Dravet, duas das formas mais graves e resistentes ao tratamento da epilepsia.”
A Food and Drug Administration, deve dar a aprovação final, a 27 de Junho deste ano, assim o Epidiolex, uma solução oral de CBD com sabor a morango, poderia ser prescrito para pacientes com estas e outras condições raras de epilepsia.
Atualmente, existem 6 medicamentos aprovados para tratar especificamente pacientes com Síndrome de Lennox-Gastaut, e nenhum deles aprovado para a Síndrome de Dravet.
Se aprovado, Gover disse à Forbes na quarta-feira, a GW pretende levar o Epidiolex ao mercado mundial até ao final de 2018.
A Stoke Therapeutics está a desenvolver uma técnica de regeneração capaz de produzir uma proteína em falta na Síndrome de Dravet.
Os dados foram apresentados recentemente no Congresso Oligonucleotide & Peptide Therapeutics (OPT) (26-28 de março de 2018), realizado em Boston. O Dr. Charles R. Allerson, vice-presidente do laboratório de Química da Stoke, fez a apresentação, que foi intitulada “Aumento direcionado da produção de genes nucleares”.
Stoke Therapeutics, junta-se a outras empresas com produtos em desenvolvimento para doenças raras genéticas com défice de função proteica e que utilizam a Síndrome de Dravet como alvo preferencial.
Mais uma evolução!
Mais informação disponível aqui
Por favor preencha. A sua opinião é essencial!
A procura pela melhoria contínua e preocupação com a satisfação das necessidades de quem nos acompanha é um dos compromissos estabelecidos pela Dravet Portugal. Participe neste questionário (demora cerca de 10min.) e ajude-nos a melhorar e ir ao encontro das necessidades/expectativas dos nossos pacientes e/ou quem nos acompanha.
Não há respostas certas ou erradas, pretendendo-se apenas a sua opinião pessoal e sincera.
Este questionário é de natureza confidencial.
AS PRIMEIRAS 20 PERGUNTAS SOBRE A SÍNDROME DE DRAVET
A BIOCODEX partilhou o livro da autoria da Dra. Charlotte Dravet e da sua equipa de neurologistas infantis internacionais com pacientes com a Síndrome de Dravet. Destacamos a participação da Dra. Ana Isabel Dias, Neurologista Pediatrica Portuguesa e membro do nosso Conselho Cientifico.
Pode fazer o download do livro em formato PDF clicando aqui.
Wacean é um projeto criado pela Fundación Síndrome de Dravet ao qual a DRAVET PORTUGAL – Associação Síndrome de Dravet, Portugal se associou.
O WACEAN é uma plataforma digital e a maneira mais fácil e agil de gerir o calendário da saúde do seu filho/a!
Para mais informações pode consultar www.wacean.com ou mesmo enviar-nos um e-mail para geral@dravet.pt
https://www.youtube.com/watch?v=ftTKwSGchDs
Disponível na versão android: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.eicbbk.wacean
Disponível na versão IOS: https://itunes.apple.com/us/app/wacean/id1126573184?mt=8
Dias 14 e 15 de Abril terá lugar o 4º Encontro Nacional de Família Dravet em Sintra.
- Workshops
- Atividades Lúdico-recreativas
- Espaços de Informação e Partilha
- Visita ao Oceanário de Lisboa
Mais informações em 211 367 105
Audição da Dravet Portugal no Grupo de Trabalho da Assembleia da República sobre a utilização da canábis para fins medicinais
A 6 de Março 2018, a Dravet Portugal foi ouvida no Parlamento numa audição integrada no grupo de trabalho criado para debater a utilização da canábis para fins medicinais.
Este grupo de trabalho foi constituído pela Comissão Parlamentar da Saúde, a quem foi delegado o debate na especialidade dos projetos de lei sobre este tema de grande relevância para os pacientes com Síndrome de Dravet e outras epilepsias refratárias.
A Presidente e o Vice-Presidente da Dravet Portugal tiveram a oportunidade de transmitir detalhadamente aos deputados que integram este grupo os motivos pelos quais na perspetiva dos pacientes é urgente definir o quadro legal da utilização da canábis medicinal, em particular do CBD, e quais as nossas principais preocupações.
Os trabalhos vão prosseguir com a audiência de outras entidades e especialistas e esperamos que seja possível muito em breve obter um consenso e a aprovação da regulamentação de que todos os agentes envolvidos necessitam.
Assista aqui à parte inicial da audição (fonte: Canal Parlamento)
No passado Sábado, dia 3 de Março, o Santuário de Fátima acolheu a I Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras, que teve como tema “Únicos no olhar da Mãe de Jesus”.
Esta 1 Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras foi uma resposta a uma interpelação feita por a Dravet Portugal – Associação Síndrome de Dravet, Portugal, e mais tarde desenvolvida em conjunto com a FEDRA e a Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras.
Parabéns pela iniciativa!
Mais informação aqui
A Horizons for Dravet Syndrome é uma mesa redonda anual que reúne médicos, investigadores e organizações de pacientes, organizada pela Associação Dravet Italia Onlus sob a égide da DSEF – Dravet Syndrome European Federation, de que fazemos parte.
As primeiras três edições realizaram-se em Estocolmo, 2014, Istambul, 2015, e Praga, 2016.
Este ano vai acontecer em Verona, Itália, nos dias 15 e 16 de Março, com um simpósio satélite no dia 17 para assinalar os 40 anos em que Charlotte Dravet descreveu o Síndrome de Dravet pela primeira vez (1978).
Comité Científico:
Prof. Renzo Guerrini – Itália
Prof. Helen Cross – Reino Unido
Prof. Bernardo Dalla Bernardina – Itália
Prof. Rima Nabbout – França
Dr. Francesca Darra – Itália
Presidente honorária do simpósio: Charlotte Dravet – França
No próximo dia 11 de março de 2018, às 16h00, nas instalações da Rua Quinta do Cabrinha, nº 4C, 1330-096 Lisboa (Alcântara), vai realizar-se a assembleia geral ordinária da Dravet Portugal.
A ordem de trabalhos é a seguinte:
1. Deliberar sobre o Relatório de Gestão e as Contas do exercício de 2017.
2. Deliberar sobre o Parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório de Gestão e as Contas do Exercício de 2017.
3. Deliberar sobre o Programa de Ação e Orçamento para o exercício de 2018.
4. Deliberar sobre o Parecer do Conselho Fiscal sobre o Programa de Ação e Orçamento para o exercício de 2018.
Consulte aqui os seguintes documentos:
Convocatória enviada aos associados
Modelo de procuração que poderá utilizar para se fazer representar
Relatório de atividade e contas de 2017
Programa de ação e orçamento para 2018
Parecer do Conselho Fiscal sobre o Programa de Ação e Orçamento para o exercício de 2018
Parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório de Gestão e as Contas do Exercício de 2017
Contamos com a presença de todos os associados!
É com muito orgulho que anunciamos que a DRAVET PORTUGAL vai participar num consórcio de apoio a um projeto de investigação para o Síndrome de Dravet!
Esta é uma iniciativa inédita, que resulta do esforço conjunto de 6 associações europeias de pacientes: Gruppo Famiglie Associazione Onlus Itália, Dravet Portugal – Associação Síndrome de Dravet, Dravet-Syndrom e.V. Germany, Swiss Dravet Syndrome Association, Dravet Syndrome Sweden Association e Stichting Dravetsyndroom Nederland Vlaanderen, coordenado pela DSEF – Dravet Syndrome European Federation, de que fazemos parte.
É a primeira vez que 6 associações europeias de pacientes se organizam para financiar conjuntamente a investigação científica sobre o Síndrome de Dravet.
O projeto intitula-se “Terapia RNA transcricional-translacional combinada da haploinsuficiência Scn1a” e será desenvolvido por ANTONELLO MALLAMACI (foto), especialista em neurobiologia na Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), em Trieste, Itália.
O Dr. Mallamaci preparou sobre o projeto esta explicação resumida em linguagem mais acessível:
«Cada um dos genes no nosso corpo está presente em duas cópias. Infelizmente, quando ocorre uma doença genética, um das duas cópias tem uma mutação e codifica uma proteína disfuncional. Nas células nervosas, a ausência de uma quantidade adequada de proteínas funcionais pode levar a anomalias profundas, resultando em epilepsia e outras situações neuropatológicas. No caso particular da síndrome de Dravet, a perda de uma cópia saudável do gene Scn 1 a, que codifica um canal neuronal específico que controla a atividade eléctrica do cérebro, é a principal responsável pelos sintomas associados com a doença.
As metodologias atualmente disponíveis não permitem resolver deficiências genéticas no cérebro pós-natal.
A nossa estratégia é atuar sobre a cópia saudável do gene afetado, estimulando cuidadosamente a síntese do seu mRNA e dos seus produtos proteicos (respectivamente, transcrição e translação) tentando, assim, restabelecer níveis suficientes de proteína funcional.
Isto será realizado através de uma combinação de fármacos inovadores e seletivos baseados em RNA, recentemente desenvolvidos no nosso laboratório: estes consistem num “pequeno RNA activador” (small activating RNA – saRNA), uma “enzima programável RNA” (chamada NMHV) e outro RNA artificial pertencente à família dos SineUp RNAs; estudos prévios realizados no nosso laboratório, num sistema de modelo animal baseado em ratinhos, demonstraram que estes fármacos podem promover, especificamente, a transcrição e translação do gene Scn 1 a murino, potencialmente restaurando níveis normais da proteína Scn 1 a em ratinhos com apenas uma cópia funcional do gene. Isto sugere que uma abordagem similar poderia corrigir o defeito genético em pacientes Dravet.
Quatro questões chave têm ainda que ser respondidas antes de avançar para estudos experimentais em células neuronais humanas: (1) será a estimulação do mRNA e da síntese proteica realmente suficiente para restaurar as quantidades adequadas do produto proteico nas células neuronais com apenas uma cópia funcional do gene Scn 1 a? (2) será que a nossa estimulação dirigida ao Snc 1 a – já testada in vitro – funciona bem no cérebro vivo? (3) será que os nossos fármacos estimuladores do Scn 1 a “perturbam” outros genes? (4) será que estes fármacos respeitam a fina regulação fisiológica do Scn 1 a?
Obter respostas para estas questões é o principal objetivo do nosso projeto.
As questões 1), 3) e 4) serão abordadas através de estudos in vitro em culturas de células neuronais de ratinho com apenas uma cópia funcional do SCN1A, instruídas para produzir os nossos “RNAs terapêuticos” através de vetores virais biologicamente seguros. Adicionalmente, para abordar a questão 2) serão realizados estudos in vivo em ratinhos jovens com défice de Scn 1 a, instruindo as suas células neuronais a gerar os referidos RNAs através de outros vetores virais biologicamente seguros.
Esperamos que a realização deste projeto nos permita obter as provas de conceito necessárias para propor a aplicação de uma abordagem semelhante aos défices do gene SNC1A humano, assim como à terapia de outras epilepsias causadas por défice do número de cópias de genes.»
Agradecemos a todos os que, individual ou institucionalmente, nos têm permitido angariar os fundos necessários para este projeto.
O apoio à investigação é um dos pilares fundamentais da atuação da Dravet Portugal e estamos convictos que este tipo de iniciativa é o caminho certo para alcançar a cura de que toda a nossa comunidade precisa.
Por uma vida sem Síndrome de Dravet!
Após anos de estudos e recolha de provas sobre os benefícios do uso terapêutico da canábis, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o potencial medicinal do canabidiol (CBD) e considerou que o seu consumo não apresenta qualquer perigo de dependência nem riscos para a saúde.
Um relatório preliminar do Comité Especialista em Dependência de Drogas (ECDD), tornado público no passado mês de Dezembro, reviu as posições da OMS em relação a duas substâncias: o opiáceo Carfentanil e o Canabidiol (CBD), um dos cerca de 100 componentes químicos da planta Cannabis Sativa L..
No relatório, a OMS recomenda alterações ao enquadramento destas duas substâncias nas listas que os países utilizam para regulamentar a produção, venda e consumo de drogas.
Apesar de este ser um enorme passo no caminho da legalização do CBD, ainda vai ser preciso esperar para o ver à venda em farmácias. Num comunicado publicado no dia seguinte, a Organização Mundial de Saúde alerta que o CBD por si só não é uma substância classificada, mas que é um componente da canábis e que, como para fins medicinais costuma ser apresentado como tintura ou extracto desta planta (incluída na Convenção Única de 1961 das Nações Unidas sobre Estupefacientes), para todos os efeitos, ainda é uma substância proibida.
A OMS afirma que a informação de que dispõe, para já, “não justifica qualquer mudança na sua classificação nem justifica a classificação desta substância” por si só, remetendo uma revisão mais profunda para Junho de 2018, quando a comissão estudar “os extractos e as preparações que contêm CBD quase exclusivamente”, aquando de uma revisão profunda da canábis e dos seus componentes para fins médicos.
“A sua não-classificação”, conclui a OMS, “significa que o CBD não deve ser sujeito a estritos controlos internacionais, incluindo para produção e venda”.
http://www.who.int/medicines/news/2017/WHO-recommends-most-stringent-level-int-control/en/
A empresa GW Pharma anunciou hoje ter submetido o pedido de aprovação de introdução no mercado europeu do Epidiolex (canabidiol).
Este pedido será agora apreciado pela EMA – Agência Europeia Medicamento e, se tudo correr como esperamos, o Epidiolex vai converter-se no segundo fármaco a ser aprovado para o tratamento do Síndrome de Dravet nos seus quase 40 anos de história (o primeiro foi o Diacomit, comercializado como Stiripentol).
Nas palavras do CEO da GW, “Assumimos o compromisso de fazer chegar o Epidiolex aos pacientes europeus que lutam com o fardo de viver com o Síndrome de Lennox-Gastaut e com o Síndrome de Dravet, duas patologias devastadoras e muito difíceis de tratar. Estamos a construir na Europa uma infraestrutura comercial que antecipe a futura aprovação e lançamento no mercado.”.
Este pedido de aprovação oficial é um grande passo para este medicamento e para o Síndrome de Dravet!