"Instrumento orientador para a construção do processo educativo com base no Design Universal para a Aprendizagem: da sondagem à avaliação"
O problema da pesquisa que envolveu o desenvolvimento desse produto educacional coloca em questão a medicalização da educação no campo da inclusão escolar, problematizando o uso do diagnóstico médico neste processo. Partiu dos desafios enfrentados na constituição da abordagem inclusiva, no sentido do reconhecimento e respeito à variabilidade de aprendizes nos termos do Design Universal para Aprendizagem. Objetivou compreender o processo de medicalização na escola a partir do uso e da dependência do diagnóstico no planejamento da abordagem pedagógica inclusiva. Propõe-se ressignificar a relação estabelecida entre a educação e a saúde, buscando respostas pedagógicas às situações que a escola e seus professores julgam não estar capacitados para solucionar. Os resultados da pesquisa apontam que, se o acesso ao diagnóstico nem sempre indica à escola o caminho a seguir e, tampouco, soluciona os problemas de rendimento escolar, faz-se necessário que a escola afirme o seu papel pedagógico, validando o saber do professor que, por meio de abordagem curricular acessível, pode fazer diferença no desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos. Propõe-se, ainda, o trabalho com o Desenho Universal para Aprendizagem, reconhecendo-o como estratégia que pode apoiar os professores em suas práticas inclusivas, tanto por meio do instrumento como por meio de sua prática que pode ser qualificada através do processo formativo.
Esse instrumento pretende permitir que o professor registre informações advindas tanto de suas observações, como de sua intervenção a respeito dos alunos, do meio que representa a sala de aula e do coletivo existente nesse ambiente. O objetivo desse registro é que o docente possa refletir acerca de suas próprias observações e buscar por possibilidades que beneficiem os discentes em suas necessidades.
Desse modo, o docente estará validando sua prática pedagógica e fundamentando sua ação no contexto da sua sala de aula, sem necessitar do diagnóstico, que agora é possível afirmar: não irá contribuir ou auxiliar.
O instrumento pedagógico foi delineado para que possa ser revisitado constantemente pelo educador que fizer uso dele no decurso do ano letivo e também pelo professor do próximo ano. Dessa forma, o instrumento trará consigo o percurso do aluno, que se torna protagonista da ação do professor.
Nas abas destinadas aos eixos, apresenta-se a proposta do instrumento orientador. Nela está presente todo o seu conteúdo. Entretanto, seu formato ainda não se apresenta na versão final, posto que, este será digital. Esclarece-se que, na versão digital, alguns campos serão acrescentados, para que se possa garantir a inserção de documentos e informações referentes ao aluno, bem como o registro do professor.
Para elucidar o que será objeto de registro desse instrumento:
Investigação sobre o aluno;
Investigação sobre a turma;
Planejamento do professor;
Foco do trabalho com o aluno;
Intervenções;
Estratégias;
Percurso do aluno;
Avaliação;
Autoavaliação.
Pontos considerados para a definição de seu formato:
Formato digital;
Possibilidade de inserção de arquivos (documentação pedagógica);
Possibilidade de inserção de fotos com campo para legenda;
Armazenamento de informações por ano.