“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. Pelo que, os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Salmos 1)
Andar a pé constitui um dos melhores exercícios físicos que as pessoas, de qualquer idade, podem realizar, para manter e prolongar a sua saúde. Caminhar é, a outro nível, realizar o percurso de vida, um passo de cada vez.
A vida é uma jornada que requer sabedoria, dedicação, coragem e persistência. Ser sábio é considerar os padrões de Deus como a base sólida para a construção da nossa vida, uma vez que foi Quem planeou a própria vida humana e, ao nascermos, no-la concedeu. Por isso, não é absolutamente nada descabido afirmarmos que, devemos ter como padrão, critérios para a nossa existência, os critérios divinos.
A Bíblia é a Palavra de Deus, completa, perfeita e que, jamais, perderá o seu papel de revelar o Deus verdadeiro, a Sua vontade para a vida do homem e o Seu amor por nós, na pessoa de Jesus Cristo. O caminho de que a Bíblia fala é um exercício dinâmico de fé. O sucesso não depende das qualidades naturais; antes, do poder, liderança e controle de Deus, na nossa vida, através do conhecimento da Sua Palavra e da obediência. David disse: “O Senhor firma os passos do homem bom, e no seu caminho se compraz” (Salmos 37:23). No Salmo 119:133, lemos: “Firma os meus passos na tua palavra, e não me domine iniquidade alguma.”
O nosso caminho é a forma como vivemos, a forma como agimos, a forma como nos conduzimos. A nossa vida pode comparar-se a uma peregrinação. Se houver diferentes objetivos, escolhas completamente diferentes serão feitas.
Se houver apetite pela “posse”, este influenciará a busca de riqueza, de poder, e o acúmulo de bens. Quantas pessoas conhecemos que, com a maior facilidade, trocam a sua integridade pelo dinheiro! Todo aquele que não olha aos meios que usa para atingir os fins, não segue no caminho de Deus. “O Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Salmos 1:6). É este o destino dos ímpios que integram este grupo. Também no livro de Provérbios, a Palavra nos diz, “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” (14:12).
A Bíblia aconselha-nos a sabermos valorizar aquilo que é, realmente, valioso. Também nos aconselha a fazermos sábias escolhas. O valor da vida do homem não consiste nem na quantidade nem na qualidade dos bens terrenos que possui. Há tesouros supremos e eternos que somente a fé permite contemplar, realidades eternas, que não se esgotam na meia dúzia de dias que passamos aqui no planeta Terra. A Bíblia exorta-nos a procurarmos tais tesouros.
Assim, o caminho que seguimos, resulta das decisões que tomamos, dia após dia. Ao padrão que define a forma como vivemos, damos o nome de “modo de vida”. Não seguimos, todos, o mesmo e, alguns, até, o seguem de forma deficiente, por vezes inconscientemente. O Salmo 1 traz-nos, da parte do Mestre dos mestres, uma lista de três padrões incorretos, que podem comprometer o sucesso da nossa vida:
Ouvir o conselho do ímpio (v.1). O homem de Deus dá ouvidos à opinião de Deus, através da Sua Palavra, enquanto que o ímpio aceita conselhos dos seus iguais. Uns há que começam o seu dia consultando o horóscopo, buscando nele orientação para esse dia; outros há que apreciam os conselhos dados em “talk shows”, transferindo-os para a sua realidade pessoal. Geralmente, conselhos que se opõem à Palavra de Deus. Esses são os conselhos dos ímpios.
Associar-se aos pecadores (v.1). Se alguém dá crédito ao conselho do ímpio, o mais natural será identificar-se com ele. Deter-se significa concordar com o caminho do pecador. Não sendo suficientemente fortes para nos opormos ao seu ponto de vista, possivelmente, em breve, concordaremos com ele. Caminhando ao encontro dos infiéis para ouvir os seus conselhos, não regressaremos, provavelmente, ao local onde deveríamos estar, preferindo, porventura, estar junto deles, adoptando a sua posição.
Sentar-se na roda dos escarnecedores (v.1). Um assento é um local de repouso, para reconforto. O que caminha com o ímpio sente-se bem na sua companhia, quer seja a caminhar, quer seja em repouso. Habitua-se, naturalmente, ao seu ritmo, adotando, porventura, integralmente, o seu modo de vida. Estes argumentos devem levar cada pai, ou educador, a definir muito claramente os critérios para a educação dos seus filhos, apoiando-os e esclarecendo-os quando confrontados com os ensinos de carácter ateísta e humanista que se deliciam em destruir a fé do coração das crianças e jovens. Vale a pena refletir: o ímpio tem o seu conselho; o pecador, o seu caminho; o escarnecedor, o seu assento. Há uma sequência definida: ímpio, pecador, escarnecedor; há, igualmente, uma sequência de atitudes que lhe está associada: andar, deter, sentar. À medida que piora qualidade das companhias, cresce o domínio do pecado, que conduz a terrível desfecho. Reparemos que o verso 6 do Salmo 1 diz que o Senhor conhece tanto o caminho de um como o caminho do outro. Porém, o caminho do ímpio perecerá. “Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Salmos 1:4-6)
Todos apreciamos pessoas que nos inspirem confiança e que revelem um carácter forte, revelando consistência e congruência nas suas palavras, atitudes e ações.
Sem nos darmos conta, estamos a ser observados, constantemente, revelando, a quem nos aprecia, integridade, congruência e consistência, ou a falta delas. Já nos demos conta, certamente, de que atos, atitudes e palavras passados influenciam a leitura que as pessoas fazem da nossa forma de estar no presente, vendo neles, por vezes, premonições, ainda que não venham a concretizar-se, das nossas palavras e ações futuras.
A Bíblia é um livro muito prático. Vale a pena repararmos nas mais diversas áreas da nossa vida diária em que o salmista nos recomenda consistência, perante quem nos observa.
Caminhando em conformidade com o padrão divino (1:2). O homem abençoado deleita-se na lei de Deus. Enquanto o ímpio vive em função dos padrões do mundo e das “riquezas” que este proporciona, o homem de Deus segue a direção indicada pela Palavra de Deus. O ímpio, deliberadamente, escolhe uma posição contrária à vontade de Deus, enquanto o servo fiel escolhe dirigir a sua vida por ela. David disse: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração.” (Salmos 37:4).
Caminhando com integridade/verticalidade (1:3). No verso 3 encontramos uma figura de estilo que, nem por isso, deixa de nos trazer o ensino da parte do Senhor. Uma árvore tem raízes profundas, é robusta, em oposição a qualquer arbusto. Traduz estabilidade e inspira segurança, face às intempéries da vida. Esta árvore, porém, não é considerada em virtude das suas raízes, mas do seu fruto. Integridade e fiabilidade são atributos seus. Viver de forma íntegra depende da qualidade e atitude do coração para com Deus. Reparemos no comentário feito à forma de viver de David: “fez o que era reto aos olhos do Senhor, seu Deus”, obedecendo aos Seus mandamentos.
Cada um é compensado, com bênção ou condenação, quando decide que caminho tomar. Há, apenas, dois caminhos; ou estás num, ou no outro! Se decidires andar pelo caminho do ímpio, terás justa retribuição; se escolheres o caminho da justiça, serás grandemente abençoado.
Caro leitor, procura ler e meditar na Palavra de Deus e, assim, dirigir os teus passos de acordo com os ensinos que ela nos apresenta!
(Pt. Joaquim Emanuel Martins Pinto)