10.- LONGEVIDADE

10.1.- CONCEITO E SIMBOLOGIA.

10.2.- PASSADO E FUTURO DA LONGEVIDADE NO MUNDO.

10.3.- FATORES INFLUENTES.

10.4.- BUSCA DE UM ÍNDICE PARA

AVALIAR A LONGEVIDADE DE UMA POPULAÇÃO.

10.5.- CONTEXTO VERANENSE.

10.6.- ATUALIZAÇÃO - COM OS DADOS DO CENSO DE 2000

10.7.- ATUALIZAÇÃO - COM OS DADOS DO CENSO DE 2011

10.1.- CONCEITO E SIMBOLOGIA

Em seu conceito mais simples, longevidade significa qualidade do longevo, ou seja, qualidade daquele que tem muita idade.

Longevidade está sempre relacionada com expectativa de duração de vida. Expectativa esta formulada em função de um complexo de fatores influentes que serão aqui, mais adiante abordados.

O deus Shou Xing, da antiga religião chinesa, é considerado o deus da longevidade. A simbologia a ele atrelada inclui o pêssego, a cegonha e a tartaruga. Com esta fruta na mão e acompanhado pelos dois animais longevos é que Shou Xing , numa imagem de homem velho de bengala, é representado.

10.2.- PASSADO E FUTURO DA LONGEVIDADE NO MUNDO

As referências mais antigas sobre longevidade remontam ao Antigo Testamento. Nos tempos bíblicos, conforme registrado no Gênese, a vida humana se prolongou, segundo vários exemplos, por quase um milênio. Adão teria vivido 930 ano, Noé 950 e o mais longevo, Matusalém, 969 anos. Evidentemente, há necessidade de admiir tais números com muita cautela, em função de desconhecer-se a real duração do ano naquela época e também o significado às vezes figurado do conteúdo bíblico.

A partir dos elementos disponibilizados pela enciclopédia Encarta de 1999 e dos informes da Organização Mundial de Saúde, pode-se sintetizar alguns aspectos mais relevantes da evolução da longevidade.

Assim, durante o período Neolítico, que começou aproximadamente em 8000 B.C., a expectativa de vida humana era de apenas 20 anos. Tal situação perdurou por muitos séculos, onde as mulheres frequentemente morriam nos partos e a mortalidade infantil era muito elevada.

Durante a Idade do Bronze (2200 a 700 B.C.), na Europa a expectativa de vida permaneceu semelhante àquela do Neolítico.

A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, o avanço na longevidade foi marcante, em função da substituição do trabalho manual por máquinas e melhorias nas condições de saúde, nutrição e imunologia.

Desde o Século XIX, com as significativas melhorias tecnológicas e da medicina, a expectativa de vida não parou mais de elevar-se, perdurando nos nossos dias e projetando-se para o futuro. Os números a seguir coligidos dão conta desta tendência mundial.

  • Em 1955, havia 12 pessoas com idade superior a 65 anos para cada 100 abaixo de 20 anos, numa razão de12/100. Em1995 tal razão subiu para 16/100, prevendo-se para o ano 2025 que tal razão atinja 31/100.
  • O número de pessoas acima de 65 anos em 1998 era de 390 milhões, devendo alcançar a 800 milhões no ano de 2025, ou seja 10% do total da população mundial que deverá ser de 8 bilhões de pessoas.
  • A expectativa média de vida no nascimento em 1955 era de 48 anos, em 1995 era de 65 anos e em 2025 deverá ser de 73 anos.

A pergunta que se impõe é até quando a tendência de elevação da expectativa de vida e consequentemente a longevidade se extenderão no futuro.

Isto dependerá da evolução das ciências. No contexto atual forte atenção está voltada aos estudos para decodificação do DNA e o entendimento de porque algumas pessoas são mais suscetíveis a doenças do que outras. Os estudos estão voltados também para os radicais livres e os hormônios e seus relacionamentos com o envelhecimento.

10.3.- FATORES INFLUENTES

10.4.- BUSCA DE UM ÍNDICE PARA AVALIAR A LONGEVIDADE DE UMA POPULAÇÃO.

A Organização Mundial de Saúde - OMS divulgou o denominado "Fifty Facts from The World Heath Report 1998" ( Cinquenta Fatos do Relatório Mundial de Saúde 1998). Nele consta um item relativamente a população do mundo, caracterizando a proporção entre a quantidade de pessoas idosas e a quantidade de pessoas jovens. Para isto são distinguidos dois grupos: um com idades superiores a 65 anos e o outro com idades abaixo de 20 anos e assim é calculada uma razão velhos/jovens.

Para o caso brasileiro, tendo em vista os grupos etários utilizados pelo IBGE (Contagem da População de 1996), pode-se considerar os dois grupos, para efeito de cálculos, como sendo: jovens até 20 anos (igual a OMS) e idosos com 65 anos ou mais ( a OMS considera acima de 65).

Julgamos adequado, então, estabelecer um índice avaliador da longevidade expresso pela seguinte fórmula matemática:

IL = (N65/N20) * 100

Onde IL é o Índice de Longevidade

N65 é a quantidade de pessoas com 65 anos de idade ou mais.

N20 é a quantidade de pessoas com idades abaixo de 20 anos

A diferença entre este índice proposto ( IL ) e a razão utilizada pela OMS é muito pequena, permitindo análises comparativas de longevidade entre populações avaliadas por qualquer um dos dois métodos.

A avaliação comparativa pode ser feita utilizando-se as referências médias mundiais mencionadas pela OMS, quais sejam:

10.5.- CONTEXTO VERANENSE

A notícia formal mais antiga sobre a longevidade em Veranópolis foi veiculada pela famosa Revista Geográfica Universal, em seu nº 78 de maio de 1981. Veranópolis está citado em artigo denominado "Os celeiros da longa vida pelo mundo" com referência aos locais considerados como autênticos redutos de gente idosa, juntamente com a República Socialista da Geórgia na União Soviética; as montanhas de Kamoram, em Caxemira, no Pakistão; algumas aldeias localizadas em serras do sul da Itália; e, o vale de Vilcabamba nos Andes do Equador. A menção à Veranópolis informa ser "localidade no meio de montanhas, onde vive apreciável número de velhinhos em sua quase totaliade descendentes de colonos italianos"

A seguir apresentamos uma coletânea de fatos pertinentes a longevidade em Veranópolis, representando uma base inicial para aprofundamentos de pesquisas.

  • Notícias de diversos tipos tem indicado ser Veranópolis a localidade com a terceira maior longevidade do mundo e a primeira do Brasil, às vezes atribuindo-se a OMS tal posicionamento. Há necessidade de obter-se documentos formais comprobatórios sobre isto e quais os critérios utilizados.
  • O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, informou, em sua edição de 13/02/1994, que de acordo com o último recenseamento realizado no Brasil, o país tinha 7 % de seus habitantes com idades acima de 69 anos de idade, enquanto que em Veranópolis esta marca estava em 13 %.
  • Na mesma edição o jornal informou ter havido uma missa em homenagem aos idosos de Veranópolis com idade mínima de 75 anos, tendo sido distribuidos 300 convites a tais idosos.
  • Em 1994, o geriatra Emílio Moriguchi, da PUC de Porto Alegre, desenvolveu o Projeto Veranópolis com estudos epidemiológicos do envelhecimento. Os resultados foram muito relevantes.
  • Segundo dados oficiais do IBGE, no recenseamento de 1996, a situação da população idosa de Veranópolis para um total de 18.122 pessoas, era a seguinte:
  • A partir de dados oficiais do IBGE relativos ao recenseamento de 1996, pode-se calcular o IL ( Índice de Longevidade ) de Veranópolis:

IL = (1.540/5.970) * 100 = 25,80

Este resultado situa-se 61 % acima da média mundial fornecida pela OMS para o ano de 1995, pois lá o IL era de 16.

  • A fantástica e inquestionável longevidade dos habitantes de Veranópolis é devida a um complexo de fatores, carecendo ainda de elementos mais seguros para sua perfeita definição. Entre os fatores mais frequentemnte apontados pode-se citar:

a) Hereditariedade - Principalmente relativa a famílias italianas com elevada longevidade. Veja-se, por exemplo, os anos vividos por alguns representantes da família Farina ( italianos e descendentes) em

http://sites.google.com/site/genealogiafarina (Fatos, hábitos e curiosidades - A longevidade dos Farina ) , onde a média dos anos vividos é de 84,2.

b) Aprimoramento do vigor físico - Os colonos italianos desenvolveram em Veranópolis um trabalho arrojado, motivado e saudável, durante várias dezenas de anos.

c) Alimentação saudável - Produção própria de alimentos preservadores da boa saúde: hortaliças e frutas sem defensivos agrícolas, consumidos frescos; e, alimentos de origem suina de fabricação própria ( banha, salame, copa, toucinho ).

d) Ausência ou carência de estresse.

e) Clima excelente.

f) Atividades física e mental regulares.

g) Harmonia familiar e social.

h) Contato permanente com a natureza.

i) Entusiasmo e alegria de viver.

j) Ingestão frequente de vinho com características especiais.

Se a questão é alegria de viver, aqui vai uma historinha contada pela revista Manchete em seu nº 2.281 de 23 de dezembro de 1995 que faz parte de excelente reportagem sobre a longevidade do povo veranense.

Um homem de 70 anos chora sentado na calçada de uma rua de Veranópolis. Um conhecido, pouco mais velho, penalizado, pergunta:

- O que é que houve ? Por que você está chorando ?

Esfregando os olhos, o chorão responde:

- Porque o papai me bateu !

- E por que você apanhou ?

- Porque eu fiz careta pro vovô.

10.6.- ATUALIZAÇÃO - COM OS DADOS DO CENSO DE 2000

Com a divulgação, pelo IBGE, dos dados pertinentes ao Censo do ano 2000, procedemos uma atualização e ampliação do contexto da longevidade de Veranópolis.

Permanecemos utilizando o conceito de IL - Índice de Longevidade, conforme por nós definido no item 10.4 deste "site". Além disso, passamos a utilizar mais dois índices indicativos de longevidade.Um que denominamos de ILT - Índice de Longevidade Total. Este índice é assim calculado:

ILT = (N65/PT)x100

Onde:

N65 = Quantidade de pessoas residentes com 65 anos de idade ou mais

PT = População residente total

O outro índice que passamos a utilizar agora é o "Ageing Index" - Íncide de Envelhecimento, conforme definido e aplicado pela Population Division - Divisão de População das Nações Unidas ( World Population Ageing 1950-2050). Designamos este índice de IE e sua fórmula para cálculo é:

IE = (N60/N15)x100

Onde:

N60 = Quantidade de pessoas residentes com 60 anos de idade ou mais

N15 = Quantidade de pessoas residentes com menos de 15 anos.

Procedemos também um estudo comparativo com os municípios vizinhos, os estados da região sul, o Brasil e o mundo.

Além disso, distinguimos o município de Veranópolis atual e o anterior, este último incluindo Cotiporã, Fagundes Varela e Vila Flores, ou seja, incluindo tais municípios desmembrados.

O quadro a seguir espelha a nova ssituação.

Observações e conclusões do novo contexto.

a) A inclusão dos municípios desmembrados ( Cotiporã, Fagundes Varela e Vila Flores) no denominado Veranópolis Anterior justifica-se em razão de serem contíguos e bem próximos a Veranópolis, por possuirem historicamente a mesma origem e organização populacional e por situarem-se em microclima praticamente igual.

b) Está comprovado, mais uma vez, e agora bem mais substancialmte que Veranópolis tem característica de longeviade

bastante elevadas, liderando o ranking das regiões selecionadas no quadro acima. É importante observar que a posição de liderança de Veranópolis independe do índice utilizado, pois em todos eles figura em primeiro lugar. Mesmo com a abstração dos referidos municipios desmembrado sua liderança perdura em relação em relação às demais regiões consideradas.Na realidade principalmente Fagundes Varela, mas também Cotiporã e Vila Flores, quando analisados isoladamente, tem indices superiores a Veranópolis Atual, conforme pode ser observado no quadro detalhado.

c) O crescimento do IL de Veranópolis do ano de 1996 para o ano de 2000 foi de 10,5 %

d) Nas relações do IE de Veranópolis Atual e do IE de Veranópolis Anterior observa-se que eles sempre são mais elevados do que os IE's das regiões escolhidas para comparação.Veja-se no quadro a seguir os percentuais dessas supremacias e da supremacia de Veranópolis Anterior em relação a Veranópolis Atual.

QUADRO DETALHADO DESTE ESTUDO

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  • 10.7.- ATUALIZAÇÃO COM OS DADOS DO CENSO DE 2011
    • PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO VÁ NO ANEXO 1 - ABAIXO
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