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Pela primeira vez no Peru, a terceira edição do Campeonato Sul-Americano de Skyrunning marcou uma emocionante aventura de três dias, com Peru, Chile e Brasil conquistando as primeiras posições no ranking do país
O Vertical Kilometer® chegou a 2.810 m de altitude, a alta altitude foi um dos grandes desafios para os brasileiros © La Voz Del Trail
As três disciplinas clássicas de skyrunning, VERTICAL, SKY e SKYULTRA, foram realizadas em Callahuanca, na Cordilheira dos Andes, no local anfitrião, o Marcahuasi Ultra Skyrunning, de 6 a 8 de junho de 2025.
Com 27 medalhas em jogo, sete países sul-americanos disputaram os títulos e medalhas individuais, combinados e por país.
Os eventos começaram na sexta-feira, 6 de junho, com o VERTICAL – um Quilômetro Vertical® perfeito de 4,5 km de extensão com 1.000 m de subida e 2.810 m de altitude, onde o peruano Fran Muñoz levou o ouro, um minuto à frente do boliviano Alvaro Quemaya, que levou a prata, e do chileno Cristobal Stack, o bronze.
Douglas Gouvea da Silva foi o 7º colocado com o tempo de 50'55", é a terceira vez que o paulista defende no Brasil, tendo competido Sul-Americano de 2023 e no Campeonato Mundial SkySnow 2024.
"Primeiramente, um imenso prazer em estar representando a seleção Brasileira de Skyrunning mais uma vez. Infelizmente não me senti tão bem durante a prova, o corpo não respondeu da maneira que eu gostaria e o resultado em si não foi qual eu almejava. Entreguei meu melhor para o dia, logo, saio feliz por toda experiência adquirida e também gostaria de parabenizar a todos do Time Brasil que foram com toda certeza uma nação de muita união nesta competição", comentou Douglas.
Seleção brasileira na linha de chegada do Vertical Kilometer®, Douglas Gouvea, Andre Siegle, Lucimar de Aquino, Ewelin Mello, Alan Lima e Ramiro Kramer. © La Voz Del Trail
Em seguida chegou o paranaense Alan David Lima na 8ª colocação com 52'12", foi a estreia de Alan no time, ele comentou: "Foi uma experiência única de poder representar nosso país e a CBSky em uma competição tão importante como o Sul-Americano."
"Um misto de sentimentos bons, algo que levaremos para nossa vida. A forma como a cidade de Callahuanca abraçou a delegação brasileira (Leo, Ewelin e Cristiane fizeram um grande trabalho de boas-vindas antes de toda a delegação chegar) e a maneira como fomos tratados por toda a população e pelos nossos 'adversários' mostra que o brasileiro é um povo que exala alegria em qualquer lugar."
"A prova teve um visual incrível, organização impecável, a altitude era a grande incógnita para todos nós, o terreno mesmo não sendo tão técnico, apresentou uma dificuldade técnica que não estamos acostumados aqui no Brasil. Porém, todos presentes fizeram um grande trabalho e entregaram o que tinham para o dia da prova e isso culminou com o 3° lugar por equipes e mais duas medalhas individuais das meninas. Deixamos um bom legado para os próximos representantes da seleção brasileira e acredito que seremos lembrados por muito tempo pelos cidadãos da pequena Callahuanca."
O capitão do time, Andre Luiz Siegle, chegou com 56'09" na 12ª colocação, foi a segunda vez que o gaúcho representou o Brasil, tendo participado do SkyMasters de 2024.
A mineira Ewelin Mello estreou na seleção brasileira conquistando a medalha de bronze no Título COMBINADO VERTICAL e SKY. © Joker Photography
Na prova feminina, a disputa foi entre a chilena Nazareth Stack , que levou o ouro, e a peruana Trinidad Ortiz , que levou a prata. Verônica Galvan, da Argentina, levou a primeira medalha da história para a Argentina, com um bronze.
A mineira Ewelin Cristina Ribeiro de Mello foi a 5ª colocada no VERTICAL com o tempo de 1:04'55", e após competir no domingo na SKY, ela conquistou a medalha de bronze no título COMBINADO, consagrando sua grande estreia no time.
"Estar no Sul-Americano no Peru representado o Brasil foi um sonho, eu sabia que correr na altitude seria uma grande dificuldade pra mim e minha equipe, mas fomos com garra, coragem, coração e união. Uma prova linda e desafiadora. Eu vivi dias inesquecíveis, a comunidade de Callahuanca nos abraçou com muito amor e carinho, principalmente as crianças onde a gente passava eles gritavam 'Brasil', vai ficar em nossas memórias. Gostaria de viver tudo isso de novo. Cada um de nós deu o seu melhor pela Seleção Brasileira", comentou Ewelin.
Em seguida chegou a fluminense Lucimar de Aquino Alves na 6ª colocação com o tempo 1:12'52", ela também representará o Brasil no Campeonato Mundial Master de Skyrunning que acontecerá na Bulgária no fim da temporada.
Pódio SKYULTRA com Brasil, Peru e Chile © Astrid-Valvidia
No sábado, foi a vez da SKYULTRA, com 59 km de extensão e uma extenuante subida vertical de 3.400 m, a quase 4.000 m de altitude. O percurso difícil foi dominado por corredores locais e viu os peruanos Emerson Trujillo e Sayda Quispe conquistarem o ouro em casa.
O domínio do Peru foi ainda mais destacado por Sayda Quispe, que venceu com quase meia hora de vantagem sobre Jasieli Tagliari Dalla Rosa, do Brasil, e 45' sobre Tamara Veliz, do Chile.
A gaúcha e capitã do time brasileiro, Jasieli, conquistou sua terceira medalha individual em campeonatos ISF, em 2019 ela levou o bronze na disciplina SKY do Sul-Americano, em 2024 conquistou a prata no Campeonato Mundial Master na categoria O40 SKYULTRA, desta vez veio mais uma prata SKYULTRA, consagrando-a como a maior medalhista brasileira até hoje.
"Embarcamos com a seleção brasileira sabendo que seria um grande desafio enfrentar a altitude do Peru, mas a equipe esteve unida e cada um deu o seu melhor, foi dedicação total, entrega em cada km, trouxemos o bronze por equipe e isso nos orgulha muito, como capitã saio realizada que todo mundo se ajudou a entregar o melhor, a conquista da prata individual naqueles duros 60 km foi a consagração de um trabalho que venho realizando e focando nas competições skyrunning, fui muito feliz naquelas montanhas, só agradecer a todos", comentou Jasieli.
Em quinto lugar chegou a paulista Cristiane Campello da Silva, estreante na seleção brasileira, ela concluiu o árduo percurso em 9:51'18". Na 7ª colocação veio a catarinense Rosa Francisco da Silva Kuglin com o tempo de 10:27'02", em sua segunda vez representando o Brasil depois de ter participado do SkyMasters 2023.
Leonardo Nascimento no desafio extremo da SKYULTRA © Joker Photography
Trujillo é o atual campeão sul-americano de SKYULTRA, conquistando o título de 2023 no Brasil e o quinto lugar no Campeonato Mundial de 2024 na Espanha. Desta vez, ele dominou a corrida do início ao fim e arrasou a competição, vencendo por 22' sobre o chileno Luis Soto e 40' sobre o argentino Fernando Quiroga.
Dentre os brasileiros, o paranaense Davi Gomes da Silva chegou em 8º colocado com o tempo 8:41'06", foi segunda participação dele no time, tendo representado o Brasil no Campeonato Mundial de 2022, ele ainda se prepara para vestir a camisa da seleção no Campeonato Mundial Master de Skyrunning 2025.
"Um time acima de tudo! Uma entrega de todos até as últimas forças. Todos em um só objetivo: levarmos o nosso país o mais alto possível nas condições que temos. Não foi fácil uma SKYULTRA como esta… Mas a entrega foi insana, minha melhor performance individual em 4 anos nesse esporte! É um sonho realizado voltar de lá com o bronze de seleções!", comentou Davi.
Em seguida chegaram os baianos estreantes na seleção brasileira, em 9º lugar Fabricio Fernandes Araujo com 8:49'04", e em10º lugar, Leonardo Nascimento de Jesus com 8:55'06".
Leonardo relatou: "Correr em altitudes elevadas, como as do Peru, não é apenas um desafio físico, mas também uma oportunidade única de apreciar a beleza de uma natureza diferente e a cultura local."
"A altitude oferece um cenário atípico do que estamos acostumados, mas requer aclimatação e resiliência. A dificuldade de adaptação faz parte da aventura, mas é recompensada pelas montanhas ao redor e pela rica herança cultural do país. O Peru, com sua história mística, encanta não apenas por suas paisagens, mas também pela hospitalidade de seu povo. O carinho que recebemos pelas ruas, seja das crianças ou dos adultos em geral, foi algo surreal e pela delícia de sua culinária exótica."
"Outro momento que enche o coração de emoção é quando vestimos a camisa da seleção brasileira. É uma representação do nosso orgulho nacional, um símbolo de equipe e determinação. Vestir a camisa da seleção é um lembrete constante de que estamos todos juntos nessa jornada. Espero que todos estejam tão animados quanto eu para os próximos desafios. Que venha o Mundial Master na Bulgária e que possamos celebrar cada vitória juntos."
Seleção brasileira antes da largada SKYULTRA, com Leonardo Nascimento, Roberto Carvalho, Jasieli Rosa, Rosa Kuglin, Cristiane Campello, Fabricio Fernandes, Ramiro Kramer e Davi Silva © CBSky
A disciplina SKY de domingo foi disputada em parte do percurso SKYULTRA, passando pelos mesmos 4.000 m de altitude, percorrendo 37 km e 2.800 m de subida vertical. Mais uma vez, a altitude elevada desempenhou um papel fundamental, uma vantagem para os corredores peruanos, com Fran Muñoz conquistando mais uma medalha de ouro e garantindo o título COMBINADO, à frente do compatriota Octavio Chiri e do boliviano Álvaro Quemaya.
Entre as mulheres, a peruana Trinidad Ortiz , após a medalha de prata na VERTICAL de sexta-feira, ficou com o ouro, Yasmil Lopez, a prata e a chilena Nazareth Stack garantiu o bronze.
A goiana Patricia Maria Nicolau de Andrade chegou bem perto da medalha, ficando na quarta colocação com o tempo 5:23'40", esta foi sua segunda vez representando o Brasil, após a grande performance dela no SkyMasters 2024.
No masculino, Alan Lima também chegou em quarto colocado, bem perto da medalha, no título COMBINADO ele também se classificou em quarto. Andre Siegle foi o quinto na SKY e o quinto no título COMBINADO. Outro estreante do time foi o mineiro Maicon Denis Teixeira, que concluiu o percurso em 5:57'14", chegando na 12ª colocação.
Seleção brasileira antes da largada SKY, com Roberto Carvalho, Andre Siegle, Alan Lima, Ewelin Mello, Maicon Teixeira e Patricia Andrade. © CBSky
O título COMBINADO, baseado na soma dos resultados VERTICAL e SKY, viu Fran Muñoz levar sua terceira medalha de ouro, graças à sua incrível dupla vitória, o boliviano Alvaro Quemaya, prata e Rodrigo Chandia, da Argentina, bronze.
O título COMBINADO feminino foi disputado acirradamente, com Trinidad Ortiz e Nazareth Stack subindo nos dois pódios e, finalmente, conquistando o ouro e a prata, respectivamente, com a brasileira Ewelin Mello ficando com o bronze.
Ricardo Rivadeneira, organizador do Marcahuasi Ultra Skyrunning, declarou: “Estamos muito felizes com o sucesso deste evento. Estamos orgulhosos de ter mostrado a tantos atletas fortes a beleza do Peru e da Marcahuasi Ultra, um evento que eles certamente guardarão em suas memórias, assim como nós guardaremos com este evento de alto nível.”
A seleção brasileira contou com o apoio do Técnico Titular Ramiro Kramer Silva, em 2024 o gaúcho e o Time Master trouxeram a prata no ranking de equipes nacionais do Campeonato Mundial Master. O Técnico Auxiliar foi o paulista estreante Roberto Ferraz de Carvalho, a temporada apenas começou para ambos que ainda auxiliarão os times nos Campeonatos Mundiais Juvenil e Master de 2025.
Curso Internacional de Arbitragem ISF sob o comando do brasileiro Fernando Henrique Felipe © Luiz Fabiano
Pela segunda vez a ISF realizou um Curso Internacional de Arbitragem durante o Sul-Americano, com a liderança do paulista Fernando Henrique Felipe, Diretor Técnico CBSky e Presidente do Comitê de Arbitragem e Regras CBSky.
Fernando declarou: "Viver o Sul-Americano de Skyrunning em Callahuanca foi algo simplesmente inesquecível. Foram dias de conexão profunda com a montanha, com o esporte e, principalmente, com pessoas que compartilham o mesmo amor por essa modalidade tão desafiadora e apaixonante."
"Ver seis nações reunidas, Brasil, Peru, Chile, Argentina, Colômbia e Bolívia, lado a lado, trocando experiências, fortalecendo laços e construindo juntos o crescimento do Skyrunning nas Américas, foi algo que me tocou profundamente. É muito mais que um campeonato. É um movimento, uma missão, um propósito que nos une acima de qualquer fronteira."
"Estar ali, contribuindo, aprendendo e vivendo cada momento, me enche de orgulho e gratidão. Cada detalhe, cada olhar, cada sorriso e cada desafio superado são marcas que ficarão para sempre na minha memória e no meu coração."
"Saio de Callahuanca com a certeza de que estamos no caminho certo. O Skyrunning cresce, se fortalece e, principalmente, conecta pessoas que acreditam na mesma essência: viver a montanha em sua plenitude, com respeito, paixão e entrega total."
Delegação Brasileira © CBSky
Sete equipes de toda a América do Sul participaram, com o país anfitrião, Peru, liderando o ranking de nações, seguido por Chile e Brasil, enquanto Bolívia, Argentina e Colômbia também pontuaram. No total, cinco países levaram medalhas para casa.
Após três edições do Campeonato Sul-Americano de Skyrunning, a altitude elevada e o terreno montanhoso, a paixão e o talento dos corredores demonstram o crescimento e o potencial de crescimento que o continente tem a oferecer.
Confira a contagem completa de medalhas na nova página de classificação aqui: Classificações SSAC
Classificação ISF (atualizando)
RESULTADOS DO CAMPEONATO SUL-AMERICANO
VERTICAL
Masculino
Ouro – Fran Muñoz (PER) 45'20”
Prata – Alvaro Quemaya (BOL) 46'22”
Bronze – Cristobal Stack (CHI) 46'36”
Feminino
Ouro – Nazareth Stack (CHI) 54'43”
Prata – Trinidad Ortiz (PER) 55'13”
Bronze – Veronica Galvan (ARG) 58'03”
SKYULTRA
Masculino
Ouro – Emerson Trujillo (PER) 6h27'34”
Prata – Luis Soto (CHI) 6h49'24”
Bronze – Fernando Quiroga (ARG) 7h06'44”
Feminino
Ouro – Sayda Quispe (PER) 8h05'28”
Prata – Jasieli Dalla Rosa (BRA) 8h32'44”
Bronze – Tamara Veliz (CHI) 8h50'13”
SKY
Masculino
Ouro – Fran Muñoz (PER) 3h50'39”
Prata – Octavio Chiri (PER) 3h52'25”
Bronze – Alvaro Quemaya (BOL) 4h01'33”
Feminino
Ouro – Trinidad Ortiz (PER) 4h55'05”
Prata – Yasmil Lopez (PER) 5h02'10”
Bronze – Nazareth Stack (CHI) 5h12'00”
TÍTULOS COMBINADOS
Masculino
Ouro – Fran Muñoz (PER)
Prata – Alvaro Quemaya (BOL)
Bronze – Rodrigo Chandia (ARG)
Feminino
Ouro – Trinidad Ortiz (PER)
Prata – Nazareth Stack (CHI)
Bronze – Ewelin Ribeiro (BRA)
RANKING DE PAÍSES
Ouro – Peru
Prata – Chile
Bronze – Brasil
Publicada em 17 de junho de 2025