a emancipação política

Comendador João Dantas Martins dos Reis


Por José Renilton Nascimento Santos


A emancipação política de Riachão do Dantas ocorreu em 9 de maio de 1870. A Resolução nº 888 elevou a Freguesia de Nossa Senhora do Amparo à categoria de Vila com a denominação de Riachão. Com este ato, cria-se o município de Riachão, desmembrando-o do município de Lagarto.

Anteriormente, outra Resolução havia emancipado o nosso município. Foi a Resolução nº 666, de 23 de maio de 1864. Todavia, por motivo político, a Resolução nº 730, de 15 de maio de 1865, revogou a lei anterior. A Freguesia de Nossa Senhora do Amparo voltou a pertencer ao município de Lagarto.

O motivo político acima aludido foi a subida do Partido Liberal ao poder. Os liberais, adversários do Cel. João Dantas Martins dos Reis, conseguem a revogação do ato emancipatório. Com a subida dos conservadores ao poder foi, finalmente, restabelecido o município de Riachão em 1870. Liberal e Conservador eram os partidos políticos do Segundo Império. Eles se revezavam na presidência do Conselho de Ministros, constituindo ora gabinetes liberais, ora gabinetes conservadores.

No processo emancipatório de Riachão do Dantas, convém ressaltar a influência e atuação do Coronel João Dantas Martins dos Reis, um dos líderes do partido Conservador em Sergipe. Conheçamos um pouco de sua biografia.

O Cel João Dantas Martins dos Reis


nasceu [no engenho] Camuciatá, município de Itapicuru, a 18 de maio de 1830. [Era filho de João Dantas dos Reis e Mariana Francisca da Silveira Dantas.] Fez os primeiros estudos em Jeremoabo e na Estância. Em 1851, já casado com D. Mirena da Silveira Carvalho, constitui o engenho Fortaleza. (...)

Desde cedo militou na política da Província de Sergipe. Foi o grande batalhador pela autonomia de Riachão. Membro do Partido Conservador, exerceu cargos de representação no Lagarto e no Riachão (Vereador, Presidente da Câmara Municipal, Juiz de Paz, Suplente de Juiz Municipal, delegado de polícia).


Foi Deputado Provincial nas legislaturas de 1856-57, 1860-61, nas de 1870 a 79 e finalmente de 1882 a 1887. Ocupou a Presidência da Assembléia Legislativa por várias vezes. Foi Vice-Presidente da Província, nomeado em 1.º de setembro de 1855. Por duas vezes exerceu a Presidência da Província de Sergipe (19 de setembro a 27 de outubro de 1855 e de 5 a 19 de março de 1888).


Pelos serviços prestados por ocasião do cólera morbus (1855-56) foi agraciado pelo Governo Imperial com o Oficialato da Ordem da Rosa (1859).


Mais tarde (1871) foi promovido na mesma Ordem ao Grau Comendador.

Faleceu no seu engenho Fortaleza a 14 de outubro de 1890.

Era Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional em Lagarto. (FONTES, 1992. p. 139-140)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FONTES, Arivaldo Silveira. Figuras e Fatos de Sergipe. Porto Alegre: CFP SENAI de Artes Gráficas Henrique d’Ávila Bertaso, 1992.