Estudos em Elateridae

A Família Elateridae

Os elaterídeos possuem uma combinação de caracteres morfológicos que permitem uma identificação imediata. Eles possuem um padrão homogêneo e uma combinação de caracteres que inclui: corpo geralmente achatado, de forma alongada e estreita; protórax livremente articulado e de tamanho desproporcional comparado ao resto do corpo; pernas delgadas, antenas geralmente serreadas, espinho prosternal bem desenvolvido com encaixe na fosseta mesosternal e tarsos pentâmeros. Geralmente apresentam cores pouco vistosas, de castanha a negra; muitos com manchas amareladas ou avermelhadas.

Além da forma do corpo, o grupo chama atenção também pela habilidade de saltar e gerar, ao mesmo tempo, um click audível provocado por uma forte pressão espinho prosternal na fosseta mesosternal. Isto ocorre quando o elaterídeo está com dorso voltado para o substrato ou quando se sente ameaçado por algum predador.

Alguns gêneros possuem órgãos bioluminescentes na base do pronoto. Essa característica rendeu o nome popular de pirilampo (pyros = fogo e lampis = luz). Devido a essa característica, o grupo é muito confundido com os vaga-lumes (Família Lampyridae). Além de pirilampo, o grupo também é chamado de barata de estalo. Quando estão em fase de larva, são chamados de larva arame.

Com relação à sistemática, a família é a maior da série Elateriformia e da Superfamília Elateroidea sendo a nona família mais diversa de coleópteros. A família está dividida em 17 subfamílias: Agrypninae, Campyloxeninae, Cardiophorinae, Cebrioninae, Denticollinae, Elaterinae, Eudicronychinae, Hemiopinae, Lissominae, Morostominae, Negastriinae, Oxynopterinae, Physodactylinae, Pityobiinae, Semiotinae, Subprotelaterinae e Thylacosterninae.

Em números a família Elateridae é bem representativa com aproximadamente 10.000 espécies registradas no mundo e no Brasil encontram-se cerca de 590 espécies, cerca de 7% da fauna global de Elateridae.

Os estudos realizados pela Coleoptera Terrestria

Inicialmente, foram realizadas coletas nas trilhas próximas ao CEADS (Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) situado na Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ). Estas foram feitas através de guarda-chuvas entomológicos e armadilha luminosa.Os espécimes coletados ao longo de um ano foram identificados com auxílio de pesquisadores de outras instituições.

Os resultados gerarão o primeiro inventário de espécies de Elateridae da Ilha Grande e proverão a base para futuros estudos sistemáticos.

Referências:

  1. COSTA, C., J. F.LAWRENCE & S. P. ROSA. 2009. 4.7. Elateridae Leach, 1815, p. 75-103. In: Leschen, R. A. B., R. G. Beutel & J. F. Lawrence (eds). Handbook of Zoology. Arthropoda: Insecta. Coleoptera. Beetles. Volume 2: Morphology and systematics (Elateroidea, Bostrichiformia, Cucujiformia partim). 786p.
  2. COSTA, C. 2000. Estado de conocimiento de los Coleoptera neotropicales, p. 99-114. In: Martín-Piera, F., J. J. Morrone & A. Melic (eds.), Hacia un Proyecto CYTED para el inventario y estimacion de la diversidad entomológica en Iberoamérica: PrIBES 2000.
  3. JOHNSON, P. J. 2002. 58. Elateridae Leach 1815. In American Beetles. Volume 2. Polyphaga: Scarabaeoidea through Curculionoidea (Arnett Jr., R. H., M. C. Thomas, P. E. Skelley & J. H. Frank eds.). CRC Press, Gainesville p. 160–173.
  4. LAWRENCE J. F., NEWTON A. F. 1995. Families and subfamilies of Coleoptera (with selected genera, notes, references and data on family-group names) // In: Biology, Phylogeny, and Classification of Coleoptera. Eds. J. Pakaluk and S.A. Slipinski. Warszawa, 1995: 779-1006.
  5. LIMA, A. M. C. 1953. Insetos do Brasil. Coleopteros. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Agronomia, tomo 8.

Por Vinicius Amaral

Apoio:


Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro