Exposição do Laboratório de Matemática para Educação Inclusiva

Texto publicado no site em 24 de outubro de 2018:

Laboratório de Matemática do IF Sudeste MG expõe trabalhos para Educação Inclusiva


O Laboratório de Matemática Pedagógico e Inclusivo é o novo espaço do Campus Santos Dumont do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). Os primeiros trabalhos à disposição de professores e estudantes já foram expostos na última sexta-feira, 19 de outubro, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do IF. Todos eles foram desenvolvidos por alunos do segundo período da Licenciatura em Matemática.

Trabalhos de Trigonometria foram adaptados a deficientes visuais, para que eles tivessem a percepção prática de conceitos importantes da disciplina, como o Teorema de Pitágoras e a Lei dos Cossenos. Jogos matemáticos para Educação Básica e cooperativos para estudantes surdos e com deficiência intelectual também foram elaborados.

O trabalho foi proposto pela professora Bia Possato e envolveu as disciplinas Educação Inclusiva, Psicologia, Trigonometria e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). A exposição foi, além de uma oportunidade de as comunidades interna e externa entenderem o funcionamento da Matemática, uma valiosa experiência para os futuros professores em ensino de pessoas com necessidades especiais.

Com descrições detalhadas em Braille (sistema de leitura para deficientes visuais), um dos trabalhos de Trigonometria ofereceu explicações teóricas e propôs um problema prático. “Primeiramente nós mostramos a eles o que é o triângulo retângulo e o que significa cada ângulo (em que foram utilizados diferentes materiais para diferenciar a hipotenusa dos catetos, por exemplo). No exercício, perguntamos sobre a altura de um prédio a partir de outras informações”, explicou o aluno Rafael Rodrigues, ressaltando que os dados disponibilizados em Braille e material em alto-relevo são suficientes para que um estudante deficiente visual tenha autonomia para resolver o problema.

Juliana Vitorelli foi uma das autoras do jogo πpódromo (Pi-pódromo), dedicado a crianças. “Cada estágio (cognitivo) do Piaget é determinado pelo que a criança consegue fazer de acordo com sua idade”, relatou Juliana, “e esse jogo é para crianças de cerca de sete anos, daquela fase pré-escolar em que eles já têm uma noção sobre os números. O jogo também é para que as crianças tenham noção dos próximos passos. Trabalhamos aqui a questão da sequência numérica, que é uma fase em que elas estão aprendendo contar. Uma característica muito forte nessa fase é que elas ainda não sabem retroceder. Por isso, optamos por trabalhar a reversibilidade, aquela situação de voltar algumas casas”.

O jogo desenvolvido pelo grupo do estudante Dener Ribeiro, o Save the Civ, é voltado a estudantes de 9º ano do Ensino Fundamental, com o cuidado de atribuir papéis a alunos com diferentes níveis de proficiência, para que todos tenham possibilidade de participar. “Esse jogo foi dedicado ao Pibid, em que estamos observando uma turma do Colégio Municipal São José. Na proposta, há um tsunami que pode destruir a cidade. A missão, por meio dos profissionais que moram na cidade (personagens do jogo), é construir uma proteção que consiga impedir isso”, detalhou Dener.

Para a professora de Matemática Michelle Oliveira, que atua em Juiz de Fora, a qualidade dos trabalhos expostos é excelente. “Vocês estão à frente de outros lugares, pela iniciativa do Laboratório mesmo, porque ensinar por meio de jogos, atividades e material manipulável é algo ímpar na visualização do entendimento do aluno. Além disso, você tem o retorno deles, pelo fato de prestarem atenção. Hoje não é mais possível captar a atenção do aluno apenas com quadro e giz”, analisou.


O Laboratório de Matemática será alocado na antiga Sala 15 do Campus Santos Dumont.