(R)Existências, Movimento Negro - 2019

Texto publicado no site em 8 de agosto de 2019:

Debate sobre Movimento Negro mobiliza estudantes, servidores e público externo

Depois do tema "Migrações", projeto (R)Existências teve discussão sobre colorismo negro e expressões culturais

O debate “Colorismo negro: pelos direitos das existências de todos os tons” trouxe reflexão e arte para a tarde desta quarta-feira (7 de agosto) no Campus Santos Dumont. Promovido pelo projeto de extensão (R)Existências, o evento reuniu referências de diferentes expressões do Movimento Negro e foi acompanhado por estudantes, servidores e público externo. Houve debate, mediado pela servidora do IF Iara Nascimento, poesia e dança.

Compareceram a professora e escritora Vanda Ferreira, o poeta Matheus de Araújo (autores dos livros Sentimentos e Maré Cheia, respectivamente), os representantes do Coletivo Vozes da Rua, de Juiz de Fora, Jhonathan Leandro, Gustavo Oliveira e Wenderson Marcelino (o Zangão) e o ex-vereador de Santos Dumont Luiz Papa. Parceiro do (R)Existências, o Conselho Municipal da Juventude de Santos Dumont, por intermédio de seus integrantes Maria Luiza Magalhães e Yuri Deslandes, mais uma vez participou da ação.

Para João Marcos Alves, estudante do 1º ano do curso técnico em Eletrotécnica integrado ao Ensino Médio, as expressões culturais são muito importantes. “A partir disso, pode surgir toda aquela conectividade, aquele diálogo de ideias, e aí você consegue se expressar melhor, mostrar mais de si e inspirar cada vez mais pessoas a fazerem o mesmo. Assim você acrescenta algo à sociedade, coloca suas opiniões, para que o mundo não seja todo cinza e tenha as cores de cada um de nós”, analisou.

João Marcos, aliás, foi um dos alunos que atuaram na preparação do cenário para o debate. O projeto Eu Extraordinário, coordenado pela servidora Iara Nascimento e do qual o estudante faz parte, exibiu mensagens e a imagem de personalidades e servidores negros em cartazes que ilustraram a importância da representatividade e da contínua luta por respeito e igualdade.

Sobre essa causa versou a escritora Vanda Ferreira, para quem a palavra tem um poder muito grande. “A ideia é quebrar o paradigma de que o negro só é bem-sucedido no futebol, na dança ou na música”, explicou, “pois ele pode ser autor, escritor, contador de histórias, poeta. Afinal de contas, Machado de Assis, um dos maiores escritores do mundo, era negro. Na contação de histórias, a oralidade e a leitura são muito presentes. É muito importante que um negro veja o outro em situações diferentes, numa página de livro, num personagem bem-sucedido”.