Dentre os usos que queremos dar para o nosso hitia 17, a possibilidade de pequenas aventuras no litoral, nos levou a pensar na substituição do trampolim central por um deck rígido. Fizemos muitas pesquisas em fotos e forums da internet, perguntamos a outros construtores sobre o assunto e concluimos pelo desenvolvimento de um projeto nosso, que vai detalhado abaixo, onde foram levados em conta os seguintes fatores:
1) Facilidade de construção
2) Leveza
3) Flexibilidade do conjunto, para garantir adaptabilidade à estrutura flexível do barco.
4) Facilidade de montagem e desmontagem, sem ferragens e sem necessidade de intervenções no barco.
5) Dimensões apropriadas para o transporte, já que as medidas da área total são, mais ou menos, 1,70m X 1,80m, o que é muito grande para levar deitado no reboque.
Optamos então por uma plataforma fixa central de um metro de largura, com duas longarinas bem fortes de madeira leve, que vão amarradas nas vigas central e traseira. Dois complementos laterais móveis completam a área até as canoas, podendo estar abertos, para uma área totalmente aproveitada, ou dobrados para o centro, dando acesso à água, possibilitando o uso de remo internamente às canoas, espaço vertical para os pés, etc. Para o transporte, as partes móveis dobradas resultaram em uma peça de 1m de largura e 2m de comprimento, fácil de ser colocada no reboque, sobre as canoas.
Abaixo, detalhes da plataforma central vista por baixo. Longarinas principais (2): 2000 X 90 X 35 mm; vigas transversais (12): 960 X 35 X 12 mm com espaçamento de 154 mm entre eixos; longarinas da borda (2): 1706 X 35 X 25; encaixes das vigas transversais: nas longarinas principais, 11 mm de profundidade e nas longarinas da borda, 5 mm; compensado do piso: 1706 X 1000 X 4 mm. O espaço central interno entre as longarinas principais é de 600 mm.
Por enquanto, não fechamos a plataforma com um segundo compensado por baixo das vigas transversais. Se fizéssemos, esta ficaria mais resistente, mais pesada (uns 4 Kg a mais) e muito mais rígida. Vamos testá-la assim primeiro. Conforme for, depois, colocaremos o fechamento. Se não viermos a fazê-lo, fecharemos assim mesmo com lona plástica laminada, presa com velcro, para evitar o impacto das marolas (freio) nas vigas transversais.
Abaixo, os 2 complementos laterais unem-se à peça central, cada um, por 4 dobradiças de cordas em 8, como no leme. Nas fotos abaixo ainda não instaladas. Este sistema é muito versátil, durável (segundo relatam os proprietários de barcos Wharram) e barato. Estes complementos foram feitos fechados dos dois lados em compensado. Possuem 12 pequenas vigas transversais de 348 X 35 X 12, similares à peça central. No lado da dobradiça colocamos uma longarina mais robusta, de 1706 X 35 X 25 mm onde as pequenas transversais são encaixadas em 12 entalhes de 5 mm de profundidade, e na outra extremidade, outra longarina mais leve (funcionam apoiadas nas canoas), de 1706 X 35 X 12 mm, onde as transversais são coladas e pregadas de topo, sem encaixe. Os complementos laterais são fechados, cada um, por duas placas de compensado de 1706 X 380 X 4 mm
Eu não poderia deixar de registrar a cena abaixo, com a Luciene (esposa) e a dona Lucia (sogra) passando resina embaixo do deck. Eu fotografando...
Considerações desta etapa:
1) Este é um projeto nosso, ainda não testado. Posteriormente faremos comentários sobre o seu desempenho em funcionamento real.
2) O material usado foi o cedro, para garantir leveza, durabilidade e resistência. O conjunto todo resultou em 24 kg.
3) O fechamento da parte de baixo com compensado vai depender dos testes. Aberto, apresenta grande flexibilidade aos esforços de torsão e portanto não concentra esforços.
4) A resistência das vigas transversais não é excepcional, mas é suficiente para o uso, desde que sem excessos. O fechamento inferior certamente melhoraria muito este ponto. A aplicação de fios de fibra de vidro (roving) colados ao longo das mesmas no vão central, na face de 600 X 12 mm, também é uma excelente opção, inclusive mais leve.
5) A fixação no barco é feita, passando as pontas das 2 longarinas principais por baixo das vigas do barco, com uma amarra quadrada em cada ponta (ao todo 4) usando cabo de poliéster pré estirado de 4 mm, dando umas 4 voltas. A única interferência no barco é a instalação de 2 pequenos calços centralizados embaixo das vigas central e traseira, para posicionar a plataforma no lugar correto.
6) Os complementos móveis, quando abertos, apoiam-se nas canoas, em toda a sua extensão. Aplicamos, nas canoas, uns batentes de borracha macia e um ponto para amarrar os complementos quando abertos, apenas para evitar que batam com o balanço do barco, e um batente fino de borracha neste mesmo local.