Real e Irreal

SUMÁRIO: 1. Conceito de Real. 2. Várias Realidades. 3. Noção de Real em Descartes. 4. Caia na Real. 5. Conceito de Irreal. 6. Positivo e Negativo, Essência e Existência. 7. linguagem. 8. Ondas e Percepções. 9. Percepção Sensorial e Percepção Extra-Sensorial. 10. Monoideísmo. 11. A Imaginação é Fértil. 12. Emissão e Recepção. 13. Bibliografia Consultada. 14. Texto Sintético. 15. Questões.16. Temas Para Debate.

1. CONCEITO DE REAL

Na hodierna terminologia filosófica, o termo “real” designa, via de regra, o ente, o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é puramente possível (1).

Existe em si independentemente de nossa representação e de nosso pensamento.

2. VÁRIAS REALIDADES

A realidade define-se apenas através de distinções: a realidade seria de preferência o objeto da ciência, e a verdade o da lógica.

A realidade opõe-se ao imaginário e ao ilusório, mas sem estes não a concebemos. A própria alucinação é uma realidade para o alucinado (e uma outra realidade para aquele que o ouve e trata-o).

A realidade do poeta, a realidade do cientista, a realidade do músico etc. (2).

3. NOÇÃO DE REAL EM DESCARTES

Para Descartes o objeto do conhecimento humano é somente a idéia.

Desse ponto de vista torna-se imediatamente duvidosa a existência daquela realidade à qual a idéia parece fazer alusão mas não prova, assim como uma pintura não prova a realidade da coisa representada (3).

4. CAIA NA REAL

“Caia na Real”, em linguagem popular, é a expressão que usamos para representar a saída do mundo dos sonhos, das utopias, a fim de vivermos o concreto, e o socialmente aceito e padronizado pelos clichês do pensamento.

Se nos perguntarem o que é o real, não saberemos explicitá-lo em toda a sua complexidade, porque nos parece óbvio.

Todavia, segundo uma asserção que já se tornou popular, o “óbvio é o mais difícil de ser percebido” (4).

5. CONCEITO DE IRREAL

Irreal significa “sem realidade” ou “não real”.

A realidade é definível em função do que se considere em cada caso o que é realidade. Assim, se supusermos que a realidade é material, e que só o material é real, então o que não for material será irreal.

Não podemos dizer que o irreal seja simplesmente uma negação do real. O irreal é mais “neutro” do que propriamente “irreal” (5).

6. POSITIVO E NEGATIVO, ESSÊNCIA E EXISTÊNCIA

Pode-se definir no sentido negativo (oposto ao ser potencial, aparente, possível ) ou no positivo (é real, eqüivale a “é”, “existe”). 

Para alguns filósofos somente uma essência que implicasse a sua própria existência é verdadeiramente real e todos os outros entes são formas menos completas ou mais imperfeitas da realidade (5).

7. LINGUAGEM

Em Heidegger, a linguagem surge, em primeiro lugar, na forma de falatório, como uma das maneiras em que se manifesta a degradação do homem. Em face desse modo não autêntico, a autenticidade parece não consistir na fala nem mesmo em algum idioma, mas sim no “apelo” à consciência (5).

8. ONDAS E PERCEPÇÕES

O espectro eletromagnético varia em extensão de ondas de 10-14 a 108 metros, mas os receptores sensíveis à luz nos olhos são percebidos numa faixa de 1/70 do espectro; os ouvidos captam entre 20 a 20.000 vibrações por segundo.(6)

Quantas realidades não existem além das fronteiras de nossa consciência?

9. PERCEPÇÃO SENSORIAL E PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL

Há o mundo sensível e o extra-sensível. Onde está a realidade? A mediunidade é a faculdade humana que capacita o homem a entrar em contato com o mundo extra-sensorial.

Além da matéria não há uma realidade espiritual? Qual é a verdadeira?

10. MONOIDEÍSMO

Idéias fixas fazem-nos fugir do “real”. Ficamos dentro de uma redoma.

Pensamos que estamos de posse da verdade, mas na maioria das vezes somos envolvidos pelos Espíritos menos felizes.

11. A IMAGINAÇÃO É FÉRTIL

Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham. É possível que estejamos criando imagens mentais que não existem na realidade.

12. EMISSÃO E RECEPÇÃO

Nossa mente é emissora e receptora de imagens. Se não cuidarmos da fonte geradora, poderemos irradiar “criações mentais” que nada têm a ver com a verdadeira realidade espiritual.

13. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1) BRUGGER, W.  Dicionário de Filosofia.

(2) LEGRAND, G.  Dicionário de Filosofia.

(3) ABBAGNANO, N.  Dicionário de Filosofia.

(4) DUARTE Jr., J. F.  O Que é a Realidade.

(5) PEQUENO DICIONÁRIO FILOSÓFICO.

(6) LUIZ, A.  Mecanismos da Mediunidade.

São Paulo, dezembro de 1996

14. TEXTO SINTÉTICO

Real - na terminologia filosófica moderna , o termo "real" designa, via de regra, o ente, o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é  puramente possível. Existe em si independentemente de nossa representação e de nosso pensamento. Irreal - Significa “sem realidade” ou “não é real”.

A realidade define-se somente através de distinções. Não há uma, mas várias realidades. A própria alucinação é uma realidade para o alucinado e outra para aquele que o trata. Dessa forma, o termo "caia na real" merece certa consideração: na linguagem popular, caracteriza-se pela saída do mundo dos sonhos, da utopia, a fim de vivermos o  concreto, o cotidiano  e o socialmente aceito e padronizado pelos clichês do pensamento. Mas esta é a verdadeira realidade?

A verdadeira realidade não é fácil de ser absorvida. Para alguns filósofos, somente uma essência que implicasse a sua própria existência é verdadeiramente real e todos os  outros entes são formas menos completas ou mais imperfeitas da realidade. Para  Heidegger, a verdadeira realidade não está na linguagem, que é inautêntica, mas no "apelo" à consciência, que é autêntico.

O Espírito André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, psicografado por  Francisco Cândido Xavier, ao tratar das ondas e percepções, descortina-nos novos  horizontes para a compreensão da realidade. Do espectro eletromagnético, que varia em extensão de ondas de  l0-l4 a l08 metros, os  receptores sensíveis  à luz nos olhos são percebidos numa faixa de  l/70 do espectro. Significa dizer que há outras realidades além  daquelas percebidas pelos nossos sentidos físicos.

A mediunidade - percepção extra-sensorial - é a  porta para a compreensão da verdadeira realidade. Através dela  notamos que tudo é natural, pois, adentrando num  mundo que não é percebido  pelas vias sensoriais do encarnado, não implica a sua inexistência. Ao contrário, a percepção da realidade espiritual é fonte geradora de mudança de nossa concepção do "eu", do "outro" e do "mundo" que nos rodeia.

O conhecimento alicerça-se na mente. Educando-a, convenientemente, estaremos capacitando-nos à percepção de novas realidades, que muito contribuirá  para  o nosso   progresso material e espiritual.

15. QUESTÕES

1) Qual o conceito de real?

2) Qual o conceito de irreal?

3) Qual a noção de real em Descartes?

4) O que significa idéia fixa?

16. TEMAS PARA DEBATE

1) “Caia na real”. Comente.

2) As ideias fixas fazem-nos fugir do real?

3) Real, irreal e Espiritismo. Comente.