Os livros da minha vida

Ilustração: Juliano Lopes


Existem livros especiais, pelo menos para nós.

 Livros que marcaram um período da nossa vida,  que nos apresentaram personagens com quem nos identificamos ou, simplesmente, que nos ensinaram alguma coisa.

Estes são "os livros da minha vida" da nossa comunidade educativa.


Não existem  livros da nossa vida, mas sim livros que representam verdadeiras etapas do que vamos vivendo.

 “Os Maias”, de Eça de Queirós, “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal e “O Triunfo dos Porcos”, de George Orwell são títulos que gostei muito de ler e que na minha juventude me marcaram profundamente.

A crítica social e política, a  relação entre o indivíduo e a sociedade, a ambição e o exercício do poder, são traços comuns aos três textos que, para além do retrato de diferentes épocas do passado, se projetam no futuro, chegando até nós com uma atualidade arrebatadora e por demais inquietante.

Ao longo dos anos fui encontrando os Juliens, Gouvarinhos e Dâmasos deste mundo, para não falar dos Napoleons e Squealers, que jamais saberia reconhecer, se não fosse o talento dos autores das referidas obras.

Isabel Contente (Diretora do AEVid.)


 

Gosto de ler. Os livros educam e ajudam-nos a crescer. Foram muitos os livros que me ajudaram a crescer e educar. Sou eclética na escolha de livros que já li e desejo ler. Eu leio obras de arte literária, não leio autores.  

“A  Escolha de Sofia” de William Styron, relata-nos como uma imigrante polaca católica sobreviveu a um campo de concentração nazi na 2ª guerra mundial. 

“O Aleph” de Jorge Luís Borges, é um conto que aborda vários temas, o tempo, a soberba, a eternidade, a condição humana e as suas crenças, a identidade, vamos sendo conduzidos a refletir sobre a vida. 

“Memórias de Adriano” de Marguerit Yourcenar, é uma reconstituição histórica ficcionada da época romana da vida social, política, cultural, psicológica e ambientação física, desta época.

 Para mim, as horas que passo a ler são extraordinárias.

Mariete Piriquito (professora)

 


Com o Diário de Anne Frank, lido com 11 anos e por sugestão de uma professora de português, deixei para trás o universo infantil das histórias da carochinha. O relato verídico da experiência vivida por uma adolescente judia, durante dois anos escondida, com um grupo de pessoas, num anexo de uma casa em Amesterdão, durante a ocupação nazi, na Segunda Guerra Mundial, constituiu para mim uma mensagem de coragem e de intolerância relativamente a qualquer prática discriminatória, seja ela de que tipo for. Depois do seu esconderijo ter sido descoberto, Anne Frank foi levada para um campo de concentração, onde acabaria por morrer. No entanto, com este livro, o seu testemunho, relativo à denúncia de um dos períodos mais trágicos vividos pela humanidade, ficou registado para sempre.

Outra experiência literária que me marcou bastante foi a leitura do “Triunfo dos Porcos” de George Orwell. Trata-se de uma fábula genial que, mais do que a crítica política subjacente, para mim reflete, sobretudo, a falência moral dos indivíduos, nesta história representados por animais (os porcos), cuja ambição pelo poder desvirtua tudo aquilo em que supostamente acreditavam e por que lutavam (contra a tirania dos homens). Afinal, quando todos deveriam ser iguais, com a sua ganância, determinam para si próprios mais privilégios do que aos restantes animais, e, por isso, a certa altura já não é possível distinguir a cara dos porcos da dos homens.

Posteriormente, li o “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago, cuja leitura transmite emoções muito fortes, também pela forma descrita como os homens passam de bestiais a bestas perante uma situação de quase pânico geral, por uma cegueira instalada, na qual coexistem atitudes tão contraditórias como a maldade ou a solidariedade, a raiva ou a ternura. Mas, para mim, este livro deixa-nos essencialmente um alerta em relação à forma como encaramos a realidade que está à nossa volta. É que os protagonistas desta obra são cegos, mas são cegos que vêem e, mesmo vendo, não vêem.

Hoje em dia, com menos disponibilidade de tempo para os livros que descansam durante meses na minha mesinha de cabeceira, voltei curiosamente às histórias das princesas, das bruxas e lobos maus, em momentos partilhados com as minhas filhas, porque sinto que o gosto pela leitura é contagiante.

Rute Teixeira (Encarregada de Educação)


Quando pensei quais seriam os três livros da minha vida, não tive dificuldade em discriminar os dois primeiros; quanto ao terceiro foi mais difícil, já que são muitos os livros e autores que marcaram a minha vida leitora e pessoal. 

Os dois primeiros livros das memórias de Simone de Beauvoir -“Memórias de uma menina bem comportada” e “A força das coisas”-  confrontaram-me com uma personagem da classe média alta que, tal como eu, pôs em causa as referências incutidas pela família e pelo colégio que frequentou. As dúvidas, o renascer de novas referências e a disposição de viver a vida de um modo coerente, foram alguns dos aspectos que me aproximaram, na adolescência, da personagem destes livros.

Ballester foi um excelente escritor e vários dos seus livros me marcaram. Escolhi a trilogia -  “Os prazeres e as sombras” - , porque, mais uma vez, a integridade e a honestidade da personagem principal são testadas e saem reforçadas, apesar dos conflitos gerados pela sociedade de uma pequena cidade da Galiza, composta pela velha aristocracia e pela nascente burguesia capitalista.

A trilogia histórica de Max Gallo, “Azul, branco, vermelho", que relata a vida de seis famílias desde a revolução francesa até ao século XX, mostrou-me o outro lado da História; os jogos políticos, sociais e económicos das classes dominantes e o desespero popular.

Apesar destes livros, não posso deixar de referir Vergílio Ferreira, Mário de Sá Carneiro, Eça de Queirós, Marguerite Yourcenar, Françoise Sagan, Somerset Maugham e Leão Tolstói. Também eles me marcaram e, de certo modo, contribuíram para aquilo que sou hoje.

Cristina Ramos (Professora Bibliotecária)

O Principezinho”, Antoine de Saint-Exupéry

“O perfume”,  Patrick Suskind

“Aparição”, Vergílio Ferreira

 

Apesar de Fernando Pessoa e Eugénio de Andrade serem dois nomes incontornáveis da poesia/literatura e também os meus autores de preferência, os primeiros livros que me vieram à memória foram os enunciados.

Tão intemporal quanto a mensagem que nos transmite, Saint-Exupéry mostra-nos que certos valores, como o amor e a amizade, superam o materialismo, revelando o tal segredo: “ (…) as coisas mais importantes são invisíveis aos olhos e só com o coração é que podemos vê-las”.

O livro “O perfume” relata a história de uma criança que nasce sem cheiro próprio mas possuidora de um olfacto extraordinariamente apurado, permitindo-lhe reconhecer os odores mais imperceptíveis a grandes distâncias. Por isso mesmo, quando atinge a fase adulta empenha-se na pesquisa exaustiva do aroma perfeito, tornando-se um assassino em série, extraindo das vítimas a sua própria essência. O autor envolve-nos com tal intensidade que transporta ao nosso olfacto todos os aromas que descreve.

Quanto a “Aparição”, Vergílio Ferreira inicia um processo de descobrimento e reflexão, tendo presente a necessidade de compreender quem somos e aquilo que nos move. O escritor persiste na tentativa de encontrar o sentido da condição humana, lançando-se no percurso desenfreado da “busca do eu”.

Como acontece com quase todos os jovens que têm crises existenciais, eu não fui excepção à regra, e recordo-me de na altura ter devorado esta obra com que Vergílio Ferreira nos presenteou sendo, até à data, o LIVRO.... "o meu livro".

Margarida Ramalho (Assistente Operacional da BE)


 No livro “Ponte para Terabítia”, (Josh Hutcherson) sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo o verão ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas seus planos são ameaçados por Leslie Burke (AnnaSophia Robb), que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Logo Jess e Leslie tornam-se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde apenas é possível chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de suas casas. Lá eles lutam contra Dark Master (Matt Gibbons) e suas criaturas, além de conspirar contra as brincadeiras de mau gosto que são feitas na escola.

Em “O rapaz do pijama às riscas“, de John Boyne,  um rapaz de oito anos, Bruno, é o protegido filho de um agente nazi cuja promoção leva a família a sair da sua confortável casa em Berlim para uma despovoada região onde Bruno não encontra nada para fazer nem ninguém com quem brincar. Esmagado pelo aborrecimento e traído pela curiosidade, Bruno ignora os constantes avisos da mãe para não explorar o jardim, por detrás da casa, e dirige-se à quinta que viu ali perto. Nesse local, Bruno conhece Shmuel, um rapaz da sua idade que vive numa realidade paralela, do outro lado da vedação de arame farpado. O encontro de Bruno com este rapaz de pijama às riscas vai arrancá-lo da sua inocência e resultar no despontar da sua consciência sobre o mundo adulto que o rodeia.

Finalmente, no livro “Victoria e o Charlatão“, de  Meg Cabot ,  Lady Victoria Arbuthnot, jovem bonita e rica, cresceu na Índia. Ao completar 16 anos, os seus tutores decidiram que deveria viajar para Londres e debutar a alta sociedade. No entanto, na viagem de navio, a jovem conhece Hugo Rothschild e a sua vida mudará para sempre. Hugo Rothschild, nono conde de Malfrey, é tudo o que uma jovem pode desejar - lindo de morrer, romântico e rico!

Daniela Fialho,(aluna) 

 

Apesar de mencionar aqui três livros, e estes foram marcos nos meus momentos de leitura, é importante dizer que todos os que li, e os que espero ainda ler, serão sempre um complemento para todas as minhas futuras leituras, na medida em que todas as histórias funcionam como pequenas gotas de saber no imenso oceano da leitura.

Em relação a "A Vida Secreta das Abelhas", de Sue Monk Kidd, ler este livro foi despertar e conhecer mais sobre o poder, a importância do fantástico e transcendente amor e a faceta feminina de Deus. Sue, a autora, neste livro “delicioso,” fala-nos sobre o que é misterioso, e até difícil na vida, ilumina tudo o que é misterioso e prova que uma família pode ser encontrada nos sítios menos prováveis – talvez não sob o nosso tecto mas no sítio mágico onde encontramos o amor. Para além disso, retrata uma América ainda preconceituosa e racista mas chama a atenção para os verdadeiros valores humanos, independentemente da cor da pele ou estrato social.

"The Great Gatsby", F. Scott Fitzgerald, gostei muito de ler este livro porque para além do romance que sustenta a história, temos uma fantástica descrição da América nos anos 20 do século passado, na qual se misturam histórias de coragem, sonhos inalcançáveis, esperança, desilusão, a degradação dos valores sociais e humanos – algo sempre tão actual.

          "A Melodia do Adeus", Nicholas Sparks. Neste momento confesso que este é um dos meus autores preferidos, e este romance traz-me à lembrança momentos da minha adolescência, os meus dilemas enquanto filha adolescente, as minhas prioridades, anseios, alegrias e tristezas numa fase de crescimento, agora tão distante, mas que me tornaram naquilo que sou hoje. Aqui eu encontro um ponto de entendimento para a importância dos laços familiares, as relações entre pai e filha, o poder que o ser humano tem de ferir quem mais ama e, ao mesmo tempo, a capacidade que tem de percorrer o caminho tortuoso, mas glorioso, do regresso ao amor, à família, à verdadeira capacidade de perdoar e curar de forma a viver eternamente feliz e em paz com o maior e mais belo dos bens terrenos: o AMOR em família. Este foi dos poucos livros que li em que senti as lágrimas a correrem pelo meu rosto, não por tristeza mas devido a uma enorme vontade de agarrar o mundo, mudar, ser feliz e fazer outros felizes, de acreditar que vale sempre a pena lutar e acreditar porque a recompensa será grandiosa.

             Apesar de indicar três livros obrigo-me a dizer que estes são apenas uma pequena gota de um enorme mar que é a leitura e o gosto, a liberdade e a aventura que é sempre que leio um livro novo, ou releio outro.

Fernanda Canelas (Professora)

Há, na verdade, diversas obras que, num ou noutro momento, por um por outro motivo, me foram marcando ao longo da vida. Dessas, por motivos muito distintos, destaco duas: Memorial do Convento, de José Saramago, e O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcellos. A primeira marcou-me pela riqueza estético-literária e linguística; a segunda pela simplicidade e pela ternura da história.

Por fim, vou citar o que é, por definição, o livro da minha vida: Poesia de Fernando Pessoa. É a leitura que me tem inspirado nos bons e nos maus momentos e a única que, à semelhança do seu autor, tem em si “todos os sonhos do mundo” (Álvaro de Campos, “Tabacaria”).

Marisa Alves (Professora)

Estes foram os livros que mais gostei até ao momento:

“Marley e eu”, John Grogan, “Tudo ao contrário”, Luísa Ducla Soares“Mil e um beijinhos”,

Glória Ribeiro(aluna) 

 

Ao longo da minha viagem pela leitura muitos livros e autores marcaram diferentes etapas pelo que traziam de novo, pelas aventuras, pela criatividade, pelas reflexões ou pelos estilos de escrita neles contidos. Assim, depois de ter passado por tudo o que envolvesse mistério e aventura, passei pelo algo penoso terreno das leituras obrigatórias.

 Durante os tempos de universidade dominaram os autores de divulgação científica e a caminho dos "trinta" os meus hábitos de leitura foram impulsionados por José Saramago, recoloridos pela escrita de(os) sonho(s) de Mia Couto, consolidados por Milan Kundera e Marguerite Yourcenar. 

Já tarde, surgiu a poesia de autores portugueses. Hoje, menos ávido de variedade, procuro o puro prazer de ler. 

A vida é sempre curta - a escolha vai tornando-se cirúrgica. A escolha destas três obras centra-se somente na importância que tiveram para mim, nos momentos em que foram lidos. "O Trigo e o Joio" (Fernando Namora) aproximou-me do Alentejo e das desigualdades sociais, ainda antes de sequer sonhar que aqui viveria; "A Jangada de Pedra" (José Saramago), da criatividade na escrita e Os Sinais de Fogo (Jorge de Sena), das reflexões sobre a existência humana e o seu mundo de relações. Contudo, talvez não fossem estes os livros que levaria para uma ilha deserta...

João Pedro Martins (Professor)

 

“Quero ser actor”, Isabel Alçada, Ana Maria Magalhães, “Quero uma mamã robot” David Cali“, Rita a tartaruga”, vários.

Estes são os livros que me marcaram. Os dois últimos li-os graças ao “Talego da Fantasia", um projeto da biblioteca escolar que levava livros à minha escola do 1º ciclo. 

”Milene Pinto(aluna)  

“O Diário de um vampiro Banana”, Tim Colins“; O Pássaro da Alma”, Michal Snunit“;  Um Mundo de Mamãs” Marta Gómez Mata e Carla Nazareth foram sem dúvida os livros que me marcaram.

 Andreia,  Silva (aluna)  

“Mandigo”, Kile Orstoff“O meu filho Nick”, Danielle Steel“Quem ama acredita”, Nicholas Sparks 

Li o livro “Mandigo” durante a gravidez da minha filha mais velha e marcou-me devido à enorme crueldade da escravatura. Este livro traz-nos à vida real a terrível realidade dos ranchos e das plantações, onde homens e mulheres eram acasalados e criados como gado.

Outro livro que gostei muito foi “O meu filho Nick”, porque conta a história do grande amor de uma mãe por um filho que, apesar de muito inteligente e dotado para a música, sofria de uma doença (esquizofrenia) que lhe modificou a vida e a dos que lhe eram mais próximos.

O terceiro, é um livro sobre o amor e os fenómenos espirituais.

Francisca Cândido (Assistente operacional)

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, Luís Sepúlveda; “Poemas da mentira e da verdade”, Luísa Ducla Soares e “Miúdas à beira de um ataque de nervos”, Jacqueline Wilson, são os três livros que mais gostei. 

Joana Esperança(aluna)  

Os três livros que mais gostei:

“As minas de Salomão”- Eça de Queirós“

Uma Aventura na praia”- Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

“Crepúsculo”- Stephenie Meyer

Luzia Mestre(aluna) 

 

Cá vão os três livros que mais gostei:

“Adoro ser uma adolescente”, (sem autor), Editora Educação Nacional

“Maria os segredos da irmã mais velha”, Margarida Fonseca Santos

“Mariana e Manuel numa curva”, Margarida Fonseca Santos; Maria João Lopo de Carvalho

Liliana Pires, aluna

Colecção “Uma aventura”, Isabel Alçada; Ana Maria Magalhães

Diário de um vampiro banana”, Tim Collins

“Dá-lhe gás!”,Jim Borgman

João Varanda ,aluno 

Pegando numa das frases da diretora da nossa escola, não são os livros da minha vida, mas sim os livros que marcaram etapas da mesma.

O livro “O Diário de um totó”, Rachel Renée Russell marcou uma etapa mais infantil da minha vida. Marcou um tempo em que eu ainda era uma criança despreocupada, uma criança sem grandes problemas. Marcou uma fase em que eu ainda não tinha grande consciência sobre o que realmente era a vida.

O livro “A Melodia do Adeus“ de Nicholas Sparks marcou uma fase menos boa da minha vida… Li esse livro na altura em que a minha avó materna faleceu e, admito, ao principio não achei que o livro fosse grande coisa… Mas com o decorrer da minha leitura posso admitir que, de certa forma, as palavras lá gravadas me ajudaram.

E o “Diário de Anne Frank” marcou uma fase da minha vida, que ainda decorre. Marcou uma fase por que todas as pessoas passam. Uma fase de negação para connosco. Uma fase em que não nos sentimos bem na nossa pele. Mas, depois de ler esse livro, senti que, mesmo vivendo num período tão traumático, como ela viveu, ela passou pelos mesmos problemas de insegurança que eu e, realmente, isso dá-me confiança para sair à rua sendo eu própria e não tentando esconder-me de tudo e todos.

Catarina Galvão, (aluna) 

 

“Profecia Celestina”, James Redfield,

 “Pais brilhantes, professores fascinantes”, Augusto Cury, 

A criança que não queria falar”, Torey Hayden

Estes livros fizeram parte da terceira década da minha vida e a leitura de cada um deles foi feita em etapas diferentes, paralelamente aos interesses do momento. “A Profecia Celestina” foi um livro que me marcou imenso e que, de certa forma, me despertou para uma nova forma de estar na vida, e de entender melhor o ser humano. O livro “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes” é dirigido a todos  que sabem que "educar é realizar a mais bela arte da inteligência, abordando a questão da inteligência emocional.  No livro "A criança que não queria falar,  Torey Hayden conta a história de uma professora que encontra uma criança de seis anos, insociável, violenta, perdida num mundo de raiva e sofrimento. Ao ler este livro senti muitos nós na garganta e as emoções brotaram, transformando-se em lágrimas. Adorei!

Sónia Varela (Professora)

“Vai Aonde Te Leva o Coração”, de Susanna Tamaro;

“Orgulho e Preconceito”, Jane Austen; 

“O Sétimo Selo”, de José Rodrigues dos Santos.

Estes são apenas três dos vários livros que guardo na minha estante. Não os escolhi por serem literalmente importantes, mas sim porque ficaram gravados no meu coração no tempo em que os li. Certamente que muitos outros se seguirão mas, aqui e agora ficam aqueles cujas circunstâncias fizeram deles os três melhores da minha vida.

Elsa Boto (Professora)

“1822”, Laurentino Gomes ; “O Código Da Vinci”, Dan Brown“; A balada da praia dos cães”, José Cardoso Pires

Sem pensar muito, porque o tempo é pouco, escolhi estes três livros, que passo a citar:  »   “1822”, Laurentino Gomes  - Um livro de fácil leitura que explica as raízes comuns de portugueses e brasileiros. 

 “O Código Da Vinci”, Dan Brown - Gostei pela pesquisa científica e pelos segredos escondidos que proporcionam uma leitura emocionante.

    “A balada da praia dos cães”, José Cardoso Pires -  A curiosidade, a investigação de um detetive à procura da verdade proporcionaram-me bons momentos de "suspense" e entusiasmo.

Para mim, o ato de leitura e o meu papel de leitor tem a ver com a valorização que dou à construção dos sentidos do texto,  com a forma como processo os textos lidos e como construo os meus próprios quadros mentais ou esquemas sobre esses mesmos textos que estou a ler, ou mesmo,  as expetativas que trago para o ato de leitura.

"A Branca de Neve e os sete anões" 

Os três porquinhos"

 "O flamingo da asa quebrada e outras histórias" de Augusto Carlos

Érica Moura (aluna) 

Seara de Vento” de Manuel da Fonseca, é um dos livros que mais me marcaram, será mesmo o livro da minha vida. Não recordo ao certo que idade teria quando o li pela primeira vez, talvez uns quinze anos…  A revolução aconteceu há pouco tempo. Este livro relata com grande realismo a vida no Alentejo na época da ditadura. Este romance terá sido escrito em 1958, portanto em pleno período do Estado Novo.

Agarrei de novo este livro e não consegui deixar de me emocionar. As memórias surgem a um ritmo tremendo! São tão reais, tão claras as descrições que Manuel da Fonseca faz do meu Alentejo.

Cresci numa pequena aldeia alentejana, e revejo muito do meu mundo neste livro. Lembro-me das grandes dificuldades de vida que muitos dos meus colegas de escola enfrentavam, das longas caminhadas até à escola. Este livro ajudou-me a perceber quão difícil era a vida e os riscos que muitos corriam para sustentar as suas famílias, mas também o quanto é este mundo injusto e desigual.

Li este livro numa época em que as escolas nos faziam ler autores portugueses, as aulas eram muito vivas! Lembro-me que líamos em voz alta e falávamos de passagens do livro, de algumas das ideias que a professora procurava que entendêssemos, enfim, que guardássemos alguma da profundidade desta narrativa. Lembro-me de a ouvir quase sem pestanejar!

Tive o grato prazer de escutar o Manuel da Fonseca na companhia do meu pai, que era seu amigo de longa data, e algumas das suas histórias. Uma pessoa de uma incrível simplicidade.

As leituras marcam-nos sempre, outros livros que li e que me marcaram: “Agressão, uma História Natural do Mal”, Konrad Lorenz; “O Processo” de Franz Kafka.

Luís Gama (Professor)

 

“Alice no país das Maravilhas”, publicada na segunda metade do século XIX, Lewis Caroll.

Recordo-me perfeitamente da tarde em que levei para casa este livro. Tinha 7 anos e aguardava, na praça central da aldeia, a chegada da biblioteca itinerante da Gulbenkian. Eis que vislumbro aquela carrinha repleta de livros, histórias e viagens… Entro, sei que só posso levar para casa 4 livros, mas no meio de tantos que queria levar um chamou-me a atenção. Era um livro A4 de banda desenhada com muita cor, apelativo, mas maltratado, pois as folhas estavam amarelecidas e algumas dobradas. A capa era dura e colada com fita-cola para reforçar a lombada. Olho para o título e vejo Alice no país das Maravilhas, pensei que este seria um dos 4 livros por mim escolhidos para levar… Quando cheguei a casa comecei a folheá-lo e logo me apercebi que aquele colorido, aquelas imagens, aquelas letras, aquela história me iria transportar para um mundo de fantasia até então por mim nunca visitado nem imaginado… Fez-me impressão a queda da Alice na toca do coelho e o mundo fantástico onde ela foi parar povoado de seres imaginários e absurdos, mas ao mesmo tempo fantásticos. Eu própria sonhava entrar num mundo desses, eu própria sonhava encontrar a chave da porta secreta que me permitia a entrada naquele jardim fabuloso, eu própria queria ser a Alice. Tinha 7 anos e encarei a história com magia, cor, fantasia e alguma emoção. Devolvi o livro… Mas a história da Alice continuava a assolar-me a mente…

Anos mais tarde, já na minha adolescência pedi à mãe que me comprasse o livro no Círculo de Leitores, ao que ela acedeu. Desta vez já não era uma banda desenhada, mas sim uma história divertida que me proporcionava múltiplas interpretações, onde podia acompanhar as aventuras extraordinárias de uma menina que fala com reis do xadrez, coelhos brancos, reis e rainhas de cartas, tartarugas, porcos, gatos, chapeleiros loucos etc.. Comecei a perceber que estas personagens insólitas e de certo modo exageradas constituíam uma critica a determinados grupos sociais, mas não me centrei muito nisso, mas sim no mundo imaginário para onde a história me transportava. Acabei a história e arrumei o livro na estante, junto dos outros na secção dos livros lidos…

De vez em quando abria-o, mas não o lia. Um dia, ainda não há muito tempo, tinha aproximadamente 35 anos, peguei de novo naquele livro de capas duras amarelas e de folhas envelhecidas pelo tempo e li-o de novo de fio a pavio… Aí sim tive a certeza de estar perante uma obra peculiar e singular crivada de analogias entre o mundo da fantasia e o mundo real.

Este é para mim um livro intemporal que poderá ser lido em qualquer idade, podendo a sua mensagem cativar qualquer pessoa que se deixe envolver pela história ou pelas histórias e que delas consiga tirar a sua essência e que nelas se reveja, pois todos nós temos um pouco de rei do xadrez, coelho branco, rainha de copas, ou chapeleiro louco...

“O que diz Molero”, 1977, Dinis Machado

Um livro que adquiri e li por influência de um concurso televisivo o quem quer ser milionário. Quando vi aquele concorrente chegar ao prémio final com a pergunta “de quem é o livro o que diz Molero?”, um título e um autor que nunca tinha ouvido falar… procurei, procurei, procurei e lá consegui comprar o livro numa livraria em Braga. Quando comecei a ler achei a história tão insólita que pensei estar a entrar num mundo de “doidos”. À medida que ia avançando na leitura ficava mais presa ao livro e o insólito passou a fazer algum sentido… começo a ver retratadas naquelas páginas cenas da sociedade atual. É então que percebo estar a entrar numa viagem que me levava a interrogar sobre o que seria a identidade portuguesa e as alegorias da sociedade atual. É um livro com uma linguagem acessível, dotada de um sentido de humor ímpar que tenta mostrar personagens e lugares de um quotidiano que parece remoto nos anos 70 mas que é bem atual.

O que diz Molero conta a história de um rapaz, sem rosto e sem nome, como tantos outros rapazes, que viveu uma infância e adolescência inserido numa comunidade pobre. Esse rapaz faz uma viagem tentando compreender o significado da vida e da sua existência… A história é narrada por Molero, uma espécie de detetive que procura contar as aventuras e desventuras do rapaz. Um livro muito atual, apesar da sua edição há trinta e tal anos.

 

Cecília Simões (professora)