Nesta etapa montamos as peças das canoas, que é um procedimento crítico devido ao alinhamento final necessário e começamos a aprender a trabalhar com a fibra de vidro.
Nas fotos acima, o Beto e o Wanderlei acabando de ajustar as cavernas do casco esquerdo. O Beto, experiente velejador, está praticando construção e na fila para fazer também o seu Hitia 17...
Nunca é demais enfatizar que antes de fazer a costura dos costados, um no outro, vale a pena igualar os tamanhos do par de laterais que forma o casco (costados) com plaina elétrica ou lixadeira, apoiando-os sobrepostos e alinhados em uma superfície bem plana, que serve também para a furação e a costura. Tudo pela preocupação com a linearidade e ausência de empenos nas canoas após a montagem. Um par de cavaletes, simples mas bem feitos, é essencial para a montagem das cavernas. (dois pares serão necessários).
Até aqui, as peças do convés ainda não foram cortadas porque antes disto é melhor conferir as medidas finais do casco.
Tampas do convés prontas. As longarinas, coladas na posição deitada (o projeto ilustra isto, mas não esclarece) foram arredondadas antes de colar. Detalhe da caverna instalada, com os reforços/acabamentos de canto feitos com massa de microesfera, aerosil e epoxi. Fica muito leve e resistente. O aerosil faz com que a massa fique estável, sem escorrer, assim como manteiga de amendoim, tornando muito fácil a modelagem com a espátula, mas descobrimos, apanhando, que se deve fazer a mistura um pouco de cada vez, pois algum tempo depois, se mexer muito, a massa desanda e escorre (parece o mesmo fenômeno do mingau de maizena), não conservando mais a forma da modelagem.
Os cascos montados aguardando as peças do cockpit e convés...
Acima, montagem do cockpit.
Abaixo, uma visão geral do casco faltando apenas a colagem do convés
Acima, detalhes das duas saídas de água de cada cockpit e das tampas de inspeção de 15 cm. Duas são para o fundo do cockpit e uma externamente no convés dianteiro. Três por canoa. Uma quarta tampa de inspeção, não redonda, feita em casa, dá acesso às cavernas de popa (ver foto da visão geral do casco).
Considerações desta etapa:
O capricho com os alinhamentos e medidas resultou em um belo cockpit, mas a grande novidade desta etapa é a aplicação do tecido fino de fibra de vidro no interior do cockpit. Fiquei muito satisfeito, pois bastou preparar todos os cortes antes e o resultado foi explêndido, sem nenhuma bolha ! fizemos assim:
Preparamos as peças de fibra nas medidas e cortes já feitos e dobramos de forma conveniente para ir desdobrando já sobre o lugar definitivo e assim facilitando a aplicação no lugar certo. Fazer umas pequenas marcas na fibra com caneta permanente para alinhar com referências estratégicas no local de aplicação foi muito proveitoso.
Passamos resina com pincel em toda a superfície a receber a fibra, tendo o cuidado de usar apenas uma fina demão.
Colocamos a fibra no lugar logo em seguida, com a resina bem fresca, assim ela pôde se mover e acomodar-se nas superfícies, evitando bolhas.
De novo com o pincel e com um pouco mais de resina, fomos batendo sobre a fibra até a mesma ficar totalmente assentada e transparente.
Finalmente, com uma boa espátula de plástico, usada como se fosse um rodo, "enxugamos" toda a superfície, o que, além de eliminar o excesso de resina, a distribuiu perfeitamente pelo tecido. Secar todo o excesso de resina é o caminho para apertar a fibra contra a madeira usando a fortíssima tensão superficial a nosso favor. Pra que vácuo?