O chamado do monstro
O monstro sempre estava no sonho de João, um menino que sofria com seus problemas familiares, um deles era o câncer da mãe que tinha voltado. Ela fazia tratamento, mas ele não estava fazendo muito efeito. O menino nunca soube como acabava o pesadelo, que toda noite o perturbava. Nesses pesadelos havia os gritos, o desespero e o monstro que no início era uma árvore, mas se transformava em um enorme monstro e que vinha na direção da Ana, mãe dele. Mas ele ficava parado sem fazer nada, mesmo vendo a mãe quase caindo do abismo. E era nesse momento que ele sempre acordava. João acordou às 00:07, quando olhou para a janela viu um enorme monstro, feito de galhos e folhas. Coçou os olhos para ver se era verdade e era mesmo!
-João!-Disse uma voz forte que tremeu toda casa.
- Quem é você!?- Disse o menino com espanto, pois reconheceu o monstro.
– Quem eu sou, não importa. Eu vim aqui porque você me chamou. -Disse o monstro.
– Eu não me lembro de ter te chamado! -Disse o menino.
– Eu vim aqui para prepará-lo. -Disse o monstro.
– Preparar-me para o quê?
– Você virá comigo para uma aventura, essa aventura o ajudará a derrotar seus medos.
Uma neblina os cobriu e quando ela finalmente se desfez,eles estavam em uma terra desconhecida, cheia de dragões e monstros. O monstro disse:
– Vá e derrote todos eles.
– Eu não consigo! João sabia que aquilo se tratava de seus medos.
– Derrote-os! você consegue!- Disse o monstro.
O menino deu alguns passos e o mesmo sentiu uma força que não era dele próprio. Uma força que surgia de dentro . Ele começou a derrotar todos os monstro a sua volta.
– Vou te trazer amanhã nesse mesmo horário e você vai derrotar seu maior medo. -Disse o monstro.
Quando ele acordou, arrumou-se e foi para a cozinha procurar sua mãe, mas a mesma não estava lá. E só depois quando ela chegou em casa e encontrou o filho foi dizendo:
– Desculpa filho , você sabe o quanto esse tratamento me deixa cansada! Perdi a hora . -Disse a mãe , com olhar cansado.
– Não tem problema mãe! O menino pegou a maçã e sua mochila, saiu rumo à escola vendo sua mãe acenando pela janela. Quando chegou na escola, era a mesma coisa de sempre, era como se tivesse se tornando invisível, ninguém falava com ele. Esse distanciamento aconteceu porque Lily, sua ex melhor amiga, tinha contado para algumas pessoas o que a mãe de João estava passando. Essas pessoas contaram a outras e assim por diante.
À noite, já era 00:06 , faltava um minuto para o monstro chegar.
– Você está pronto ? - Perguntou o monstro.
– Sim ! - Respondeu o menino.
– O monstro que você vai derrotar hoje é o seu maior medo, a sua verdade. - Declarou o monstro.
– Não! Eu não consigo falar!-Disse ele com escorrendo as lágrimas no rosto.
– Sim, você consegue! Então fale. -Disse o monstro com uma voz de bondade.
Então ele começou a falar:
– Eu queria que tudo isso acabasse pois eu não suporto mais ver minha mãe assim! -Disse o menino enxugando as lágrimas. Ele perguntou:
– Ela vai morrer? Ela vai escorregar das minhas mãos igual no pesadelo , não é? Ele soubera disso, pois na noite anterior, tinha visto como o pesadelo acabava. O monstro não respondeu sua pergunta. Apenas foi embora sem dizer nada.
Ele ouviu sua mãe tossir e correu para o quarto.
– Filho, ligue para sua avó. -Disse a mãe.
Ele pegou o celular e ligou para a avó que logo chegou. Então João passou a noite sem notícia da mãe. De manhã , sua avó ligou do hospital chorando muito:
– Eu vou te pegar daqui alguns minutos para ver sua mãe.
– Tá bom. -Disse o menino.
Quando chegou ao hospital viu sua mãe com olhos fechados e a respiração muito cansada. Ele a abraçou quando ouviu a voz do monstro dizendo;
– Fale a verdade antes que seja tarde! Eu estou aqui com você.
Então João começou a falar com os olhos cheios d'água:
– Mãe, não quero que você vá embora! As lágrimas fluindo em seus rosto, primeiro aos poucos, depois jorravam como um rio.
– Eu sei meu amor!-Falou a mãe, com a voz pesada e embargada.-- Eu sei. Inclinou- se sobre a cama e pôs o braço para abraçar a mãe ternamente.
João embora abraçasse a sua mãe com força percebia que aos pouco ela partia. Fazendo isso, ele pôde finalmente deixá-la partir.
Autores: Giovanna Santos, Geovana Lima, Aryelle Cristina Braga. 8ºC