o primeiro pároco de riachão

Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro

(Primeiro Pároco da Freguesia de Nossa Senhora do Amparo do Riachão

Por José Renilton Nascimento Santos


Após a aprovação canônica da nova Freguesia de Nossa Senhora do Amparo do Riachão, foi nomeado pároco o Pe João Batista de Carvalho Daltro (1828-1910).

Natural de Simão Dias, onde nascera a 23 de junho de 1828, o Pe João Batista de Carvalho Daltro era filho de José Carvalho e D. Antônia Francisca de Jesus. Fez o ensino secundário no Liceu Sergipense, em São Cristóvão. Concluídos os estudos secundários entrou no Seminário da Bahia, sendo ordenado sacerdote em 1853.

Em 1856, assume a recém-criada Freguesia de Nossa Senhora do Amparo do Riachão onde permanece até 1870, quando assumiu a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto. Faleceu em 1910, na Fazenda Baixão (Simão Dias), sendo sepultado na Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto.

O Pe João Batista de Carvalho Daltro, enquanto pároco do Riachão, desenvolveu um profícuo trabalho. No início as dificuldades foram imensas. Entre as dificuldades enfrentadas estão a epidemia do cólera-morbo e as secas.

O Pe João Batista de Carvalho Daltro inicia seu vicariato, em 1856, quando o cólera-morbo grassava a Freguesia do Riachão. Comportou-se como “um verdadeiro apóstolo na salvação do povo.”⁵ Diante da situação,

teve que acalmar os ânimos, “inspirando-se nas lições do Evangelho e com frases consoladoras de caridade’, sensibilizou os fregueses a cuidar dos infelizes atacados pela peste. (COSTA & GOIS, 2011, p.32)

Outro flagelo vivenciado pela população da Freguesia do Riachão foi o das secas. A Província de Sergipe no período de 1855 a 1860 foi assolada pelas secas periódicas como se percebe no relato seguinte:

Os documentos da época referem-se aos anos de 1855, 1856 e 1857 como de grandes estios. Em 1858, dizia o Presidente da Província que “para maior calamidade depois da epidemia de 1855, seguiram-se dois anos nos quais as estações ocorreram muito irregulares, principalmente no ano próximo findo de 1857, a seca prolongou-se demasiadamente e só por si poderia ter produzido a penúria e falta de produção dos gêneros alimentícios. (ALMEIDA, 1978)


Em 1870, o Pe. João Batista de Carvalho Daltro foi transferido para a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, onde permanece como vigário até 1910, ano do seu falecimento.

Sucederam ao Pe. João Batista de Carvalho Daltro, os padres Antônio Alves da Fonseca (1870-1872), Manoel Felício de Miranda Lima (1872-1874), José Antônio de Vasconcelos (1874-1880) e Feliciano Francisco dos Santos Andrade. São vigários encomendados de cujos vicariatos não encontramos registros em Livro de Tombo. A passagem dos mesmos pela Freguesia é registrada apenas nos livros de Assentamento de Batismos, Óbitos e Casamentos.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Maria da Glória Santana de. Estrutura de Produção: a crise de alimentos na Província de Sergipe (1855-1860). In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Nº 27. 1965-1978.

COSTA, Avani Gama Menezes & GOIS, Mariana Emanuelle Barreto de. Daltro no Riachão: entre o cholera morbus e o flagelo da seca. In: SANTOS, Claudefranklin Monteiro (org.). Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro: Apontamentos e fragmentos bibliográficos. Lagarto: Prefeitura Municipal, 2011. p. 32.