história de faro

Faro, primitivamente denominado Ossónoba, terá surgido por volta do século VIII a.C., durante a colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental. Tinha então um carácter de entreposto comercial, integrado num vasto sistema mercantilista baseado na troca de produtos agrícolas, pescado e minérios, situação que se manteve nos períodos grego e cartaginês. Entre os séculos III a.C. e VIII d.C., a cidade esteve sob domínio romano, Bizantino e visigodo. Dos vestígios romanos destaca-se as Ruínas romanas de Milreu. Do período visigótico existem várias fontes e indícios (quer de escritores cristãos quer árabes) que referem uma magnifica catedral, mas cujos vestígios nunca foram encontrados [1][2] [3][4]. Da ocupação bizantina (Império Bizantino) destacam-se as torres bizantinas da cidade [5]. Características: Estabelecimento de um Entreposto Comercial Integrado no Sistema Mercantilista Mediterrânico.

A situação dos terrenos em que assenta a actual cidade de Faro era então diferente. O nível médio das águas do mar encontrava-se dois a três metros acima do actual, originando uma linha de costa muito recortada e inundável.

A configuração deste território era resultante de um sistema de colinas ou morros (o da Sé, onde se estabelecera o referido entreposto, o dos Artistas, Santo António do Alto e o conjunto de colinas que vão de São Pedro ao Alto Rodes, designadas por Alto da Caganita, Alto da Atalaia e Alto da Esperança), separados por canais ou ribeiras e sujeitos, com as marés, à subida e descida das águas do mar.

Dos canais, destacamos uma linha de água principal que corria desde a actual Ribeira das Lavadeiras, percorrendo a Estrada de São Luís até ao Lethes, daqui para a Praça Alexandre Herculano onde formava um lago - Alagoa - bifurcando, junto ao palácio Belmarço, para contornar o morro da Sé por ambos os lados.Nome: Santa Maria de Ossónoba, depois Santa Maria do Ocidente e depois Santa Maria Ibn Harun (ou Šanta Māria al-Hāarun)

Características: alargamento, densificação e consolidação do núcleo primitivo e regressão e densificação dos núcleos extramuros.

A invasão árabe da Península Ibérica inicia-se no ano 711 quando Tárique atravessa o Estreito de Gibraltar e vence as tropas de Rodrigo na Batalha de Guadalete, conquistando de seguida a capital do Reino Visigótico - Toledo. No ano seguinte, Muça ibne Noçáir comanda a segunda invasão, conquistando Sevilha e Ossónoba. Com ele vem um poderoso destacamento de árabes iemenitas, comandados por Al-Yamani, a quem é entregue o governo da Província de Ossónoba. A cidade sofre grandes destruições, em virtude também dos efeitos de vários sismos que ocorreram naquela altura.

A cidade que os árabes vão reconstruir tem por base a Vila-a-Dentro, que manterá a sua estrutura fundamental, se bem que densificada, adquirindo um traçado mais sinuoso - dois eixos, uma circular interior e uma área central a que correspondia apenas parte do actual Largo da Sé, mais concretamente, a zona situada entre o edifício da Câmara Municipal de Faro e a Sé Catedral, já que a restante área era ocupada por construções.

No local do antigo templo é construída a Mesquita principal, a uma cota de nível mais elevada (cerca de três metros acima).

Contudo, há investigadores que são da opinião que Ossónoba e Faro não têm relação nenhuma, sendo duas povoações distintas.

Extramuros opera-se uma regressão urbana dos seus arrabaldes, que se densificam, mantendo-se os dois núcleos já existentes anteriormente.