Simpósios de comunicações

(Duração - 1h30)

Sábado, 4 de novembro de 2017

Simpósio de comunicações D - 1.º e 2.º CEB

Moderador: Renata Carvalho

CO1 - O conhecimento prévio como ponto de partida para o estudo dos gráficos

Adriana Ferreira e Dárida Maria Fernandes, Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto

A presente comunicação explora uma unidade didática no domínio Organização e Tratamento de Dados, que se desenvolveu em contexto de Prática de Ensino Supervisionada no Mestrado em Ensino dos 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto.

A ação ocorreu numa Escola Básica e Secundária - TEIP do distrito do Porto, numa turma de 6.º ano, envolvida num projeto de âmbito social denominado “Qualificar Para Incluir” (QPI). Considerando a importância desta iniciativa na vida das crianças concebeu-se uma cadeia de tarefas contextualizadas, a fim de motivar os estudantes para os conteúdos a explorar.

Deste modo, iniciou-se a recolha de dados diretamente na turma em causa e numa outra também incluída no projeto (recorrendo às tecnologias, através da visualização de um vídeo), para a seleção de um local real para passarem as férias no âmbito do QPI. No momento de desenvolvimento recorreu-se ao conhecimento prévio dos estudantes e à tecnologia para registarem e refletirem individualmente e em grupo, sobre as produções que desenvolveram autonomamente.

Os estudantes apresentaram um pensamento divergente, criando diferentes propostas de representação dos dados, o que demonstra um conhecimento ainda inconsistente e pouco aprofundado. As metodologias de abordagem, como a contextualização, o acompanhamento individualizado e o recurso às tecnologias (vídeo, telemóvel, computador, projetor) resultaram num envolvimento e participação muito produtivos, revelando aprendizagens mais significativas e relacionais. Tudo indica que esta proposta didática, que pressupôs uma escolha criteriosa de tarefas, se apresentou como eficaz e coerente, potenciando aprendizagens matemáticas com sentido.


CO2 - A integração da História da Matemática no ensino da Matemática

Verónica Sampaio da Silva, Ana Paula Aires e Paula Catarino, Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

A inclusão da História da Matemática (HM) no ensino da Matemática proporciona ao professor uma nova metodologia de trabalho e motiva os alunos (Souza, Victer, & Lopes, 2013). De facto, a HM ajuda o processo de ensino e de aprendizagem da Matemática, pois, ao terem conhecimento de como surgiram os conceitos matemáticos e percebendo a sua ligação às necessidades sociais e culturais dos povos, os alunos apreenderão melhor tais conceitos, dando sentido à aprendizagem matemática. Além disso, e tal como Verschaffel, Greer, Van Dooren e Mukhopadhyay (2009) defendem, às vezes há a sensação de que a Matemática ensinada está distante do quotidiano, pelo que a HM possibilitará criar uma relação rica entre esses dois polos, levando os alunos a vivenciar e questionar o saber. Surge o apego à construção desse saber, a aprendizagem torna-se menos abstrata, havendo uma maior motivação dos alunos e uma melhor apreensão dos conceitos. Neves (2007) destaca o facto de se levar o aluno aos poucos a construir os conceitos matemáticos, proporcionando a interpretação dos obstáculos que surgiram e como foram ultrapassados. Nesta comunicação pretendemos mostrar a pertinência desta metodologia, apresentando uma proposta de intervenção no 5.º ano do 2.º Ciclo do Ensino Básico composta por duas tarefas onde a HM é usada como meio facilitador para a aprendizagem da Matemática. Esperamos que esta proposta possa ser útil aos professores que, como nós, acreditam nas potencialidades desta ferramenta.


CO3 - A Matemática e a Educação Financeira em contexto lúdico: estudo exploratório

Maria Santos e Dárida Maria Fernandes, Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico do Porto

Esta comunicação tem como objetivo partilhar dados resultantes do estudo exploratório em contexto lúdico e de aprendizagens matemáticas não formais com crianças e jovens do 1.º e 2.º CEB, numa perspetiva inclusiva e de educação para(com) cidadania. Este projeto decorre em horário não letivo (aos sábados) em sessões realizadas nos empreendimentos de habitação social onde as crianças habitam. Neste sentido, trata-se de um público-alvo específico que pertencem a famílias mais fragilizadas sob o ponto de vista económica e socio-cultural do Município de Vila Nova de Gaia.

Este estudo exploratório foi desenvolvido de maneira a compreender o impacto das sessões “Divertir com o Dinheiro” na vida pessoal e académica das crianças. Neste projeto não se trabalha apenas conhecimento mas também a construção de expectativas elevada pessoais e académicas em toda a comunidade, inclusive nos seus encarregados de educação. Deste modo, as crianças e os jovens foram desafiados a construir conhecimentos matemáticos no âmbito dos domínios Números e Operações e Geometria e Medida, mas também a potenciar o desenvolvimento de conceitos relacionados com a Educação Financeira. Para isso, foi realizado um percurso de aprendizagem em que os materiais didático-pedagógicos, as tarefas como a visita a supermercados foram fundamentais não só para o envolvimento das crianças neste projeto, mas também para estimular o gosto pela Matemática. No final deste trajeto há indícios que as atividades diferenciadas em contexto não formal estimulam o gosto pela Matemática, um maior sentido de pertença à comunidade e o desenvolvimento de pensamentos e atitudes consumeristas na sociedade.


CO4 - Apps for Good – Apps que mudam o Mundo

Matilde Buisel e Paula Fernandes, CDI Portugal / Apps for Good

O Apps for Good consiste num programa educativo cujo principal objetivo é fazer emergir uma nova geração de empreendedores que consigam criar soluções tecnológicas inovadoras para resolver problemas sociais.

A operacionalização do projeto decorrerá ao longo do ano letivo, onde professores (de todas as áreas disciplinares) e alunos têm acesso a conteúdos online que tem por base uma metodologia de projeto de 5 passos. Para apoiar no desenvolvimento do projeto, os participantes têm acesso a uma rede de especialistas que se ligam online à sala de aula, para prestar todo o apoio de esclarecimento de dúvidas. O modelo de implementação poderá ser em regime curricular ou extracurricular. No final do projeto, as escolas poderão optar por participar na nossa competição que está dividida em duas fases: Encontros Regionais – semifinais em que todos os alunos são convidados a ir a Marketplace e a fazer o seu pitch – e Evento Final – onde são premiadas as melhores soluções. Relativamente ao acompanhamento e suporte aos participantes, garantimos formação creditada aos professores, visitas às escolas e apoio à distância.