As nossas igrejas, já por si, são bonitas e muitas são de grande beleza. Claro que umas são mais bonitas do que outras, mas igrejas são igrejas. Ainda assim, a Igreja permite que elas sejam ornamentadas com flores ou outros elementos decorativos para se viver melhor a liturgia. Portanto, não esquecer que a ornamentação das igrejas está ao serviço da liturgia. Serve de suporte e de envolvência à liturgia. Deve ser feita com simplicidade e equilíbrio e não com ostentação, porque a ostentação dá a ideia de exibicionismo, luxo, aparato e riqueza (não dá para entender que haja dinheiro para exageradamente se ornamentarem as igrejas com flores e os peditórios para os pobres ou outra necessidade são quase insignificantes).
Na ornamentação das igrejas deve-se ter em conta a verdade das coisas. Ou seja, devem-se usar flores naturais e não flores artificiais. Estas, por muito bonitas que sejam, não são verdadeiras, são imitação. São fabricadas. Logo, não devem ser usadas na ornamentação das igrejas. Onde não há flores naturais, o que fazer? Apela-se à criatividade. A natureza nunca deixa de nos oferecer coisas bonitas que poderemos usar.
A ornamentação das igrejas, como já referi atrás, não é para ornamentar as igrejas só por si, mas sobretudo para favorecer a celebração da liturgia e a formação dos fiéis. Logo, é preciso perceber a liturgia e ter alguma noção dos tempos do ano litúrgico. Por exemplo, no advento devem-se diminuir as flores e os ramos (muito simples) que forem usados devem ter em conta o verde e o roxo ou outra cor apropriada. Na Quaresma, não se usam flores nos altares. Os altares devem estar despidos. É tempo de despojamento e sobriedade. E por aí fora.
Na ornamentação das Igrejas não se devem usar muitas flores, mesmo num grande dia de festa. É melhor apelar mais à arte do que à quantidade. E as que forem usadas, que sejam verdadeiras.
Na ornamentação do altar-mor exige-se moderação (o essencial). O altar é o altar. Se o rodeamos e o carregamos com muita coisa deixa de parecer um altar. Não usar coisas que chamem muito a atenção. Tudo deve ser discreto. De preferência, as flores, que devem ser poucas, devem ser colocadas no chão do altar, à frente. Já que vieram do chão, no chão devem ficar. Se por qualquer outra razão excecional se decidir colocar o ramo encima do altar, deve ser colocado num canto e nunca ao centro (que caricato é não se ver o que está no altar), ser pequeno, não ser muito largo nem muito alto, feito com arte. Os outros altares da Igreja podem ter flores, que poderão ser colocadas encima, mas com simplicidade.