Sejam todos muito bem-vindos à disciplina de Introdução à Economia.
Diariamente, quando você liga a tv, o rádio ou acessa a internet, você recebe muitas informações e notícias sobre emprego, Produto Interno Bruto (PIB), inflação dólar, entre outras. Essas são notícias sobre a economia. A economia está no nosso cotidiano, por isso, compreender um pouco mais sobre ela irá te ajudar a ser um cidadão e um profissional mais preparado para lidar com os desafios do mercado de trabalho e também a estruturar o seu Projeto de Vida.
Mas afinal o que é economia? O que ela estuda? Quais são os problemas que os economistas enfrentam diariamente e qual o impacto disso no nosso dia a dia? A economia é uma ciência e possui diversas áreas de pesquisa, como por exemplo, o estudo do comportamento dos indivíduos em sociedade, como eles interagem, quais suas motivações e objetivos como consumidores, vendedores, credores e devedores. O campo da economia que estuda as relações ao nível individual é chamado microeconomia, já o estudo dos agregados econômicos (por agregado pense no conjunto, no coletivo) como o desemprego, a inflação, a produção, os juros e o comércio exterior é chamado macroeconomia.
Imagine uma grande floresta com muitas árvores. Individualmente cada árvore é uma pequena fração da floresta, mas mesmo assim tem muita importância. Porém, uma floresta para ser floresta precisa de árvores, e uma única árvore não faz uma grande floresta. Assim também pode ser compreendida a relação entre a micro e a macroeconomia.
Percebeu a importância de aprender os fundamentos dessa ciência para compreender como os fatores econômicos impactam direta e indiretamente no seu dia a dia? Dessa forma, você poderá lidar com os desafios que terá em sua vida como um profissional e também como um cidadão inserido em sociedade. Em nossa primeira lição estudaremos sobre os 10 princípios da economia, que nos ajudam a entender como os economistas compreendem a realidade das interações econômicas da sociedade.
Qual a primeira coisa que vem à sua mente quando alguém diz que o país está passando por uma recessão? Afinal, você sabe o que é recessão? Ou quando é dito pelos jornais que nossa moeda nacional, o real, está desvalorizada em relação ao dólar? Por que quando os preços de um bem ou serviço se elevam as pessoas reduzem o seu consumo por esse bem enquanto os produtores aumentam sua produção? Ou por que há tantos países pobres e tão poucos ricos?
Essas são algumas das perguntas que os economistas dedicam seu tempo para responder, pois são questões importantes para o bom funcionamento da economia de uma região, cidade, um estado ou mesmo uma nação. Vamos começar compreendendo um pouco melhor os padrões na organização econômica e social dos países? Padrões esses verificados na forma de organização da atividade econômica.
Você deve saber que o Brasil não adota um sistema de governo com poder absoluto, em que o Presidente e os Governadores por exemplo, decidem o que deve ser produzido, como deve ser produzido, o quanto produzir, quando produzir e, principalmente, para quem produzir. Assim como a maior parte dos países, o Brasil adota um modelo de mercado no qual as pessoas interagindo definem os preços dos produtos, sendo o Estado apenas um agente regulador, intervindo em momentos que acha necessário. Mas por que isso é assim? Por que não usar um modelo centralizador ao invés de deixar para o mercado regular as relações entre compradores e vendedores?
Perguntas como essas são respondidas à medida que entendemos que existem alguns padrões, ou princípios, que influenciam diretamente a forma como uma economia funciona, e por isso estudaremos nesta lição os 10 princípios da economia; para conseguirmos responder algumas das questões econômicas mais importantes e intrigantes.
Que tal vermos de forma prática como o conteúdo da presente lição é importante para você entender um pouco mais sobre como funciona a economia, em termos gerais?
Quando pensamos em economia temos que ter em mente que essa é a ciência que estuda a escassez dos recursos e como esses recursos, que são limitados, serão destinados para atender o máximo das necessidades individuais ou coletivas.
Uma vez que as necessidades são diversas, tanto em termos de quantidade (pensa no número de bens e serviços que você pode adquirir,, como alimentação, roupas viagens, entre outros), como temporalmente (você precisa se alimentar e ter algum tipo de lazer do momento que nasce até seu último suspiro) o ideal seria você sempre tomar as melhores decisões para ter sempre os melhores resultados e consequente maior satisfação pessoal, não é mesmo?
Vamos levar esse problema para um exemplo hipotético. Imagine que você ganhou na loteria. No entanto, há uma condição para que você possa receber o valor do prêmio. Você só pode usar o dinheiro para umas dessas três coisas:
gastar todo o dinheiro realizando uma viagem ao redor do mundo, conhecendo todos os países e lugares turísticos existentes;
pegar todo o dinheiro e realizar investimentos diversos, sejam eles produtivos (abrir uma empresas e comprar máquinas, equipamentos, ferramentas, etc.) ou não (ações na bolsa) e;
doar 75% do valor e com o restante fazer o que bem entender.
Não foi sem propósito que não foi colocado o valor do prêmio, mas dado a primeira opção dá para saber que não é uma quantia pequena. Diante desse cenário de escolhas, qual você acha que melhor se ajustaria às suas necessidades? Por que escolheu a opção que escolheu? Como você decidiria gastar seu prêmio?
Você verá na lição de hoje que existem alguns fatores econômicos que afetam nossa decisão, como escassez de recursos, diversidade de opções, os incentivos dados e a relação custo benefício.
Após a lição provavelmente será mais fácil tomar sua decisão, pois estará ciente de alguns elementos econômicos básicos para entender como as pessoas tomam decisões buscando o máximo de satisfação possível.
Antes de se falar sobre um assunto, especialmente uma área do conhecimento humano, nada mais válido do que conhecer o seu real significado. A palavra economia é de origem grega, originalmente chamada oikonomos, palavra esta derivada de outras duas, oiko, casa e nomos, lei, ou seja, economia é a ciência das leis da administração do lar. Pode parecer curioso, mas o termo foi originalmente pensado para indicar à época como os recursos dentro de uma casa deveriam ser geridos, ou como dizem os economistas, alocados.
Já parou para pensar que você, estudante, tem que tomar decisões, decisões essas que vão ser definidas pelos desejos que você pretende alcançar e pelos recursos que tem a seu dispor para alcançá-los?
A sua escolha por esse curso também foi uma escolha econômica! Afinal você precisou decidir qual itinerário formativo oferecido pela escola, se aproximava mais dos seus desejos e objetivos de vida passou a alocar seus recursos na realização deste curso, pois percebe que a realização dele é importante para alcançar esse objetivo.
Isso é economia, é o estudo sobre como os indivíduos alocam seus recursos (tempo, dinheiro) para alcançar seus objetivos. Da mesma forma que você, uma família, um empresário ou uma sociedade devem tomar muitas decisões, decisões essas que serão influenciadas por um fator fundamental, a escassez.
Se os recursos fossem ilimitados, tais preocupações não seriam necessárias, pois nunca faltaria o necessário para produzir e distribuir novamente. É nesse ponto que você estudante deve entender o porquê é tão importante estudar economia, por ser essa a ciência que vai indicar quais são as melhores formas de alocar os recursos para se alcançar a satisfação dos desejos (alimentação, lazer, moradia, emprego, salário, etc.) uma vez que esses recursos são escassos.
Para te auxiliar na compreensão sobre a economia, vamos abordar a partir de agora os chamados 10 princípios da economia.
Princípio 1 - As Pessoas Enfrentam Tradeoff
A ideia por trás desse princípio se assemelha a um ditado popular brasileiro que diz “nada é de graça”, ou com aquela música que diz “cada escolha é uma renúncia”. Isso quer dizer que para que possamos conseguir algo, inevitavelmente, temos que desistir de alguma outra coisa. Já pensou nisso? Sempre que você decide separar uma parte do seu tempo para estudar, está deixando de utilizar horas que poderiam ser destinadas a outros fins, como lazer, ou mesmo o tempo destinado a estudar uma disciplina da escola poderia ser utilizada para estudar qualquer outra, mas você teve que renunciar a outra disciplina.
Em termos financeiros, quando você decide gastar um real a mais em qualquer produto ou serviço terá um real a menos para gastar em outras coisas. O termo tradeoff traz a ideia de uma escolha difícil, uma escolha que para ser feita resultará na desistência de algo. Se você acha difícil fazer uma escolha, ou quando enfrenta um tradeoff, reflita sobre o quão complexo é isso ao se pensar a sociedade. Um tradeoff clássico que a sociedade enfrenta é a escolha entre eficiência e igualdade. É melhor para a sociedade ser eficiente, mesmo que com isso surja a desigualdade social, o melhor é escolher a igualdade, mas correndo o risco de não ser eficiente? (MANKIW, 2013).
A ideia por trás desse princípio se assemelha a um ditado popular brasileiro que diz “nada é de graça”, ou com aquela música que diz “cada escolha é uma renúncia”. Isso quer dizer que para que possamos conseguir algo, inevitavelmente, temos que desistir de alguma outra coisa. Já pensou nisso? Sempre que você decide separar uma parte do seu tempo para estudar, está deixando de utilizar horas que poderiam ser destinadas a outros fins, como lazer, ou mesmo o tempo destinado a estudar uma disciplina da escola poderia ser utilizada para estudar qualquer outra, mas você teve que renunciar a outra disciplina.
Em termos financeiros, quando você decide gastar um real a mais em qualquer produto ou serviço terá um real a menos para gastar em outras coisas. O termo tradeoff traz a ideia de uma escolha difícil, uma escolha que para ser feita resultará na desistência de algo. Se você acha difícil fazer uma escolha, ou quando enfrenta um tradeoff, reflita sobre o quão complexo é isso ao se pensar a sociedade. Um tradeoff clássico que a sociedade enfrenta é a escolha entre eficiência e igualdade. É melhor para a sociedade ser eficiente, mesmo que com isso surja a desigualdade social, o melhor é escolher a igualdade, mas correndo o risco de não ser eficiente? (MANKIW, 2013).
Princípio 2 - O Custo de Alguma Coisa É Aquilo de que Você Desiste para Obtê-la
Como sabemos que as pessoas enfrentam tradeoffs, para tomar alguma decisão é necessário a comparação entre os custos e benefícios consequentes dessa decisão. Vamos imaginar que você opte por cursar o ensino superior, esperando com isso (os benefícios) a elevação de sua capacidade cognitiva, o enriquecimento cultural e também as maiores chances de empregos com boas remunerações no futuro. No entanto, qual é o custo dessa escolha? Talvez você pense nos custos financeiros que poderá ter, como mensalidade, transporte, materiais de estudo e quem sabe até de moradia. Esses são custos importantes, mas um fator primordial a ser considerado também é o tempo, um ano de estudos é um ano a menos que você poderia se dedicar a entrar no mercado de trabalho, por exemplo.. Para grande parte dos estudantes universitários, os salários que deixam de ganhar por ter que dedicar parte do seu tempo aos estudos é um dos principais custos da educação. Aqui entra um conceito importante para os economistas, o custo de oportunidade, que diz que o custo de obter algo é o do que você desiste para obtê-lo (VARIAN, 2012).
Princípio 3 - Pessoas Racionais Pensam na Margem
Os economistas em suas análises assumem que as pessoas são racionais, ou seja, procuram sempre alcançar o seu bem-estar. Os exemplos são diversos, empresas decidem o quanto produzir para ter o máximo de lucro, indivíduos decidem o quanto de tempo podem gastar em trabalho, educação ou lazer. Por esse motivo, as decisões não são extremas. Em uma refeição, por exemplo, a decisão não é entre o jejum ou comer o máximo que puder, mas ponderar quais alimentos serão escolhidos e em qual quantidade. Na economia o termo mudança marginal diz respeito a um pequeno ajuste.
Por essa razão, economistas acreditam que pessoas racionais tomam decisões baseadas nos benefícios ou custos marginais (VARIAN, 2012). Imagine que você está no deserto e com muita sede, um copo de água tem um valor muito grande, de modo que você provavelmente estaria disposto a trocá-lo por uma barra de ouro, se tivesse uma. No entanto, o valor que você atribui ao copo de água reduz quanto menor sua sede, e isso se repetirá até o ponto que teria que decidir se um copo a mais de água (e o seu benefício marginal) valeria, ou não, suas barras de ouro.
Princípio 4 - As Pessoas Reagem a Incentivos
Por incentivo pense em algo que estimula um indivíduo a ter uma ação, a agir. Uma vez que, como já vimos, as pessoas decidem se baseando nos ganhos e perdas, é natural que elas respondam a incentivos. Talvez fique mais claro se pensarmos de forma prática. Imagine o que acontece com sua demanda por um produto ou serviço se houver uma repentina elevação do preço. Por um lado, provavelmente você teria um incentivo para reduzir a quantidade consumida desse produto ou serviço, mas por outro lado, para quem produz, haveria um incentivo para aumentar a produção. Como veremos ao longo da disciplina, mudanças nos preços e o impacto causado sobre oferta e demanda é um fator essencial para se entender a dinâmica do mercado. Esse é um princípio que os gestores estão atentos, pois as políticas públicas tem o objetivo de gerar um incentivo na economia.
Princípio 5 - O Comércio Pode Ser Bom para Todos
Empresas, no Brasil e no mundo, estão a todo momento disputando entre si para conseguir aumentar seus lucros e isso ocorre quando elas conseguem expandir seus negócios. O interessante é notar que no mundo atual diversas empresas concorrem na produção de produtos similares (marcas de carros, computadores, televisões, entre outros) de forma que essas empresas estão concorrendo pelos mesmos clientes, vencendo aquela que conseguir apresentar o melhor produto ao melhor preço.
A competição não ocorre apenas no lado da oferta, mas também entre consumidores. Você provavelmente um dia vai concorrer a uma vaga de emprego com outras pessoas; você também concorre com outros indivíduos ao realizar uma compra, pois está à procura do melhor produto em termos de qualidade e preço. Talvez esse pensamento faça você refletir que estaria em melhor situação se estivesse isolado do resto da sociedade, mas imagine a ineficiência que seria você ter que produzir sozinho sua comida, bebida, vestes, moradia, etc.? O resultado do comércio na sociedade é a possibilidade de uma maior variedade de bens e serviços, a um preço mais acessível, do que se cada pessoa tivesse que produzir tudo isso sozinha (MANKIW, 2013).
Princípio 6 - Os Mercados São Geralmente uma Boa Maneira de Organizar a Atividade Econômica
Esse princípio se pauta no desenrolar da história da humanidade, principalmente dos fatos que ocorreram no século passado (1900-2000). Eventos como a ruína do modelo comunista da União Soviética e todo leste europeu em 1980 mostraram que a organização do sistema econômico baseado na centralização do poder na mão do Estado não é eficiente, motivo pelo qual foi abandonado, pelo menos em sua versão mais extrema, pelos países que o adotaram, e começaram a desenvolver economias mais voltadas para o mercado (comércio) (MANKIW, 2013).
Em uma economia de mercado não há um planejador central dizendo como os recursos escassos devem ser alocados, pois isso é definido pelas interações entre as pessoas, mais especificamente empresas e famílias. São esses agentes que ao interagirem no mercado, vão definir como os recursos existentes serão alocados. O interesse pela satisfação individual, faz com que o mercado seja na maioria das vezes uma boa forma de organizar a atividade econômica. Foi Adam Smith, pai da economia moderna e autor do livro “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações” de 1776, que defendeu que a interação de famílias e empresas no mercado são guiados por uma “mão invisível” que conduz os resultados do mercado a um objetivo desejável para todos (MANKIW, 2013, PINDYCK, RUBINFELD, 2013).
Princípio 7 - Às Vezes os Governos Podem Melhorar os Resultados dos Mercados
Se um dos princípios da economia diz que o mercado geralmente é uma boa forma de organizar uma economia, e que uma mão invisível conduz a bons resultados a interação dos indivíduos, então, porque existem os governos? De acordo com Rossetti (2016) a presença do governo se faz necessária em momentos em que o mercado é incapaz de alocar os recursos. Por esse motivo, o mercado necessita de instituições para estabelecer e garantir por lei algo fundamental para a economia de mercado, o direito de propriedade. Imagine viver em um ambiente onde não há nenhuma garantia de que os seus bens sejam de fato seus, seria uma loucura, não é mesmo?
Há outros motivos para a existência do governo, dado as falhas de mercado, uma delas é o problema da desigualdade. Imagine que em uma festa de aniversário com 15 convidados, metade do bolo seja dado para uma única pessoa e as outras 14 tenham que se contentar com a outra metade. Essa ilustração mostra que às vezes o governo pode atuar para garantir que todos os indivíduos tenham acesso à riqueza gerada pela economia. Pense também na poluição, quem é o responsável por ela? Todos, não é mesmo? A poluição é chamada pelos economistas de externalidade (não se preocupe, temos uma lição só para entendermos o que é isso), e a experiência mostra que o governo tem que atuar para corrigir essas externalidades negativas geradas pelo mercado.
Princípio 8 - O Padrão de Vida de um País Depende de Sua Capacidade de Produzir Bens e Serviços
Você deve ter percebido que no mundo há países ricos mas há também muitos países pobres, sendo que existem casos que a diferença no padrão de vida da população de nações ricas e pobres são extremas.
Essa disparidade de renda tem diversos impactos na vida da população. Em países ricos sua população tem acesso a uma diversidade de produtos e serviços de baixo e alto nível tecnológico, além de acesso à alimentação, educação e saúde. Mas qual o fator que afeta essas diferenças no padrão de vida dos países ao longo dos anos? A resposta para isso é a produtividade de cada país. Produtividade é definida como a quantidade de produtos e serviços produzidos pelos trabalhadores. Onde a produtividade é elevada, o trabalho é mais eficiente para a produção por unidade de tempo, e como já vimos nos princípios anteriores, quanto maior a concorrência de produtos, maior é o acesso da população a esses bens e serviços. Já onde a produtividade é baixa, a escassez é maior e a grande preocupação é produzir para manter as necessidades básicas, como alimentação. Em linhas gerais, quanto maior a produtividade de um país melhor será sua renda (MANKIW, 2013).
Princípio 9 - Os Preços Sobem Quando o Governo Emite Moeda Demais
Este princípio é outro fundamentado nos eventos históricos, pois países como Alemanha após a Primeira Guerra Mundial e mesmo o Brasil, se defrontaram com essa realidade. Na Alemanha no início do ano de 1921 um jornal era adquirido por 30 centavos, mas passado apenas dois anos, esse mesmo jornal custava incríveis 70 milhões. Agora imagina isso em todos os produtos e serviços da economia?
Esse é um exemplo do que a inflação faz com a economia. A inflação é um dos principais problemas que uma economia pode enfrentar, pois tira da moeda seu poder de compra. Na grande parte dos eventos inflacionários que o mundo passou, estava presente o aumento da quantidade de moeda injetado na economia pelo governo. Em momentos em que o governo emite uma grande quantidade de moeda, o valor da moeda cai. Assim, quando o governo emite mais moeda do que o necessário para a atividade econômica, o resultado esperado será a inflação.
Princípio 10 - A Sociedade Enfrenta um Tradeoff de Curto Prazo entre Inflação e Desemprego
Como foi visto, aumento na quantidade de moeda em circulação gera inflação, mas também estimula o consumo da população, por pensar que está mais rica. Ao consumir mais, empresas vendem mais e para acompanhar esse aumento da demanda por seus produtos, elas acabam contratando mais funcionários, gerando para esses indivíduos renda e assim, de forma circular, gerando mais consumo. Ficou claro para você que quanto mais moeda, mais consumo, mais produção e assim menor a taxa de desemprego em uma economia? No entanto, também vimos que excesso de moeda gera inflação. Aqui temos o que foi discutido no 1º princípio, o de tradeoff. A sociedade tem que fazer uma escolha difícil, um tradeoff, no curto prazo, entre inflação e desemprego. Políticas adotadas no curto prazo conduzem a inflação e o desemprego em direções opostas, ou seja, quanto maior inflação, menor desemprego, mas quanto menor a inflação, maior o desemprego.
Vimos na presente lição que a economia é uma ciência do cotidiano, pois tem por objeto de estudo como os indivíduos em sociedade alocam seus recursos, que são escassos, entre os vários fins possíveis e assim alcançarem o máximo de ganho em termos de satisfação pessoal.
Ao se pensar em nível individual, aprendemos que as pessoas enfrentam tradeoffs, ou seja, decisões difíceis, uma vez que há uma infinidade de desejos a serem atendidos e que, dado a limitação de recursos, tempo e dinheiro, algumas dessas necessidades não serão atendidas, motivo pelo qual o custo de algo é o que você desiste para obtê-lo. Isso se aplica em tudo na sua vida, e a todo momento! Estar lendo esse material agora, necessariamente fez com que você não estivesse utilizando seu tempo para outras coisas, como descansar, estudar outra matéria ou sair com os amigos.
Quando você estiver perante o mercado de trabalho, caso já não esteja, verá que existe uma grande quantidade de profissionais procurando serviço e uma grande quantidade de empresas procurando trabalhadores. No sistema de mercado que vivemos, é a concorrência que vai dizer, salvo exceções, quem será contratado ou não. Da mesma forma, você enquanto consumidor, acaba escolhendo o bem ou serviço de uma empresa baseado naquele que lhe fornece o melhor custo benefício em termos de bem-estar e preço, ou seja, da mesma forma que sua vida é impactada pelo mercado, você também influencia diretamente a vida de outras pessoas e empresas.
Os conhecimentos dos 10 princípios da economia te ajudam a entender, por exemplo, que momentos de inflação são normalmente precedidos pela emissão de moeda em excesso por parte do governo, ou que quando o mercado é incapaz de alocar da melhor forma os recursos na economia, o governo pode auxiliá-lo, uma vez que as falhas de mercado existem e podem ser corrigidas quando o governo adotam políticas para corrigir tais falhas. O sucesso ou fracasso dessas políticas estarão diretamente ligadas ao tipo de incentivo que o governo pretende gerar e de fato vai gerar na economia.
Ficou interessado no assunto? Então dê uma olhada nos vídeos feitos com animação sobre os 10 princípios, além de ajudar na aprendizagem é uma forma a mais de você se conectar com esse assunto:
Vídeo: Os dez princípios da Economia, parte 1: https://youtu.be/xfCEdoui74A
Vídeo: Os dez princípios da Economia, parte 2: https://youtu.be/JP41noo299A
Clique aqui, teste seus conhecimentos sobre esta lição e confirme sua participação nesta disciplina!
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2013.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L.; RABASCO, Esther. Microeconomia. Pearson. Itália, 2013.
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 21. ed. São Paulo. Atlas. 2016.
VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. Elsevier Brasil, 2012.