Vultos do Espiritismo

Amorim, Deolindo (1908-1984)

Jornalista, escritor, sociólogo e espírita. Nasceu em Baixa Grande, interior da Bahia. Foi para o Rio de Janeiro em 1929, para prestar o serviço militar obrigatório e aí ficou residindo em definitivo, casando-se com dona Delta dos Santos Amorim, sua dedicada companheira, de cujo enlace nasceram Paulo Henrique S. Amorim, Rosa Maria A. R. Valle e Marília dos Santos Amorim.

De religião católica, em certa época professou também o protestantismo, mas integrando-se por volta de 1932, em reuniões do C. E. Jorge Niemeyer, no Espiritismo, serviu com inexcedível dedicação, com total fidelidade a Allan Kardec, tornando-se ao longo dos anos um intérprete fiel da Doutrina Consoladora.

Expositor hábil, lúcido e convincente, proferiu inúmeras palestras e conferências, uma delas sobre o "Suicídio à Luz do Espiritismo" no Instituto Pinel (Hospital de Doentes Mentais), da Universidade do Brasil, levando, assim, as ideias espíritas ao ambiente universitário não-espírita. Estampou colaboração constante em diversos órgãos do Brasil e do exterior, tendo sido também redator de Mundo Espírita (antigamente no Rio e posteriormente transferido para o Paraná) e de Estudos Psíquicos, revista que se edita em Lisboa (Portugal).

Alguns títulos de suas obras: O Espiritismo e os Problemas Humanos (com uma edição na Argentina); Espiritismo e Criminologia; O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualista. (Martins, 1989)


Barsanulfo, Eurípedes (1880-1918)

Professor, político e espírita. Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.

Despertado e convicto, converteu-se sem delongas e sem esmorecimentos, começando a sofrer, inclusive no seio familiar, as consequências de sua atitude incompreendida. Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiritismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer-lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.

Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando-se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionária. Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua própria mãe que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.

Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais. Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.
Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a I Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.


Bezerra de Menezes [Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti] (1831-1900)

Filósofo, político, médico, cientista e espírita. Com 20 anos de idade, muda-se para o Rio de Janeiro, onde, às duras penas, forma-se em medicina. Cognominado o "médico dos pobres", Bezerra de Menezes tem uma biografia exemplar de renúncia para com o dever cumprido, custe ele o que custar. Antes de se tornar espírita, a sua conduta era a de um cristão. Nesse sentido, tão logo toma conhecimento de "O Livro dos Espíritos" não lhe fica difícil exclamar que era um "espírita de nascença", ou um "espírita inconsciente", pois tudo o que ali estava relatado lhe parecia familiar.

Exemplos a serem seguidos: 1) quando convocado à política, renúncia ao soldo militar; 2) quando estudante, em dificuldade para pagar o aluguel de seu quarto, prepara aula de matemática (matéria que detestava) para aluno, que lhe pagou antecipado e nunca mais apareceu; 3) como médico, atende a qualquer hora, institui a leitura do Evangelho e renuncia à medicina ortodoxa para aceitar, a convite dos Espíritos, a homeopatia.


Bozzano, Ernesto (1862-1943)

Cientista, filósofo e espírita. Positivista dos mais eméritos, Bozzano apaixonou-se por todos os ramos do saber humano, entregando-se ao estudo dos grandes filósofos. Dos postulados materialistas passou a esposar uma forma de materialismo dos mais intransigentes, o que levou a declarar mais tarde: "Fui positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia inverossímil pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma".

Em 1891 o professor Ribot, diretor da "Revista Filosófica", informou-o do lançamento da revista "Anais das Ciências Psíquicas", dirigida pelo Dr. Darieux, sob a inspiração do professor Charles Richet. A sua primeira impressão sobre a revista foi desairosa, dado o fato de considerar verdadeiro escândalo a circunstância de representantes da ciência oficial discutirem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento de um a outro continente, da aparição de fantasmas e das casas assombradas. O prof. Rosenbach de Peterburgo escrevera violento artigo na "Revista Filosófica", contra a introdução desse novo misticismo no domínio da psicologia oficial. Na edição subsequente, Richet refutou ponto por ponto, as afirmações errôneas de Rosenbach e as suas inconsistentes considerações, tendo esse artigo o mérito de convencer Bozzano. Nesses mesmos dias aparecia o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados. Os últimos resquícios de dúvida de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos foram assim dissipados. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros.

Na companhia do Dr. Giuseppe Venzano, Luigi Vassalo e os professores Enrique Morselli e Francisco Porro, Bozzano realizou grande número de sessões com a médium Eusapia Paladino, ao final das quais declarou aceitar a hipótese espiritualista. Desde então tornou-se um prolífico escritor sobre temas dessa natureza. Escreveu cerca de duas dúzias de livros e centenas de artigos, principalmente para as revistas Luce e Ombra (“Luz e Sombra”) e a Revue Spirite. Seus textos revelam grande erudição e uma mente muito lógica e científica.

Algumas de suas obras: Animismo e Espiritismo; Pensamento e Vontade; Os Enigmas da Psicometria; A Crise da Morte; Xenoglossia; Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte. (Anuário Espírita de 1966, Araras, Ide, 1966.)


Delanne, François-Marie-Gabriel (1857-1926)

Cientista, engenheiro, filósofo e espírita. Allan Kardec, Léon Denis e Gabriel Delanne merecem, por seu devotamento à Ciência Espírita, serem chamados"Apóstolos do Espiritismo". Dentre eles, apenas Gabriel Delanne nasceu numa família que já conhecia o Espiritismo. Allan Kardec quando iniciou as suas atividades espíritas, já tinha 51 anos. Léon Denis, a seu turno, viveu 16 anos sem ter ouvido falar de Espiritismo.

Seu pai, Alexandre Delanne, ao viajar em negócios, ouviu falar do Espiritismo, o que lhe ensejou a leitura de O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns. Depois dessa leitura, teve a curiosidade de conhecer pessoalmente Allan Kardec. Fê-lo, e foi acolhido fraternalmente pelo Codificador do Espiritismo. Tornaram-se amigos, a ponto de Allan Kardec frequentar a sua casa. Foi dentro desse ambiente que cresceu Gabriel Delanne. Em fins de 1889, Alexandre funda o seu Grupo Espírita, e sua esposa torna-se uma excelente médium-escrevente. É assim que, desde o começo de sua vida, já estava familiarizado com o vocabulário espírita.

Atividades: 1) fundador, juntamente com seu pai, da União Espírita Francesa, em 24/12/1882; 2) colaborador e redator da revista bimensal Le Spiritism, em março de 1883; 3) auxiliou na fundação da Federação Francesa-Belgo-Latina, em 1883; 4) durante os anos de 1886, 1887, 1888, 1889 e 1890 fez inúmeras conferências de propaganda do Espiritismo; 5) em julho de 1896, apareceu o 1.º número da Revista Científica Moral do Espiritismo, fundada por Gabriel Delanne.

Algumas de suas obras: Le Spiritisme devant la Science (O Espiritismo perante a Ciência), em 1885; Le Phénomène Spirite (O Fenômeno Espírita), em 1896; L’Évolution Animique (A Evolução Anímica), em 1897. (Bodier, 1988)


Denis, Léon (1846-1927)

Filósofo e espírita. Instruído na Maçonaria. Sua vivência no Espiritismo foi acompanhada pelos ensinamentos fornecidos pelos seus guias espirituais: Sorella, Durand e Jerônimo de Praga. Inicialmente, solicitaram-lhe a devida preparação para se tornar um orador e escritor; depois, fortaleceram-lhe o ânimo, dizendo-lhe para não se preocupar, pois estariam ao seu lado em todos os momentos da vida. (Luce, 1968)


Flammarion, Camille (1842-1925)

Cientista, filósofo e espírita. Flammarion foi um homem cujas obras encheram de luzes o século XIX. Ele era o mais velho de uma família de quatro filhos, entretanto, desde muito jovem se revelaram nele qualidades excepcionais. Queixava- se constantemente que o tempo não lhe deixava fazer um décimo daquilo que planejava. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de gramática e aritmética. Tornou- se o primeiro aluno da escola onde frequentava. Para que ele seguisse a carreira eclesiástica, puseram- no a aprender latim com o vigário Lassalle. Aí Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória. Em pouco tempo estava lendo os discursos de Massilon e Bonsuet. O padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da Astronomia e mal sabia que um de seus auxiliares lhe bebia as palavras. Esse auxiliar era Camille.

Por longo período de tempo fez estudos no Observatório de Paris. Retirando-se dele em 1862, continuou com mais liberdade os seus estudos, no sentido de legar à Humanidade os mais belos ensinamentos sobre as regiões silenciosas do Infinito. Livre da atmosfera sufocante do Observatório, publicou no mesmo ano a sua obra Pluralidade dos Mundos Habitados, atraindo a atenção de todo o mundo estudioso. Para conhecer a direção das correntes aéreas, realizou, no ano de 1868, algumas ascensões aerostáticas. Pela publicação de sua Astronomia Popular, recebeu da Academia Francesa, no ano de 1880, o prêmio Montyon. Em 1870 escreveu e publicou um tratado sobre a rotação dos corpos celestes, através do qual demonstrou que o movimento de rotação dos planetas é uma aplicação da gravidade às suas densidades respectivas.

Tornando- se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou "o bom senso encarnado". Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion — poeta dos Céus, como o denominava Michelet — tornou- se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.

Suas obras, de uma forma geral, giram em torno do postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados. Eis algumas delas: Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais; As Maravilhas Celestes; Deus na Natureza; As Casas Mal-Assombradas; Estela; A Morte e seus Mistérios; O Fim do Mundo e outras. (Godoy)


Franco, Divaldo Pereira (n. 1927)

Médium espírita e conferencista. Desde a infância que se comunica com os Espíritos. Ainda jovem, foi abalado pela morte de seu irmão mais velho, o que o deixou traumatizado e enfermo. Foram consultados diversos médicos especialistas, sem obter nenhum resultado satisfatório. Foi a mão amiga de dona Ana Ribeiro Borges que o conduziu à Doutrina Espírita, libertando-o do trauma e trazendo a consolação tanto para ele, como para toda a família.

Espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 7 de setembro de 1947. Dois anos depois iniciou a sua tarefa de psicografia. Diversas mensagens foram escritas por seu intermédio. Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais guardou o que escreveu, até que um dia recebeu a recomendação de que queimasse tudo o que escrevera até ali, pois não passava de simples exercício.

Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre eles, Joanna de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como "um Espírito Amigo", ocultando-se no anonimato à espera do instante oportuno para se apresentar. Joanna revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta as pessoas necessitadas de diretriz espiritual. (Fernandes, 2000)


Kardec, Allan (1804-1869)

Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte-Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de 1804 e desencarnado em 31 de março de 1869, foi a pessoa escolhida para codificar a Doutrina dos Espíritos, um novo marco na história da Humanidade.

Allan Kardec, além de professor, era também estudioso do magnetismo. Em 1854, o seu amigo Fortier, magnetizador, dissera-lhe que se podia magnetizar uma mesa; tempos depois, acrescentara que a mesa, além de ser magnetizada, podia também falar. É desse diálogo que brota o seguinte pensamento de Kardec: "Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé".

Allan Kardec deixou-nos diversas obras. As principais, ditas Obras Básicas, também, cognominadas de Pentateuco Espírita, compõem-se dos seguintes livros: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns — ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno — ou Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865) e A Gênese — os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868).


Pires, José Herculano (1914-1979)

Jornalista, filósofo e conferencista espírita. Desde jovem, revelou sua vocação literária; aos 16 anos publicou o seu primeiro livro, Sonhos Azuis (contos) e aos 18 anos o segundo livro Coração (poemas livres e sonetos). Em 1946 publicou o seu primeiro romance, O Caminho do Meio, que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins. Repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos "Diários Associados" onde manteve, também, por quase 20 anos, a coluna espírita com o pseudônimo de Irmão Saulo. Em 1958 bachalerou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo, e pela mesma licenciou-se em Filosofia tendo publicado uma tese existencial: O Ser e a Serenidade.

Nascido em família católica, permaneceu no catolicismo até os quinze anos de idade. Depois, veio a crise. Mas, o que o levou a converter-se ao Espiritismo? Numa entrevista gravada por Jorge Rizzini, disse ter sido o raciocínio, pois a religião que professava não o explicava convincentemente. Contudo, não foi direto para o Espiritismo; passou antes pela Teosofia. Caindo-lhe nas mãos um exemplar de O Livro dos Espíritos, encontrou tudo o que procurava.

Defensor inconteste da Doutrina Espírita, era um conferencista ardoroso. Combateu erros doutrinários, principalmente aqueles cometidos pelas Federações. A cada correção dava as suas razões. Não queria que um órgão coordenador do movimento espírita pudesse propagar falhas doutrinárias.

Entre seus livros espíritas, citamos: Introdução à Filosofia Espírita, pela Paidéia; Mediunidade (Vida e Comunicação), pela Edicel; O Espírito e o Tempo, pela Edicel; Agonia das Religiões, pela Paidéia; Revisão do Cristianismo, pela Paidéia. (Rizzini, 2001)


Schutel, Cairbar de Souza (1868-1938)

Farmacêutico, prefeito da Cidade de Matão e espírita. Nascido em família católica, batizado aos 7 anos de idade, Cairbar Schutel cumpria suas obrigações perante a Igreja de Roma. Entretanto, já adulto e vivendo em Matão, passou a receber, em sonhos, a visita constante de seus falecidos pais, porque ele ficara órfão de ambos com menos de 10 anos de idade. Insatisfeito com as explicações de um padre para o fenômeno, Schutel procurou Quintiliano José Alves e Calixto Prado, que realizavam reuniões de práticas espíritas domésticas, logrando então entender a realidade do mundo extra-físico.

Convertido ao Espiritismo, cuidou logo de legalizar o Grupo (hoje Centro) Espírita Amantes da Pobreza, cuja ata de instalação foi lavrada no dia 15 de julho de 1905. Resolvido a difundir a Doutrina Espírita pelos quatro cantos do mundo — e mesmo vivendo em uma pequena e modesta cidade no interior do Brasil —, o "Bandeirante do Espiritismo", como ficou conhecido Cairbar Schutel, fundou o jornal "O Clarim" no dia 15 de agosto de 1905, e a RIE — Revista Internacional de Espiritismo no dia 15 de fevereiro de 1925, ambos circulando até hoje.

Além disso, o incansável arauto da Boa Nova, com todas as dificuldades da época e da região, viajava semanalmente até a cidade de Araraquara para proferir, aos domingos, as suas famosas 15 "Conferências Radiofônicas", pela Rádio Cultura de Araraquara (PRD - 4), no período de 19 de agosto de 1936 a 02 de maio de 1937.


Xavier, Francisco Cândido (1910-2002)

Médium espírita. Quando tinha 5 anos de idade, seu pai achou por bem distribuir os filhos entre os parentes. Na diáspora da família, Chico vai para a casa da madrinha, dona Maria Rita de Cássia, uma mulher extremamente maldosa que, entre outras, dava-lhe uma surra todo o dia, enfiava o garfo em sua barriga e, certa vez, obrigou-o a lamber a ferida de um outro menino adotivo.

O fenômeno mediúnico é o marco fundamental de sua existência. Com mais de 400 obras psicografadas, sua atividade mediúnica começou desde garoto, isto é, desde os 5 anos de idade, quando já conversava com sua mãe desencarnada.

O Espírito Emmanuel (reencarnação de Públio Lêntulus, senador romano da Antiguidade) é o seu guia protetor. É por intermédio de Emmanuel que o Chico Xavier escreveu a maioria de seus livros. Além disso, guia-o, inclusive, no aprimoramento do idioma português, para melhor expressar a Doutrina dos Espíritos. Confessa isso no programa Pinga Fogo, levado ao ar pela antiga TV Tupi, em 1971.

A vida de Chico Xavier é entremeada de muitos fatos, entre os quais, relatamos: 1º) para auxiliar um cego que tinha sofrido uma queda, precisou da colaboração de 2 prostitutas, que depois mudaram de vida em virtude de suas preces; 2º) relata o episódio do avião, que em pleno voo começou a fazer peripécias no espaço e, ele como os demais tripulantes, começaram a gritar no que Emmanuel retruca: "Se tiver de morrer, morra com educação"; 3º) sua vizinha roubava-lhe as verduras. Pede auxílio à sua mãe, já desencarnada. Esta aconselha-o, quando todos saírem, a entregar a chave da casa para a vizinha tomar conta. Consequência: acabou o furto. (Ibsen, 1994)


Bibliografia Consultada 

BODIER, Paul e REGNAULT, Henri. Gabriel Delanne: Sua Vida, seu Apostolado. Rio de Janeiro: C. E. Léon Denis, 1988. 

FERNANDES, Washington Luís Nogueira. Atos do Apóstolo Espírita: Conheça um pouco a Vida de Divaldo. São Paulo: Feesp, 2000. 

GODOY, Paulo Alves. Grandes Vultos do Espiritismo. São Paulo: FEESP.

IBSEN, S. R. (Organizador). Chico Xavier por ele mesmo. São Paulo, Martin Claret, 1994.

LUCE, G. Vida e Obra de Léon Denis. São Paulo, Edicel, 1968.

MARTINS, Celso. Recordando Deolindo Amorim. São Paulo/Capivari, Gráfica e Editora do Lar/ABC do Interior, 1989.

RIZZINI, Jorge. J. Herculano Pires: O Apóstolo de Kardec. São Paulo: Paidéia, 2001.

São Paulo, julho de 2015

Mais vultos:

Adélia Rueff
Américo Montagnini
Anália Franco
Antônio Gonçalves da Silva Batuíra
Artur Lins de Vasconcelos Lopes
Augusto Militão Pacheco
Aurora A. de Los Santos de Silveira
Auta de Souza
Benedito Godoy Paiva
Carlos Gomes de Souza Shalders
Clélia Soares da Rocha
Corina Novelino
Cosme Mariño
Emma Hardinge Britten
Francisco Antônio Bastos
Fredrich Myers
George Vale Owen (Rev.)
Guilherme Taylor March
Inácio Bittencourt
João Batista Pereira
João Fusco (Jofus)
João Leão Pitta
José Petitinga
Júlio Abreu Filho
Juvêncio de Araújo Figueiredo
Miguel Vives Y Vives
Pedro de Camargo Vinícius
Pedro Lameira de Andrade
Umberto Brussolo
Viana de Carvalho
William Stainton Moses

(http://www.bezerrademenezesnatal.org.br/doutrinaespirita/biografias.html),