"Porque ele é a nossa paz"
(Efésios 2:14)
(Efésios 2:14)
As palavras do título, retiradas de uma carta que o apóstolo Paulo escreveu à igreja de Éfeso, fazem alusão a Jesus Cristo. Cremos, plenamente, que estas palavras, embora escritas pela mão de um homem, foram inspiradas pelo Espírito Santo e tiveram a sua origem no coração de Deus.
Faremos uma abordagem ao significado e alcance de cada palavra escrita, para melhor compreensão da mensagem que Deus nos quis transmitir:
“Ele” – como já foi referido, e tendo em conta o contexto desta afirmação, nomeadamente o versículo que a antecede, com este pronome, Paulo aponta para Jesus Cristo, o Deus eterno. Com efeito, e porque Jesus Cristo é o próprio Deus, ninguém mais, senão Ele, pode garantir as promessas que faz. Essa garantia é real e fidedigna, visto que, com a entrega da Sua própria vida, tesouro inestimável do Pai, Jesus Cristo providenciou pleno e cabal pagamento da dívida dos pecadores perante o padrão de justiça de Deus, celebrando, para satisfação e glória do próprio Pai, bem assim do Espírito Santo, a “eterna aliança”, respeitante à salvação dos pecadores, estabelecida entre as três Pessoas da Trindade, antes da existência de todas as coisas (Hebreus 13:20).
“é” – Em Deus não há mudança, nem qualquer vestígio de variação. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Não há, igualmente, variação na forma como Ele ama, protege, cuida, guia e abençoa aqueles que O têm como Salvador e Senhor das suas vidas, de acordo com a Sua vontade. As promessas de Deus não têm prazo de validade. O tempo verbal utilizado, presente contínuo, confirma o amor e cuidado imutáveis de Deus. Quaisquer que sejam as eras, as circunstâncias, os ambientes ou os estados de alma, Ele “é”, sempre aquilo que afirma ser, na vida dos Seus filhos.
“a” – Este artigo definido exprime o caráter exclusivo, a qualidade suprema da paz que anuncia. Jesus afirmou dar-nos a paz de forma diversa daquela que o mundo apregoa e tenta conseguir. Não se trata de uma quimera, de uma ilusão. Trata-se de algo que é puro, genuíno, verdadeiro e eficaz.
“nossa” – Esta afirmação não é de aplicação generalizada a toda a humanidade. Convém termos em atenção que o recetor desta mensagem era um conjunto de pessoas arrependidas do pecado com que tinham ofendido a Deus, regeneradas pela presença e poder do Espírito Santo e que colocaram toda a sua fé em Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que, na cruz, pagou o preço dos seus pecados e os libertou das garras de Satanás. Ele “nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;” (II Tim. 1:9).
“paz” – Jesus Cristo afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:4). Ao afirmar o Seu poder para nos levar ao Pai, Jesus afirmava, igualmente, o Seu poder para garantir o estado de paz entre Deus e cada um de nós, que, doutra forma, nunca nos receberia. Sem Cristo, não há paz entre Deus e o pecador, mas este permanece sob a ira de Deus (Rom. 1:18). Jesus garantiu, com a entrega da Sua vida, a paz que somente os remidos, salvos pela fé Nele, podem gozar. Jesus afirmou, durante o Seu ministério na Terra, ter pleno poder para outorgar essa paz completa, perfeita e exclusiva dos que são filhos de Deus, pela fé em Jesus Cristo “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.” (João 14:27). Nele, “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rom. 5:1).
“Porque” – Deixámos para o final, a conjunção causal, que imprime completa autoridade à afirmação categórica do apóstolo Paulo.
Efetivamente, porque Ele é a nossa paz, estamos plenamente certos de que:
- a nossa dívida, perante o Pai, foi totalmente saldada com o preço que Jesus Cristo pagou na cruz - a Sua própria vida (João 5:24);
- temos livre acesso ao Pai, que nos aceita, pois, cada um dos salvos vale a vida do Seu próprio Filho (Heb. 9:15);
- podemos comparecer perante Ele, porque, por Jesus Cristo, Deus está em paz connosco (Rom. 8:1);
- temos a garantia do Seu cuidado e promessas (Rom. 8:32);
- temos a garantia da Sua presença constante, já aqui na terra (João 14:17);
- pela fé na Sua Palavra, podemos viver o paradigma da vida plena que Ele nos garante (João 10:10).
- somos herdeiros do Céu (Rom. 8:17);
- vivemos eternamente com Ele (João 14:3).
(Pastor Joaquim Emanuel Martins Pinto)