CAPÍTULO 2

ATIVIDADES REMOTAS EM TEMPO DE PANDEMIA NO ENSINO TÉCNICO


VINÍCIUS URATAUL GONÇALVES SILVA¹

HELAINE PATRICIA FERREIRA²

RESUMO

O presente artigo descreve sobre como estava ocorrendo a aprendizagem dos alunos de uma Escola Municipal de Ensino Técnico, na cidade de Bagé-RS, em razão das mudanças ocorridas pela pandemia, ocasionada pelo vírus COVID19. O objetivo é verificar como os estudantes do ensino técnico estão aprendendo com as mudanças realizadas em razão do período vivenciado em pandemia e se estão tendo apoio da instituição escolar. O estudo justifica-se pela situação na qual nos encontramos, em que foi necessário se realizar atividades de forma remota, utilizando-se diferentes recursos tecnológicos para se atender aos alunos, para que os mesmos dessem continuidade aos seus estudos; isso foi uma tarefa árdua e sem precedentes, que chegou sem aviso, tampouco havia alguém preparado. Logo, este artigo apresenta um referencial que contempla a educação em tempo de pandemia, abordando a educação e a tecnologia bem como os estudos remotos e as ações preventivas. Tendo-se como cunho metodológico a pesquisa de campo e como instrumento para a coleta de dados, foram realizados questionários abertos que foram analisados por meio de uma análise descritiva. A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que a instituição pesquisada propôs mudanças nas práticas pedagógicas, tornando as aulas mais interessantes e estimulantes para o processo de ensino aprendizagem, em razão da diversidade de recursos utilizados pelos educadores.

PALAVRAS-CHAVE:

Educação. Recursos. Mudanças.

¹Pós-graduando em Gestão Educacional pelo Centro Universitário Cesumar–UniCesumar. Graduado em Matemática na Universidade da Região da Campanha – URCAMP. Graduado em Administração na Universidade da Região da Campanha-URCAMP.

² Professora orientadora e especialista em EAD e as Novas Tecnologias e Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. Especialista em Informática Aplicada ao Ensino pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Atua como professora mediadora no Curso de Graduação em Pedagogia e é orientadora do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu na modalidade a distância da Unicesumar e supervisora de tutoria a distância do NEAD-UEM.

INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta um estudo realizado com os alunos de uma Escola Municipal de Ensino Técnico Profissionalizante, com o objetivo de verificar como os estudantes do ensino técnico estão aprendendo com as mudanças realizadas em razão da pandemia e se estão tendo apoio da instituição escolar. Dessa forma, busca-se compreender algumas questões: Quais são os recursos tecnológicos que estão sendo utilizados para atividades escolares? De que forma estão sendo aplicadas? Como os alunos estão sendo auxiliados, neste momento difícil, para que continuem tendo um atendimento educacional com qualidade? Ou seja, visa-se entender como o aluno está sendo acompanhado e motivado durante o processo de aprendizagem pela instituição, perceber como está ocorrendo a adaptação aos novos recursos e verificar se estes proporcionaram a construção do conhecimento dos conteúdos abordados no curso técnico realizado.

Este estudo justifica-se pela situação atual em razão da pandemia, sendo necessário se realizar as atividades no modo remoto para se atender aos alunos e proporcionar a continuidade dos estudos destes. Diante desse cenário, houve a necessidade de se reformular a forma de se ensinar e aprender, com as estratégias não podendo ser realizadas como o era antes da pandemia, uma vez que a maneira de se relacionar mudou, assim como a de se ensinar e aprender, situação provocada em escala mundial pelo Coronavírus, o que levou à busca por alternativas de interação dentro de um momento no qual se faz necessário o isolamento social. O aluno foi reaprendendo a realizar tarefas escolares em casa, necessitando de interação, auxílio, informação, ou seja, um acompanhamento durante todo o processo. Assim, foi necessário se adequar ao isolamento e às novas formas de se relacionar, aprender, ou seja, todos tiveram que se reinventar para se atender à necessidade atual da educação.

Dessa forma, todos os envolvidos necessitaram sentir-se seguros e ter apoio da instituição. Foi nesse momento que a gestão escolar buscou apoiar, mostrar caminhos, orientar, motivar e incentivar seus professores a se reinventarem para planejarem aulas que motivassem os alunos a continuarem seus estudos. Também foi imprescindível haver um atendimento mais específico com esses discentes, pois estavam em processo de construção da aprendizagem, buscando uma formação para terem melhores possibilidades profissionais. Assim, essa transformação na forma de se ensinar e aprender buscou proporcionar recursos atrativos que atendessem às novas necessidades dos alunos na aprendizagem, sempre tendo como prioridade um ensino de qualidade.

Nessa concepção de se transformar a maneira de se ensinar e aprender foi que a tecnologia se tornou um instrumento essencial, sendo que esse recurso já vinha se constituindo como um novo espaço de apropriação de leitura, escrita e produção de sentidos. Logo, o que se deseja é chamar a atenção para uma realidade que se coloca diante da escola e que não pode ser ignorada. Nesse sentido, a instituição tem papel fundamental na preparação dos indivíduos em relação aos recursos tecnológicos que estão presentes em todos os segmentos da vida.

No referencial teórico, buscou-se ter uma visão sobre a educação remota em tempo de pandemia, seus acertos e seus déficits, bem como sobre a existência de ações preventivas, demonstrando-se a importância do papel da gestão e dos educadores neste período. Também abordaram-se a educação e a tecnologia, questão que já vinha sendo realizada, mas que, em razão da situação, se tornou mais presente no cotidiano escolar no momento atual.

Logo, em seguida, serão descritos os procedimentos metodológicos utilizados para a realização e concretização deste estudo como a delimitação da pesquisa, as técnicas utilizadas para a coleta, análise dos dados e interpretação dos resultados obtidos. Finaliza-se o estudo com as considerações finais, apresentando-se o resultado desta pesquisa.

EDUCAÇÃO EM TEMPO DE PANDEMIA

ESTUDOS REMOTOS E AÇÕES PREVENTIVAS

Em decorrência deste cenário atual, os conselhos de educação, nas esferas municipais, estaduais e federais, tiveram que alterar todas as formas de ensino, considerando a necessidade de reorganizar as atividades escolares por conta das ações preventivas diante da pandemia, adaptando-se à nova realidade apresentada, em que o contato nas interações, fator comum anteriormente, encontra-se com restrições. Essas questões interferem diretamente na educação, uma vez que esta é realizada por meio de trocas, vivências que a tornam mais integradora.

No Brasil, as aulas presenciais foram suspensas em todo o território nacional. Essa situação, além de imprevisível, deve seguir ritmos diferenciados nos diferentes Estados e municípios, dependendo da extensão e intensidade da contaminação pelo COVID-19. Os governos tiveram que organizar as instituições escolares para atender aos alunos, mas também já estão planejando uma forma de retorno diferenciado, buscando se adequar às medidas de prevenção.

Então, surge a necessidade de as instituições escolares repensarem o planejamento, pois este “É o documento mais global; expressão orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos” (LIBÂNEO, 2001, p. 225).

Assim, busca-se rever o plano, atualizando-o de acordo com a atual situação, mas também é necessário que se faça uma reflexão sobre a realidade na qual a escola está inserida, para se realizar roteiros práticos que atendam às demandas de sua comunidade e se continue proporcionando um ambiente de aprendizagem, uma vez que se busca saber como está a realidade dos alunos –“é um dever que a prática educativa nos impõe: sem isso não temos acesso à maneira como pensam, dificilmente então pode perceber o que sabem e como sabem” (FREIRE, 1997, p. 53). Dessa maneira, compreender-se-á como os alunos estão percebendo e vivenciando esse momento de pandemia e isolamento social, fato que auxiliará no momento de se planejar as atividades.

Essa nova estruturação está ocorrendo nos diferentes níveis escolares e, conforme a faixa etária, estão sendo organizados recursos para se atender aos objetivos educacionais, para que os alunos aprendam o conteúdo e o educador tenha retorno do que foi proposto.

Para que os educadores pudessem se organizar nessa nova forma de ensinar, as Secretarias da Educação Municipal, Estadual e Federal ofereceram curso online para todos os integrantes das instituições como professores, coordenadores e gestores, sempre respeitando a questão do isolamento social e proporcionando auxílio para que estes atendessem aos alunos e proporcionassem ambientes de aprendizagem, para garantir o acesso de todos os alunos à educação.

Os obstáculos para se atender a essa demanda atual são grandes, pois a realidade ocasionou mudanças bruscas nas rotinas de trabalho, familiar, econômica e social, aumentando as dificuldades já existentes referentes à aprendizagem, inclusão e acesso. Dessa forma, é necessário se pensar em transformações que contemplem todos os alunos, havendo a necessidade de os professores refletirem e se reinventarem, mudando sua prática pedagógica, contemplando as diferentes competências e habilidades. Assim, cumprirão seu papel de educador, porque educar abrange a ampliação de diferentes competências como as “[...] cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal – dos educandos, que se efetiva pela construção de conhecimentos” (PEREIRA, 2011, p.690).

Então, é necessário que haja planejamento adequado à realidade para que se proporcione uma educação de qualidade, atendendo-se a todos os aspectos que envolvem o educar haja vista esta situação de pandemia estar afetando não só a aprendizagem, mas também outras questões, por muitas vezes, como a psicológica, a social, a econômica, os costumes, entre outras, fatores que interferem diretamente no processo de ensino e aprendizagem e trazem uma nova forma de se viver.

Essa perspectiva inclui novas aprendizagens e costumes, cuidados necessários que devem ser cumpridos em diferentes instituições como, por exemplo, utilizar máscaras, lavar bem as mãos, usar álcool 70 para higienização, manter distanciamento, evitar aglomerações, proporcionar ambientes higienizados, entre outras medidas que são importantes para a vida. Tais medidas devem permanecer quando se iniciarem as aulas presenciais, assim como há a necessidade de adaptar-se a elas no ambiente escolar.

Percebe-se que a pandemia trouxe a necessidade de mudanças e adaptações em diferentes áreas da sociedade. As instituições educacionais, os profissionais, alunos e famílias tiveram que buscar uma maneira para continuarem o processo de aprendizagem. Apesar do pouco tempo, houve a necessidade de se realizar um novo planejamento escolar, com ações que atendessem às novas necessidades educacionais. Assim, planejamento é

[...] a aplicação sistemática do conhecimento humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos, com vista a tomada de decisões adequadas e racionais, que sirvam de base para a ação futura. Planejar é decidir antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré-estabelecida (HOLANDA, 2000 apud LUCKESI, 2011, p.19).

Esse planejamento, realizado com organização e embasado na realidade, busca vencer obstáculos com o auxílio de todos os envolvidos no processo educacional, transformação necessária para se enfrentar os desafios que a pandemia trouxe e os que surgirão na pós-pandemia. Somente com planejamento e ações realizadas por todos pode se chegar a possíveis soluções.

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

As instituições escolares vêm buscando acompanhar os avanços tecnológicos, utilizando-os como recursos para ampliar e melhorar o aprendizado e disponibilizando essas ferramentas para motivar e qualificar o processo de ensino e aprendizagem. Porém, a adaptação às tecnologias não é tarefa fácil, em razão, muitas vezes, dos recursos financeiros, de materiais e também humanos, pois, além de se oferecer a adesão a novos instrumentos, fazem-se necessários investimentos, formações docentes para se aprender a utilizá-los e para se compreender as possibilidades que essas ferramentas oferecem para uma possível transformação na prática dos educadores.

Essa busca dos professores por conhecimento possibilita mudanças na proposta pedagógica, e eles devem refletir para modificar e inovar sua prática. Segundo Freire (2001, p.39), “[...] o importante é que a reflexão seja um instrumento dinamizador entre teoria e prática”, sempre visando a uma educação de qualidade para o aluno. Dessa forma, há a necessidade de se conhecer a diversidade de tecnologias que possibilitem que o processo de aprendizagem se torne mais dinâmico e atrativo.

Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e os muitos procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática (MORAN, 2009, p.32).

Assim, o docente pode promover uma educação que contemple diferentes maneiras de ensinar, englobando todos os envolvidos no processo. Por isso, deve haver uma reflexão das práticas utilizadas no ambiente educacional, porque a mudança é constante, estão sempre surgindo novas tecnologias que promovem novas formas de se ensinar e aprender. A educação, como outros setores, deve estar em constante reformulação para atender ao seu papel e, consequentemente, promover um trabalho com qualidade e renovador. Contudo, percebe-se que,

Quanto mais avança a tecnologia, mais se torna importante termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos (MORAN, 2005, p.12).

Dessa forma, sabe-se que o caminho percorrido pode não ser fácil, pois se encontram diferentes obstáculos de aceitação, financeiros, de acesso e adaptação, questões essas que podem ser resolvidas por meio de planejamento para se alcançar os objetivos propostos. Assim, todos os envolvidos poderão utilizar as tecnologias para tornarem o processo educacional mais abrangente, instigante e inovador. Fato que se tornou imprescindível neste momento de pandemia, quando o isolamento social é essencial para a sobrevivência e proteção, sendo necessária, dessa forma, a utilização de recursos tecnológicos nas instituições escolares para ocorrerem a interação, o ensino e a aprendizagem.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa foi realizada utilizando-se a metodologia de pesquisa de campo, este estudo “[...] procura muito mais o aprofundamento das questões propostas [...]” (GIL, 2009, p.53), observando fatos e fenômenos que ocorrem na realidade. Desse modo, foi de caráter exploratório, pois proporcionou o “[...] entendimento dos fatores que exercem influência na situação que constitui o objeto de pesquisa” (GIL, 2009, p.130), analisando as respostas dos pesquisados para compreender como estes percebem as transformações ocorridas no ambiente educacional.

Para se coletar os dados, foi utilizado questionário aberto, e o resultado deste foi analisado por meio da análise descritiva, apresentando-se as tendências básicas nos dados coletados, embasado nas questões da pesquisa, ou seja, especificamente a coleta e organização dos dados, e, depois de tabulá-los, descrever-se o resultado. Teve como objetivo principal verificar a aprendizagem do aluno acerca das atividades propostas pela escola, dando-se ênfase aos conteúdos abordados e recursos didáticos utilizados pelos alunos durante seus estudos domiciliares.

Para coletar os dados, foram utilizados como recursos o notebook, internet, forms e e-mail.

TÉCNICA UTILIZADA

Esta pesquisa foi realizada no final do primeiro semestre do ano de 2020, durante o período em que os alunos estavam realizando o estágio do Curso Técnico de Administração e Contabilidade, totalizando 30 alunos. A escola escolhida foi uma unidade escolar pública municipal, situada no bairro centro, do município de Bagé-RS.

O universo de pesquisa foi determinado a partir de levantamento de dados fornecidos pela instituição de ensino, buscando-se o número total de indivíduos que frequentam a unidade nesses módulos e visando-se observar o êxito na aprendizagem dos conteúdos ministrados e também como ocorreu o acompanhamento dos alunos por meio da instituição.

Foram aplicados questionários com seis perguntas, enviados por e-mail, que abordavam a questão das mudanças realizadas em razão da pandemia, dos recursos utilizados na aprendizagem, se os alunos estavam conseguindo aprender os conteúdos, como estava acontecendo o apoio da instituição, se estavam conseguindo ter acesso aos meios tecnológicos, como ocorreram a adaptação dessa nova forma de se aprender e a interação com professores e colegas. O questionário (ver Apêndice A) abrangia questões relevantes para se compreender como está acontecendo a aprendizagem na situação atual e como os alunos sentiram o auxílio da instituição escolar.

ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Ao se coletar e analisar os dados, observou-se que as atividades remotas realizadas no ensino técnico ocorrem por meio dos seguintes recursos tecnológicos: plataforma classroom, quiz, meet, forms e Whatsapp para comunicação e informação; também foram utilizados vídeos, imagens e material impresso, buscando-se atender aos conteúdos das disciplinas de forma dinâmica e acessível a todos alunos que tinham ou não acesso a esses recursos digitais.

Esses recursos estão sendo aplicados de forma que instiguem os alunos à pesquisa, motivando-os para a construção de conceitos abordados, incentivando a aprendizagem dos conceitos e também o uso dos recursos tecnológicos para se ampliar e desenvolver suas competências e habilidades, proporcionando autonomia a fim de que o aluno seja um sujeito ativo durante todo o seu processo de aprendizagem.

Referente a como os alunos estão sendo auxiliados durante este momento de pandemia, verificou-se que os gestores estão orientando as ações pedagógicas de forma a qual atenda a todos os alunos, buscando sempre priorizar a qualidade do ensino e engajando todos os envolvidos, apoiando e auxiliando os educadores quando estes encontram dificuldades em diferentes situações. Na questão administrativa, as atividades remotas proporcionaram formações, e sempre se orienta e organiza os educadores e alunos, enfatizando, em todo o tempo, a importância do registro das atividades para que haja comprovação da efetividade das mesmas, garantindo-se que todas as disciplinas do curso sejam contempladas.

Referente a como está acontecendo a aprendizagem dos alunos, percebeu-se que a maioria está realizando a atividade remota de forma online e outros estão fazendo-o de forma impressa, em razão de não terem acesso à tecnologia. Porém, alguns tiveram dificuldade em adaptar-se e, mesmo com o auxílio de professores e gestores, decidiram trancar o curso temporariamente. Esses alunos alegam questões financeiras para o acesso aos recursos, mesmo sendo fornecido o material pela instituição. Outros afirmam ainda que não têm tempo, em razão do trabalho e família, pois a rotina mudou com esta pandemia.

Contudo, nota-se que as mudanças estão acontecendo, algumas dificuldades estão sendo superadas e outras ainda estão buscando meios para reverterem os resultados referentes à desistência ou adiamento do curso. Mas, entre os que estão conseguindo participar, percebe-se que tiveram dificuldades que estão sendo superadas com o auxílio de todos os envolvidos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste trabalho, pôde-se verificar como os alunos estão aprendendo com as mudanças realizadas em razão da pandemia, pois estão utilizando diferentes recursos tecnológicos para abordarem os conceitos propostos no curso. Apesar de algumas dificuldades, os alunos estão conseguindo acompanhar as atividades propostas e aprender conceitos necessários para sua formação. Referente ao apoio da instituição, os alunos descreveram que está sendo muito importante para darem continuidade aos estudos, mesmo tendo dificuldades para serem vencidas em razão de diferentes fatores relativos a vários aspectos educacionais, econômicos e sociais.

Este estudo possibilitou compreender que as atividades remotas são muito importantes, propondo mudanças nas práticas pedagógicas neste momento atual, tornando as aulas diferentes, mas sempre motivando os alunos para torná-las mais interessantes e estimulantes para o processo de ensino, inovando com recursos tecnológicos que antes não eram de uso comum e trazendo modificação na prática pedagógica existente. Também, pôde-se observar que a escola está buscando formas para que todos os alunos tenham as atividades em dia, consigam acompanhar seus estudos com suporte dos professores e gestão escolar. Mesmo com as dificuldades encontradas, percebe-se que os envolvidos estão se adaptando às mudanças e, o mais importante, os mesmos estão conseguindo aprender, desenvolver as tarefas e cumprir os objetivos propostos.

Verificou-se que a tecnologia se tornou uma aliada, pois auxiliou na continuidade do ensino, permitindo que os alunos não desistissem de sua formação e os motivando a continuar, apesar das dificuldades. Para os educadores, oportunizou recursos para reinventar sua prática para alcançarem seus objetivos; para gestores, o auxílio para conseguirem alcançar seus professores e alunos para prepará-los e orientá-los neste momento tão diverso.

Este estudo mostrou a realidade de alunos do ensino técnico que, mesmo com obstáculos, estão conseguindo dar continuidade aos seus estudos, tendo suporte de professores e gestores. Estes, por sua vez, estão buscando outros recursos alternativos para reintegrar alunos evitando desistência ou casos em que estes tranquem o curso por questões financeiras ou de tempo.

Os resultados obtidos proporcionaram a compreensão do objetivo proposto e possibilitaram um aprofundamento sobre o tema abordado. Sabe-se que o caminho percorrido é novo, a cada momento surgem obstáculos e novas estratégias, mas o grupo pesquisado se mostrou motivado a vencer as mudanças ou adaptar-se a elas por um objetivo maior que é a continuidade do ensino.

REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’Água, 1997.


FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

20.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.


GIL, A. C. N Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed.São Paulo: Atlas, 2009.


LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2001.


LUCKESI,C.C. Filosofia da Educação.São Paulo: Cortez, 2011.


MORAN, J. M. As múltiplas formas de aprender. Atividades & Experiências, São Paulo, p.11-13, jul.2005. Disponível em: http://helenacrte.pbworks.com/f/positivo.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020.


MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 16. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009 (Coleção Papirus Educação).


PEREIRA, C. J. T. A formação do professor alfabetizador: desafios e possibilidades na construção da prática docente. 2011. 145 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2011. Disponível em: http://www.ppge.unir.br/uploads/62248421/arquivos/DISSERTAOCL_UDIA_JUSTUS_T_RRES_PEREIRA 520926749.pdf. Acesso em: 30 out. 2020.