resumodapalestradonobre32

Copy of Copy of

Resumo da Palestra do Nobre

Qualquer falha deve ser atribuida ao autor do resumo: Carlos Roberto Teixeira Netto (ELE74)

Foi uma palestra e tanto. Quem aproveitou bem foram os 21 presentes. Perdeu quem não foi.

Muitos colegas avisaram que tiveram que viajar ou compromisos de trabalho de última hora.

A apresentação do Nobre começou mencionando a primeira previsão climática, em 1896, de Svante Arrhenius. Dizia que se dobrasse a quantidade de CO2 na atmosfera haveria um aumento de cerca de 5 graus centígrados.

Baseava-se no conceito de "glass bowl", introduzido por Joseph Fourier, em 1824.

De lá até os dias de hoje, a população aumentou, aumentaram as emissões, a temperatura está subindo, diminuindo as florestas tropicais, o crescimento da pesca em alta escala, etc. Fatores esses que se assemelham aos cataclimas que podem ter explicado o desaparecimento dos dinossauros da face da Terra.

De forma muito didática, expos o "efeito estufa". Comparou a temperatura média da Terra, de 15o. C, com Venus de 450o.C e de Marte, sem atmosfera, de -53o.C. Ressaltando o papel chave da atmosfera neste processo.

Mapa dos emissores de CO2 provenientes de processos industriais e pelo uso do solo. Os países industrializados são os grandes responsáveis.

A Terra tem cerca de 4.6 bilhões de anos. A primeira forma de vida, a ciano-bactéria teria desenvolvido um proto-mecanismo para obter a energia para seu metabolismo. Naquele período uma menor radiação do Sol incidia na face da Terra. O CO2 atingia 80% da atmosfera. Este proto-mecanismo foi a fotosíntese.

A fotosíntese é o processo onde o gás carbonico e luz são transformados em água e material orgânico, a sacarose, liberando Oxigenio. Com isto a concentração do Oxigenio foi de 2% a 20%, com a temperatura caindo, pois reduzia-se a concentração de CO2.

Sem vida, essa vida elementar, o nosso planeta não teria as condições para a própria vida como veio a se desenvolver, multicelulares, invertebrados, vertebrados, nos últimos 500 milhões de anos.

As medidas da concentração de oxigenio ao longo da história do planeta foram obtidas de bolhas em camadas de gelo obtidas por observatórios na Antártica.

Os ciclos glaciais, a cada 100.000 anos. Gráfico mostrando a correlação entre a concentração do CO2 e CH4 e a temperatura média da Terra ao longo desses ciclos. Segundo ele, estamos colocando o planeta em um nível nunca antes ocorrido.

Sai-se muito rapidamente de um ciclo glacial e depois volta-se a ele lentamente.

Os movimentos da Terra. Precessão, Obliquidade e Ecentricidade (órbita mais circular e órbita mais elíptica). Este último é responsável pelos ciclos glaciais que tem seus efeitos potencializados pelos gases na atmosfera.

O que faz o planeta mudar de fase é algo ainda a ser explicado.

Gases na atmosfera. Os que esquentam, os que esfriam (poeira, aerosóis). Os que esquentam são mais permanentes, enquanto os que esfriam tem vida curta, são eliminados pela chuva, mais facilmente.

Portanto, daí a posição de se adotar o princípio da prevenção, da precaução sobre os possíveis efeitos futuros.

Posição defendida por Ruddiman. As atividades humanas tanto de desmatamento, nos últimos 8.000 anos, como as atividades agrícolas teriam evitado a entrada num novo ciclo glacial, nos últimos 5.000 anos. O Nobre discorda desta posição e deu as explicações solicitadas pelo Fabiano Pegurier.

Mapa da evolução do uso da Terra nos últimos 300 anos.

O calor do verão europeude 2005, sem igual e emissões com tendências crescentes.

O nível do mar subindo paulatinamente, a maior incidência de mudanças climáticas abruptas, ventos extremos, tempestades.

Furacão Katrina, retratando o crescente poder de destruição ao longo dos últimos 30 anos.

O ocenao mais quente, mais água evapora e maior a força dos furacões.

O Katrina seria resultado de uma variabilidade natural ou do aquecimento global?

O Oceano Atlântico apresentando um aumento de 0,5o.C na região do mar do Caribe, levam os furacões a se originarem na costa da Africa e mover-se para a América Central.

A assustadora seca na Amazonia, em 2005, acontecida apenas uma única vez no século XX, foi resultado dessas águas mais aquecidas.

Os modelos científicos atribuem que a potência do Katrina foi mais forte, em 20%, devido ao aquecimento global.

O furacão Catarina, no Brasil, em 2004, originou-se no mar e moveu-se para o continente.

Existe uma probabilidade maior de que nos próximos 100 anos tenhamos mais ciclones tropicais.

Groelândia. A quantidade de neve e gelo apresentou um derretimento nos verões que aumentou em 16% de 1979 para 2002.

Possibilidade de mudanças abruptas?

É uma massa de gelo concentrada em 2 quilometros. Com o perigo de fissuras e da água atingir a rocha, lubrificando o contacto do gelo com a rocha, podendo fazer com que a geleira desapareça entre 100 a 200 anos.

Isto com um aumento de 6 metros no nível dos oceanos.

O aquecimento global pode afetar a circulação termohalina (a corrente quente que hoje aquece os países nórdicos e Inglaterra.

Efeitos no Brasil.

Temperatura sobe, mais evaporação, afetando o balanço hídrico.

O semi-árido pode virar um semi-deserto.

Os biomas do Brasil.

Biomas são as grandes formações vegetais encontradas nos diferentes continentes e devidas principalmente aos fatores climáticos (temperatura e umidade) relacionados à latitude.

O café arábico acaba definitivamente no estado de São Paulo com um aumento de 5o.C na temperatura média, pois a floração morre neste novo nível de temperatura.

Por que a temperatura vai afetar a Amazonia se lá já é quente?

A mudança será resultante da seca e pelo fogo. Os modelos projetam uma "savanização" da Amazonia.

É necessária a conscientização de que o que acontece no eco-sistema é decorrente do comportamento de cada individuo, de cada família.

A geração de nossos filhos está muito mais consciente de sua responsabilidade.

Entidades que vem surgindo para fornecer o impacto ambiental de atividades do cotidiano, como uma viagem de avião e como compensar/fazer o "offset" disto.

Um bom exemplo, lembrado pelo Thomas Demant (ELE65), foi o ajuste ao "apagão" ocorrido no Brasil, onde houve uma brutal redução do desperdício de energia que ninguém se dava conta.