Coração

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Aparelho Circulatório: 4.1. Descrição do Coração; 4.2. Estrutura do Coração; 4.3. Vasos e Artérias. 5. A Metáfora do Coração: 5.1. Condivisão Cérebro-Coração; 5.2. Símbolo Arquétipo do Amor; 5.3. Revalorização do Termo Kardia. 6. Frases e Pensamentos sobre o Coração: 6.1. Filosofia; 6.2. Velho e Novo Testamento; 6.3. Espiritismo. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por coração? Ele é apenas um órgão físico? Qual o seu sentido metafórico? Qual adquiriu mais peso: o físico ou o metafórico?

2. CONCEITO

Órgão muscular oco, situado no tórax, e que constitui o elemento motor central da circulação do sangue.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O coração é um dos órgãos mais importante do corpo humano, pois bombeia sangue para todas as partes do organismo e, por isso, essencial à manutenção da vida. Lembremo-nos de que podemos ficar vários dias sem comer e beber, mas não sem respirar. Quantas não são as mortes causadas por asfixia?

Desde tempos remotos, o coração é apresentado como a sede da alma, do sentimento, da coragem, da consciência e da razão.

Já no antigo mito mesopotâmico, “o medo da morte se aloja no coração”, e leva Gilgamesh a procurar pela erva da imortalidade.

No embalsamento egípcio, todos os órgãos internos eram retirados, menos o coração, que permanecia em seu lugar.

Nas religiões e filosofias, a sua inserção é sempre simbólica.

4. APARELHO CIRCULATÓRIO

O aparelho circulatório é formado pelo coração e por um conjunto de canais, chamados vasos sanguíneos e linfáticos, nos quais circulam respectivamente o sangue e a linfa.

4.1. DESCRIÇÃO DO CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular, oco, situado entre os dois pulmões, num espaço chamado mediastino, ocupando uma depressão do pulmão esquerdo, chamada leito do coração. Tem a forma aproximada de um cone, com a ponta dirigida para baixo, para esquerda e para frente. O coração possui movimentos de contração e dilatação, que lhe permitem impulsionar o sangue para todas as partes do organismo. Esse percurso recebe o nome de circulação. (Duarte, 1971, p. 70)

4.2. ESTRUTURA DO CORAÇÃO

O coração é formado por um músculo oco, chamado miocárdio. O miocárdio é formado por fibras musculares estriadas, porém contrai-se independentemente de nossa vontade, por constituírem um tipo especial de fibras musculares. Internamente, o coração é revestido por uma membrana delicada chamada endocárdio. Externamente, é revestido por uma membrana serosa, resistente, chamada pericárdio. (Duarte, 1971, p. 71)

4.3. VASOS E ARTÉRIAS

As artérias são vasos que partem dos ventrículos e conduzem o sangue do coração para todas as partes do organismo. As artérias conduzem sangue arterial, com exceção das artérias pulmonares que conduzem sangue venoso.

Nomes ligados aos vasos e artérias: crossa da artéria aorta; artéria pulmonar; artéria aorta; veia cava inferior; veia cava superior; veia subclávia direita; veias jugulares; artéria carótida direita. (Duarte, 1971, p. 74)

5. A METÁFORA DO CORAÇÃO

5.1. CONDIVISÃO CÉREBRO-CORAÇÃO

Na antiguidade, o coração era o símbolo da vida mental, da vida afetiva, da vida interior e da personalidade integral do homem. Embora não sendo um símbolo universal, aparece entre os primitivos associado com o mundo, a vida da alma e a esfera do mistério e do sobrenatural.

A partir do século VI a.C., na Grécia, em que a filosofia deixou de ser mítica para se tornar racional, também começou a distinguir os campos de ação do intelecto e do sentimento. O coração vai condividir com o cérebro o privilégio de ser o centro principal do ser humano. É o coração que pensa, imagina, reflete, recorda; é o coração que vive, sente e produz as emoções da alegria e da tristeza, da ira e do desejo, da dor e do gozo, do amor e do ódio; é o coração a morada da coragem e do ardor guerreiros. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

5.2. SÍMBOLO ARQUÉTIPO DO AMOR

Durante a Idade Média, o coração, sem deixar de ser símbolo da coragem, passa a ser, sobretudo, símbolo do Amor. Símbolo da coragem, parece natural que o coração continue a sê-lo, dado que, durante largos sécs. a sociedade medieval  é uma sociedade guerreira de pequenos reinos, ducados ou condados em frequente estado de luta, terreno fértil para o florescimento de heróis. Ricardo Coração de Leão (1157-1199), o rei-cruzado que tanto se ilustrou na Terra Santa, personifica bem, por este seu cognome, a persistência da tradição, vinculadora da energia e da valentia à grandeza do coração.

Mas é principalmente como símbolo arquétipo do amor que, durante a Idade Média, o coração se afirma. Do amor profano e do amor místico. Troca e compenetração dos corações – do amor-sensualidade ao amor-sensibilidade e deste em amor-idealidade. Mas, “para os poetas provençais, o coração é o lugar onde o amor se concentra. É nele que penetra a flecha – o raio luminoso – e é nele que ela se fixa: os sentidos são apenas as portas do coração. Por isso, o amor recíproco só pode existir quando a mesma flecha atravessou os dois corações”. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

5.3. REVALORIZAÇÃO DO TERMO KARDIA

Na religião, principalmente no Novo Testamento, a palavra kardia é tomada no seu sentido metafórico geral e designa o interior do homem, o lugar onde nasce e desenvolve a vida espiritual. Se tomarmos verticalmente o ser humano, veremos que há três pontos principais: o cérebro, o coração e o sexo. Mas o central é o coração e, por esta condição, concentra os outros dois. Ele adquire o sentido de eternidade (todo centro é símbolo de eternidade, dado que o tempo é movimento externo da roda das coisas e, no meio, encontra-se o “motor imóvel” segundo Aristóteles). (Cirlot, 2005)

6. FRASES E PENSAMENTOS SOBRE O CORAÇÃO

6.1. FILOSOFIA

Para Blaise Pascal, "É o coração que sente Deus e não a razão." É dele também a frase: "O coração tem razões que a razão ignora." Immanuel Kant diz que "Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais." William Shakespeare lembra que "O amor não se vê com os olhos mas com o coração." Thomas A. Kempis escreve: "Pela leviandade do coração e pelo descuido de nossos defeitos não percebemos os males de nossa alma; e muitas vezes, rimo-nos frivolamente, quando, com razão, devíamos chorar."

6.2. VELHO E NOVO TESTAMENTO

“Porque como imaginou em seu coração, e assim é”. (Provérbios 23,7). “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36,26). “Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vô-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais” (João 14, 1 a 3). “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo” (Mateus 11, 28 a 30). “Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus” (Mateus 5, 8). “Aprendestes que foi dito aos antigos: ‘Não cometereis adultério’. Eu, porém, vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mateus 5, 27 e 28)

6.3. ESPIRITISMO

“A amizade converge de pontos afins, onde os corações se unem em plena fraternidade”. (Miramez). “A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeito nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim. A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar” (Joanna de Ângelis). “A esperança é flor vivente, alva estrela resplendente, que ilumina os corações, que conduz as criaturas às almejadas venturas entre célicos clarões” (Casimiro Cunha). “A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia” (Joanna de Angelis). “Ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos. Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno” (Emmanuel). “Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ajudando seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a lei Divina” (do livro: Jesus no Lar).

7. CONCLUSÃO

Todo excesso é prejudicial. Procuremos equilibrar cérebro e coração. Agindo assim, vamos edificando o reino de Deus dentro dos nossos corações e, com isso, acumulando provisões para auxiliar os corações alheios.  

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CIRLOT, Juan-Eduardo. Dicionário de Símbolos. Tradução de Rubens Ferreira Frias. São Paulo: Centauro, 2005.

DUARTE, José Coimbra. O Corpo Humano. São Paulo: Editora Nacional, 1971.

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

São Paulo, junho de 2012.