REFLEXÕES
A maior mentira contada na faculdade é que a prática leva à perfeição. A prática leva ao aperfeiçoamento.
A prática é quando você deve fracassar.
Assim aprenda e concentre-se a dar pequenos passos em frente, sem tentar fazer mais do que você consegue, e a administração de seu tempo são cruciais para a Metacognição.
As práticas defendidas pelas teorias da aprendizagem quando se debruçam sobre como o adolescente e o adulto universitários desenvolvem seu conhecimento ao longo de sua vida acadêmica é pouco tratada pelos teóricos educacionais.
Sempre que podemos ter indicações de livros, artigos, teses ou dissertações para ler nos desdobramos nesse empreitada. Leva tempo, consome este recurso não renovável para o ser humano, por isso a seletividade deve ser aplicada com esmero e isso se reflete naquilo que tem qualidade e soma ao processo de construção do conhecimento.
Estou lendo um livro sobre inteligência artificial, que tem como título: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM CONTROLE E AUTOMAÇÃO. Dos autores CAIRO L. NASCIMENTO JUNIOR E TAKASSHI YONEYAMA. EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA.
O motivo de ler o texto é tentar entender como ações cerebrais em aprendizagem de máquina que aprende a aprender continuamente podem ser comparadas com a metacognição humana e o desenvolvimento da Metacognição de Máquina.
O quê dizer da IA?
Gostamos muito mais de criatividades para expressar um pouco sobre Metacognição. Vamos ver o que dizem os seguintes filmes, para você pensar e refletir. Ao som desta música:
O QUE A CIÊNCIA CINEMATOGRÁFICA DIZ SOBRE METACOGNIÇÃO
Para este momento de reflexão escolhemos dois filmes, por ordem cronológica de lançamento:
A série Matrix.
Trata de um contexto muito atual do ponto de vista representativo da teoria da aprendizagem baseada na Metacognição; por sustentar o pensar no pensar, autoregulação e autonomia.
Lucy
Que tem no seu contexto a expansão cognitiva, através da autoregulação evolutiva.
Temos um blog para debates e discussões sobre aprendizagem, segue o link do blog
Locatelli (2014, p.69), ao final do seu livro "Tópicos de Metacognição - para aprender e ensinar melhor"
"O processo de ensino-aprendizagem é muito complexo. Parece claro que a diversificação de metodologias pode auxiliar nisso, pois, para desenvolver competências e habilidades, é importante considerar os mais variados tipos de inteligência.
O professor moderno, para atuar no seculo XXI, deve ser reflexivo e ir muito além de dominar bem seu conteúdo e ter uma boa didática. Deverá possibilitar aulas diferenciadas que incluam diversas metodologias e estratégias tanto cognitivas quanto metacognitivas, a fim de que nosso aluno, cada vez mais, aprenda a pensar criticamente e esteja preparado ao tão desejado "aprender a aprender". Ressalta-se aqui que a literatura sobre o assunto(estratégias de ensino-aprendizagem) é extremamente ampla, sendo assim, aqui, procurou-se contemplar apenas alguns poucos aspectos que podem auxiliar, em alguma medida, os alunos a se engajarem mais no processo da construção do conhecimento, que levem o professor a refletir e ver novas possibilidades, ou seja, um novo olhar para suas práticas pedagógicas"
Como a própria pesquisadora afirma, temos apenas um vislumbre de uma ferramenta conhecida a muitos séculos atrás e apenas agora a exploramos com mais vigor na educação.
Mesmo assim na obra da drª Locatelli, não encontramos a resposta à nossa inquietação: "descobri que sou metacognitivo o que isso muda em meu processo de aprendizagem, só pensar acerca do meu pensamento me faz aprender Cálculo ou qualquer outra coisa"?
Meditação e Metacognição
Como garimpeiro, nós sempre procuramos as melhores linhas de pensamento para entender o que é e onde se apoia a Metacognição. Em minha estante tem um livro com o título "Introdução ao Budismo", não lembro quando comprei, faz tempo... Nele tem um capitulo sobre a mente e sua tradução remonta há 624 a.C.
Nesta tradução consta que o pequeno Sidarta, durante sua infância, aprendeu sozinho todas as artes e ciências tradicionais, sem que fosse preciso receber instruções. Consta também que o mesmo conhecia 64 línguas e seus alfabetos e mais importante era muito habilidoso com matemática. Na academia aprendeu artes marciais e o uso de armas como espada e arco.
Porém o príncipe Sidarta, dizia " Com o arco da concentração meditava, arremessarei a flecha da sabedoria e matarei o tigre da ignorância dos seres vivos".
Sidarta chamou seu estagio evolutivo de Dharma, que é um método supremo para melhorar a qualidade da nossa vida humana. Que tem como ponto focal o desenvolvimento interno do ser: inteligência, felicidade e harmonia.
O que tento refletir aqui, é que o velho é tão novo que nós acadêmicos não olhamos para o passado e vemos que muitos já falavam de metacognição e já atingiu a Dharma supremo, isso há mais de 2600 atrás.
Então o que Buda falava da mente e como entendê-la?
Ele disse que tudo depende da mente. Para compreender esse ensinamento precisamos segundo ele, primeiro entender a natureza e as funções da mente. A principio, isso pode parecer fácil, como pensei. visto que todos nós temos uma mente e sabemos em que estado ele se encontra - se está feliz ou triste, clara ou confusa e assim por diante. Contudo, se alguém nos perguntasse qual é a natureza de nossa mente e como ela funciona, é provável que não soubéssemos dar uma resposta precisa, aproximado, ou qualquer resposta valida para nossa mente. Isso indica que não temos uma compreensão clara da mente.
Alguns pensam que a mente é o cérebro ou qualquer outra parte ou função do corpo, mas isso é incorreto. O cérebro é um objeto físico que pode ser tocado é tangível, pode ser fotografado, cortado, submetido a uma operação cirúrgica. A mente, por outro lado, é intangível, não é material. Ela não pode ser vista com os olhos, nem fotografada, tão pouco removida cirurgicamente. Portanto, o cérebro não é a mente, mas apenas parte do corpo.
Não há nada no corpo que se compare a mente, pois segundo Buda são entidades diferentes. Por exemplo, às vezes nosso corpo esta descontraído e imóvel e a mente a pleno vapor de suas atividades, pulando de um objeto a outro sem parar. Isso indica que copro e mente não são a mesma entidade.
Se a mente não é o cérebro nem outra parte do corpo, o que ela é? A mente para Buda, é um continuum sem forma, que tem como função perceber e entender os objetos. Como ela é, por natureza, algo sem forma ou incorpórea, não pode ser obstruída por objetos físicos.
Olha o exemplo que Buda deu para diferenciar mente e corpo como entidades distintas:
"O corpo, por exemplo não pode atingir uma estrela no seu, sem um meio que o leve até lá; mas a mente fará isso num instante toda vez que pensar nessa estrela".
Conhecer e perceber objetos constituem a função própria, ou incomum, da mente. Embora possamos dizer " eu conheço isso ou aquilo", na realidade quem conhece é nossa mente. Só conhecemos as coisas usando nossa mente.
Buda classificou a mente em três grandes tipos: o que ele chamou de densa, sutil e muito sutil. Para ele (Buda), mentes densas são consciências sensoriais, como auditiva e a visual, e todas as delusões fortes, como raiva, inveja, apego e a forte ignorância do autoagarramento. Para Buda, essa mentes densas estão relacionadas aos ventos interiores densos e são facilmente reconhecidas. Quando dormimos ou morremos, nossas mentes se dissolvem internamente e as sutis tornam-se manifestas.
As mentes sutis estão relacionadas aos ventos interiores sutis e é mais difícil reconhecê-las. Durante o sono profundo e no final do processo de morte, os ventos interiores se dissolvem no centro da roda-canal do coração, dentro do canal central; então, a mente muito sutil, a mente de clara-luz, tornar-se manifesta. Ela está ligada ao vento interior muito sutil e reconhece-la é extremamente difícil. O continuum dessa mente não tem começo nem fim. É a mente muito sutil que passa de uma vida para a outra e , se for purificada pelo treino e meditação, poderá ser transformada na mente onisciente de um iluminado.
Segundo Buda, é muito importante ser capaz de distinguir entre estados mentais agitados e pacíficos. Os estados mentais que perturbam nossa aprendizagem e paz interior, tais como raiva, inveja e apego desejoso, são denominados delusões. Eles são as principais causas de todo nosso sofrimento e falta de aprendizagem. Talvez pensemos que nosso sofrimento e falta de aprendizagem são provocadas por outras pessoas, pela falta de condições materiais ou seja pela sociedade, mas os verdadeiros causadores dessa falha são nossos próprios estados mentais deludidos.
A essência da pratica de Dharma consiste em reduzir e, por fim erradicar totalmente nossas delusões, substituindo-as por estados mentais pacifico e virtuosos. Esse é o principal objetivo do treino da meditação. Metacognição, autoregulação e autonomia de aprendizado existindo num ambiente motivacional que é a Meditação.
Alunos.
"Onde a cultura da sala de aula se concentra em recompensas, 'estrelas douradas', notas ou classificação no local da classe ... os alunos procuram maneiras de obter as melhores notas, em vez das necessidades de aprendizagem que essas notas devem refletir. Aqui eles têm qualquer escolha, os alunos evitam tarefas difíceis. Eles também gastam tempo e energia procurando por pistas para a "resposta certa". Muitos relutam em fazer perguntas por medo de falhar. Os alunos que encontram dificuldades e maus resultados são levados a acreditar que lhes falta habilidade, e esta crença os leva a atribuir suas dificuldades a um defeito em si mesmos, sobre o qual eles não podem fazer muito. Então, eles "se aposentam machucados", evitando investir esforços na aprendizagem, o que só poderia levar à decepção".
Acredite na sua capacidade de aprender.
Podem mudar.
O ato de estudar, de ser metacognitivo e propror transformações vem de encontro ao que Matus (Huertas, 1996, p.12), define:
"Planejar significa pensar antes de agir, pensar sistematicamente, com método; explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e desvantagens ; propor-se objetivos. É projetar-se para o futuro, porque as ações de hoje terão sido eficazes, ou ineficazes, dependendo do que ode acontecer amanhã e do que não pode acontecer. O planejamento é uma ferramenta para pensar e criar o futuro porque contribui com um modo de ver que ultrapassa as curvas do caminho e chega à fronteira da terra virgem ainda não palmilhada e conquistada pelo homem. Essa visão ampla serve como suporte das decisões de cada dia: os pés no presente e o olhar no futuro. É, portanto uma ferramenta vital. Ou sabemos planejar u estamos condenados à improvisação".
Aluno metacognitvo usa o planejamento como uma ferramenta de gestão do pensar, do pensar sistematicamente, e cria um futuro que suporta suas decisões estratégicas com a finalidade de aprimorar seu aprendizado de forma solida, continuo e direcionada.
Se deixe envolver, se adapte. Seja metacognitivo pensando no seu pensar. Se planeje.
Ter capacidade de pensar e questionar!
Pensar. Ouça a musica abaixo, reflita.
Somos o que podemos ser e querer, mudar é nossa melhor capacidade.