Jornal de Estudos Espíritas - Volume 12 - 2024

 

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Seção 1: Comentários

 

Editorial 2024

160 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo

Alexandre Fontes da Fonseca (EDITOR)

Publicado online em 06 de Janeiro de 2024.

Artigo número 010101 - [PDF (424 Kb) - DOI: https://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010101].

 

Seção 2: Artigos Regulares

Artigo 010201

O Mito de Er em Platão e a Doutrina da Escolha das Provas em Kardec 

Miriam Zillo

Publicado online em 06 de Janeiro de 2024.

Artigo número: 010201 - [Resumo - PDF (2327 Kb) - DOI: https://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010201].

Resumo (abrir/fechar)

Kardec recomendou o estudo contínuo e aprofundado da Doutrina Espírita já que, na sua visão, bem compreendido e sentido, o Espiritismo ajudaria a desenvolver as qualidades do homem de bem. Em particular, o aspecto filosófico desse estudo é de grande importância, a ponto mesmo de Kardec considerar o Espiritismo uma Filosofia. Existe uma grande proximidade entre os conceitos da Filosofia Clássica e os da Doutrina Espírita. Em particular, neste artigo, investigarei como a doutrina da “Escolha das Provas” em Platão tem pontos tangenciais com algumas questões presentes no item 5 do capítulo VI da segunda parte de O Livro dos Espíritos. Analiso, também, como a Filosofia Tradicional está presente na Doutrina Espírita, fornecendo-nos uma razão séria para entendermos porque Sócrates e Platão são considerados os precursores do Cristianismo e, por consequência, do Espiritismo. Um ponto importante que será mostrado no artigo, é a ideia embrionária da primeira edição de O Livro dos Espíritos sobre a Escolha das Provas e desenvolvida posteriormente na edição definitiva.

Artigo 010202

Uma Hipótese para a Autoridade da Doutrina Espírita Ser Explicada em O Evangelho Segundo o Espiritismo e Não em Outra Obra 

Alexandre Fontes da Fonseca

Publicado online em 01 de Fevereiro de 2024.

Artigo número: 010202 - [Resumo - PDF (1222 Kb) - DOI: https://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010202].

Resumo (abrir/fechar)

O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) completa 160 anos em 2024. Aobra se dedica ao estudo, desenvolvimento e prática da moral cristã. Junto com a obra O Céu e o Inferno, ela representa o aspecto moral do Espiritismo. Curiosamente, o item II da Introdução do ESE apresenta uma detalhada explicação sobre a autoridade científica (e não moral) da Doutrina Espírita. Nesse item, Kardec apresenta os dois critérios de análise de revelações mediúnicas: i) o uso da razão e ii) o chamado método do Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE). Nesse texto, ele discute a importância do caráter universal do ensino dos Espíritos em contraponto a revelações individuais, bem como as vantagens de os Espíritos poderem eles mesmos fazer a divulgação da Doutrina em todos os lugares do globo. Ele conclui o texto mostrando a segurança que o Espiritismo adquire contra revelações que pudessem deturpá-lo, se os dois critérios acima de análise de mensagens forem seguidos rigorosamente. Uma questão, porém, que até o momento nunca foi levantada ou discutida é sobre as razões pelas quais Kardec teria mantido essa explicação em uma obra destinada ao aspecto moral/cristão do espiritismo. Neste artigo, construo uma hipótese baseada no conteúdo de três mensagens mediúnicas recebidas por Kardec à época em que ele preparava o ESE. A proposta deste estudo não é fechar a questão, mas motivar a pesquisa por documentos históricos que possam elucidá-la ainda mais.

Artigo 010203

Incoerências doutrinárias na obra Evolução em Dois Mundos parte II: animais na erraticidade, conceitos de fluidos, alimentação dos Espíritos e outras questões 

Alexandre Fontes da Fonseca

Publicado online em 02 de Março de 2024.

Artigo número: 010203 - [Resumo - PDF (1522 Kb) - DOI: https://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010203].

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André Luiz (AL) é o autor espiritual da obra Evolução em Dois Mundos (E2M), recebida através da psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. E2M introduz teorias complexas sobre a formação, propriedades e evolução do perispírito, em contato com seres vivos de diversos níveis e escalas biológicas. Em sua segunda parte, esse artigo consiste no estudo da coerência doutrinária da obra. O estudo foi feito de modo muito sério e apresenta críticas e conclusões com bastante respeito ao autor espiritual da obra, ao médium que a intermediou, à editora que a produziu, e aos Leitores a tem como verdade. Na primeira parte do estudo, mostrei que a proposta de E2M do corpo espiritual registrar em si os mecanismos fisiológicos da vida e, posteriormente, comandar o automatismo fisiológico do corpo humano, é bastante incoerente com a Doutrina Espírita (DE). mostro outras questões e conceitos presentes em E2M que são incoerentes com a DE e inconsistências internas à própria obra. Embora AL seja muito fraterno na sua linguagem, a obra é muito especulativa, não fundamenta as inovações que apresenta na DE, em dados e métodos de pesquisa ou na Ciência (as citações científicas presentes à obra não servem de comprovação das suas inovações). Dessa forma, seu conteúdo exemplifica a recomendação de Erasto e de Kardec de não tomarmos como verdades, inovações que não podem ser devidamente comprovadas cientificamente.

Seção 3: Artigos selecionados e reproduzidos das Coletâneas dos últimos 4 encontros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE).

Os links para cada encontro e respectiva Coletânea com os demais trabalhos publicados estão nas páginas dos resumos.


Artigo 010301

Os Livros dos Espíritos: Uma Análise Comparativa entre a 1a, a 2a e até a 16a Edição

Luís Jorge Lira Neto

Publicado online em 29 de Junho de 2024.

Artigo número: 010301 - [Resumo - PDF (3169 Kb) - DOI: http://doi.org/10.22568/jee.v11.artn.010301].

Resumo (abrir/fechar)

O Livro dos Espíritos é o livro basilar da Doutrina Espírita e, por isso, merece todo esforço em compreendê-lo em toda sua amplitude. Este artigo é um contributo ao entendimento da elaboração do Livro e do processo evolutivo do texto, para tanto, utilizou-se de análise comparativa para identificar os textos da 1a Edição de 1857 nas edições seguintes até a 16a de 1869, a última antes do desencarne de Kardec. De início foi analisada a participação de Allan Kardec na elaboração da obra, depois foi realizada análise comparativa das edições com a contagem das questões da 1a Edição, no todo ou em parte, aproveitadas na 2a Edição de 1860, resultando 74% de aproveitamento e que a 2a Edição está composta por 49% de novas questões e o destino das excluídas. Por fim, foi analisada a dinâmica evolutiva do texto com recomposições redacionais de temas e conceitos, com a conversão por Kardec de textos de estilo mais fluente em perguntas e respostas.

Artigo 010302

A importância da fundamentação transcendental e idealista para a ideia de imortalidade do espírito

Humberto Schubert Coelho

Publicado online em 29 de Junho de 2024.

Artigo número: 010302 - [Resumo - PDF (2137 Kb) - DOI: http://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010302].

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A ideia ou crença na imortalidade do espírito individual é causa de grande constrangimento e controvérsia no meio acadêmico. Enquanto muitos entendem que o tema mereceria um veto da comunidade científica, por constituir matéria de fé religiosa, outros propõem pesquisas empíricas ou argumentos filosóficos a seu respeito. Entendendo que parte considerável da dificuldade do campo reside na incompreensão a respeito de seu verdadeiro lugar conceitual, apontamos para o fato de que a discussão centrada nos modelos mais epistemológicos baseados em evidências tem uma desvantagem intrínseca em relação a modelos mais metafísicos e metafilosóficos, os quais estabelecem as condições de possibilidade de perspectivas espiritualistas ou materialistas. Enfatizando o balizamento lançado por Kant e pelos trabalhos iniciais de Fichte e Schelling, defendemos a necessidade de recondução de todo e qualquer problema filosófico ao problema das definições fundamentais, e que esse modo de proceder é decisivamente contrário ao materialismo. Com isto se pretende evidenciar que o projeto filosófico é sempre essencialmente um projeto transcendental, que pergunta sobre a pertinência e condição de possibilidade das premissas iniciais, e que a discussão sobre a independência ontológica da consciência não apenas tem a ganhar, como depende dessa fundamentação.

Artigo 010303

COERÊNCIA DOUTRINÁRIA ESPÍRITA: limites e desafios

Marco Antonio Figueiredo Milani Filho

Publicado online em 29 de Junho de 2024.

Artigo número: 010303 - [Resumo - PDF (1561 Kb) - DOI: http://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010303].

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Este trabalho objetivou discutir a definição e a aplicação do termo coerência doutrinária sob a perspectiva espírita, servindo-se de levantamento realizado junto a adeptos do Espiritismo sobre o reconhecimento e legitimação de fontes e referências válidas à construção do conhecimento espírita. A amostra analisada foi formada por dirigentes e colaboradores de uma instituição federativa. Os resultados obtidos identificaram similaridades e divergências entre os adeptos sobre a produção e validação do conhecimento espírita, apontando-se o tempo de adesão e a leitura integral das obras doutrinárias fundamentais como variáveis relevantes à compreensão do respectivo arcabouço teórico. Dois aspectos essenciais já previstos por Allan Kardec para a discussão em voga são a incorporação do conhecimento científico e a aplicação do critério da universalidade do ensino dos Espíritos para a legitimação do que poderia ser considerado um novo saber doutrinário, porém parte dos respondentes desconsideram-nos diante do uso de argumentos de autoridade mediúnica. Diferentemente da produção do conhecimento científico, que se serve de publicações qualificadas e congressos específicos para a divulgação e discussão de pontos sem consenso ou divergentes, no contexto espírita são exíguos os espaços com essa finalidade, sinalizando desafios a serem superados para a ampla compreensão sobre a unidade doutrinária a ser utilizada como referência pelos próprios adeptos coerentes.

Artigo 010304

Incoerências doutrinárias na obra Evolução em Dois Mundos parte I: a questão do automatismo fisiológico

Alexandre Fontes da Fonseca

Publicado online em 29 de Junho de 2024.

Artigo número: 010304 - [Resumo - PDF (1880 Kb) - DOI: http://doi.org/10.22568/jee.v12.artn.010304].

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Evolução em Dois Mundos, de autoria do Espírito André Luiz (AL), pela psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, é uma obra que introduz uma teoria sobre como o princípio inteligente (PI), da conceituação kardequiana, evolui através do contato com os seres vivos, dos mais simples até os mais complexos. A teoria propõe que o corpo espiritual dos seres vivos, desde os mais simples, se forma e registra em si as informações sobre os mecanismos fisiológicos que entretém e mantém suas vidas materiais. Nisso, AL propõe que o automatismo fisiológico do corpo humano seja decorrente de comandos do seu perispírito já que este teria em si, as informações sobre os mecanismos fisiológicos dos diversos seres vivos. AL pretende que sua teoria permita entender as razões do sofrimento das pessoas e a mensagem consoladora do Evangelho, já que o perispírito seria capaz de registrar desequilíbrios que no futuro comandariam a formação de corpos físicos doentes e deficitários. O presente estudo objetiva esmiuçar e esclarecer problemas doutrinários em torno desta obra de AL. Partindo de alguns princípios ensinados pela Doutrina Espírita (DE) sobre o fluido universal (FU), sua sensibilidade ao pensamento e vontade do ser inteligente e sobre o perispírito, como ele se forma e que alterações deve passar quando migra de ou para mundos materiais diferentes, mostro que a proposta de manutenção e gestão do automatismo fisiológico do corpo humano não pode depender da informação estar situada no perispírito ou, mesmo, no próprio PI. Mostro, também, que o equívoco da teoria de AL não implica em nenhum problema de natureza moral/evangélica com relação a lei de justiça, amor e caridade.