Cabe considerar que as respostas do aprendiz às propostas oferecidas a ele nortearão seu fazer docente. Todavia, saber aonde se quer chegar é fundamental para seu planejamento.
1- Que metas foram estabelecidas?
2- Como o aprendiz participou e/ou influenciou a definição dessas metas?
3- Que estratégias serão utilizadas para atingi-las?
4- Em algum momento, essas estratégias foram modificadas (ou poderão ser modificadas) de acordo com a necessidade do aprendiz? Se sim, por que e de que forma?
5- Como possibilitar ao aprendiz formas para que expresse e/ou comunique o que sabe e o que deseja aprender?
6- De que forma o progresso do aprendiz será monitorado?
Onde se quer chegar: a partir das perguntas direcionadas ao professor, os seguintes aspectos foram considerados: metas, objetivos e o aluno como protagonista do processo de aprendizagem. A partir desse eixo, o professor pode pensar seu planejamento, tendo em vista os objetivos traçados e a intencionalidade de seu trabalho para atingi-los. Cabe também nesse eixo, o monitoramento do progresso do aprendiz, através da avaliação do docente e da autoavaliação do aluno.
No que diz respeito ao planejamento, o professor pode, a partir do DUA, construir uma prática pedagógica acessível, através de meios alternativos e variáveis, já que suas diretrizes
[...] não pretendem ser uma receita, mas um conjunto de sugestões que podem ser aplicadas para reduzir barreiras e maximizar as oportunidades de aprendizado para todos os estudantes. Elas podem ser combinadas de acordo com objetivos específicos de aprendizagem [...] (CAST, 2018, on-line, tradução nossa).
Além disso, o DUA propõe o desenvolvimento de um currículo flexível e aberto aos diferentes estudantes, procura minimizar as barreiras metodológicas de aprendizagem, tem como principal objetivo tornar o currículo acessível para todos os alunos, possibilita ao professor a utilização de diversos meios de representação, e ao aprendiz, diferentes modos de envolvimento, ação e expressão. O que, segundo Meyer, Rose e Gordon (2014), são pontos fundamentais para promover o desenvolvimento dos educandos, já que os motiva a aprender e o tornam participantes desse processo.
Acerca da avaliação, Meyer, Rose e Gordon (2014) relatam que, para que ela seja eficaz, é necessário:
- Ser contínua e focada no progresso do estudante, de forma que forneça uma visão abrangente dele e dê pistas aos professores sobre a eficácia da instrução, para que seja possível realizar ajustes. Sugere-se a autoavaliação do aluno como possibilidade para que o docente acompanhe seu desenvolvimento. Na autoavaliação, em vez de esperar que o professor avalie seu sucesso ou fracasso, o próprio aprendiz monitora e avalia sua evolução, desta forma ele aprende a planejar para alcançar seu objetivo. Os autores explicam que uma das causas para a perda de motivação do discente está ligada ao fato de que ele não reconhece seus próprios avanços.
- Medir tanto o produto, como o processo, de maneira que não se considere apenas o que o aluno aprende, mas como ele aprende e em quais condições aprende melhor. É importante verificar a interação do estudante, ou seja, quais estratégias ele utiliza, o que o motiva e a que pistas ele corresponde, assim como sua interação com o conteúdo, ou seja, que conteúdos e/ou atividades são mais envolventes para ele, que formas de apresentação lhe são mais úteis e quais intervenções e/ou mediações o ajudam a desenvolver habilidades.
- Ser flexível e não fixa, considerando as redes de reconhecimento, estratégicas e afetivas, citadas no capítulo 3. Nessa conformidade, não se pode considerar apenas um tipo de resposta, cumpre proporcionar oportunidades múltiplas, através de diversos meios, para que o aluno possa demonstrar suas habilidades e expressar-se.
- Ser construtiva e relevante, tendo o objetivo de “medir” o construto, em outras palavras, que permita ao professor observar, analisar e entender os sentimentos, valores ou emoções que podem influenciar a aprendizagem. Aqui um ponto é considerado importante para observação do educador: a interação do aluno com um estímulo, problema, pergunta ou tarefa. A partir disso, o estudante produz uma resposta, que é observável e mensurável pelo docente e que será um indicador do conhecimento, compreensão ou domínio do discente sobre o construto.
- Informar e envolver ativamente o aluno, possibilitando a discussão e troca entre ele e o professor, que pode criar condições para que o aprendiz possa ser ativo na busca e identificação de seus interesses e habilidades, o que contribui para que se esforce e persista em seus objetivos. Além disso, esse envolvimento também pode ajudar o educando a definir suas metas e monitorar seu próprio progresso, com a intenção de que seja responsável por sua aprendizagem, dessa forma ambos compreendem melhor que objetos de aprendizagem, métodos e materiais funcionam melhor. Ainda sobre a avaliação, reforça-se que
Dominar as habilidades ou alcançar marcos padronizados específicos não são as únicas medidas para ser um aluno bem-sucedido. A experiência de aprendizagem não pode ser medida simplesmente pela avaliação de competências e resultados em um único momento, porque a aprendizagem é um processo de contínua mudança e crescimento (MEYER; ROSE; GORDON, 2014, p. 15, tradução nossa).
Quando a avaliação parte de um processo contínuo, garantindo a flexibilidade e considera a variabilidade dos alunos, é mais eficaz e tem maior probabilidade de exprimir o que o estudante sabe.