Conferências Plenárias
(Duração - 1h)
(Duração - 1h)
Ana Paula Canavarro, Universidade de Évora
Nível de escolaridade: Geral
O século XXI já esgotou 17% da sua duração. Este novo século foi portador de assinaláveis mudanças que todos vamos experimentando em diversos domínios mas na escola, e na matemática em particular, há ainda muita reflexão e ação por fazer, parecendo inevitável a espera pelo movimento de arrasto que, por definição, está sempre atrasado… No entanto, os objetivos do ensino da Matemática adequados aos novos tempos têm sido discutidos e reformulados e a investigação em educação matemática tem revelado ideias poderosas e consistentes que contribuem para que os alunos sejam bem sucedidos na aprendizagem da Matemática, em especial na que atualmente é visada. Esta conferência assume como princípios basilares que a Matemática é para todos e que a Educação é equitativa, duas ideias que encontram ainda fortes obstáculos na nossa sociedade, e apresenta e discute propostas para práticas de ensino de qualidade da Matemática que são promotoras do sucesso de todo/as e cada um/a dos alunos. Estas propostas de práticas são ilustradas com exemplos concretos de situações e sala de aula dos primeiros anos, nomeadamente no que diz respeito a seleção de tarefas, uso de representações, construção de um discurso matemático com questões intencionais ... mas não só.
Andreia Hall, Universidade de Aveiro
Nível de escolaridade: Pré-escolar
A matemática pode ser considerada como uma ciência que nos permite encontrar estruturas e padrões que nos ajudam a compreender o mundo à nossa volta. Estruturas e padrões são também fundamentais nas artes e portanto não é de estranhar que a matemática e as artes se relacionem desde há muitos séculos. São inúmeros os artistas que procuram na matemática motivação para os seus processos criativos e por vezes uma obra de arte serve de motivação para o raciocínio matemático. Neste contexto a geometria assume um papel preponderante e proporciona inúmeras oportunidades para trazer para a sala de aula, no ensino básico e secundário, interligações entre a matemática e a arte.
Nos últimos anos temos realizado diversas atividades com crianças e professores de vários níveis de ensino. Nelas procuramos estimular o gosto pela matemática e desenvolver diferentes capacidades, desde o raciocínio matemático até à criatividade em geral. Acreditamos que este tipo de atividades, contribui não só para uma formação mais completa dos alunos, mas também para tornar o processo de ensino/aprendizagem mais estimulante.
Nesta comunicação iremos apresentar uma seleção de trabalhos resultantes destas atividades. Uma parte dos trabalhos foi realizada por alunos do 1º e 2º CEB. Outra faz parte de um projeto de edição e encenação de histórias com matemática, destinado a crianças a partir dos 5 anos. Outra ainda foi realizada por professores e educadores de infância em ações de formação contínua na Universidade de Aveiro.
Lina Brunheira, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação
Marisa Gregório, Agrupamento de Escolas Marquesa de Alorna
Nível de escolaridade: 1.º e 2.º CEB
No nosso quotidiano lidamos permanentemente com o processo de classificação. Basta uma ida ao supermercado para percebermos isso – vamos procurar o champô na área da higiene e o peixe à peixaria, a não ser que seja congelado o que implica procurá-lo noutra secção, já que o mesmo produto pode ser classificado de modos diferentes, o que importa são os atributos que estamos a considerar como relevantes. Na verdade, a classificação é um processo que corresponde a uma conquista intelectual importantíssima para o desenvolvimento humano, presente nas mais diversas atividades e com o qual parecemos lidar naturalmente. Contudo, a classificação de objetos geométricos coloca-nos desafios assinaláveis, particularmente a classificação hierárquica. É sobejamente conhecido que muitos alunos têm dificuldade em aceitar que um quadrado seja um retângulo, uma reação que se estende a outras figuras. Contudo, além de desafiante, a classificação de figuras geométricas é um processo de raciocínio bastante poderoso. O programa de matemática do ensino básico propõe que logo no 1.º ciclo as crianças reconheçam que os quadrados são losangos e retângulos e, no espaço, que os cubos e os paralelepípedos retângulos são prismas retos. Mas mais do que enunciar estas relações sem compreensão, o que é relevante é a própria atividade de classificar, a qual promove a análise das figuras, a compreensão do que têm de comum e de diferente e a produção de argumentos que justifiquem a pertença a cada classe.
Nesta conferência iremos apresentar propostas de trabalho com foco na classificação de figuras do plano e do espaço, bem como analisar alguns exemplos que ilustram os desafios e as oportunidades que se oferecem ao professor neste tipo de atividade.