Simpósios de comunicações

(Duração - 1h30)

Sábado, 4 de novembro de 2017

Simpósio de comunicações B - Educação Pré-Escolar e 1.º CEB

Moderador: Margarida Abreu

CO1 - Oficina de grandezas e medida – Uma proposta criativa

Marta Afonso e Fátima Regina Jorge, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco

A educação matemática das crianças constitui uma preocupação social da maior importância, relevando-se a necessidade do professor criar e implementar estratégias de ensino/ aprendizagem, motivadoras, adequadas ao grupo alvo e promotoras de aprendizagens significativas.

Na comunicação será apresentado uma investigação-ação desenvolvida nas Práticas de Ensino Supervisionadas, com um grupo de crianças com 5 anos e uma turma de 1.º ano. O estudo tomou como pressuposto que a realização de atividades num contexto de Oficina Criativa de Medida (OCM) proporciona um ambiente motivador para a aprendizagem, contribui para a integração curricular e para o desenvolvimento de competências de medição. Assim, foi nosso objetivo: evidenciar o valor das atividades realizadas na OCM para a aprendizagem de conteúdos curriculares do domínio da Medida.

A OCM, entendida como um contexto didático com carácter móvel e suscetível a despertar a curiosidade e a expectativa dos alunos, requereu a conceção de tarefas de natureza prática e/ou exploratória apropriadas à abordagem de diferentes atributos mensuráveis dos objetos e respetivos processos de medição.

Propomo-nos apresentar alguns dos recursos didáticos desenvolvidos, os principais resultados obtidos e apresentar as conclusões do estudo. Estas apontam o potencial da OCM para evidenciar a utilidade da matemática na vida quotidiana, promover o interesse dos alunos e estimular aprendizagens ativas e significativas.


CO2 - O pensamento algébrico em crianças do pré-escolar: os padrões de repetição

Paula Serra, Externato “O Poeta”

Para muitos, a palavra álgebra surge associada a fórmulas e equações, a letras e símbolos que são manipulados e apenas trabalhados em níveis de ensino elevados levando os próprios professores a pensarem que o pensamento algébrico não deve ser promovido cedo. O trabalho com padrões no pré-escolar potencia o desenvolvimento do raciocínio lógico, que servirá de base para o trabalho com outros conteúdos matemáticos fornecendo uma base sólida para a aprendizagem futura da álgebra sendo vários os investigadores que consideram que a álgebra deve iniciar-se pelo estudo de padrões logo desde o jardim-de-infância.


CO3 - Origamis no 1.º Ciclo do Ensino Básico: desafios e dificuldades

Daniela Mateus, Fátima Regina Jorge, Paulo Silveira, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco

A realização de atividades de cariz lúdico (que dá prazer), ainda que dependam da perspetiva do professor face ao ensino do tema, estimulam e fomentam a aprendizagem de noções matemáticas. É neste sentido que surge o Origami, o qual encerra um grande potencial na promoção de aprendizagem da matemática aos níveis concetual, atitudinal e de desenvolvimento de capacidades transversais. Destaca-se, a título ilustrativo, que pode promover o envolvimento ativo dos alunos nas aprendizagens, a motivação, a cooperação, a autoestima e a entreajuda, bem como desenvolver a motricidade fina e óculo-manual, o raciocínio abstrato e a concentração.

Na comunicação propomo-nos apresentar um estudo de investigação-ação conduzido numa turma de 2.º ano do 1º. CEB, constituída por 28 alunos, norteado pela seguinte questão problema: “A realização de atividades envolvendo Origami motiva as crianças e fomenta a aprendizagem de noções matemáticas no 1.º CEB?” Neste sentido, explorámos vários conceitos com recurso a Origami, tais como: frações (½, ⅓ e ¼), tabuadas (do 2, 3, 4, 5 e 10). Apesar de algumas dificuldades iniciais na execução das construções, estas foram ultrapassadas com a entreajuda entre os alunos, tendo-se constituído como um desafio superado. Concluímos que as aulas em que se recorreu ao uso de Origami, estimularam e motivaram os alunos para a aprendizagem, criando um espaço de enorme fruição, promotor de aprendizagens significativas.


CO4 - Uma Experiência de Iniciação à Programação no Ensino das Ciências e da Matemática

Raquel Santos e Marisa Correia, Escola Superior de Educação de Santarém

A dinamização de tarefas de iniciação à programação e à robótica no 1.º Ciclo do Ensino Básico, através da realização de projetos contextualizados, promove a literacia digital e o pensamento computacional, consideradas hoje competências essenciais. Adicionalmente, contribui para a motivação e a criatividade dos alunos, promove o desenvolvimento de competências para a resolução de problemas do mundo real e impulsiona a aprendizagem de diferentes áreas curriculares. Neste contexto, foi realizada uma tarefa no âmbito da formação inicial de professores com o objetivo de capacitar estes futuros profissionais de educação com competências que lhes permitam conceber tarefas e estratégias de utilização de ferramentas de programação, que articulem o pensamento computacional com áreas curriculares do Ensino Básico. Assim, nesta comunicação apresentamos a experiência de uma aula aberta, onde estudantes de mestrados que habilitam para o ensino e da licenciatura em Educação Básica tiveram oportunidade de explorar uma proposta didática, mobilizando conhecimento de Ciências e de Matemática, no ambiente de programação Scratch 2.0.. Apresentamos também as respostas destes participantes a um questionário realizado com o objetivo de perceber a sua perspetiva de utilização de Scratch como alunos e como futuros professores.


CO5 - Álgebra entre Pontes – azulejos que unem a história e a matemática

Ana Raquel Nunes, Dárida Fernandes, Ana Oliveira e Sara Amorim, Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico do Porto

Os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto e as pontes que ligam estas duas cidades tornaram-se num contexto inspirador para se investigar e criar propostas educativas para crianças do 1.º Ciclo do Ensino Básico. O quotidiano entrou na sala de aula de crianças do 2.º e 4.º anos de escolaridade e motivou-as para a aprendizagem da Matemática. Os padrões existentes nos locais históricos das duas cidades serviram de base à criação de uma trajetória de aprendizagem matemática, numa sequência didática com sentido para crianças do 1º. Ciclo do Ensino Básico. Deste modo, procurou-se divulgar a beleza do património cultural e arquitetónico existente na região desenvolvendo-se competências sociais e culturais, numa perspetiva holística do conhecimento e do mundo que rodeia a criança, numa ligação inter e transdisciplinar a outras áreas curriculares, como ao Estudo do Meio, à Matemática e ao Português.

O tema em estudo situou-se na Álgebra em contexto, na observação e posterior criação de frisos e padrões presentes nos azulejos das paredes destas cidades. Procurou-se desenvolver a capacidade de olhar/observar da criança, reconhecendo que, muitas das vezes, a melhor lente da nossa vida, os nossos olhos, não é utilizada da melhor forma, isto é, foca-se em visões gerais que não são aprofundadas ao longo das aprendizagens que efetuamos na vida escolar. É esta essencialidade da comunicação: divulgar e partilhar de forma reflexiva a pesquisa realizada, baseada na utilização ou conceção/criação de elementos para construir frisos e padrões que decoram e dão brilho a estas duas cidades sobranceiras do rio Douro e os resultados da implementação em aprendizagens formais com crianças do 2.º e 4.º anos de escolaridade.