Caro professor, por meio deste instrumento, que tem como base o Design Universal para Aprendizagem (DUA), intencionamos que, antes de tudo, você se aproxime do aluno, de modo que possa conhecer suas habilidades, potencialidades, interesses, dificuldades e necessidades.
Estar com o outro tem a ver com quem é o outro, esse desconhecido, esse enigma, que tenho de decifrar, para saber quem ele é e que vai sendo desvelado, reconhecido na medida em que se constrói entre nós uma relação, um vínculo responsável por nossa constituição como seres que não se repetem e pela construção de identidades móveis, voláteis, não fixadas, nem de fora e nem de dentro de nós mesmos (MANTOAN, 2004, p. 1).
À medida que você se propuser a decifrar seu aluno, como propõe Mantoan (2004), será possível considerar sua singularidade e viabilizar o diálogo entre as diferenças que constituem a sala de aula, de forma a construir um coletivo participante, assim como propõe o DUA. Portanto, também se faz necessário considerar que:
As diferenças individuais em nossos cérebros não são inatas ou fixas, mas desenvolvidas e maleáveis, e o contexto tem um enorme impacto. Esta é a melhor notícia ainda para os educadores que têm a oportunidades de proporcionar ambientes que facilitem o crescimento positivo, ou aprendizado, para todos os alunos.[1] (ROSE; MAYER; GORDOM, 2014, p.45)
A partir daqui, consideremos que olhar para o educando não significa ver apenas as marcas que ele traz consigo, aquelas que geralmente estão relacionadas àquilo que representa um problema, visto que, caminhar sob esta ótica é mais difícil, pois torna-se algo sem perspectiva ou passível de não ser resolvido. A intenção, todavia, não é resolver, mas, sim, buscar caminhos que contribuam e vislumbrem possibilidades. Daí a importância de saber mais, buscar conhecer, sondar. A ideia é, a partir de um olhar atento, saber além daquilo que já está posto como um problema.
Diante disso, pensando no contexto da sala de aula, colocamos algumas questões para reflexão: Qual é a nossa direção? De onde partimos? Aonde queremos chegar?
O ponto de partida, como já dito, não deve ser o problema. Partir de onde o aluno está deve ser o nosso anseio e, para isso, é preciso conhecê-lo. Saber de que ponto partir presume dar continuidade a um processo que já se iniciou na própria escola, em casa, nas relações com o meio e com o outro. Ainda que o ponto de partida esteja determinado, precisamos saber, também, aonde queremos chegar, sem subestimar ou projetar o mínimo, para isso, precisamos, indispensavelmente, planejar, sabendo que o caminho não é o mesmo para todos.
Isso posto, propomos a busca por informações a respeito do aluno, pois acreditamos que “Investigar para conhecer e conhecer para agir são dois algoritmos básicos para a produção de resultados satisfatórios” (LUCKESI, 2011, p. 149, grifo do autor).