Escritas

Escritas é o repositório de textos escritos pelos alunos no âmbito dos projetos Para lá dos exames, Versos Entrelaçados e outros.

Este espaço está subdividido por temas onde são publicados alguns textos dos alunos de diferentes tipologias, escritos em contexto de sala de aula.

Tema 16

Comentário crítico

ilustrador: Cornelia Li

Comentário de um vídeo

É importante refletir sobre o mundo de hoje e, muito particularmente, sobre a dependência das pessoas aos telemóveis e às redes sociais.

Por isso, pedimos aos alunos do 9º ano que vissem , refletissem e escrevessem um comentário sobre o conteúdo do vídeo Are you lost in the world like me? .

Publicamos alguns trabalhos.

Ilustrador: Koren Shadmi

Martim Alhinho, 9º ano

Na minha opinião este vídeo afetou-me de forma negativa, pois nele havia muitas pessoas agarradas ao telemóvel. Não digo que eu não o faça, mas pelo que entendi,  essas pessoas estão 24/7 a mexer no telemóvel e isso não é saudável, nem psicologicamente, nem  fisicamente.

Depois de analisar o conteúdo deste vídeo, a minha opinião anterior sobre o assunto não mudou, pois eu já tinha uma certa noção que as pessoas estão cada vez mais viciadas no telemóvel.

Apesar de ser verdade, infelizmente vão acontecendo mais casos, como o do que apareceu no vídeo, em que um homem mete-se com uma mulher sem ela querer falar com ele.

Outra coisa que me fez refletir foi uma menina a suicidar- se, pulando de cima de um prédio e em vez das pessoas a “apoiarem”, ou telefonarem aos bombeiros, não, apenas agarraram no telemóvel, começaram a gravar e abalaram.

Gostei do vídeo, mas não das atitudes das pessoas.

Ilustradora: Giulia Rosa

Clara Aires, 9º ano

 O vídeo “Are you lost in the world like me” mostra-nos um mundo em que as pessoas vivem “presas” ao telemóvel, e nem se apercebem o que acontece à sua volta.

Neste vídeo, vimos também muitos aspectos com os quais lidamos no nosso dia-a-dia, tal como: a solidão, a pressão que sentimos para termos o “corpo perfeito”, o ser diferente torna-se motivo de piada, entre outros. Vemos aspectos com que nos identificamos, porém vemos ações que acabamos por fazer também, por muito más que sejam.

Este vídeo faz-nos pensar sobre a forma como utilizamos as redes sociais e como somos influenciados por elas. O uso excessivo do telemóvel pode dar origem a problemas de saúde graves, que nem sempre reparamos até que seja tarde de mais.

 O uso do telemóvel e das redes sociais, tanto têm um lado bom, como têm um lado mau. Ajuda-nos, e por vezes facilita-nos, o nosso dia-a-dia, por outro lado deixamos que o telemóvel e as redes sociais “controlem” a nossa vida.

Na minha opinião, devemos sim utilizar e usufruir do telemóvel e das redes sociais, mas sem deixar que estes influenciem a forma como vivemos, devemos moderar o tempo de utilização do telemóvel.

Ilustradora: Josephine Rais

Laura Roberto, 9º ano

O vídeo em questão aborda vários temas da atualidade, porém, o seu principal foco é o vício na realidade virtual das pessoas de hoje em dia.

Atualmente são poucas as pessoas que não utilizam redes sociais, dispositivos eletrónicos, etc, e estar sempre à frente de um ecrã tornou-se um hábito para todos. Penso que o objetivo do vídeo seja mostrar que as pessoas ligam demasiado à sua vida virtual e acabam por se esquecer do mundo que as rodeia e, para isso, dá vários exemplos do quotidiano, onde as pessoas acabam por pôr o mundo virtual em primeiro lugar.

O vídeo contém imagens com um sentido forte, mesmo que apresentadas em animação, como por exemplo, umas das cenas finais onde podemos ver uma menina a cometer suicídio enquanto todos gravam e continuam a andar como se nada tivesse acontecido. Penso que apresentar imagens como esta será uma das únicas formas de sensibilizar as pessoas e trazer algumas de volta à realidade.

O vídeo marcou-me pela positiva, pois, mesmo já tendo noção deste problema, fez-me ter uma maior perceção da realidade e desta febre que se instala cada vez mais.

Considero também que talvez não seja o tipo de vídeo recomendado para crianças mais novas, já que existem imagens um pouco mais fortes, no entanto penso que essas são as idades mais adequadas para começar a falar deste problema.

Concluindo, concordo com o vídeo e penso que é uma boa forma de sensibilizar as pessoas e fazer com que algumas voltem ao “Mundo Real”.

Ilustrador: John Holcroft 

Maria Pelica, 9º ano

Ao analisar este vídeo conseguimos perceber que apresenta várias críticas à sociedade moderna, como por exemplo a solidão, o egocentrismo e a dependência tecnológica. O videoclipe apresenta a história de um menino que anda às voltas num mundo individualista, preconceituoso, violento e que valoriza demasiado a imagem. Sabemos que a tecnologia traz benefícios e méritos que não nos podemos esquecer deles, mas também pode contribuir para reforçar estereótipos e pode provocar isolamentos.

Para mim, neste vídeo, existem partes chocantes como: uma rapariga a fotografar-se à frente de um incêndio, pessoas que na vida real têm uma aparência e nas redes sociais são completamente diferentes, os implantes de silicones que cada vez são mais usados no corpo das mulheres e conseguimos ver também uma menina que está numa fase depressiva e que se atira de um prédio e as pessoas à sua volta em vez de ajudarem, gravam.

Para mim este vídeo faz-nos refletir imenso sobre a interação humana num mundo cheio de tecnologias!

Ilustrador: Peter Ryan

Pedro Soares, 9º ano

O vídeo “Are you lost in the world like me?” relata uma obsessão pelo mundo da tecnologia.

Este filme passa-se numa cidade em que todos estão agarrados ao seu telemóvel sem se aperceberem do que se passa à sua volta. Este filme faz-nos questionar a maneira como usamos a tecnologia, principalmente as redes sociais. Estas podem dar origem a problemas bastantes graves.

Devido às redes sociais e à pressão que a sociedade impõe para que todos tenham o corpo “perfeito”, várias pessoas, maioritariamente mulheres, deixam de comer, gerando problemas para o resto da vida, em alguns casos levando à morte.

Na minha perspectiva, devemos sim usar as redes sociais e a tecnologia pois, são ferramentas de trabalho para muitas pessoas, mas de forma moderada tentando encontrar o equilíbrio.


Ilustrador: Jean Jullien 

Marta Santinho, 9º ano

Na minha opinião este vídeo corresponde à realidade em que vivemos nos dias de hoje.

Cada vez mais as pessoas estão ligadas às redes sociais tornando-se mais individualistas, sem comunicação, sem compaixão, influenciadas pelas redes sociais e muitas vezes é a partir daí que surgem muitos casos de depressão e saúde mental.

Esta dependência cria os isolamentos que vimos no vídeo, a perda de comunicação e das relações familiares.

O incentivo a fazer compras, a melhorar o aspeto físico, sempre a pensar na opinião das outras pessoas, ou seja perde-se a independência do pensamento, deixamos de pensar por nós próprios, estando sempre dependente da opinião alheia.

Ilustração: Jon Keegan

David Silva, 9º ano

No vídeo a que assistimos na aula podemos perceber que cada vez mais as pessoas perdem-se e só querem saber de tecnologias. O vídeo mostra muitos exemplos disso, como é o caso, logo no início, onde podemos ver uma rua cheia de gente e ninguém interage com ninguém e só querem saber dos telemóveis. Uns até estão tão distraídos que acabam por cair em esgotos que têm a tampa aberta.

À medida que vamos assistindo, mais cenas como esta se vão passando, mas para mim uma das mais importantes é a que aparecem várias pessoas em celas em formato de telemóvel que faz referência às pessoas estarem viciadas /”presas” aos telemóveis.

Mais cenas assim vão passando, mas há uma que me chamou muita a atenção: nela uma rapariga está prestes a saltar de um prédio e as pessoas, como não querem saber da vida dela e sim da fama, em vez de a impedirem de saltar, gravam para ficarem famosos.

Eu achei o vídeo muito interessante, pois remete para uma situação não igual, mas parecida, à que se vive, pois as pessoas já não querem saber umas das outras e só se importam com os telemóveis.

Ilustradora: Maithili Joshi 

Isabela Charrua, 9º ano

Na minha opinião este vídeo exemplifica não só o dia-a-dia dos adolescentes como também dos adultos. Este vídeo mostra que as pessoas andam muito “agarradas” ao telemóvel e esquecem-se do que se passa na vida real.

Com o desenvolvimento das redes sociais, várias pessoas começaram a fazer procedimentos estéticos para ficarem iguais às raparigas do Instagram, no entanto, normalmente aqueles corpos são falsos, e não passam de uma adulteração do Photoshop.

O cyberbullying pode provocar a morte, como demonstra o vídeo, no momento em que vários jovens  filmam uma rapariga dançando e postando, de seguida,  nas suas redes sociais . Por causa desse vídeo, ela começou a receber muitos comentários maldosos, por isso decidiu matar-se, mas ninguém se importou; a única preocupação foi, mais uma vez, filmar o momento.

Devemos parar de julgar, ou fazer comentários maldosos, sem pensar como isso irá afetar o próximo e não devemos ter medo de mostrar quem nós somos. Devemos aceitar as diferenças dos “outros”, a sua religião, a sua cultura, a sua sexualidade, o seu físico. Devemos tentar que as redes sociais não nos tornem distantes, mas sim cada vez mais próximos, para podermos ajudar os nossos familiares e amigos quando eles mais se sentirem sozinhos.

As redes sociais trouxeram solidão à vida de muitas pessoas é importante estarmos atentos para os podermos ajudar.


Tema 15

Contos alterados

Francesca Cosanti

Como podemos escrever sobre temas atuais a partir da reescrita de contos tradicionais?

Será que os bons têm sempre um final feliz? Na vida não é assim ...

Pedimos  aos alunos que planificassem e escrevessem um conto, a partir de um dos enunciados, ou da junção dos dois:

1 - Escreve um conto, inspirado num conto tradicional.

[ideia surgida da leitura do livro Histórias sem aquele era uma vez. Porto Editora: 2010]

2 - Nos contos tradicionais, a história é muitas vezes contada na perspetiva do protagonista. Imagina que um dos antagonistas (a Rainha Má da história A Branca de Neve, o Lobo Mau da história Os Três Porquinhos…) resolve contar a sua versão da história. Nessa versão, ele(a) defende que os atos que todos achavam malvados não passaram de mal-entendidos ou tentativas de proteger um(a) amigo(a).

Deixamos aqui três exemplos de trabalho desenvolvido pelos alunos do 9º ano nas sessões do projeto Para lá dos exames.


O príncipe crente

Num dia há muito esquecido, no ano de 1241, no pequeno Reino da Traição governava a família real.

A rainha e o rei não se davam bem, já que o rei não queria ter um filho e a rainha estava deprimida. Mas, misteriosamente, a rainha engravidou e o rei, histérico no palácio, grita o nascimento do salvador, dali a nove meses.

Ao fim de nove meses de muita espera, nasceu o “Messias”.

O rei, com medo que alguém fizesse mal ao pequeno príncipe, decide colocar na sua cabeça umas orelhas de burro, para que ninguém tivesse a ideia de o raptar, ou talvez matar.

Já com catorze anos de idade, o príncipe, charmoso e formoso, com uns belos olhos verdes cintilantes e o seu cabelo louro como uma espiga que sobressaía nas suas vestimentas reais, era feliz, apesar das orelhas de burro que lhe davam um toque amaldiçoado. Aliás, o formoso príncipe achava que tinha verdadeiramente orelhas de burro.

Com o passar do tempo, o príncipe começou a ficar irritado e revoltado e perguntou ao seu pai por que tinha aquelas orelhas. O rei explicou-lhe que ele tinha sido abençoado com elas, por ser o filho de Deus. O príncipe não percebeu a resposta do pai. A sua mãe era de origem africana e a sua pele tinha uma cor mais castanha, enquanto o seu pai tinha um tom mais moreno e o facto de ele ser branco era também algo muito estranho. O rei explicou-lhe que quando a rainha ficou grávida pensaram que era um milagre, já que nunca tinham conseguido ter filhos antes. O príncipe ficou alegre e foi rezar para o seu quarto.

O pequeno príncipe dedicou os últimos sete anos ao Cristianismo, uma vez que acreditava que era o filho de Deus e foi de terra em terra, de país em país, de continente em continente, espalhar a fé cristã, com as suas orelhas de burro. Até que chegou a um país que não era cristão e onde qualquer sinal de bruxaria seria motivo para ser exterminado em praça pública. O príncipe, que tinha umas orelhas de burro, foi imediatamente queimado na fogueira e morreu sem conhecer duas verdades: que a sua mãe traiu o seu pai e que, afinal, as suas orelhas de burro eram falsas…

 Guilherme Rato e Jaime Mota

Texto inspirado no conto tradicional português  Príncipe com orelhas de Burro

Lindy Longhurst

 Safira

Era um dia lindo de verão. A branca e fina areia era banhada pelas águas tranquilas, quentes e cristalinas do Mediterrâneo. Numa barraca perto de um porto vivia uma menina de cabelos ondulados e ruivos como sol e olhos azuis e cintilantes como safiras. Ela era a mais bonita dos seus cinco irmãos. Pertencia a uma família de pescadores e, por isso, ela era muito ligada ao mar.

Nesse dia, o sol pintava o mar de laranja e a maré batia nos pés da menina que estava a apanhar conchas, quando avistou um menino desmaiado. Ela, preocupada, aproximou-se dele e verificou que ainda tinha batimentos cardíacos, mas já não respirava. Ela tentou reanimá-lo com respiração boca a boca e, lentamente, ele foi abrindo os olhos. Ao recuperar os sentidos, algo se acendeu no seu interior: a chama do amor. Naquele momento tudo pareceu mágico, as nuvens estavam num tom rosa-bebé e a espuma do mar parecia fofa como uma almofada de penas. Os olhos de ambos brilharam numa felicidade incontrolável. O menino louro de olhos âmbares convida-a para o seu país natal e a menina, sem pensar, aceita o seu convite.

Quando chegaram ao aeroporto da Austrália, a jovem ficou espantada com o que via; vários aviões a descolar e aterrar ao mesmo tempo:

- Isto é um cenário impensável em Marrocos - murmura ela.

         Algum tempo depois, chegaram à cidade do menino. Ela ficou estupefacta com as luzes, veículos e outros elementos típicos de uma cidade moderna.

No portão da sua casa, o rapaz, enamorado, antes de entrar na mansão, presenteou a rapariga envergonhada com um anel de safira que havia comprado anteriormente sem ela saber.

Chegados a casa dele, são bem recebidos. Após o jantar, os pais chamaram o seu filho para uma conversa a sós: 

- Porque trouxeste uma rapariga que só conheceste durante uma semana, nesta altura do campeonato? - Questionou, furiosamente, o pai. - Só tenho a dizer que já tens um casamento marcado e o baile para anunciar o noivado no fim do mês.

Ele não rejeitou a sua ordem, pois o jovem sabia que se não aceitasse as decisões dos pais, a menina não teria um bom destino. O menino decidiu não contar esta conversa à menina.

Chegou o dia tão esperado pelos pais. Centenas de pessoas entravam no grande e luminoso salão. As velas penduradas no teto iluminavam a sala, as paredes eram de pedra e no meio encontrava-se um palco onde, mais tarde, tocaria uma orquestra.

         Finalmente, o baile começou após a cerimónia da igreja. Os convidados comiam, bebiam, conviviam e dançavam alegremente, enquanto a menina se sentava num canto onde quase ninguém a via, pois não gostava de estar em locais com muitas pessoas.

De repente, a música pára. O menino louro sobe ao palco com outra rapariga e, com uma expressão triste, anuncia que aquela que estava ao seu lado seria a sua futura esposa. Todas as pessoas aplaudiram de felicidade, menos a menina ruiva. Naquele momento, as palavras ditas pelo rapaz pareciam inúmeras lâminas a atravessar-lhe a alma. Quando o menino olhou na direção da menina, ela apenas sorriu e deixou um papel. Assim que ela saiu da sala, ele deixou tudo para trás, como se no mundo só estivesse ele, e correu em direção à porta. Mal o rapaz saiu, ela já tinha desaparecido. Ele, desanimado, voltou ao salão, direcionando-se à cadeira onde a menina se tinha sentado e leu o papel que ela deixou, onde apenas estava escrito “Amar-te-ei para sempre e desejo-te sorte e felicidade para o resto da vida”. Naquele instante, as lágrimas de duas pessoas escorreram pelas suas faces ao mesmo tempo: uma num salão e outra num avião com destino a Marrocos.

Alguns anos depois, na praia onde se iniciou este romance, uma senhora de olhos azuis com um chapéu largo e um vestido longo e branco estava a ver o sol a descer na linha do mar, quando ouviu o barulho de crianças a brincar. Olhou para o lado e viu um senhor, a sua mulher e os seus filhos. Observou com mais atenção e percebeu que era o seu único amor, aquele que a fazia sonhar todas as noites. Assim que esta família feliz passou ao seu lado, ela virou-se de costas e ficou a ver o mar. Quando eles se distanciaram de si, ela voltou a ver o seu menino… o seu filho que já tinha a sua família e sorriu-lhe.

Ao anoitecer, no momento em que já ninguém estava na praia, a senhora, satisfeita com o que tinha visto, dirigiu-se para a beira da água com o seu anel de safira, a única recordação do seu amor e, quando a maré estava baixa, resolveu unir-se ao mar.

Na manhã seguinte, as pessoas encontraram o corpo de uma senhora, num rochedo redondo perto da praia.

Aquela senhora era ruiva e tinha olhos azuis como a safira do anel que tinha em sua posse, mas sem brilho, o brilho da vida. O seu corpo tinha feridas feitas pelas ondas do mar, parecidas com escamas de um peixe; a sua face não tinha feridas, mas sim, um sorriso enigmático e apenas uma pessoa sabia o motivo.

Os locais chamaram a este fenómeno “A Pequena Sereia”.

Luís Pegas  e Nuno Cheng

Este texto foi inspirado no conto “A pequena sereia”

Lisa Ferguson 

               A morte anunciada da avó 

Num dia de tempestade, o lobo caminhava em direção ao hospital, para ir visitar a avozinha do Capuchinho Vermelho que já se encontrava em cuidados paliativos.

 Como estava com pressa, o lobo optou por pedir boleia, em vez de apanhar a camioneta, uma vez que esta só passaria dali a três horas.

 De repente, passa um camião a quem o lobo pede boleia e desta forma conseguirá ver a avozinha antes de acabar o tempo da visita.

 Chegando à cidade, o lobo apanha o metro e vai até ao hospital. Na receção não o queriam deixar entrar pois ele tinha um aspeto de mendigo. O lobo não se atrapalhou, pegou numa farda de enfermeiro e entrou por ali dentro.

 Quando o lobo chegou à enfermaria e viu a avozinha do Capuchinho naquele estado, só lhe apetecia chorar, agarrou na velhinha, deu-lhe um abraço e esta pediu-lhe que a ajudasse a “partir”. O lobo ficou a ponderar.

 No dia seguinte, o lobo foi conversar com a neta da avozinha, para lhe contar o que esta lhe tinha feito um pedido. A Capuchinho, ao saber qual o pedido da sua avó, ficou chocada e implorou ao lobo que não o fizesse e o estou respeitou.

 Na manhã seguinte, a Capuchinho entrou em contacto com o lobo para lhe dizer que tinha pensado melhor e queria concretizar o último pedido da sua avó. Deste modo, estruturou um plano que deveria ser executado discretamente: envenenar alguns bolinhos e levá-los à avozinha e o lobo concordou.

 Nessa mesma tarde, juntaram-se para confecionar os bolinhos depois ambos foram até ao hospital. Com o coração apertado, entregaram os bolinhos à avozinha, despediram-se dela e foi assim que acabou o seu sofrimento 

Carolina e Lara, 9º ano

Texto inspirado no conto Capuchinho Vermelho.

Tema 14

Poesia - Versos Entrelaçados

Ilustração: Sveta Dorosheva 


Todos os alunos acham difícil escrever poesia, no entanto, quando o fazem criam poemas lindíssimos, cheios de ritmo e muito profundos.

 Ficam aqui alguns poemas escritos pelos alunos e que ao longo dos anos concorreram ao concurso de poesia Versos Entrelaçados.

Nota: Aqui apenas publicamos os poemas escritos pelos nossos alunos que são divididos dos seguinte modo: 1º escalão = 1º ciclo; 2º escalão = 2º ciclo; 3º escalão =3º ciclo.

IlustraçãoCarine Brancowitz

Livros


Para que servem os livros?

Os livros são a asa da imaginação

Entre as páginas mundos por descobrir

Castelos, dragões, príncipes e princesas

Batalhas por ganhar e missões por cumprir

 

São os livros que te ensinam…

A amar, a chorar, a pensar

Mil e uma emoções

Pelas quais vale a pena lutar

Clara Aires

(Versos Entrelaçados 2024)

Ilustração: Nicoletta Tomas Caravia

E “se”



Tenho muitas “e ses” que não me deixam dormir à noite

O pior de todos és tu.

E se voltares!

E se te perder!

E se ficares!

E se foi melhor assim!

E se já não pensas em mim?

 

As possibilidades dão-me volta à cabeça…

Por isso não consigo dormir à noite

Espero que um dia te esqueça

Pois os “e ses” dão cabo de mim.


Catarina Viana

(Versos Entrelaçados 2024)

Pittsburgh Magazine - September 2015 

2023


Bem-vindos a 2023 onde

os pobres são desrespeitados,

as mulheres amarradas,

os lgbts traumatizados e

os negros esfaqueados

 

Onde os direitos humanos estão

sendo retirados depois de tanta luta

e sofrimento

Onde o planeta está morrendo e

os políticos aceleram o seu processo

 

Bem-vindos a 2023 onde,

as mulheres são submissas aos maridos

e os negros contidos

Onde um homem que pinta as unhas é “maricas”

e uma mulher de vestido curto uma prostituta

 

Onde amar uma pessoa do mesmo género

é pecado

E os que abusam de menores são

perdoados

 

Onde a laicização do estado parece

não existir e a intolerância religiosa

insistir

 

Onde os pobres sobrevivem e

os ricos existem

Onde o Bullying é brincadeira e

a saúde mental é mentira

Onde o Suicídio é normalizado e

os trabalhadores massacrados.

Eva Barreiros, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2023)

Ilustração: Limeunhee

A Vida


A vida é um mistério que desafia

Uma jornada que nos convida a seguir

Um caminho incerto, mas com propósito

Baseada na arte de sentir

 

É um percurso longo e inesperado

Uma história que escrevemos a cada dia

Com altos, baixos, sangue derramado

E muitos momentos de alegria

 

A vida é um dom que devemos valorizar

Uma oportunidade para crescer e evoluir

Um presente que devemos apreciar

Para descobrir o significado de existir

 

É uma oportunidade para amar e ser amado

Para ajudar os outros, para ser um ombro amigo

Encontrar alegria nas coisas simples

É abrigar e ter abrigo

 

Devemos viver a vida com alegria

Aproveitar cada momento sem hesitação

Porque a vida é uma jornada única e preciosa

E devemos vivê-la com amor, paz e devoção.

Laura Roberto, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2023)

Ilustração: Aykut Aydogdu

Depressão


Talvez um sorriso,

esconda o que eu sinto.

Talvez uma cara bonita,

escondesse o vazio que eu sentia.

 

No exterior,

eu exalava amor,

mas no interior,

só existia dor.

 

Faço isto para que ninguém perceba.

Faço isto para que não se preocupem,

pois eu não quero que ninguém saiba,

que só vejo sombra à minha beira.

 

Talvez assim seja melhor,

sozinha com isto lidar,

pois este exército com quem luto,

é capaz de matar.

 

Este sentimento é obscuro.

Este sentimento tira-me a visão.

Um mundo colorido eu via,

mas hoje as cores, onde é que estão?

Nadine Figueiras, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2023)

Ilustração: Jungsuk Lee 

As estrelas

Bem alto no céu,

brilham sem parar

milhares de estrelas, preenchem o meu olhar!


Imagino mil mundos,

mil formas de vida,

mas continuo aqui, 

no meu quarto de paredes coloridas.


Gostava de poder voar,

para ver de perto 

as estrelas a cintilar

e pasmar boquiaberto.


Mas continuo no meu quarto,

sinto-me inquieto

e um pouco perdido,

neste meu mundo discreto.

Cristiano Damas, 2º escalão

Versos Entrelaçados 2022

Ilustração: Kelly Vivanco

Pesadelo


 Quando olho em redor,

só eu em companhia

quase só vejo dor

tudo o que não queria.

 

Ao voar a imaginação,

penso em paz e harmonia,

mas alguém sem razão

estraga a minha alegria.

 

Um monstro sem piedade

atacou irmãos e vizinhos,

é tanta a sua maldade

que deixou filhos sozinhos.

Matilde Gomes,2º escalão

Versos Entrelaçados 2022

Ilustração: Aisato

O que é a emoção?


 A emoção é sentimento

é receber presentes no aniversário,

é sentir o beijo e o abraço da mãe.

É sentir felicidade por uma coisa ou por uma pessoa.

É sentir a felicidade que mostra que a gente está feliz.

É sentir sentimentos por uma pessoa.

É amar todos no mundo e sentir saudades.

É sentir amor pela família e pelos amigos.

 

A emoção é a vida

Sara Guerreiro, 2º escalão

(Versos Entrelaçados 2022

Ilustração Pascal Campion

Títulos…Rótulos

 

Porque preciso de um Título?

Qual a necessidade de roubar tudo se não compreendemos nada?

 

E as alcunhas?

Porque nos ofendem?

Seremos demasiado duros para aceitar um rótulo, uma “brincadeira”?

Serão ofensas?

Estaremos certos em não gostarmos?

 

Títulos…Rótulos…Controlos

 

Porquê titular?

Porquê rotular?

Porquê invadir a vida de todos?

Haverá necessidade?

 

Perguntas sem resposta…

 

Serei egoísta por exigir respeito?

Por defender os meus ideais?

Por apelar a uma mente aberta?

Se tenho direitos como cidadão porque é que não sou respeitado?

 

Direitos…Liberdade…

 

Terei direitos?

Terei liberdade de expressão?

Serão apenas medidas de conformismo impostas pelos “grandes”?

Terei mesmo liberdade de expressão?

Será que realmente somos livres?

 

Opiniões…

 

Porque parecem tão boas, mas terrivelmente más?

 

Educação…Bom senso…

 

Se rotulamos a vida das pessoas, teremos educação? Bom senso?

A educação realmente leva ao bom senso ou será vice-versa?

 

Rótulos…Títulos…

Tomás Marafonas, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2022)


Ilustração: Henrietta Harris 

Ansiedade

A ansiedade é um monstro negro 

com vários longos braços que sufocam o meu corpo e a minha alma. 

E tudo fica fora de controle: mãos frias…

pensamentos velozes e soltos… escuridão! 

É um mundo de medo e incerteza:

 medo das diferentes emoções que percorrem o meu corpo, 

medo dos pensamentos que levam à incerteza. 

Eu não quero sentir este pesadelo,

 quero voltar a ter as mãos quentes, 

quero controlar os pensamentos, 

quero ser feliz… 

Milene Caeiro, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2022)

Ilustração: autor desconhecido

Poesia


 

No início olhei para ela:

era verde e amarela,

a felicidade no rosto trazia

de quem ainda nada sabia

que o seu nome era poesia.

E passado uns anos já corria

pelas ruas dos Sentimentos

espalhando a emoção,

como um livro mal aberto

sem início nem conclusão.

Com ela aprendi a chorar,

com ela aprendi a sorrir,

se não fosse por ela

não saberia sentir.

 

 

 Joana Roberto, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2020)

Ilustração: Monica Garwood

Quem sou eu?



Quem sou eu?

Apenas uma pessoa qualquer!?

Ou um reflexo no espelho

Mas se um reflexo sou, quem sou eu?

Olhei no reflexo e vi uma flor!

Uma linda flor, sou eu!

Sou uma flor, mas uma flor a florescer!

Descobri-me, renasci!

Sei quem sou eu!

Leonor  Vargas 

3º escalão

(Versos Entrelaçados 2020)

Anna Clariana 

Os meus Sonhos

 

Uma janela aberta

para uma vida desfocada,

uma ilusão escrita

pela tristeza acumulada.

 

Voo na sombra orgulhosa

dos sonhos de um poeta

De um dia vir a ter

um amigo que me completa.

 

No mar escondido

pela montanha orgulhosa,

Sinto um pássaro

que me abre novas portas.


Carolina Pelúcia Aires, 2º escalão

(Versos Entrelaçados 2020)

Ilustração: Carole Clark

Estrofes Dispersas

A música e a dança

são duas formas de brincar

sem sabermos para o tempo

e já é hora de ir jantar

 

Cantamos e dançamos

para depois irmos deitar

dormimos a noite inteira

e tornamos a acordar

 

Tomamos o pequeno almoço

e calçamos os sapatos

entramos depressa para o carro

que já estamos atrasados!

 

Chegamos à escola para aprender,

saímos de lá com mais saber.

Vamos brincar, pular, correr

para depois irmos comer.

 

Vemos televisão na sala

vamo-nos deixando embalar

adormecemos num sono profundo

Para brincarmos de sonhar!

 

 Laura Roberto, 2º escalão

(Versos Entrelaçados 2020)


Ilustração: Eva Navarro

O que é a vida?


A vida são emoções

A vida são decisões.

São lições que aprendemos

as experiências que vivemos.

A vida são as pessoas que conhecemos

e também que esquecemos.

 

As batalhas que enfrentamos

as razões pelas quais desesperamos…

São esses os motivos

que nos fazem sentir vivos.

 

Algumas batalhas são difíceis de superar,

mas se não desistirmos,

se conseguirmos lutar,

vamos perceber que a vitória

é como voltar a respirar.

Ana Fernandes,3º escalão

(Versos Entrelaçados 2019)

Ilustração: Cécile Veilhan 

O teu amor


O teu amor é insubstituível, como o ar que respiro.

É a chuva que preenche o vazio dos meus olhos.

É a luz que ilumina o fundo do poço,

o poço em que estava antes de te conhecer.

O teu olhar calmo faz-me lembrar as pétalas de uma flor à chuva;

É fresco, molhado e romântico.

 

A minha vida sem ti seria deprimente,

mas  com a tua presença sou feliz.

Vieste para iluminar o meu mundo.

Sem ti a minha vida seria como uma sala fechada

Calma, triste, escura e inconstante.

Tiago Azevedo 

 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2019)


Ilustração: Goto Atsuko

Morte

Um dia a morte veio-me buscar,

quando olhou para mim começou a gritar

e desde aí

nunca mais veio para me levar.

 

Passei a viver

sem medo de errar

pois tenho os meus amigos

para me inspirar.

José Silva, 3º escalão

(Versos Entrelaçados 2019)

Ilustração: Jean-Francois Le Saint

O poeta

Sempre quis ser poeta

mas nunca percebi de poesia

sou, ou não, um profeta?

Com a minha mente vazia.

 

Digo sempre o que penso

nem sempre poderei ter razão,

não sei se tenho bom senso

a ouvir o coração.

Fecho os olhos no escuro

cá dentro o coração bate forte,

não sei se é ansiedade e juro

poder carregar este porte.

 

Porte lindo de palavras

que se misturam em segundos

dando na minha imaginação asas

e ao meu caderno alguns rascunhos.

 

Pequeno poeta sempre serei

e o meu caderno vai ficar,

sempre que eu possa decidirei

que nunca o vou abandonar.

 Cristiano Gonçalves, 2º escalão

                                                        Versos entrelaçados

Ilustração: Sveta Dorosheva

Tema 13

Textos narrativos planificados

Para concluir o trabalho "como planificar a escrita do texto narrativo", foi pedido aos alunos do 6º e 9º ano que planificassem e escrevessem um texto narrativo, com tema livre, mas que cumprisse os seguintes requisitos: estrutura do texto narrativo, episódios bem expandidos, título sugestivo e, no final, avaliação e melhoria do texto.

Publicam-se aqui alguns desses trabalhos, escritos por alunos dos dois anos de escolaridade.



Como amar aquilo que somos?

Zoella, uma jovem de 17 anos, sempre foi muito pacata, esquiva… gostava de estar sempre no “seu pequeno mundo”. Sim, “o seu pequeno mundo”, porque era dela, e só dela. Refugiava-se no seu quarto, sentava-se em frente da sua secretária, abria o seu caderno de pensamentos, ou o seu livro favorito de momento. Uma boa terapia, para além das já referidas, era colocar os seus phones e ouvir músicas muito expressivas, que exprimissem de uma forma muito profunda o que lhe ia na alma.

     Ela não tinha muitos amigos e apenas considerava como uma verdadeira amiga a Lauren. Lauren olhava sempre por ela nos intervalos, sempre mesmo. Zoella costumava sentar-se no banco ao fundo do pátio a ouvir música, ou a ler… a ler qualquer coisa: um livro, a matéria dada na aula anterior, enfim… qualquer coisa que tivesse letras e pudesse ser lido. Era assim que ela gostava de passar os seus intervalos, achava que era uma forma de relaxar e de expandir conhecimentos ao mesmo tempo. E era, na verdade.

     Zoella era boa aluna, boa filha, uma ótima pessoa. Pertencia-lhe uma beleza rara, tinha cabelos ligeiramente ondulados e loiros, os seus olhos… tinham dias. Com isto quero dizer que nuns dias estavam verdes, noutros azuis. A sua pele era pálida, extremamente pálida, aliás. Não era suposto sofrer diariamente por ter baixa autoestima, pois não? Mas era esta a realidade; sofria diariamente, “torturava-se” (a si própria) por dentro. Odiava a sua imagem, a sua aparência. Sim, era ódio aquilo que sentia quando se olhava ao espelho e via aquilo que era.

     As lágrimas corriam-lhe pela sua pele pálida e macia… e enquanto deslizava os seus dedos pela sua face para limpar as lágrimas, arranhava agressivamente o seu rosto. Daí, por vezes, ter marcas, cortes e arranhões, no seu corpo. Mas desculpava-se com o seu gato Tyler. Dizia que o gato a tinha arranhado acidentalmente enquanto lhe dedicava algum do seu tempo. Mas havia alguém que sabia a verdade, toda a verdade, mesmo sem Zoella lhe contar nada do que se passava. Esse alguém era Lauren, a única pessoa em quem Zoella confiava.

     Certo dia, Zoella chegou à escola com cortes extremamente profundos nas suas bochechas. Lauren reparou e decidiu falar com ela, tentar perceber melhor o porquê e encontrar uma forma de a ajudar a resolver alguns dos seus problemas.

    Encontrou-a no primeiro intervalo e foi ter com ela. Estava receosa, mas ganhou coragem e disse:

  - Zoella… sabes que podes confiar em mim. E sabes que podes desabafar comigo sempre que quiseres. Estou sempre aqui para ti  e quero ajudar-te! Sim, porque eu sei que não estás bem e que precisas de ajuda.

 - Hmm… nem sei bem o que te dizer, Lauren… obrigada! E eu sei que estás sempre disponível para mim e que posso confiar em ti a 100%, e deixa-me agradecer-te por isso, também! E mesmo que seja uma má conselheira, que não saiba como ajudar ninguém, nem a mim própria, eu estou sempre aqui para ti!

- Acho que já percebi o que se passa contigo…

- O quê?!

- Sim… depois do que disseste… o teu problema é falta de autoestima. Não te valorizas! Pensas que não és importante para ninguém, pensas que és inútil e não gostas daquilo que és! Mas como Zoella? Como? Tu és das melhores pessoas que conheci até hoje, acredita naquilo que te digo!

 - Eu não sei Lauren! Eu não consigo gostar de mim, não consigo! Tudo é muito difícil para mim, cada dia para mim é como um obstáculo.

Enquanto Zoella dizia isto, a Lauren, não se conseguir suster e as lágrimas caíram.

   Continuaram a conversa e Lauren conseguiu convencer Zoella a ir apenas a uma primeira consulta ao psicólogo. Depois, dependendo de como Zoella se sentisse a desabafar com o seu psicólogo, decidiria se queria continuar a ter consultas, ou se preferia apenas que Lauren a ajudasse a ultrapassar tudo, mesmo que fosse um processo mais demorado.

   Passadas três semanas, Zoella já tinha tido quatro consultas, ou seja, decidiu frequentar estas consultas. Ela sentiu-se confortável, à vontade, livre de dizer o que queria e o que lhe ia na alma; e o que mais lhe agradou, foi o facto de obter uma resposta, ou uma opinião, a todos os seus pensamentos, a todas as suas dúvidas… e estava a aprender como gostar de si mesma. O primeiro sinal de recuperação foi ter parado de se “torturar a si mesma” exteriormente. Zoella tomou a decisão de contar aos seus pais o que se passava e que já tinha iniciado o processo de recuperação, graças a Lauren.

  - Mãe? Pai? Acho que tenho algo muito importante (não num bom sentido) para vos contar.

  - Fala, filha! – disse o seu pai.

  - Eu tenho problemas. Problemas um pouco graves relacionados com autoestima… tenho a autoestima muito baixa. Custa-me imenso falar sobre isto, sinto-me receosa, embaraçada, desconfortável, mas tem que ser.

  - Filha?! – Gritaram os seus pais – Conta-nos tudo! – Acrescentou a sua mãe.

  - Eu não me valorizo, acho que “não pertenço a este mundo”, sinto que sou diferente, que não sou suficientemente boa em nada. Refiro-me a aspetos exteriores e interiores. Cada dia para mim é um obstáculo, só me refugio na leitura, na escrita, ou na música. Eu já dei início a um processo de recuperação num psicólogo, graças à Lauren. Ela apercebeu-se do que se passava comigo (sim, porque eu nunca falei ou desabafei com ninguém e sei que não foi uma escolha inteligente), aconselhou-me e tem-me ajudado imenso, dá-me um apoio incondicional e se me sinto melhor agora só tenho que lhe agradecer. Já enfrento a vida de uma forma ligeiramente diferente, graças a ela.

 - Como não nos apercebemos de nada? Mas como? Que raio de mãe sou eu para deixar que a minha filha, A MINHA FILHA, tenha um problema tão sério e grave sem eu me aperceber de nada?! – Dizia sua mãe enquanto chorava desesperadamente.

 - Conta-nos tudo mais ao pormenor, filha, por favor! – Disse o seu pai enquanto tentava suster as lágrimas.

Zoella explicou-lhes tudo e sentiu-se um pouco aliviada. Sentia-se melhor consigo mesma, pois já tinha feito aquilo que tinha a fazer.

    Mais dois meses se passaram, e Zoella tinha recuperado imenso. Quando se sentia mais em baixo, desabafava com Lauren, fazia planos com alguns novos amigos… deixou de se isolar e passou a ser uma adolescente mais ativa, mais livre! Um dos seus novos amigos era o Nash, e Zoella tinha uma paixoneta por ele. Falavam por mensagens, por chamadas, saiam juntos… os sentimentos já eram mútuos, estavam apaixonados.

  Zoella não ficou totalmente recuperada, ficou com cicatrizes para a vida. Mas como ela dizia: “nasci outra vez, tenho uma vida nova! Nunca pensei que pudesse ser tão feliz, aliás, não imaginava que um dia iria saber o que é a felicidade!”

Ficou eternamente grata a Lauren. Nash tratava-a como Zoella merecia ser tratada, e amava-a, como ela era, e relembrava-lhe todos os dias que era o rapaz mais sortudo do mudo por ter encontrado alguém como ela!

   “Nada é impossível, há sempre uma solução! Expões os teus problemas aos teus pais, aos teus amigos mais próximos, enfim… a alguém que tenhas confiança. Tu nunca, mas nunca, estás sozinho! És mais forte do que pensas, e as tuas capacidades podem ser infinitas…” esta foi uma das citações do livro “A Vida Não Tem Barreiras" que Zoella escreveu aos 30 anos de idade. Fez um sucesso estrondoso e foi para ela a melhor recompensa, depois de ter passado tanto tempo em sofrimento.

Ana Fialho, 9º ano

2014


 

Sharon Sprung )

Vitaly Glovackij


Sobrevivência de risco


Num dia de verão, eu e um grande amigo fomos contactados para irmos para a Austrália. Ia-mos lá para dar aulas de surf. Tinham ouvido falar em nós, porque tínhamos sido campeões de muitos campeonatos nacionais e internacionais.

   Uma semana depois, lá estávamos nós no aeroporto da Portela. Às sete e meia da manhã embarcamos no avião. Ao meio dia e meio, fizemos escala em Milão. Tivemos essa tarde para visitar a cidade. O meu amigo David levava consigo uma prancha. Às sete e meia da noite embarcamos, novamente, para o Dubai. Ficamos lá três dias para visitar e aprender a cultura desta enorme cidade. Passados estes fantásticos dias fomos em direção a Sidney.

   Ia-mos nós a sobrevoar a Indonésia, quando o avião teve uma avaria instantânea em dois, dos seus quatro, motores. Tivemos o azar de, no maior arquipélago, irmos aterrar numa ilha deserta e em terra. Uma centena de pessoas morreram e outra centena ficara viva. Este avião levava duzentas e cinquenta pessoas e as cinquenta restantes ficaram gravemente feridas.

   Eu e o meu amigo conseguimos sobreviver à aterragem e nó, mais umas cinquenta pessoas, fomos procurar comida; as restantes cinquenta ficaram a cuidar dos feridos. Passadas umas horas, voltamos ao sítio do incidente. Já só existiam dez pessoas vivas. Construímos umas cabanas para os sobreviventes. Depois de muito tempo, descobriram, a partir dos radares do avião, qual era a nossa localização.

  Um dia depois, apareceu um helicóptero russo para nos levar de volta a casa, para Portugal. Estivemos com a nossa família e um mês e depois voltamos novamente a viajar para a Austrália. Fizemos o mesmo percurso que ante, mas desta vez sem aquele “pequeno” imprevisto.

 

Afonso Cordeiro 6ºano

2014

 


 

(Daria Petrilli)


O silêncio como música

Numa noite de chuva, a Sofia, os seus pais e o seu irmão regressavam do Porto para Lisboa. Sofia destacava-se do seu irmão: ela era muito sossegada, aplicada na escola e responsável.

Com o acumular de situações do dia-a-dia, naquela viagem estavam todos muito cansados e o pai despistou-se, deixando cair o carro de uma ponte, já bastante perto de casa.

Quando a polícia chegou ao local, o casal estava morto e um dos filhos estava também gravemente ferido, tendo ido para o hospital em coma e acabando por morrer, Sofia não sofreu danos físicos, mas psicologicamente ficou muito afectada, pois tinha visto tudo o que se passara.

Com o decorrer do tempo, ela foi acompanhada por vários psicólogos, até que os avós (que tinham ficados responsáveis por ela) não puderam pagar mais a terapia. Desde aí, ela começou a ficar uma outra pessoa, mais triste, não se envolvia com ninguém na escola.

Todos os dias chegava da escola, ia para o seu quarto, ouvia sempre a “bela” melodia, do silêncio. Esta era a sua rotina diária.

Um dia, quando chegou à escola, deparou-se com uma roda de colegas à volta de um novo aluno e ela pensou: “mais um atrasado!”. Quando seguia para as aulas, deu de caras com um rapaz de 20 anos que estava numa cadeira de rodas, com algumas dificuldades em conseguir tirar a sua mochila do cacifo. A menina, ao ver aquilo, passou como se nada fosse e o rapaz achou que ela tinha um ar desolado e triste. Ele possuía uns lindos olhos verdes, um cabelo loiro e um físico invejável.

Foram para a aula de Português e o menino, que se chamava Miguel, chegou atrasado. A Sofia estava sozinha na mesa, por isso o Miguel foi obrigada a sentar-se ao pé dela. Ele era muito inteligente, participativo, meigo, e estava sempre a tentar puxar conversa com a menina, mas ela ignorava-o.

Na semana seguinte, a Sofia foi-se aproximando do Miguel, construindo uma amizade mútua e verdadeira. Na escola, todos os rapazes e algumas raparigas gozavam com o Miguel, porque ele tinha deficiências motoras, no entanto, Sofia sentia-se cada vez mais atraída por ele. Não era uma atracção física, mas antes uma sintonia com a sua maneira de ser e de pensar.

Sofia percebeu que eles tinham mais em comum do que parecia quando o rapaz contou a sua história de vida e o motivo porque ficara de cadeira de rodas. O Miguel também tivera um acidente onde perdeu a sua família. Nesse mesmo dia, a rapariga, muito comovida pelo sucedido, foi lanchar à casa do rapaz, pois não era qualquer pessoa que a convidava por ter prazer na sua companhia.

Passado um ano, eles eram como irmãos, completavam-se um ao outro e quando estavam separados era como ter um bolo sem farinha, uma camisa sem botões, um mar sem sal, uma noite estrelada sem estrelas, um Verão sem calor… A menina estava mas feliz que nunca, sentia que tinha aquele porto de abrigo, aquele ombro “sempre lá”, o irmão que perdera já há algum tempo… Mas o que mais tinham em comum era terem o silêncio como cupido, o silêncio como fundo, o silêncio como uma noite silenciosa, mas sobretudo… o silêncio como música.

Érica Moura, 9º ano


(Alexander Jansson)


 Aventura açucarada


Há muito tempo, na terra dos sonhos, um humano e um cão nasceram para reinar o Reino do Gelo onde tudo e todos eram frios.

No dia da coroação, houve uma grande tempestade e esses dois seres foram parar ao Reino Doce, onde tudo era feito de guloseimas.

Logo que viram aquela terra, ficaram doidos por ver plantas de goma e areia de açúcar, e começaram a comer desalmadamente. De tarde, chegaram ao castelo da princesa Pastilha de Framboesa e tocaram à campainha.

-Podemos dormir no seu castelo "majestade"?- perguntou Finn, o humano.

-Claro, rapaz humano, entra! - disse a princesa Pastilha de Framboesa.

-Obrigado! -disseram Finn e Jake em coro.

De manhã, quando acordaram, foram tomar o pequeno-almoço e quando estavam prontos para voltar para casa, apareceu o mendigo de gelo, que era maior que cinco prédios, uns por cima dos outros, com umas mãos enormes e fortes. Ele tinha uns grandes chifres, olhos quase brancos e vinha para aniquilar o humano e o cão.

Eles lutaram com o monstro até à exaustão: saltaram, atiraram-lhe setas, arrancaram-lhe um chifre e os habitantes do Reino Doce ajudavam lançando "pedregomas" ao gigante, o que não o afetava nada.

Passada uma hora de luta, o gigante caiu no chão desgastado.

- Conseguimos, conseguimos! - Dizia o povo.

E nesse preciso momento, Finn e Jake encontram o seu amor: Finn a princesa Pastilha de Framboesa e Jake a Lady Hyriscornio (ela expele arco íris pelo nariz!) e viveram felizes para sempre.  

                                                                         Tomás Alexandre 6º ano

2014

Uma luta quase impossível

        

   David tinha dezassete anos. Vivia com os seus pais, numa pequena casa solarenga à beira mar. Ele tinha por hábito fazer um passeio pela praia todas as manhãs, porque o ajudava a descontrair.

   Uma certa manhã, David caminhava pela areia e, apesar do mar estar bastante calmo, soprava uma enorme rajada de vento. Após uns minutos de ter iniciado a sua caminhada, sentiu uma enorme e estranha dor de cabeça. Quando chegou a casa, contou o sucedido à sua mãe. Filipa, que era uma mulher muito bonita e que estava sempre muito preocupada com a saúde do seu filho, ficou muito preocupada e, consequentemente, decidiu marcar uma consulta médica a David.

   Depois de terem esperado pelos resultados dos exames médicos durante algumas semanas, Filipa e David foram ao consultório de Jorge, o seu médico de família. Jorge não tinha boas notícias, pois David tinha um tumor cerebral. Ao receber a notícia, Filipa ficou branca como a cal, não querendo acreditar no que estava a ouvir.

   David tinha que fazer uma radiografia todos os dias. No decorrer das semanas e dos meses, o seu tumor ia aumentando cada vez mais. De todas as hipóteses possíveis, a mais provável era ele morrer. David sentia-se triste, pois não queria acreditar que a sua vida estava a terminar.

   Certo dia, apareceu um casal muito bem parecido à porta de David, dizendo que precisavam de falar com ele e que o poderiam ajudar. David estava confuso, pois não conhecia estas pessoas.

   Ao fim de algum tempo, David decidiu deixar o casal entrar, para poderem conversar. Quando se sentaram, Rui, o senhor que fazia parte do casal, disse que já tinha ouvido dizer que ele tinha um tumor muito grave e, como ele e Leonor, a sua esposa, eram bilionários e adoravam ajudar as pessoas, o queriam ajudar também. David ficou sem palavras, mas não aceitou. Rui disse para ele pensar no assunto e deixou o seu número de telefone, para o caso de David aceitar a sua proposta.

   Mais tarde, quando Filipa chegou a casa, David contou-lhe o que tinha acontecido e esta ficou radiante. David ligou imediatamente a Rui a aceitar a sua ajuda. Depois disso, Filipa ligou a Jorge a perguntar se havia algum tratamento que pudesse salvar David e este assentiu. Eles não podiam estar mais felizes.

   No dia do primeiro tratamento, David estava nervoso, mas, no final, correu tudo muito bem. Ao fim de algumas horas, Jorge chamou David ao consultório e disse-lhe que o seu tumor tinha reduzido imenso. Se os tratamentos continuassem assim, bastariam mais dois para que David sobrevivesse.

   Após seis meses, David estava completamente curado. Ele e a sua mãe agradeceram imenso ao casal que os tinha ajudado. Estes estavam muito contentes por terem ajudado aquela família e por terem utilizado o seu dinheiro de uma forma generosa.

   Depois de tudo aquilo, o casal e David ficaram amigos, nunca esquecendo o que Rui e Leonor tinham feito a David e Filipa.

Beatriz Carrujo, 9º ano

2014


 (Bao Pham)

(Dainius Šukys )

Três amigos numa aventura


     Ora bem, quando eu era um gatinho pequenino vivia em casa da minha dona e do meu dono. Eu adorava aventuras, gostava muito de sentir o perigo das aventuras e de fazer novos amigos. Até que num lindo dia de sol, fui meter-me na maior aventura da minha vida: fui procurar a cidade perdida de Atlântida.

      Lá saí eu de casa em busca da Atlântida. Estava a andar quando vi um galo a fugir do talhante que o queria apanhar para o cozinhar. Eu fui ver o que se passava e o galo, desesperado, pediu-me:

      -Ajuda-me, estou em perigo! Disse-me ele cheio de medo do talhante.

      -Segue-me, - disse eu - tenho um ótimo esconderijo para  nos livrarmos do talhante.

      Quando eles se conseguiram livrar-se do talhante, falaram calma e sossegadamente.

      -Muito obrigado pela ajuda. – Agradeceu o galo.

      -De nada. Queres ir comigo procurar a cidade perdida de Atlântida? -Perguntei-lhe.

      -Pode ser - disse-me - tenho a certeza que vai ser divertida.

      Nós continuámos o caminho e encontrámos um burro, num estábulo, que tinha sido deixado ali por o seu dono.

      -Quero o meu dono!-dizia ele muito triste por ele nunca mais chegar.

      -O que aconteceu? Perguntei-lhe.

      -O meu dono deixou-me aqui e eu estou à espera dele para me vir buscar. Ele disse-me que voltava cedo, mas ainda não chegou.

       -Se quiseres, vem connosco viver uma aventura. Vamos procurar a Atlântida.

       -Pode ser, mas eu quero o meu dono.- Disse o burro casmurro.

       -Não te preocupes que o teu dono volta.- Sosseguei-o

       Lá fomos nós os três à procura da Atlântida, até que encontrámos o mar e mergulharmos… mas depois, lembrámo-nos que precisávamos de fatos de mergulho… Felizmente, descobrimos uma passagem secreta que e então foi só seguir o caminho até chegarmos ao tão desejado destino.

        Nós festejámos muito ao encontrar a cidade perdida de Atlântida. Lá havia todas as espécies de peixes e trouxemos muitas recordações. Desde aí, vivemos várias aventuras juntos, em equipa, sem nunca desistir.

Guilherme Fialho, 6º ano

2014


 

(Silvia Pelissero)


Perdida até à morte


Num dia qualquer, de um mês qualquer, numa manhã cinzenta, Catarina decidiu seguir viagem sem qualquer destino, ou voo marcado. Ela estava determinada, depois de ter tomado a sua decisão, por isso caminhou para o porto de Lisboa e enfiou-se clandestinamente num dos cargueiros que estavam lá atracados.

O barco chegou ao seu destino, uma praia deserta com a areia macia e a água transparente.

A Catarina saltou do barco e começou a caminhar. Era uma noite fria e ela embrulhou-se numa manta que tinha na mochila que levava às costas; deitou-se na areia e adormeceu.

Quando acordou, para seu espanto, estava num acampamento de uma tribo, atada a uma árvore. Ela estava assustada e com medo do que lhe pudessem fazer naquele momento. Alguém se aproximou dela e Catarina começou a chorar e a gritar, mas não resolveu nada, uma vez que ninguém a podia salvar. Ela tremia por todo o lado, porque quem se aproximava continuava a andar com um ar mau e pesado, como se algo tivesse acontecido.

De repente, sentiu que um homem estava perto dela, a tentar cortar as cordas que a prendiam à árvore. Catarina não estava a perceber o que se estava a passar.

O homem conseguiu soltá-la, mas quando ela se levantou viu que não era a única rapariga que estava naquele acampamento. Passados alguns minutos ela entendeu que todas elas iam servir de alimento para aquela tribo.

 Estavam em pânico, com medo do que lhes poderia acontecer. Elas eram cinco raparigas, mais a Catarina, e foram enterradas perto de uma horta.

PASSARAM TRÊS DIAS…

Todas elas estavam com fome e sede, mas ainda estavam vivas. Era neste dia que elas iam “sair da terra”.

Os homens da tribo chegaram perto delas e começaram a desenterrá-las e a preparar as armas para as matar… Bem, a Catarina e as cinco raparigas não tiveram um fim feliz e, pelo que soube, sofreram muito até lhes acabarem com a vida. 

Mª Carolina Maldonado, 9ºano

2014 


 

(Kay Widdowson)



Cinzas ou oxigénio?


Num dia de muito calor, a floresta estava muito calma, os passarinhos cantavam, a brisa era suave. Por aqueles lados, os dois irmãos, Cláudia e Filipe estavam a passear. Subitamente, um cheiro muito desagradável empesta a floresta. Cláudia ficou assustada pois era um cheiro muito forte, muito intenso e, lá ao fundo, via-se um fumo medonho, mas ela reparou que o Filipe, o seu irmão mais velho, estava descontraído, e nem ligou. De repente ouve-se um senhor a gritar:

- Socorro, a minha casa está a arder! SOCORRO!

Cláudia e Filipe ligaram para o 112. Os bombeiros chegaram, mas por infelicidade toda a floresta ardeu. O senhor e a senhora foram para o hospital com falta de ar, mas depois de tudo isto acontecer eles, sobreviveram. Daí em diante, nada foi como dantes: para além dos problemas de saúde que já tinham, ficaram com mais um, pois eles trataram-se mas começaram a sofrer de problemas respiratorios.

Ninguém soube qual tinha sido a causa daquele fogo inesperado.

As árvores ficaram destruidas, alguns animais morreram, outros sobreviveram mas ficaram em muito mau estado.

Entretanto, a senhora e o senhor saíram do hospital, mas tiveram de ir para a casa da filha, pois a vossa casa deles tinha ficado muito danificada, por causa do fogo.

Passado um mês, depois da casa remodelada, eles voltaram a lá morar.

Tudo isto aconteceu em Sintra, enquanto em Setúbal a Professora Clara passeava com os seus alunos do 6º ano, mas nesta aula a professora decidiu ir para perto de uma floresta, ensinar o que fazer quando se presencia a um incêndio numa floresta.

Certo dia, os alunos da professora Clara foram fazer um piquenique a Sintra pois lá existem muitas árvores e campo, por isso, é um sítio adequado para um piquenique.

Subitamente, cheiram-lhes a queimado vindo de uma casa. Decidiram rapidamente que dois dos alunos iriam ligar para o 112, enquanto os outros iriam socorrer as pessoas, caso lá houvessem e, claro, com todo o devido cuidado.

Todo correu bem e ficaram a saber a causa do fogo.

A senhora e o senhor eram as mesmas pessoas do incêndio anterior, onde Cláudia e o Filipe os foram socorrer. E se nesse incêndio ninguém soube da causa, agora sim, pois a senhora sofria de alzeimer e esquecia-se frequentemente do fogão acesso. Daí os incêndios, que acontecerem frequentemente.

Um incêndio é muito prejudicial para a saúde das pessoas e para o ambiente porque, no meio de isto tudo, o oxigénio é muito importante para que todos os seres vivos vivam.

Nem sempre os fogos são postos de propósito.

 

                                                                Inês Janeiro, 6º ano

2014 


    (Tran Nguyen)

       Para mim nada é um conto de fadas


 Era um dia chuvoso de inverno, Diana sentia-se como o tempo, triste e deprimida. Ela estava deitada na sua cama a relembrar como tudo tinha começado e o porquê de estar assim tão mal, por ser uma pessoa tão parva.Diana tinha 17 anos, era portuguesa, mas morava na Irlanda com a sua mãe. Ela era morena com olhos azuis claros, era baixa e tinha um corpo perfeito. Era uma pessoa simpática e meiga, mas por dentro ela estava destruída. Diana auto mutilava-se, pois sofria bullying porque usava óculos e aparelho.

Quando chegou à escola, Diana reparou que o grupo dos punks tinha um novo membro. Ele era loiro, com olhos azuis, alto e com um corpo definido. Pelo que ela tinha entendido, ele chamava-se Niall. Todos eles tinham fama de mulherengos.

Mais um para implicar comigo, pensou a Diana. No momento em que a Diana passou por aquele grupo de cinco pessoas, que pensavam que eram os reis do mundo, ouviu logo as ofensas normais.

Passados dois meses, começaram as férias de Natal, Diana ia, finalmente, tirar o aparelho e deixar de usar óculos. Para ajudar na sua mudança, ela fez madeixas californianas loiras e comprou novas roupas e maquilhagens.

            No momento em que Diana chegou à escola e passou pelo grupo dos punks, eles ficaram a olhar para ela de boca aberta. A partir desse dia, Diana passou a ser popular.

Num dia, ela tinha acabado de sair da sala de aula quando chocou, sem querer, com o Niall.

            - Vê por onde andas!- disse o Niall de forma rude.

            - Desculpa estava distraída!- disse Diana, que já estava começar a irritar-se por ele ter sido tão bruto.

Os dias foram passando e Diana e Niall cada vez se odiavam mais, mas lá no fundo eles sabiam que gostavam um do outro e o ódio era uma maneira de negar os sentimentos.

            Agora era aula de Literatura e o livro escolhido para debate era “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen. O professor mandou fazer um trabalho sobre o livro e Diana e Niall ficaram juntos.

No decorrer desse trabalho, eles acabam por se beijar e começam a namorar. Quando chegaram à escola juntos, todos os alunos ficaram admirados.

Com o passar dos meses, Diana acaba por descobrir que estava a ser traída e volta a automutilar-se, já que Niall tinha conseguido que ela o deixasse de fazer.

            Quando Diana deu por si já estava a chorar novamente por se estar a lembrar da sua história com Niall. Ela decidiu levantar-se e ir tomar banho, pois estava com uma cara horrível.

Quando acabou o banho, Diana foi arrumar as suas coisas dentro da sua mala, já que ela e a sua mãe decidiram que era melhor mudarem-se para outro local, para ela não sofrer mais e começar do zero outra vez.

Alexandra, 9º ano

(Pseudónimo)

2014 

 (Toon Hertz)

  

 

Uma cela por abrir


Destacava-se numa velha faculdade um menino chamado Pedro de 18 anos.

Os seus amigos tratavam-no de forma diferente, por ele se vestir de maneira gótica , não lidar com ninguém e ter costumes diferentes. Mas, na verdade, ele tinha quatro verdadeiros amigos que acreditavam muito um nos outros.

      Mas, este menino tinha um hábito estranho: a meio das aulas, pedia sempre para ir à casa- de- banho e nunca mais voltava.

      Num dia normal de aulas, ele pediu, como de costume, para ir à casa de banho. Os seus amigos, que já estavam a estranhar este comportamento do Pedro, resolveram perguntar à professora se podiam ir à biblioteca, mas, na verdade , iam espiar o seu amigo. A professora não os queria deixar ir, por isso, passaram muito tempo na sala a explicar à professora o que iam buscar à biblioteca, até que finalmente ela os deixou ir e eles foram procurá-lo.  Procuram   mas não o encontraram, por isso, resolveram sair da faculdade, até que um dos amigos exclamou:

-Ali está ele. Vamos, venham por ali! Vamos esconder-nos atrás daquele muro.

-O que o que está ele a fazer? – Perguntou um dos amigos.

- Não sei, ele está a falar com aquele rapaz- respondeu outro dos amigos.

-E que tal se nos aproximássemos mais um bocado?

       E, quando  se chegaram mais perto dele, ouviram-no dizer ao rapaz que estava com ele para estar às  três da manhã em frente da porta da escola, como combinado. Os três amigos do Pedro ficaram confusos e resolveram ir àquela hora, àquele sítio. Quando lá chegaram, viram uns sacos castanhos cheios de farinha, mas um dos amigos lembrou-se que aquilo podia ser droga. Então, resolveram chamar a guarda, mas esta demorou tanto tempo a chegar que  um dos amigos teve de ir atrás do Pedro e do rapaz que estava com ele porque eles começaram a fugir mal ouviram as sirenes do carro da guarda. Quando os dois traficantes já estavam dentro do carro da guarda, o amigo do Pedro chegou-se à janela e disse-lhe consternado:

-Desculpa amigo,  mas tu estás a ir por muito maus caminhos. Peço muita, mas muita, desculpa, mas esta é a minha obrigação.

E assim, o Pedro foi para a esquadra e foi preso, por um bom motivo.    


Beatriz Quaresma, 6º ano

2014

(Carolee Clark)


Mal nos quer


Eu moro numa vila pequena, Alcaria do Monte, e aqui perto existe um monte que dizem que está assombrado.

Vou contar-vos uma lenda que corre por lá há muitos, muitos anos.

Em 1913, uma família veio morar para Alcaria: o pai, a mãe e dois filhos, o Miguel e a Júlia. Essa família era muito conflituosa, muito desunida. A Júlia era a mais amorosa e carinhosa, mas todos a criticavam. Essa família morou nesta vila durante treze anos e, ao fim desse tempo, começaram a acontecer coisas bizarras.

Numa noite chuvosa de Inverno, estavam cada um no seu quarto e, de repente, a Júlia ouviu uns barulhos estranhos mas, como sempre, pensou que era o Miguel, o seu irmão, a fazer disparates. Farta de ouvir aqueles ruídos, a Júlia resolveu levantar-se para o mandar calar. Saiu da cama, desceu as escadas (porque o quarto do mano era no rés-do-chão), e entrou no quarto dele. Ao entrar o quarto estava vazio. Júlia ficou admirada e foi aí que ouviu um som vindo do guarda-fatos. Com medo, decidiu abri-lo e quase desmaiava ao ver o irmão naquele estado horrível; ele estava morto, pendurado pela blusa do pijama, numa cruzeta. Júlia correu rapidamente escada a cima para chamar os pais, e contar-lhes a tragédia. Eles desceram as escadas, com medo do que poderiam encontrar. Ao entrarem no quarto e verem aquela cena chocante, a mãe entrou em pânico e o pai, assustado, correu pela casa fora, com esperança de encontrar alguém responsável pelo sucedido. Não encontrando ninguém, gritou a pedir ajuda. Foi quando reparou que na cruzeta estava pintado o número treze.

Na manhã seguinte, regressaram do hospital, muito tristes, pois Miguel tinha falecido. O funeral seria no dia seguinte e tinham de tratar das coisas. Finalmente chegou o dia, o dia em que iriam dizer o último adeus a Miguel. A cerimónia seria depois de almoço. Depois do almoço, foram todos aos quartos para se prepararem quando, subitamente a Júlia ouviu as badaladas do sino a indicar que eram treze horas e, de seguida, Júlia ouviu um barulho vindo do quarto dos pais. Ela correu para lá e…, o pai e a mãe estavam mortos, estendidos no chão em forma de treze. Júlia sentiu um aperto no coração: ela estava sozinha no mundo, sem família…

Semana depois, Júlia ganhou alguma força de vontade e começou a investigar o caso da sua família, com a ajuda de um detective. Acabou por descobrir que o culpado disto tudo era o padeiro. Todos os dias ele deixava o pão à porta e espiava a família. O número da porta do padeiro também é o número treze. O padeiro, estava apaixonado pela Júlia e queria-a, bem como a casa dela, sem que mais ninguém se intrometesse. A Júlia conseguiu provar que o padeiro era o culpado e também psicopata e este acabou por ser preso.

A partir daí essa casa nunca mais foi habitada… até que qualquer dia…

Milene, 9º ano

 2014 

 (Michal Lukasiewicz)



Feliz, e no entanto… infeliz!


Carolina, era uma rapariga de 14 anos. Ela era uma pessoa que só falava “dos seus assuntos” com os amigos mais próximos, como por exemplo, o Pedro, que era o seu melhor amigo e, por vezes, com a sua irmã mais velha também. Não era muito próxima da mãe.

A pessoa com quem a Carolina melhor se dava era Carlos, o seu pai, pois os seus feitios eram bastante parecidos. Para além de terem uma relação de pai e filha, tinham uma relação de amizade.

Quando os seus pais se separaram, Carolina era muito pequena, por isso, foi crescendo no meio da confusão de sentimentos; não sabia o que pensar… Por um lado, era estranho ver os pais dos seus amigos juntos como uma família feliz e ela ter os seus separados. Mas por outro lado, foi melhor assim, ao menos, já não ouvia discussões todos os dias, a todos os momentos. Mesmo assim, era difícil. Durante a semana estava com a mãe e aos fins-de-semana estava com o pai. Foi desta maneira que Carolina foi criada, até acontecer o pior…

Aos seus 11 anos, quase 12, Carolina fora passar um fim-de-semana com o pai, como era habitual e, no sábado, foram jantar fora. Estava tudo a correr tão bem até Carlos se sentir mal…

Carlos foi para o hospital e teve de ficar internado. No dia seguinte, entrou em coma e assim ficou durante uma semana. Para Carolina foi uma semana de incerteza, de angústia. No fim de semana, a rapariga recebeu a pior notícia que lhe poderiam dar… Carlos tinha falecido.

Desde então, a menina, apenas de 11 anos, ficou a viver com a mãe, mantendo sempre a dor e a revolta de ter perdido o pai.

Hoje, a rapariga tenta viver um dia de cada vez. Os seus sentimentos em relação a este assunto ainda não mudaram, e, embora Carolina esteja bem ao pé dos amigos, só ela sabe como se sente realmente. E, por muito feliz que possa estar por fora, por dentro sente sempre a infelicidade de se sentir incompleta.

 

Mariana Codinha, 9º ano

2014

Girofla

Tema 12

o amor

Carta de amor


Vidigueira, 18 de Fevereiro 2014

 

Querida mãe

 

Assim que nasci, gostei logo de ti. Tu és a mulher mais importante para mim. Tal como eu te amo, tu também me amas.

Tu és a Rosa que cheira a alecrim. Posso ser distraído, mas sou assim e tu gostas sempre de mim.

Sou o teu docinho e tens o meu carinho.

MÃE, eu amo-te e sempre te amarei.

Assim que escrevi este texto, esta poesia, até chorei. Quem me dera estar contigo, mas não posso!

Assim que te vejo começo logo a chorar, levo meia hora para parar.

Desde criança que gosto de brincar e não sei por que estou sempre a rimar, mas não consigo evitar, só me apetece cantar.

Eu nunca me esqueço de ti porque te hei de sempre amar. Agora que estou a pensar em ti, sei que és algo mais para mim. Tenho muito afeto por ti.

Já estou a chorar, mas vou conseguir parar.

Sempre te vou amar.

Beijinhos do teu filhinho

Jorge

 

P.S. Mãe, eu amo-te, beijinhos muito grandes para ti. Manda também beijinhos à mana e ao mano.

Jorge Parrança, 6º ano

 

(Salvador Dali)


Era uma vez…. o amor


Certo dia, um agricultor solitário decidiu plantar uma rosa branca no seu jardim pessoal para lhe fazer companhia. Decidido no seu objetivo, escolheu a semente mais madura que encontrou, reservou o melhor lugar no jardim e, num dia esplendoroso, semeou-a carinhosamente.

Como esperado, a flor desabrochou numa linda rosa branca, encantada com o tratamento que o agricultor lhe dava: regava-a todos os dias, protegia-a do frio e do calor, mais importante, estimava e respeitava-a. Eram os companheiros perfeitos.

Passado alguns anos, a rosa mudou, as suas pétalas começaram a ficar azuis, as folhas ásperas, o caule ganhou espinhos. O agricultor zangado com a mudança da rosa castigou e maltratou-a. A rosa por mais que tentasse voltar ao normal, não conseguia (!) estava nos seus genes ser assim: livre e indomável.

O agricultor desinteressou-se da rosa, deixando-a por conta própria. Ela, por muito que tivesse crescida, ainda não tinha capacidade para cuidar de si e, infelizmente, num dia ventoso, as suas fracas e finas raízes não aguentaram, tendo sido levada pelo vento.

Triste e inconsolável a rosa foi parar a uma floresta, rodeada de plantas exóticas, de várias cores, todos os tamanhos e feitios. Demorou tempo para a rosa se integrar naquele ambiente selvagem, ocorreu-lhe variadas vezes a ideia de desaparecer, deixar que a sua vida acabasse, dado que, já não possuía forças para lutar. Até um dia, o sol se pôs sobre ela, o solo acumulou-se de água e o vento passava suavemente pelas suas pétalas, agora, totalmente azuis. Deu conta que já passara o tempo de estar triste, era tempo de sorrir e rir! Pois encontrara a Mãe Natureza, e depois de tantos anos de falsidade, podia finalmente saborear o amor, na sua forma mais pura.

O amor pode encarnar várias formas: amizade, relacionamentos, passatempos… mas o mais importante é o amor de mãe, não existe nenhum que se compare, pois ele é único e dura uma eternidade e mais “além”.

Augusta Oliveira, 9º ano

 2014

(Sharron Sprung)


 O amor & a paixão


A paixão e o amor? São ambos sentimentos tão diferentes e tão iguais.

A paixão é uma obsessão, uma dor e um anestesiante constantes na nossa cabeça. A paixão é linda quando se sente, feia quando se deixa de sentir. É como que uma prisão mental e não física; e essa é a pior prisão de todas. O alvo da paixão nem sempre é uma pessoa que existe fisicamente, pode ser uma paixão platónica, tal como pode ser uma personagem literária ou alguém que existe somente na nossa imaginação. E esse é o pior tipo de paixão: aquela em que nos agarramos a uma gigantesca parte do nosso imaginário, sem poder contemplar a beleza física do alvo do nosso sentimento. A paixão é avassaladora, louca, endiabrada, abençoada, épica, dolorosa, libertadora e prisioneira. A paixão é inúmeras coisas, e ao mesmo tempo não é nada.

O amor é um sentimento mais abrangente. O amor que eu sinto pelo John Green é diferente do meu amor pelos Guns n’ Roses, que é diferente do meu amor pelo Augustus Waters e do que eu sinto pela minha mãe e até mesmo daquele que eu sinto pela pessoa de que eu gosto. E todos esses amores são diferentes do amor que eu sinto pelo meu cão. Mas, no final do dia, são todos expressões amor. Em todos sinto preocupação e alívio, liberdade e prisão, extrema tristeza e extrema felicidade.

Para mim, o amor é um sentimento um tanto confuso; queremos que a pessoa, ou animal, ou banda, ou personagem que amamos esteja feliz, pois a nossa felicidade depende deles. A nossa felicidade já não está nas nossas mãos a partir do momento em que nos apaixonamos ou começamos a amar alguém; e esse é o facto mais aterrador de todos.

Tanto o amor, como a paixão, são sentimentos mistos de contrariedade. São, por isso, muito idênticos. São ambos avassaladoramente desgastantes e recompensadores. Mas o seu significado, e a maneira como se manifestam, são tão diferentes que nos faz questionar porque os associamos.

Contudo, a paixão e o amor não podem existir um sem o outro, no que toca ao amor como é conhecido geralmente. Não é possível. Eu não posso estar apaixonada por uma pessoa sem a amar, tal como não posso amar alguém sem estar apaixonada por ela. Não consigo explicar por palavras, a verdade é que é impossível. A paixão e o amor funcionam juntos, e a sua coexistência resulta num equilíbrio que, se cada um desses sentimentos operasse isolado, não existiria.

 

Inês Roque, 9º ano

 2014

(Lola Roig)


Tema 11

Encontros com os nossos heróis

E se um dia..... 

                                                                             ... e se um dia nos encontrássemos, por acaso, com o nosso herói?

Os nossos alunos do 9º ano encontraram e deixam aqui os seus testemunhos.

(Ray Lago)

 Um encontro inesquecível


            Eu estava sentada num banco, num lindo jardim, a ler um livro que acabara de comprar numa livraria local. Senti alguém a sentar-se na outra extremidade do banco. Olhei de soslaio e vi um rapaz, não mais velho do que dezassete anos. Tudo nele era belo: os olhos azuis, o cabelo castanho despenteado, a linha do maxilar, a musculatura forte. Do canto da sua boca pendia um cigarro por acender e pela posição em que se sentara, percebia-se que uma das suas pernas era artificial. Não precisei de olhar novamente para saber quem era: Augustus Waters, do livro ‘’A Culpa É das Estrelas’’.

            Tentei falar, mas as palavras fugiram-me da boca tal como o sangue me fugiu do rosto. Isto era impossível! No livro, a personagem morrera e, para além disso, era uma personagem fictícia, não uma pessoa real. Uma vontade de o agitar e fazer com que ele dissesse as minhas passagens favoritas ditas por ele cresceu dentro de mim. Queria contar-lhe sobre as vezes que me fez rir, chorar e até pensar. Mas não conseguia. Ao perceber a minha confusão, ele pousou uma mão no meu ombro e sorriu. Um sorriso idêntico àquele que eu imaginava enquanto lia o livro. Quando finalmente ganhei coragem para falar, confessei-lhe todas as minhas dúvidas e mágoas, ao que ele respondeu com inteligência e charme.

            Depois, olhei para o livro, ainda aberto e pousado no meu colo. Fechei-o, e, quando olhei para o lado, não via ninguém, apenas um cigarro por acender pousado no banco. ‘’Adeus, Gus’’, despedi-me.

Inês Roque, 9º ano

novembro, 2013

(Craig Tracy)



As minhas férias em Las Vegas


Num belo dia, estava eu de visita a Las Vegas, Nevada e fiquei no “Cesar’s Hotel”, um dos mais luxuosos e conhecidos hotéis do mundo. Eu visitei um pouco da cidade e tive a oportunidade de visitar um torneio de “poker” que se realizava lá.

Las Vegas é muito conhecida por ser “a cidade que nunca dorme” e haver sempre movimento. O que acontece em Vegas, fica em Vegas. Porém, este acontecimento foi de tal importância que eu tive de o contar. Durante a minha estadia em Vegas, conheci um dos meus atores favoritos, o Vin Diesiel. Ele é absolutamente fantástico. Fez filme como “Velocidade Furiosa” entre outros. Sempre o quis conhecer e, finalmente, tive a oportunidade. Fui-lhe pedir um autógrafo e então ele perguntou-me:

-Para quem é o autógrafo?

-É para mim. Sou o Luís Pereira e sou um grande fã seu. Vi todos os seus filmes. – respondi entusiasmado.

-Então é um autógrafo para o meu amigo Luís. – Respondeu o Vin.

-Eu também gostava de tirar uma fotografia para ficar como recordação, se não for pedir muito. – Afirmei com algum nervosismo.

- Claro que sim, não me importo nada. E mais, eu até te ofereço bilhetes para ires assistir à estreia do meu novo filme que te parece? – Perguntou.

-É fantástico e muito obrigado. – Respondi com enorme gratidão.

E assim foram as minhas férias em Vegas, onde conheci o meu ator favorito e foram as melhores férias de sempre.

Luís Pereira, 9º ano

novembro, 2013


Anton & Ina


 "Raiva de vencer"


Há pouco tempo vi um filme chamado “Raiva de vencer”. O filme conta a história de um treinador de basquetebol universitário, Norman Dale (interpretado por Gene Hackman), que teve de abandonar o seu emprego como treinador, por ter agredido o treinador da equipa adversária.

 Passados alguns anos, Dale recebeu uma proposta para treinar uma equipa de basquetebol de uma vila muito pequena e pouco conhecida e o presidente do clube apenas lhe pede para conseguir ficar a meio da tabela classificativa. O treinador não se sustentava só com um lugar a meio da tabela, queria muito mais que isso, ganhar o campeonato.

 Norman Dale só tinha à sua disposição cinco jogadores e esses mesmos jogadores não tinham experiência de basquetebol, mas mesmo assim, Hopper conseguiu vencer o campeonato, mas para isso foi preciso motivação e muita força de vontade.

 Tudo se passou no dia 1 de Agosto, eu estava a passear nas ruas de Londres e, por acaso, vi passar a personagem do filme, o “treinador” Gene Hackman. Não perdi mais tempo e fui tentar falar com ele. Cheguei ao pé dele e disse-lhe:

 - Boa tarde, o meu nome é Diogo Rosa e gostaria de conversar consigo acerca do filme que represento, a “Raiva de vencer”.

 - Terei muito gosto em falar consigo, disse-me ele.

 Falámos sobre muita coisa e reparei que o senhor tinha o mesmo carácter da sua personagem, era um homem alto, bem vestido e via-se que tinha muitos conhecimentos.

 Por fim, acabamos de conversar e percebi que podia utilizar os métodos que ele utilizou na construção da sua personagem nos meus métodos de estudo.

Diogo Rosa, 9º ano

outubro 2013


Sara Wilkins

(

Uma viagem de sonho


Já há alguns anos, vi um filme que me marcou muito e, o ano passado, li o livro sobre esse filme: “Marley & Eu”.

Este filme conta a história de um jovem casal que compra um cão, o Marley que, apesar de ser mal comportado, passou a fazer parte da família.

Ele acompanhou o crescimento dos três filhos do casal, mas, no fim, acaba por morrer, o que deixa a família muito triste.

Qual não foi o meu espanto, quando, numa viagem a Nova Iorque, encontrei os dois atores principais desse filme, Owen Wilson e Jennifer Aniston, não aguentei e tive que ir falar com eles.

- Olá! Chamo-me Mariana, sou portuguesa e uma grande fã vossa. Gostei muito do filme que fizeram juntos, “Marley & Eu”, foi um filme que me marcou muito – disse eu, em inglês, claro! E muito envergonhada.

- Olá! – Exclamaram eles – Muito obrigado pelo elogio e ainda bem que gostaste – disseram, entregando-me, de seguida, um autógrafo.

Depois pedi para tirar uma fotografia com eles. Foram bastante simpáticos e tiraram a fotografia, no fim, ainda bastante envergonhada, despedi-me, com um simples adeus e um obrigada.

São bastante simpáticos, e, muito bem-educados, como eu já pensava, gostei muito de os conhecer. São altos, embora ele seja mais alto que ela, são loiros e têm os olhos muito bonitos.

Foi um bocadinho muito bem passado. Valeu a pena!

Mariana Estrela, 9º ano

outubro, 2013


Maria Bugaz)


Tema 10

Viagens

Todos nós guardamos recordações, ou aprendizagens, das viagens que já fizemos.

Os nossos alunos do 6º ano também. 

Alguns recordam viagens físicas, outros viagens imaginárias, outros.... não importa...

interessante foi ficar a conhecer as experiências de cada um.


 

 

   Girofla 

 

   Uma viagem ao deserto


Eu, no dia 19 de Novembro, fui ao deserto de Malacá. Na viajem para lá passei por um lugar onde se realizava, todos os sábados, um mercado chamado o Mercado Das Areias. Nesse mercado havia mercadores de todos os continentes. Lá vendiam-se várias mercadorias como: frutas, legumes, animais…

Perguntaram-me se queria ir até à Cidade de Dcramá e eu aceitei. Quando chegamos a Dcramá fiquei maravilhada com o que vi. No centro da cidade, pediram-nos que nos sentássemos em camelos. Quando, entretanto, eu olhei para o lado vi um palácio. Perguntei se podia entrar e eles disseram-me que sim. Quando entrei, reparei numa bela princesa. Fui ter lá com ela, mas com muita vergonha. Eu perguntei-lhe como se chamava e ela respondeu-me que se chamava Samála. Eu também lhe perguntei se ela me podia ir mostrar o palácio. Ela disse que sim, mas perguntou como é que eu me chamava, eu disse-lhe que me chamava Diana. Fui-lhe contando a história da minha vida, ela foi ficando emocionada e, então, ela disse-me que como os meus pais tinham desaparecido, ela me deixaria ficar lá a viver e que ia mandar fazer uma festa. Ordenou que começassem a fazer os preparativos. Eu disse-lhe que já tinha aprendido o caminho para o meu quarto.

Passados dez dias, apareceu um casal a dizer que eu era a filha deles. E disse-lhe que gostei muito de tudo, até da Samála.

Diana Monteiro, 6º ano

 2013

 


Catherine Samuel


Uma viagem a Paris


No dia 26-02-2013 a turma do 6ºA estava a preparar uma grande viagem a Paris. Todos os alunos da turma do 6ºA tinham que levar os seus objetos  para a sua higiene, dinheiro, roupa...

Já no caminho para o hotel, vimos mimos e floristas. Quando chegámos ao hotel deixamos as coisas nos quartos e fomos ver a Torre Eiffel

        A turma, como não conhecia a cidade, tinha um guia que, quando chegávamos aos locais mais conhecidos, explicava bastantes coisas sobre esse monumento, como por exemplo: quantos metros de altura tinha a Torre Eiffel e quando tinha sido construída...

      Todos estávamos encantados com Paris e todos os dias aprendíamos coisas novas.

    Os professores que nos acompanharam foram o professor Arlindo, a professora Sílvia e a professora Cristina.

 Faltavam dois dias para voltarmos a Portugal e cada vez aprendíamos mais. 

       Era o dia da viagem de volta, todos estavam tristes, mas sabíamos que tínhamos de voltar.  No avião falamos sobre a viagem que tínhamos feito e sobre o que tínhamos aprendido.

Quando chegámos a casa contámos tudo aos nossos pais.

Eu gostei muito da viagem, gostava de lá voltar e conhecer mais.

Beatriz Ferreira, 6º ano

 2013


          

Adrienne Segur


Uma viagem sem rumo


Eu estava muito entusiasmada. A minha família tinha planeado já há muito tempo uma viagem a França mas foi sempre adiada. Não queria acreditar que tal coisa estava a acontecer. Dois dias antes de irmos, comecei logo a fazer as malas. Quando já tinha acabado de fazer as malas, recebi uma notícia que logo me desanimou. O meu mano tinha ficado doente!

Eu fiquei muito triste, mas os meus pais diziam que era só rabugice.

Quando acordei na manhã seguinte, vi um pequeno vulto a fechar a porta do meu quarto. Primeiro pensei que fosse a minha gatinha Violeta, mas depois percebi que não podia ser ela porque o vulto que eu vi tinha algo bicudo em cima da cabeça. Intrigada fui atrás dele.

Desci as escadas, passei pela sala e acabei por chegar à cave. Lá encontrei uma porta muito pequena e verde que eu nunca tinha reparado que estava ali. Como estava com curiosidade decidi avançar. Custei a atravessá-la, mas acabei por conseguir.

Do outro lado da porta encontrei um duende com um chapéu bicudo laranja, uma cara verde e um laçarote amarelo.

Muito surpreendida com tudo aquilo, perguntei ao duende:

- Onde estou? Quem és tu?!

- Calma, calma! Eu sou o Valentim e tu acabaste de entrar no reino da magia.

- Este mundo é maravilhoso!!

- Quase todas as pessoas dizem isso. – Disse o Valentim sorrindo para mim.

De repente, acordei e vi a minha mãe a dizer-me que já eram horas de acordar. Nesse momento percebi que tudo tinha sido um sonho.

Quando já estava na escola, percebi que a imaginação era a única coisa que eu precisava para poder viajar!

Matilde Sardinha, 6º ano

 2013


Kim Roberti


Viagem a Itália


Fui à Itália com a minha mana e a minha prima.

Quando preparamos a mala estávamos muito contentes, aprontámos, os sapatos, a roupa, etc…

Em Roma, passeámos, conhecemos novos monumentos, como por exemplo: a Fonte di Trevi onde atiramos uma moeda, fomos ver o Papa, entre outras coisas. Fomos também a um centro comercial, comprar roupa e todos os dias à noite saímos e íamos comer gelados, onde a minha tia trabalhava. Íamos à praia, noutra cidade, ver o pôr-do-sol. Conhecemos muitas coisas engraçadas e também os amigos da minha prima Arianna.

Aprendi que temos que conhecer mais monumentos e mais pessoas.

Gostei muito, fiquei lá um mês, custou-me muito estar sem os meus pais, mas no fim foi divertido.

Depois, fomos novamente a Roma para o aeroporto, almoçamos lá, e chegou a parte pior. Despedimo-nos da nossa família.

Regressamos de avião; a viagem correu bem, com um pouco de turbulência.

No aeroporto de Lisboa os meus pais estavam à porta, à nossa espera. Fomos abraçá-los.

E assim terminou a minha viagem a Roma.

ADOREI!

Mariana Cartó, 6º ano

 2013


(Luís Alves)



Quando fui à Índia


Quando fui à Índia foi muito divertido, fiz amigos novos, vi animais nunca vistos antes, vi coisas fantásticas, sim, coisas fantásticas … como eles se vestem com um simples trapo; como eles andam; como eles comem; como eles falam… a maneira deles de verem o mundo é incrível! Aqueles desenhos lindos que tem na cara e nas tendas.

Dormi com a minha mãe numa tenda, mas muito antes tivemos de ir jantar. Era esquisita a comida, tinha um sabor que nunca tinha provado antes. Depois, fizemos uma fogueira e dançaram á roda dela, cantando bem alto e batendo palmas. Tarde, já bem tarde, fomos dormir, depois de um dia bem especial. No dia seguinte acordei bem cedo para ir a casa de uma amiga que já tinha arranjado, foi fantástico. Mas, depois do almoço fomos tomar banho na ribeira com potes também foi muito giro. Mais tarde, ela falou-me de todos os seus costumes e eu falei-lhe dos meus.

Tivemos de ir à pesca para termos jantar, também gostei, assim já posso ir com o meu pai, enquanto a mãe faz o jantar. A mãe e o pai estavam a divertir-se muito com todos aqueles novos costumes, mas já só faltava um dia para irmos embora. Depois de mais um dia divertido, fomos dormir e, no seguinte dia, fomos acordados de surpresa com uma festa de despedida.

 E pronto, foi assim que foi a minha visita a índia. Aprendi que não e preciso ter nem computador, nem televisão para passarmos bons tempos.

Isa, 6º ano

 2013

              

 


(Tilly Willis)



Tema 9

Contrastes de desenvolvimento

Trabalharam o tema nas aulas de Geografia,

visionaram um filme que os tocou.

O resultado foi a tomada de consciência que evidenciam nos textos que escreveram.

Contrastes sociais

(

Vick Muniz)

Por dia, 20 mil pessoas morrem à fome. 54,57% da população mundial vive na miséria. 1100 pessoas não têm acesso a água potável. 2 mil milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade.Estas pessoas vivem nos países pobres, nos países em desenvolvimento.

Enquanto uma pessoa respira, uma pessoa morre de SIDA e duas tornam-se seropositivas. Esta doença é a principal causa de morte na faixa etária dos 15 aos 59 anos.

Enquanto respiramos, nascem quarenta e dois bebés, quarenta dos quais em países subdesenvolvidos, três dos quais morrem subnutridos, com pneumonia, ou outras doenças que poderiam ser evitáveis. O deficiente sistema de saúde, o quase inexistente sistema sanitário, a escassa alimentação das pessoas, são os principais fatores destas mortes.

Estas populações vivem numa tal miséria que o repórter fotográfico Kevin Cartes recorreu ao suicídio após as suas reportagens. A desgraça que viu fê-lo entrar em depressão.

Na Índia, muitos homens e crianças, trabalham nas sapatarias Catwalk. Essas pessoas vivem nas fábricas dos sapatos, literalmente. Alimentam-se com pouco, estão sempre lá e, durante a noite, puxam colchões que se encontravam debaixo de armários, para dormir. Trabalham à mão, 16 a 17 horas por dia. As pessoas trabalham para comer e são tratadas como escravos.

Nos países em desenvolvimento, as mulheres ainda são caracterizadas como débeis, como se fossem tontas, demasiado emocionais, como meros objetos sexuais… Nesses países, as mulheres são catalogadas como objetos que apenas servem para ficar em casa a tomar conta das crianças. As mulheres vivem sob o domínio total dos homens e, em certas culturas, nem estão autorizadas a mostrar a cara.

Por dia, milhares de pessoas morrem por falta de água potável. Milhares morrem por falta de alimento.

Como será a vida sem saber se teremos o que comer? Se conseguiremos sobreviver mais um dia sem comida? Como será viver na incerteza da nossa própria vida?

O mundo uniu-se contra o terrorismo, aquando o atentado das torres gémeas. Porque não fazer o mesmo com a SIDA? Ou a pobreza? Ou a fome?

Vivemos num mundo em que os ricos vivem bem e dominam os pobres. E em que os pobres são deixados à sua sorte…

Porque nos países desenvolvidos, vejo pessoas, mas será que existe humanidade?

 

Catarina Galvão, 9º ano

2013.


 (Marso)


Cenários africanos


Olá, o meu nome é Mário e sou um jornalista profissional, um dos melhores do mundo.

Um dia, cheguei ao meu local de trabalho e o meu chefe disse-me que eu tinha de ir para a África, fazer um documentário sobre as tribos. Eu aceitei de imediato e voei, no dia seguinte, para o continente africano para realizar o documentário.

Eram 8 horas da manhã quando lá cheguei e fui logo conhecer uma tribo que vivia ali perto. Quando estava a chegar a essa pequena aldeia encontrei animais muito mal tratados. Eram cães, vacas…e, enquanto estava a tirar fotografias aos animais, vieram logo ter comigo crianças muito magrinhas que estavam anoréticas e, por isso, tinham muita dificuldade em andar. Quando as vi a correr ao longe, pensei que fosse macacos, até me assustei. Logo depois de chegarem ao pé de mim começaram a mexer nas minhas mochilas e na minha máquina fotográfica, que eles nunca tinham visto na vida, e procuraram comida. Eu fiquei de boca aberta a assistir aquilo.

As crianças conduziram-me até à aldeia, onde me vieram receber muito bem. As pessoas estavam todas nuas, todas sujas, todas cheias de fome, sem nenhum dinheiro, nem comida alguma. Quando os vi, pensei para mim, que este ia ser o meu melhor documentário. Falei com o chefe de tribo para ver se podia ficar ali uns dias a estudar a sua tribo e ele aceitou com muito gosto. Durante esses dias, aprendi os seus costumes, como se vestiam, o que comiam e onde dormiam.

Vi coisas muito chocantes. Devido à falta de alimentos, comiam bichos que eu nunca tinha visto na vida e matavam as vacas, e até os cães, para os comerem. Os abutres estavam sempre a voar por cima da aldeia para ver se apanhavam alimento. As crianças, por vezes, eram atacadas por estes animais e algumas chegaram a ser mortas por essas criaturas, e muitas não sabiam quem eram os pais e, por vezes, ficavam um dia sem comer.

No dia da minha partida, fizeram um ritual de despedida que eu gostei muito de ver e de participar. Entreguei-lhes, nesse mesmo dia, comida que veio num avião que eu mandei chamar.

Com este documentário aprendi que existe muita pobreza em África e que é muito triste as pessoas viverem nestas condições. O meu chefe adorou o meu documentário que foi considerado o melhor do ano.

João Raminhos, 9º ano

2013



(Aneta Szacherska)


“Porquê esta injustiça?”


54,7 %da população na miséria? Mas porquê? Porque é que eles merecem viver assim se são pessoas como nós?Alguém tem de trabalhar para um mundo melhor, mais justo, menos miserável, mas quem? Quem é que vai trabalhar e dispor de muita coisa na sua vida, para que mais uma pessoa não morra devido ao mundo que temos?

Vivemos numa sociedade em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres estão cada vez mais pobres. Vivemos num mundo onde enquanto uns têm os pratos de comida a transbordar e sofrem de obesidade, outros não sabem o que é o cheiro de um belo tacho com comida e morrem à fome, anoréticos. Alguns têm de beber aquela água enlameada e suja…

Porquê esta injustiça? Eles não são menos do que ninguém, têm ossos e pele, têm sentimentos como nós.

Isto é vergonhoso para a nação! Temos de pôr mãos à obra para ajudar este outro mundo que não sabe o que é ter um prato de sopa, nem água potável, mas, se calhar, até sabe o que é sentir o amor, o carinho e o afeto da família para com eles.

Espero que parem um pouco para refletir sobre este assunto, pois um dia nunca se sabe iremos passar pelo mesmo.

Daniela Fialho, 9º ano

2013


                        

  (Tilly Willis)


“Pouco é muito”

Enquanto suspendemos a respiração, por dia morrem vinte mil pessoas.Já viram o que é? Enquanto uns têm tudo, e ainda são capazes de deitar fora, outros não têm nada e fariam tudo por esse “nada”.

Vivemos num mundo que o muito pouco não faz nada!

Como sabem, os países desenvolvidos têm muito e consideram que esse “muito”  é pouco. Ao contrário, nos países em desenvolvimento o “pouco” é  “muito”.

Tanto vocês como eu sabem que um ou outro mundo é possível. Basta haver pessoas com vontade de ajudar e nós podemos ser uma delas.

Agora coloquem-se no lugar das pessoas que não têm nada… pois não são capazes? Porquê? Porque sempre tiveram tudo na vossa palma da mão.

Eles vivem na miséria, são pobres, têm uma má alimentação, porém têm algo que nós não temos… Eles são unidos!

Uma das muitas frases que me marcou foi: -“Acaso encontraste neste vasto mundo alguém disposto a tentar  minimizar a tua dor”.

Só tenho mais uma coisa a dizer: aproveitem tudo o que têm, porque um dia poderemos ser nós, um deles!  

 

Ana Costa, 9º ano

2013


 

(Alain Delorme)


 Contrastes do Mundo desenvolvido e subdesenvolvido


É do conhecimento de todos que desde sempre existiram diferenças na forma de cada ser humano viver ou até mesmo sobreviver. Os fatores que influenciam a vivência de cada um estão relacionados com aspetos culturais, sociais e económicos.

 É verdade que o desenvolvimento industrial, tecnológico e económico das diferentes sociedades durante muitos séculos modificou, para melhor, a vida de muitas pessoas. Mas, contudo, nunca deixaram de existir diferenças muito acentuadas entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.

 Actualmente são vários os países que passam por uma grave crise financeira, alguns destes integram a União Europeia cuja moeda é o Euro. É o exemplo de Portugal, Espanha, Grécia, etc…

 As famílias vivem momentos difíceis, perdem o emprego e, em consequência disto, veem os seus rendimentos diminuírem, sentem mais dificuldade em adquirir bens de consumo e de equipamento e, na pior das hipóteses, perdem aqueles que anteriormente tinham adquirido, como é o caso da habitação.

 Cada vez mais é notória a diferença existente entre as classes sociais, aliás a classe média neste momento quase não existe; acentuam-se, a cada dia que passa, as dificuldades em conseguirem manter jovens nas universidades. A assistência é cada vez mais precária a nível de saúde; faltam recursos a todos os níveis.

 As grandes potencias industriais cada vez mais optam por se instalarem em países onde a mão-de-obra é mais barata. Outra situação que ao longo dos tempos se tem vindo a arrastar, pela negativa, é o que se passa no continente africano, onde sempre existiram grandes riquezas, a nível de recursos naturais mas, muitas vezes, devido a questões politicas, ou mesmo religiosas, foram sempre explorados de forma a privilegiar os mais ricos.

 Em toda e qualquer sociedade sempre irão existir diferenças mas, na minha opinião, a humanidade deveria rever alguns conceitos muito importantes para que as gerações seguintes pudessem usufruir de melhores recursos é o caso da interajuda, solidariedade e abolir em definitivo conceito como racismo.

Diogo Rosa, 9º ano

2013


 

(Keith Mallett)


“Um outro mundo é possível”


O mundo, hoje em dia, não se encontra numa situação nada agradável pois está dividido em dois, o mundo pobre e o mundo rico.

Os países em desenvolvimento deparam-se com um mundo pobre, pois estão em plena miséria, o que lhes agrava ainda mais as suas dificuldades. O mundo pobre encontra-se num estado muito debilitado, pois “a cada piscar de olhos, existe mais uma pessoa infectada com o vírus da SIDA”, tanto este, como qualquer outro vírus pode ser transmitido de mãe para filho e a falta de recursos médicos e hábitos de higiene complicam a sua situação.

 Já no mundo rico, encontram-se os países desenvolvidos, pois têm mais do que necessitam. Enquanto no mundo rico uma criança chora por a mãe não lhe oferecer um iphone, existem milhares de crianças no mundo pobre que choram por não terem sequer um alimento para comer.

Neste mundo existe muita injustiça, o egoísmo é dos piores defeitos que o ser humano pode possuir e é também dos defeitos mais predominantes. Gastam-se milhões de euros em coisas que podem ser dispensáveis, enquanto existem milhares de famílias sem ter um teto onde morar, ou apenas (para nós) uma simples vacina para prevenir doenças que os levam à morte.

“ Para a nossa avareza, o muito é pouco e para a nossa necessidade, o pouco é muito.” A isto que acontece todos os dias, chamamos-lhe de falta de respeito, porque se todos quisermos “um outro mundo é possível”.

Beatriz Batista, 9º ano

Ilustração: Jacques Beaumont

Os contrastes de desenvolvimento do mundo

 

Podemos assistir, em pleno século XXI, a grandes contrastes em todo o mundo. Nos países desenvolvidos existem pessoas ricas e pobres, estas últimas, devido ao aumento do desemprego.

Nos países em desenvolvimento existem situações de pobreza extrema devido não só à falta de emprego como também ao facto de estes países estarem constantemente em guerra, o que leva a muita gente a refugiar-se em países vizinhos sem quaisquer condições de vida. Muitas vezes não têm casa, roupa, comida, transportes, saneamentos básicos, água potável, carecem de assistência medica e o grau de instrução é muito baixo.

Nos países desenvolvidos, devido aos excessos que praticam na alimentação e à falta de exercício físico, surgem cada vez mais doenças como a obesidade e doenças cardiovasculares, enquanto nos países em desenvolvimento são a subnutrição e a fome as causas de doenças que muitas vezes conduzem à morte pois não existem pessoal e cuidados médicos para tratar as doenças a tempo e a horas. 

Existem organizações que tentam modificar estas situações tentando levar médicos, vacinas, medicamentos, comida e roupa às populações mais necessitadas e se todos cooperarmos um pouco estamos a contribuir para um mundo melhor.

 

Pedro Marques, 9º ano

2013

  

Ilustração: Tilly Willis

Um sorriso nos lábios!

"Nós achamos que vivemos num mundo desenvolvido, que temos direitos, boas condições de vida e uma alimentação equilibrada todos os dias, mas não é assim em todo o mundo! Vinte mil vidas morrem por dia por pobreza extrema e 852 milhões estão subnutridos… no mundo em que vivemos isto é um acto de crueldade…

Hoje em dia ainda existem guerras e muitos são aqueles que morrem inocentes, simplesmente porque estavam no local errado á hora errada.

Os países desenvolvidos possuem tudo em abundância, as crianças têm direito à educação, desfrutam de comida, roupa, material escolar e de uma escola com condições. No entanto, nos países em desenvolvimento, nomeadamente nos países de África que não têm direito à educação, e os que usufruem não possuem condições, não têm equipamentos, material escolar, por vezes passam frio e não beneficiam de uma única refeição por dia.

Tu quando estás triste, quando nada te corre bem e, por vezes, por birra, dizes que queres sair de casa, lembra-te que aquelas crianças não têm nada, e por vezes ainda conseguem ter um sorriso nos lábios!

Neste momento enquanto tu estás a ler este pequeno texto, podem estar milhões de pessoas a passar necessidades e até mesmo muitas quase a morrer!

Se tu gostavas de ter tudo, uma grande casa, um bom carro, eles neste momento só querem ajuda ou simplesmente um bocadinho de pão…

 Tatiana Rebelo, 9º ano

2013


Ilustração: Alberto Sabat

Ao menos a felicidade ainda não se compra!


“O mundo atual é marcado por fortes contrastes. Nem todos os países apresentam o mesmo nível de riqueza e de bem-estar da sua população.”

            Eu penso que esta frase diz tudo… No mundo actual, todos os dias morrem pessoas com fome, sede, doenças; outras vivem na miséria e sem condições de higiene e de habitabilidade; outras não têm acesso à educação e por aí em diante.

            Por vezes penso: mas porque é que todos os dias tanta comida é deitada fora, enquanto nos países mais pobres estão pessoas a morrer com falta dela?

Sinto que não existe qualquer compaixão por estas pessoas…

No outro dia, vi um documentário em que mostravam que todos os dias eram deitados peixes frescos para o mar, milhares deles! Agora imaginem isto acontecer dia a dia! Em vez de deitarem os peixes para o mar, podiam doá-los a instituições de caridade.

            No mundo do trabalho, existem uns que ganham muito e outros que ganham muito pouco! Eu concordo que quem estuda, por exemplo, para médico, ou cientista ganhe bem; mas existem muitos casos em que as diferenças de ordenado são brutais.

            Gostava que a fome e a pobreza no mundo acabasse, mas isto, infelizmente, é pedir muito.

            Ao menos a felicidade ainda não se compra!

Rita Lima, 9º ano

2013


Tema 8

O sonho

Às vezes sonhamos acordados, outras a dormir.

Há quem tenha sonhos que espera concretizar no futuro e outros no imediato.

Estes são alguns dos sonhos dos alunos 

Ashley Wood

Sonho

Mãe, pai, vou dormir.                                                                                        

Onde é que eu estou! Parece que estou na Vidigueira, mas em que ano? Se calhar vou perguntar a alguém.

- Ei! Senhor que está aí, em que ano estamos?

- Oh, meu rapaz, estamos em 1913.

- A sério! Pensava que estávamos em 1963. Estamos quase na Primeira Guerra Mundial.

- O que é isso rapaz?

- É uma guerra que vai acontecer em 1914. Quem me dera entrar no exército...

-Olha, estão ali uns panfletos, se quiseres podes ir.

- Está bem, eu vou.

No dia seguinte, eu estava no exército em Lisboa; tinha conseguido entrar. Mas, passado um ano, tivemos de ir para França porque a Alemanha tinha declarado guerra a França e nós, os Portugueses, fomos ajudar os franceses.

Um dia mais tarde, um comandante foi à nossa base dizer-nos que seriamos os primeiros a atacar. Foi isso que aconteceu: eramos cerca de três mil homens só na nossa base. Ouvimos tiros, a batalha tinha começado.

Abriguei-me numa casa mais o Frases. Eu tinha uma baioneta e ele uma sniper. O terror era imenso. Sempre tinha desejado lutar pela nossa pátria e agora sabia o que os nossos bisavôs tinham passado.

José acorda, esta na hora de ir para a escola!

- Mãe, salvaste-me a vida, eu tinha sido apanhado pelos alemães.

- José deixa de ser parvo, estás em casa.

José Costa, 6º ano

2013


Ilustração Lauraballa


Um sonho concretizado


Querido diário,

 

Esta é a tua primeira página e vou contar-te o meu maior sonho. Então vou começar.

Eu gosto de um rapaz que anda na minha turma. Ele é muito giro, mas eu acho que ele não gosta de mim. O meu maior sonho é que ele gostasse de mim, tanto como eu gosto dele.

Olá, desculpem, não me apresentei. Sou a Jéssica. Estava tão distraída a escrever a primeira página do meu diário... Penso que já saibam o que se passa comigo, estou naquela fase em que estou apaixonada por aquele rapaz tão especial. Ele chama-se Tiago e entrou à pouco tempo na minha turma...

_Jéssica, está na hora da escola!

_Vou já mãe.

Bem volto mais tarde...

Quando cheguei à escola a minha melhor amiga, a Francisca, disse-me:

_Jéssica, já sabes da novidade?

_Qual novidade?

_O Tiago gosta de ti!

_Por favor Francisca, não brinques comigo! - Disse eu com o coração descompassado.

_É verdade, não estou a brincar.

_Vamos mas é para a aula, que já tocou para a entrada.

Quando ela me disse isto eu fiquei a pensar que era mentira, mas na verdade não era. Durante a aula o Tiago olhou para mim, sorriu e piscou-me o olho.

Eu corei até à raiz dos cabelos.

No intervalo, perguntei à Francisca como era possível ele gostar de mim.

Mostrei o meu diário à Francisca e comecei a escrever:

“Querido diário,

Finalmente o Tiago, a pessoa de quem gosto, gosta de mim. O meu desejo, ou melhor, o meu sonho concretizou-se…”

 

Beatriz Caeiro, 6º ano

       Dezembro, 2012                          

Ilustração: Pierre-Mornet


Os meus sonhos secretos 

Querido diário:

Eu tenho um sonho, mas não bem sei se se pode concretizar. Então eu vou explicar o meu sonho:

Quando eu for grande quero ser FELIZ. Gostava principalmente de ter uma família grande e um emprego decente. Por exemplo, eu gostava de ser bombeira, ou até mesmo… escritora. Tanta coisa que eu gostava de ser… Também gostava de ter cinco filhas e um filho. Os nomes que eu lhe gostaria de lhes dar eram: Joana, Ema, Mariana, Inês, Beatriz e Afonso

Mas, para além  disso, queria  mesmo, mesmo, muito uma coisa:  ter muita saúde. Gostava também de namorar dos dezoito anos aos vinte e cinco anos. Eu não estou a dizer que quero acabar com essa pessoa , estou apenas a dizer que quero … casar. Ficaria tão feliz! No futuro, também quero ter  muitos amigos. Ah!! Esqueci-me de me apresentar. Chamo-me Rosa, tenho oito anos e moro em Vila de Frades. Ando na escola da Vidigueira e tenho muitos, muitos amigos lá.

Ao longo dos anos fui aprendendo que não se deve desistir dos nossos sonhos.

Então atá amanhã querido diário.

Beijinhos.

Luísa Baltazar, 6º ano

                                                                                                                                                                                                                2012 

Ilustração: Benjamin Lacombe

O Bullying


Uma menina chamada Sara era gozada por todos. Ela era forte, tinha óculos, aparelho nos dentes, sardas, tinha a cabeça grande e o cabelo tão pequenino que se tivesse a cara tapada parecia um rapaz. Ela andava sempre com um diário e lá, nesse diário, escrevia toda a sua vida.

A Sara chegava a casa todos os dias a chorar. A sua mãe, a senhora Joana, ficava triste e ia sempre falar com ela. A Sara respondia sempre que não se passava nada, mas a Senhora Joana não acreditava.

Um dia, chegou um rapaz novo à escola da Sara. Era o Jorge, e assim que viu a Sara pensou que ela poderia ser boa pessoa, por isso aproximou-se dela. Falaram muito um com o outro e a Sara convidou-o para ir fazer os trabalhos de casa com ela. O Jorge disse que tinha de perguntar à sua mãe e esta deixou-o ir.

Quando chegou o fim das aulas, já em casa da Sara, os dois amigos estiveram à procura de um livro e o Jorge encontrou o diário da Sara. A Sara assim que viu o Jorge com o seu diário na mão ficou muito envergonhada e tirou-lho das mãos. O Jorge pediu-lhe desculpa por quase ter lido o diário dela. A Sara desculpou-o, foram lanchar e depois brincar para o jardim. Sentiram-se apaixonados um pelo outro. A Sara sentiu-se a pessoa mais feliz do mundo. Eles começaram a namorar e na escola quando gozavam com eles, não ligavam.

Um dia, o Jorge descobriu que tinha cancro, mas ele não queria dizer à Sara porque sabia que ela ficaria triste e por isso decidiu afastar-se. A Sara, no dia seguinte, tentou ligar-lhe mas ele não atendeu. Passaram três dias e ele continuava a não atender o telefone, nem a ir à escola. A Sara já preocupada decidiu ligar à mãe dele. A mãe dele, a Senhora Amélia, disse-lhe que ele tinha morrido com cancro.

Sem o Jorge, a Sara continuou a ser cada vez mais gozada e insultada. Alguns dias depois a Sara escreveu um bilhete à mãe a que dizia:

“- Querida mãe,eu era muitas vezes gozada lá na escola e já não consigo mais ouvir os insultos, dos meus colegas, por isso vou ter com o meu namorado a um sítio maravilhoso onde ninguém nos trata mal. Quando estiveres a ler isto já devo estar a caminho do céu, mas quero que saibas que eu te amo mais do que tudo neste mundo e vou estar lá à tua espera.

Da tua filha que te ama muito Sara!”

A mãe de Sara começou a chorar e desesperada, suicidou-se para poder ver a sua filha, para a poder abraçar com muito carinho.

 Aí puderam viver felizes, a Joana encontrou o José, o seu marido. 

Mas tudo não passou de um sono de Madalena, a melhor amiga de Sara!

Catarina Geraldo, 6º ano

 2012


Ilustração: Olga Kvasha


  O sonho

Não costumo ter muitos sonhos, a maior parte foram só pesadelos. Mas lembro-me de um que ficou marcado na minha vida, foi um sonho tão bonito…

Entre duas montanhas, e ao pé de um riacho, ficava aquela aldeia; uma bela aldeia, sem poluição tudo calmo e o melhor… o que tornava ainda melhor aquela aldeia… os animais falavam! Era único, todos os animais que entravam na aldeia podiam falar! De galos, a vacas, bois, tudo…

- Bom dia senhor galo, como vai?

- Estou bem, muito obrigado! - Respondeu o galo.

Todos os dias era a mesma coisa, ia buscar água ao riacho e dizia bom-dia aos peixinhos. É que naquela aldeia o tempo não tinha vinte e quatro horas, tinha apenas duas. Duas horas da manhã e duas horas da noite… Bem, voltando à minha rotina diária; em cada dia era feita uma cerimónia com o chefe da aldeia, a cerimónia servia para contar as pessoas da aldeia. Ele fazia isso por uma razão; era o facto de muitas pessoas, todos os dias, abandonarem a aldeia. Apesar de ser bela, o chefe era bastante mau. Mal uma coisinha acontecia era logo alguém preso, por exemplo, como faltou uma pessoa à cerimónia desta manhã os guardas foram atrás dela para a prenderem.

Eu já não podia tolerar aquilo, então, decidi propor ao chefe um teste de inteligência O mais inteligente dos dois ficava com o lugar de chefe da aldeia. Primeiro fez-me ele uma pergunta:

- Quando é que o mundo vai terminar?

- Meu bom chefe, o mundo só termina para quem morre!

O chefe ficou embasbacado e sem saber o que dizer, mas o mais certo é que era a minha vez de lançar o problema:

- Quantos animais há no mundo ao todo?

- Isso é fácil, há cerca de um milhão de animais.

- Errado! Há um número infinito de animais, pois a cada hora, cada minuto, cada segundo, nasce um novo animal.

Eu tornei-me no chefe da aldeia e, a partir daí, toda a gente teve mais justiça. Foi pena ter sido um sonho porque se não fosse ficava chefe daquela aldeia para sempre!!!

 

Diogo Galinha, 6º ano

Dezembro 2012


Ilustração: Oswaldo Guayasamin

Tema 7

Desemprego

É difícil prever e viver o desemprego.

Hoje em dia, em Portugal, cada vez mais famílias vivem esta realidade e a tendência para que haja um equilíbrio entre   a oferta de emprego e o número de desempregados, está cada vez mais longe.

Dada a importância desta temática, pedimos aos alunos do 9º ano que abordassem este tema, dando-lhes a hipótese de optar por um texto de opinião, uma página de diário, ou um texto narrativo.

Estes são alguns dos textos que eles escreveram.


Ilustração:  Zhang Jie

                                                                                                         

 O Desemprego


Querido diário,

Hoje acordei com uma imensa energia, mas logo depois do pequeno-almoço, essa energia desapareceu…A minha mãe voltara da entrevista de emprego a que fora e, pela cara dela, vi que o resultado não seria o melhor.

A nossa vida está descontrolada. Logo no momento em que a minha mãe pensava que tinha tudo resolvido e que a crise não nos ia afectar tanto.

Há mais de dois meses que a minha mãe se encontra no desemprego e o meu pai faleceu há pouco mais de um ano.

Eu só queria morrer! A minha mãe está muito afectada e eu tento proteger o meu irmão, mas… a vida não é um mar de rosas e por mais que nós queiramos, nada corre da melhor maneira!  

A minha mãe trabalhava numa fábrica, que decidiu despedir trabalhadores e ela foi vítima de um despedimento colectivo. Ela, juntamente com dezenas de colegas, está agora a receber o subsídio de desemprego, o que não é uma fartura!

As minhas notas na escola começaram a descer e as do meu irmão também…

A mãe tenta fazer tudo para nos salvar, mas há poucos dias recebemos uma ordem de despejo e as coisas ainda se complicaram mais!

Sem casa, sem dinheiro para alugar, ou comprar, e sem comida é o fim…

A minha mãe, muitas das vezes (mas mesmo muitas!), não come para que a comida chegue para nós os dois. Eu via e sentia o que se estava a passar por mais que ela tentasse disfarçar.

O natal aproxima-se e eu e o meu irmão não iremos ter um sítio onde passar o natal.

Não temos família, estamos sozinhos no MUNDO!!! Sinto-me perdida… muitas das vezes tento não chorar diante do meu irmão, mas a vontade é maior!

A partir deste momento eu irei deixar a escola e tentar arranjar emprego no campo. Tentarei salvar a minha família…

A minha mãe falava em emigrar, mas como? Não temos dinheiro! Quando a minha mãe recebia no fim do mês, lá íamos nós matando a fome… mas isto não pode continuar…

Eu estou revoltada, a minha vida está “de pernas para o ar”!

Mas juntamente com a minha mãe, vamos continuar a lutar, lutar por uma casa, por alimento; lutar pela nossa família. Vou tentar que nunca falte alimento ao meu irmão… amo-o e não quero que nada lhe aconteça; eu amo-o mesmo de verdade. Ele é o meu orgulho!!!

 

Tatiana Rebelo, 9º ano

Dezembro 2012


Ilustração: Andrea Kowch


O Desemprego

 

Querido diário,

Como sabes a vida não anda muito fácil para mim. Tenho quatro filhos, o meu marido tem um salário muito baixo, quase nem conseguimos pagar as contas da casa, e eu aqui desempregada, não me resta mais nada a não ser escrever…

Às vezes pergunto a Deus porque me escolheu a mim…

Vejo pessoas a passarem na rua, felizes, com sorrisos na cara, bem vestidas, pessoas com tudo e mais alguma coisa!

Ninguém sabe o sofrimento que é chegar ao final da semana sem nada para pôr na mesa, passar semanas inteiras à procura de emprego e cada vez que vamos a uma entrevista rejeitarem-nos. O meu marido bem se esforça, mas não dá. São seis bocas para alimentar nesta casa. A minha filha de catorze anos já se apercebeu do que se passava e eu sei que, mais cedo ou mais tarde, o João, a Cláudia e o Bruno também se vão aperceber.

Neste momento continuo à procura de emprego.

Um dia, não há muito tempo, o meu marido (António), chegou a casa a chorar e eu preocupadíssima perguntei-lhe o que se passava, as primeiras palavras que ele me disse foram:-“ Estou desempregado! ” Eu caí de joelhos. O meu primeiro pensamento foi:- “E agora?” Tive de me manter forte, pois tenho uma família para cuidar! Ergui a cabeça, pois não podia fazer mais nada…

Espero, muito sinceramente, que os meus filhos não cheguem a casa a chorar porque foram gozados na escola por causa dos pais… É difícil, mas só quem passa por as coisas é que sabe.

Não vou desistir de procurar emprego, não me vou dar por fraca, vou continuar a ir às entrevistas, pode ser que um dia oiça:-“Parabéns, você está contratada!” Seria um sonho tornado realidade.

Não me vou despedir de ti, meu diário, porque sei que voltarei muito em breve, por isso, um até já…

Ana Costa, 9º ano

Dezembro 2012



Ilustração: Aron Wiesenfeld

O desemprego



20 de Dezembro de 2010

Meu querido diário:

 

Cada vez nos encontramos numa situação económica mais difícil e já só faltam cinco dias para o natal. Sei que este ano não vou receber muitas prendas, porque a mãe está desempregada, o pai não recebe mais de quatrocentos e cinquenta euros por mês e a minha irmã mais nova precisa de vários medicamentos. Por isso, contento-me apenas com uma tablete de chocolate. Ainda para mais, a minha mãe não quer que eu arranje um emprego como part-time, pois tem medo que eu me desleixe com os estudos.

Eu acho que conseguia conciliar tudo, pois considero-me uma rapariga aplicada.

Mas, voltando ao tema, a nossa situação financeira piora de dia para dia. O pai diz que havemos de conseguir, mas a mãe cada vez que chega uma conta para pagar, chora compulsivamente sem conseguir parar. E, para piorar as coisas, o pai normalmente chega a casa já um pouco embriagado, o que faz que eles discutam todas as noites sobre o mesmo assunto: a falta de dinheiro para comprar medicamentos para a minha irmã mais nova, a Joana.

Ainda por cima, no outro dia, apercebi-me que a mãe tinha uma marca nas costas; só espero que o pai não tenha voltado a bater com o cinto das calças.

Eu também já não consigo evitar chorar quando eles falam de dinheiro, pois estou a ver o futuro da minha família muito mal parado…

Peço a Deus, todos os dias, que nos ajude a ultrapassar estas dificuldades e ainda que a mãe arranje um emprego o mais rápido possível.

Só esta semana a mãe já foi a mais de quatro entrevistas de trabalho, mas todos lhe pedem ensino secundário, ou formação profissional, mas ela não teve oportunidade de estudar mais além do 9º ano.

É por isso que ela também não quer que eu arranje um emprego com “part-time”, pois a minha mãe sonha que eu, um dia, tire um curso e seja ou professora ou advogada, ou então mesmo algo que eu queira ou goste.

Já o pai diz que eu já tenho muito bem idade de trabalhar, e que com 17 anos já ele cavava oito campos por dia.

O meu pai foi criado no Alentejo, então foi habituado a trabalhar logo desde pequeno coma terra. Só quando se tornou adulto é que decidiu procurar melhores condições de vida para Setúbal, e hoje, hoje trabalha numa fábrica de cimento na Serra da Arrábida. Mas como já disse o que ele ganha não dá para satisfazer todas as necessidades que temos.

Mesmo assim vou continuar a tentar “dar a volta” à mãe para arranjar um “part-time”, pois o dinheiro faz-nos muita falta cá em casa. Vou também continuar a rezar para que a mãe arranje emprego o quanto antes.

Até mais, beijinhos querido diário!

 

 Beatriz Batista, 9ºA  

Dezembro 2012


Ilustração: Thuraya Al-Baqsami

Tema 6

Discriminação

Social, racial, sexual, de género… a discriminação manifesta-se de várias formas e todos os dias somos confrontados com episódios discriminatórios.

 Propusemos aos alunos de 9º ano que reflectissem sobre este tema. Algumas dessas meditações estão aqui registadas.


Ilustração: Hugo Urlacher

Discriminação


Hoje, fui vítima de discriminação porque tenho outra cor de pele.

Agora pergunto: só por ter outra cor de pele sou tão diferente dos outros? Esclareço que posso ter outra cor por fora mas, por dentro, sou igual a todos os que me discriminam. O meu sangue tem a mesma cor do deles, corre igual nas veias, tenho sentimentos iguais e até os mesmos órgãos. Tal como eles, também não gosto de ser humilhado, posto de parte, segregado. Com toda essa situação sinto-me injustiçado por me colocarem de parte, excluírem sem sequer me conhecerem. O mínimo que eu peço é que me conheçam, para depois constatar que eu não sou tão diferente de quem me exclui!

Sérgio Oliveira, 9º ano

(2011/12)





Aceitar as diferenças:

Como é possível acontecer tal coisa num país considerado desenvolvido?

No passado dia dez do mês corrente, uma senhora de seu nome Catarina Ouro, com a idade de trinta e oito anos, foi a uma entrevista de emprego, para trabalhar como maquinista numa empresa, mas logo lhe disseram “Não!”.A senhora há vários meses que procura emprego, mas todas as “portas” se têm fechado. Descobriu que esta empresa procurava empregados, então decidiu ir á entrevista.

Ao chegar lá, só observava pessoas do sexo oposto, mas não desistiu de ir à entrevista. Chegou a sua vez, chamaram-na, ela entrou para uma sala onde estava sentado um senhor que, ao olhar para ela, lhe disse de imediato que não a ia contratar, primeiro por ser mulher e segundo pela sua idade. Catarina saiu e sentiu-se injustiçada pelo que tinha acabado de ouvir.

Como é possível ser-se discriminada só por ser mulher e por ter a idade que tinha?

Para todas as mulheres que já passaram por esta situação, não desistam a vossa sorte há-de chegar.

 

 “Correio de Portugal”, Sábado 21/01/12

Mariana Maldonado, 9º ano (2011/12)

 Nota: Este artigo e o nome do órgão de comunicação social são ficção.

 


Ilustração: Sophie Lebot


Tema 5

Histórias com personagem dentro

O repto lançado aos alunos do 6º ano: puxar pela imaginação e escrever uma história. Mas não podia ser uma história qualquer. Esta deveria ter personagens, com a devida caracterização física e psicológica.


Ilustração:  Beatriz Martin-Vidal

           

O casamento do meu pai

 Estava num banco, lendo algumas cartas enviadas pela minha mãe. Minha mãe...tenho tantas saudades dela ... da sua voz fininha quando me estava a contar histórias; do seu cabelo castanho e ondulado, do qual gostava de brincar; das suas mãos quentes  que me encantaram quando eu chorava; da sua maneira de ser; dela... Ela morreu quando eu tinha apenas 7 anos e tenho muitas, muitas, saudades.

 Regressando. Estava a ler e, sem querer, comecei a chorar... Senti que alguém se aproximou de mim. Era o meu pai que me disse:

 -Na próxima semana vou casar-me e tu vais ajudar-me nos preparativos. Oh!,  chores. Já não és um bebé!

 -Sou sim,- disse eu tentando parar de chorar - sou a bebé da minha mãe.

 -Eu sei querida, mas... às vezes, tens de deixar o passado para trás, viver o presente e pensar no futuro.

-Isso é que eu estou tentar a fazer. Desde os meus cinco anos! E não consigo pai! Não quero uma nova mãe, quero a minha mãe! A minha verdadeira mãe.

E fui-me embora dali, chorando. Nunca concordei com o casamento. Nunca me consegui esquecer dela e, de certeza, que nunca a vou esquecer.

 O meu pai foi atrás de mim e parou-me, olhou para as cartas, e disse:

-Nunca vai ser como a tua mãe, mas podemos tentar.

Algum tempo depois fui para casa e encontrei-me com o pai e a Shopie, a sua namorada e futura mulher.

-Olá querida,disse o meu pai.

 -Olá,disse a Shopie.

Sorri e disse:

 -Olá a todos! Vamos pai, temos de organizar as coisas! Festa, comida, convidados... Vamos!

 Ambos começaram a sorrir e fomos tratar dos preparativos do casamento.


            

   Ilustração: Girofla

 Os dois irmãos


Era uma vez dois irmãos. O mais velho chamava-se Bernardo. Era forte, musculado, bonito, muito simpático para todos, bom rapaz e inteligente. Tinha o cabelo da cor dos raios de sol, os olhos eram da cor do oceano, a boca e o nariz eram pequenos. O seu desporto preferido eram as batalhas a cavalo, em que lutava contra os aldeões e ele era campeão do seu reino.O seu irmão mais novo era inventor, fazia engenhocas e armas para o mano. Ele chamava-se Eduardo, era magro, bonito, malcriado, mas muito inteligente e era muito baixo. Ele era tímido, mas leal, tinha o cabelo da cor das árvores no verão, os olhos eram grandes, da cor do caramelo, o nariz e a boca eram pequenos e tinha os lábios secos.

 Naquele dia, o irmão mais velho tinha um combate contra três guerreiros: um era um ciclope, o outro era um minotauro e o seguinte chamava-se Coby e era o Cavaleiro Dourado, enquanto Bernardo era o Cavaleiro Prateado. Antigamente, eles lutavam os dois contra os invasores, nomeadamente contra o Cavaleiro das Trevas que era o irmão do meio de Coby.

 Nessa altura, o Cavaleiro das Trevas foi derrotado e eles ficaram feridos. Mas, quando regressavam a casa, encontraram um feiticeiro que os desorientou porque os obrigou a fazer um desafio. Nele tinham de superar três testes (de agilidade, inteligência e força) para lhes poder conceder três desejos.

O primeiro teste era da inteligência onde eles tinham de descobrir o nome do feiticeiro nas palavras cruzadas e o nome era Gabriel. O segundo era o da agilidade: neste teste tinham de descobrir o caminho para o outro lado do rio, sobre pedras a arder. Existiam três caminhos e o que eles deveriam seguir era o do meio. Claro que ficaram com os pés a arder até diziam:

- Ai os meus pezinhos!

O terceiro era o teste da força. Neste, tinham de derrubar uma pedra de 30kg e, para o conseguirem, tiveram de ir buscar um tronco com um instrumento bicudo e como conseguiram realizar as três provas com sucesso.

Graças a isso, o feiticeiro concedeu-lhes os três desejos: um deles era voltar para casa, o outro era melhorar as colheitas, e o último era que o feiticeiro se fosse embora .

E foi assim que tudo voltou o normal.       

Leonardo Baião, 6º ano

fevereiro,2014 


 

Ilustração: Nicoletta Tomas Caravia

O Nelson e o avô


O Nelson vivia numa quinta com o seu avô Manuel; o avô Manel, como carinhosamente lhe gostava de lhe chamar.

O Nelson era um menino de sete anos, tinha cabelo castanho claro, olhos azuis, adorava andar a cavalo, brincar com o seu cão e com os outros animais da quinta.

O avô Manuel tinha sessenta e cinco anos, era alto, cabelo já cinzento-escuro, olhos castanhos-claros e estava a maior parte do dia a lavrar o seu terreno com o trator para plantar legumes para poder vender.

Enquanto o avô lavrava o seu terreno, Nelson alimentava os animais. Quando acabava de os alimentar, ia tomar banho e depois ver um pouco de televisão.

Quando o avô chegava a casa já o Nelson lhe tinha preparado um pão com queijo e uma caneca de chá quente, uma vez que este tinha trabalhado todo o dia no campo.

No dia seguinte, depois de alimentar os animais, o Nelson ia ajudar o avô a plantar os legumes para depois os venderem.

E era assim que o Nelson se divertia todos os dias.

 

André Campaniço, 6º ano

fevereiro 2014


A boneca de trapos

     

Era uma vez uma menina de 14 anos que se chamava Marlene. Ela vivia numa na pequena aldeia de Oriola. Ela era uma menina muito encantadora, estava sempre a sorrir, era bonita, inteligente e organizada. Era alta, tinha os cabelos castanhos-escuros um pouco ondulados e curtos e era também um pouco gordinha.

     Um dia, ela lembrou-se que o seu padrinho António lhe tinha oferecido uma boneca de trapos quando ela tinha 4 anos. Ela achava o seu padrinho simpático, corajoso e alto. Decidida, ela foi perguntar à sua mãe (que se chamava Ema) onde é que ela tinha guardado a boneca. A mãe respondeu-lhe que estava no sótão, dentro do velho baú amarelo. A Marlene foi de imediato ao sótão com a sua mãe e, ao ver aquele baú assim tão velho, perguntou à mãe que idade é que ele tinha. A mãe respondeu-lhe que o baú já tinha mais de cem anos, pois era da sua avó. Ela ficou muito admirada com o que a mãe lhe tinha dito.

 Marlene, assim que olhou para a boneca, lembrou-se da sua bela infância. A sua boneca de trapos tinha uma saia, uma blusa, uns sapatos e umas tranças. Era feita de vários tecidos: uns às flores, outros às riscas com rendas e bolas… As tranças da boneca eram castanhas e os olhos eram dois botões: um cor-de-rosa e outro azul. O vestido da boneca era laranja e verde, e condizia com os sapatos cor-de-laranja. Quando era pequena, a menina dizia que a boneca era a melhor amiga dela e que era muito simpática, porque parecia que estava sempre a rir para ela. Era a sua verdadeira amiga depois da sua mãe.

Naquele momento, Marlene percebeu o quando tinha mudado desde a sua infância até àquele dia, e ficou emocionada. Ao ver a sua boneca de trapos, a menina decidiu nunca mais se separar dela. Passados quinze anos ela teve a sua primeira filha que se chamava Isabel e Marlene apresentou-lhe a sua boneca de trapos. E assim que a boneca de trapos foi passando de geração em geração.

Diana Monteiro, 6º ano

janeiro 2014

                                          

Ilustração: Zorikto Dorzhiev

 A viagem 

 

  Era uma vez um homem muito forte, chamado Notch, que vivia numa aldeia pequena que, normalmente, à noite, era atacada por monstros e, como ele era o mais forte, tinha de a defender.

 Mas um dia ele teve ir a um reino. Quando lá chegou, perguntou se podia falar com o rei e disseram-lhe que sim. Quando Notch chegou junto do rei disse-lhe:

- Meu rei, gostava que vós mandásseis alguns guardas comigo para defender a minha aldeia dos monstros que a atacam.

 -Muito bem. Podes levar dez guardas.

 -Obrigado meu rei .

 Quando Notch chegou à aldeia, os monstros tinham devastado e levado todas as pessoas e ele foi logo a sua casa ver se a sua família estava bem. Mas não estava lá ninguém. Ele ficou zangado que pegou na sua espada de diamante e na sua armadura e partiu com os guardas em busca da sua família e dos habitantes da aldeia.

 Passados alguns dias, Notch chegou a uma vila de monstros. Parou, e ficou a observar e viu que os aldeões e a sua família estavam presos. Então, ele preparou um ataque para matar todos os monstros e disse a todos os guardas que o acompanhavam  para cercar  toda a aldeia .Ordenou ainda:

 -Quando ouvirem a corneta ataquem.

  Assim foi. Os guardas logo que a ouviram atacaram. Conseguiram destruir a aldeia e os monstros, mas antes de os assassinarem perguntaram quem era o seu chefe e um deles respondeu que era o Herobrine. Notch ficou muito chocado porque era o seu irmão.

 Libertou as pessoas e disse-lhes para irem para a capital do reino porque a aldeia deles tinha sido destruída.

De seguida, Notch e os guardas foram a caminho do vulcão, pois era aí que estava o seu irmão. No caminho um guarda perguntou-lhe como era o Herobrine. Ele respondeu-lhe que era uma pessoa muito fria, impiedosa e capaz de matar os seus próprios aliados. Quando chegaram ao vulcão e Notch viu-o disse aos seus soldados:

- Fiquem aqui, eu próprio trato dele.

Dito isto, caminhou de encontro ao seu irmão. Quando estavam frente a frente, Notch, com uma expressão feroz, cumprimentou o irmão:

 -Olá irmão, então és tu que tens aterrorizado a minha aldeia?

 -Sim. Sabes, eu adoro fazer isso! – Retorquiu Herobine com um tom irónico.

 -Pensava que tinhas mudado, mas afinal não.

Depois destas palavras os dois irmãos iniciaram um combate feroz. Passaram dias e dias a lutar, mas o Notch saiu vitorioso e, para se lembrar, mandou construir uma campa para seu irmão e mandou enterra-lo lá, para nunca se esquecer dele.

Jorge Bastos, 6º ano

janeiro 20


 

Ilustração: (Kelly Vivanco

Numa manhã de segunda-feira…


Numa manhã de segunda-feira, todos ensonados, subimos as escadas da escola e fomo-nos encostar à parede, em fila, para entrar na sala e notamos que estava alguém que não costumava estar. Nas nossas cabeças desenharam-se uma série de perguntas: “Quem será aquela?” “De onde é que ela veio?” “Será que se enganou na sala?” Mas não, era a sala certa e nós, as raparigas, começamos logo a pôr-lhe defeitos e a comentar entre nós que ela tinha cabelo loiro e pequeno de mais, que os olhos eram muito verdes, que era feia, que era demasiado magra e mas muito alta, até mais alta que eu!

  Eu perguntei às minhas amigas se lhe queriam ir perguntar como ela se chamava, de onde vinha e porque veio para a nossa sala, mas as minhas amigas tinham vergonha e, por isso, fui eu ter com ela e perguntei-lhe:

-Olá! Como te chamas? 

-Olá! Eu chamo-me Cristina e tu?- retorquiu ela.

-Eu chamo-me Catarina. Olha, posso fazer-te uma pergunta?

-Claro, diz...!

-Porque vieste para esta sala?

-Eu vim para a esta sala, e para esta escola, porque, infelizmente, a minha mãe não tinha trabalho e veio cá ver o que se arranjava; foi por isso que eu vim para aqui!

-Ah! Ok, então queres ser minha amiga?

-Claro, podes apresentar-me às tuas amigas?

-Sim.

  Eu apresentei-as e tornámo-nos todas amigas. Já os rapazes não se foram apresentar, mas ela não se importou. Ainda bem, eu acho que ela é  tão sociável como eu, e é querida.

   Já passaram vários meses, desde Janeiro até Junho. Foi então que soube de uma notícia que me deixou triste...

  A Cristina disse-me que tinha de se ir embora desta escola porque a mãe tinha arranjado emprego em Sines. Como era muito longe, e eu como gostava muito dela, sem querer caiu-me uma lágrima e reparei também que a Cristina tinha os olhos verdes, escuros e brilhantes com lágrimas. Eu abracei-me a ela e disse-lhe:

-Gostei muito de ter estado contigo estes seis meses. Fica a saber que gosto muito de ti e és linda, és querida, simpática e nunca me vou esquecer de ti. Tenho pena que te vás embora porque poderíamos continuar a ser amigas!

-Que querida! Eu adoro-te, mas vou ter que me ir embora porque já horas de ir para casa. Desculpa! Bem, adeus. Diz às tuas amigas que não tive tempo de me despedir delas, ok?

-Sim, adeus, até um dia! 

  E foi assim que numa segunda-feira tudo começou e, vários meses depois, numa segunda-feira tudo acabou.

Catarina Pires, 6º ano

janeiro 2014


Ilustração:  France Brassard



À procura de uma história

O menino Henrique saia da escola como todos os dias, mas este dia tinha um trabalho de casa para fazer, era uma história para a disciplina de português. Henrique era um menino alto, magro, com pele muito branca e com uma cara redonda com olhos muito azuis e umas bochechas muito rosadas.

No seu caminho para casa, encontrou uma velhinha que levava lenha às costas. A velhinha devia ter mais de 90 anos, tinha cabelo branco, muitas rugas na cara, vestida de preto e apoiava-se num cajado.

Henrique, ao ver a velhinha, fez disparar o seu coração e depressa foi ajudá-la.

- Deixe que eu a ajudo a levar a lenha – disse ele à velhinha.

- Há sempre alguém caridoso que ajude – disse a velhinha.

Henrique levou a lenha às costas e no caminho lembrou-se que as velhinhas têm sempre histórias para contar e perguntou-lhe:

- Se tivesse uma história para me contar agradecia.

Disse a velhinha:

- Olha meu filho só não tem histórias quem não quer, se olhares para o espelho tens lá o herói de uma história.

Quando chegou a casa disse à mãe o que lhe aconteceu mas não compreendeu o que a velha lhe tinha dito e a mãe disse-lhe assim:

- Vem cá ver ao espelho, quem é que tu vês daquele lado?

- Sou eu mãe! Já compreendi, vou fazer a história do menino Henrique.

Henrique ficou contente por ter encontrado a história.

 

André Ordem, 6º ano

Fevereiro 2013


 

Ilustração: Agust Eve

A aventura de uma Maria-rapaz


Era uma vez uma menina que se chamava Sofia. Toda a gente dizia que ela era Maria-rapaz porque era alta, magra, com cabelo cortado à menino e até se vestia à rapaz, mas era alegre, simpática, gostava muito de brincar e, principalmente, adorava jogar futebol.

Ela tinha dois amigos, o Marco e a Isa. A Isa e o Marco namoriscavam e a Sofia andava sempre cheia de ciúmes.

A Sofia tinha um avô chamado Baltazar. Todos os dias, ele levantava-se de manhã, antes do sol nascer, para ir trabalhar na vinha. Sofia tinha tanta vontade de saber como era aquele lugar que resolveu ir com o avô. Quando lá chegou foi provar as uvas, até que se perdeu no meio das vinhas. Sofia, assustada, começou a correr sem parar até que ouviu um barulho. Então ela decidiu seguir o barulho e encontrou o João,  neto do senhor Zé, a chorar. Sofia abaixou-se e perguntou-lhe:

-Que se passa João, porque estás a chorar?

-Porque perdi a  minha melhor amiga, a bola!

Então Sofia deu a mão ao João e disse-lhe a sorrir:

- Vamos lá procurar essa tal bola.

Começaram a procurá-la e, algum tempo depois encontraram-na noutra  vinha que já não pertencia aos mesmos donos. Então, foram falar com o avô da Sofia para os ajudar a tirar a bola do outro lado.

E assim que o João ficou todo contente quando viu o avô da Sofia com a sua bola na mão. Então os dois foram brincar até ao final do dia e depois voltaram cada um para sua casa.

       

Débora Tomas, 6º ano

Fevereiro 2013



Ilustração: Antonio Alvarez Gordillo

Se elas partirem…


 Mariana, uma rapariga cheia de alegria, energia e muito determinada, tinha ficado de um dia para o outro triste e esquisita. Quando chegou a casa, foi até ao seu quarto e atirou-se para cima da sua cama, em seguida levantou-se e ajoelhou-se para tirar uma caixa muito bem decorada de debaixo da sua cama. De repente, os seus grandes olhos cor do céu encheram-se de lágrimas. Mariana deixou-se de novo cair em cima da sua cama. Desatando o seu cabelo castanho claro com ondulações, encostou-se à sua almofada. Nesse instante, a sua mãe, uma mulher bonita, alta, magra, cabelos curtos mas não como os de um rapaz e bastante amiga, entrou no seu quarto. Rapidamente, enquanto a mãe pousava a roupa acabada de passar a ferro na cadeira, Mariana escondeu a cabeça na almofada, para ela não a ver a chorar, e disse:- Oh mãe, quantas vezes já te pedi que batesses à porta antes de entrar? - O que, neste, caso lhe teria sido útil.

Quando Mariana olhou para a sua mãe, esta com os seus lábios rosados esboçava um sorriso. Mariana não percebeu, mas a mãe pensava para si:” coisas de adolescentes, que hei-de eu fazer? “. Então, a mãe informou-a que quando o jantar estivesse pronto ela a viria chamar.

Novamente sozinha, ela decidiu voltar a encostar-se na sua almofada e abrir a sua caixa. Lá dentro tinha recordações de momentos muito bem passados, mas também de zangas que significavam que tinham existido problemas; no entanto, com eles tinha aprendido a resolvê-los e a manter-se unida às suas amigas. Eram fotos, desenhos e outras coisas que lhe relembravam com tanta alegria momentos que tinha passado com as suas melhores amigas; e só de pensar que talvez elas não estivessem mais tempo juntas era horrível. Por isso, começara a escrever no seu diário a novidade que as amigas lhe tinham contado: elas partiriam e ficariam separadas umas das outras, o que era bastante mau e feio de pensar naquele assunto.

Depois, sentiu-se um pouco mais aliviada, pois tinha-lhe sabido bem partilhar aquele assunto com um monte de páginas.

 Enquanto pensava em alguma coisa que não a deixasse tão triste, abriu-se uma greta da porta do seu quarto, mas ela não viu ninguém. Com curiosidade, preparou-se para ver  quem era e viu a sua pequena irmã. Ela era baixinha, pois só tinha um ano, querida, simpática, alegre com uns grandes olhos verdes um pouco ensonados. A pequenita olhou para a Mariana e os seus pequenos lábios cor-de-rosinha abriam-se e disseram a palavra “cama”. Mariana percebeu que a sua mana tinha sono, por isso deitou a pequena Leonor consigo, que adormeceu aconchegada na sua mana. Enquanto deixava adormecer Leonor, Mariana ia engendrando planos. Mas  tu só  saberás quais são na próxima história.

Madalena Antunes, 6º ano

Fevereiro, 2013

 



Ilustração: John Lightburn


O menino pobre


Era uma vez um menino que se chamava Pedro e vivia com os seus pais num sítio isolado, no campo, perto de uma aldeia pequena. Pedro era magro, branco, tinha olhos azuis, cabelos escuros e era muito inteligente. Vestia roupas muito pobres e não tinha brinquedos para brincar porque os pais não tinham dinheiro. Os pais do Pedro trabalhavam no campo, ele nem andava na escola porque tinha de os ajudar nos trabalhos do campo. Como não tinha amigos para brincar, o Pedro era um menino triste e tímido e tinha muita pena de não andar na escola como os outros meninos, mas percebia que tinha de ajudar os pais a cuidar do gado. A sua casa era pequena, tinha poucos móveis e como não tinham eletricidade nem sequer podia ver televisão. Um dia, chegou ao monte um senhor muito rico e muito bem vestido. Gostou muito do Pedro, achou-o um menino muito bonito, começou a falar com ele e perguntou-lhe como era a sua vida. Pedro contou tudo e disse que gostava muito de ir à escola. O senhor apercebeu-se que o Pedro era muito inteligente e resolveu ajudá-lo. Falou com os seus pais e perguntou-lhes se ele podia ir viver com ele para Lisboa e frequentar a escola. Os pais pensaram muito e deixaram o filho ir para Lisboa. De início o Pedro ficou triste por deixar os pais, mas como era inteligente depressa percebeu que era uma boa oportunidade.

Em Lisboa, ele começou a ir à escola e passou todos os anos. Nas férias passava sempre uns dias com os pais. Quando terminou os estudos arranjou um emprego, comprou uma casa, levou os pais para morar com ele em Lisboa e viveram felizes.

 

João Ramalho, 6º ano

Fevereiro 2013


Ilustração: Natalia Syuzev

A Odete e os três meninos


Era uma vez uma menina chamada Odete, uma menina muito simpática, alegre, meiga, divertida, carinhosa e amiga de ajudar. Uma rapariga de cabelos loiros e longos uns olhos verdes alta e magra.

Um certo dia, Odete foi passear na rua, tropeçou numa pedra e caiu, quando, de repente, apareceram três meninos que a ajudaram a levantar-se. Eram três irmãos gémeos com cabelos pretos, olhos castanhos, baixinhos, simpáticos e brincalhões. E a partir desse dia tornaram-se amigos inseparáveis que se ajudavam uns aos outros. Nunca se separavam e Odete como era a mais velha tomava conta deles pensando sempre primeiro neles e depois nela.

Um dia, os três meninos fugiram de casa porque estavam fartos que Odete estivesse sempre atrás deles para os proteger. Odete, muito preocupada, saiu de casa à procura deles muito aflita.

Passaram dias até que ouviu-os a gritar porque estava um lobo atrás deles e enquanto corriam gritavam:

- Odete!!! Odete!! Ajuda-nos!!

Odete decidiu ir chamar as pessoas da aldeia para a ajudarem a apanhar o lobo e salvar os três meninos. Prepararam uma armadilha e apanharam o lobo, levando-o para longe.

As pessoas da aldeia, Odete e os três meninos voltaram para suas casas e os meninos tinham aprendido uma lição e prometeram que nunca mais voltariam a fugir de casa.

 

Beatriz Apolónia, 6º ano

Fevereiro 2013


O Planeta das Bolachas

 

Era uma vez homem que era astronauta e foi chamado para uma missão impossível. Os cientistas tinham descoberto um novo planeta em forma de bolacha, um planeta diferente de todos os outros; era espalmado e parecia que tinha pepitas de chocolate. Esse astronauta ia a esse planeta descobrir que seres misteriosos lá poderiam estar a viver. Partiu muito cedo, na melhor nave que encontrou, e dirigiu-se para esse planeta misterioso. Depois de um mês chegou lá, aterrou, e quando saio da nave encontrou os chamados monstros das bolachas, que são dos monstros mais conhecidos do mundo. O homem ao ver aqueles monstros com a boca toda suja, gritou como uma menina e começou a fugir. Fugiu, fugiu e fugiu até que foi ter a um restaurante que no letreiro dizia “Bolacha Quentinha”. Entrou e ninguém estava lá dentro. Foi para a arrecadação e lá se escondeu, sentou-se no chão e começou a ouvir uns barulhos e, de repente, apareceu alguém a frente dele. Era outro humano; tinha um nome no seu fato parecia que era um empregado de um hotel, o seu nome era Zé Pinpineu um antigo cozinheiro de um que tinha desaparecido a fazer bolachas. Eles falaram e começaram a fugir até a nave. Quando lá chegaram , partiram e dirigiram-se para terra.

Bobby Chiu0                             Será que tudo vai correr bem até lá, descubra no próximo episódio.

                                                                                                                                                       TO BE CONTINUED…

Carlos Palma, 6º ano

(2011/12)


 

Ilustração: Gosia Mosz



A menina na toca do coelho


Era uma vez uma menina que andava a passear no campo quando viu uma toca de coelho. A menina com curiosidades espreitou para baixo e, de repente, caiu. Quando acordou viu uma casinha de uns coelhos.

O senhor coelho começou a falar com ela e disse:

- Estás bem?

- Sim, só me dói um pouco a cabeça – respondeu a menina.

-Queres comer alguma coisa?

-Sim, têm o quê?

-Torradas, biscoitos, marmelada, café... – disse o coelho

-Pode ser umas torradas com marmelada e um café, se faz favor.

- Está bem.

- E a seguir vou embora – avisou a menina.

- Tu só te podes ir embora quando estiveres corada.

- MAS…!

-Não vala a pena insistires.

E o senhor coelho foi buscar o seu pedido.

- Obrigada! – Agradeceu a menina

- De nada.

 Passado alguns dias, a menina já estava boa, mas já estava tão habituada a morar na toca que não queria ir embora.

O senhor coelho viu que a menina estava muito triste por ir embora e convidou-a a ficar na toca. Ela pensou, pensou, pensou e aceitou ficar.

A menina ficou muito alegre e, para comemorar, o senhor coelho fez-lhe uma festa em sua honra.

Vitória, vitória acabou-se a história.

 

Ana Barradas (6º ano)

(2011/12)


Ilustração: Anna Silivonchik


Ulisses

 

Era uma vez um jovem chamado Ulisses que gostava muito de aventuras. Um dia, Ulisses fez uma aposta com o seu irmão: ir ao Brasil e voltar em nove dias; mas tinham de ir num barco a remos e só podiam levar um pão, um peixe e uma perna de porco. Quem ganhasse ficava com o dinheiro do outro.

Então Ulisses lá preparou a viagem, mas deu-se uma grande tempestade que durou um mês. Ulisses teve de adiar a partida para Junho.

Então chegou o grande dia e Ulisses meteu-se dentro do barco e lá foi para o Brasil. No barco Ulisses passou muita fome, muito frio e quase naufragou. Ao quarto dia, Ulisses chegou ao Brasil e atracou em Salvador. Lá, conheceu um senhor chamado Mateus que era sábio e que lhe disse: 

- Se tu não partires nos próximos cinco dias, nunca mais conseguirás ir ao Madagáscar.

Ulisses ficou assustado e começou a construir um novo barco com tecido impermeável, pois o seu estava em pedaços. Quatro dias depois, Ulisses já tinha o seu barco pronto. Antes de partir para o Madagáscar, foi despedir-se de Mateus. Ganhou a aposta do seu irmão e ficou com o dinheiro.

Guilherme Vieira e Evelton (6º ano)

(2011/12)



Ilustração:  Akiko Ijichi

A minha melhor amiga

A minha imaginação está farta de me dizer que eu tenho uma melhor amiga  que se chama Sara, mas penso: eu não a vejo, não lhe toco, não sei se ela é boa ou má, amiga, se é falsa, mentirosa, bonita, inteligente …Os dias passavam e eu começava a imaginá-la: será magra com o cabelo castanho, sempre solto, tal como eu gosto de ter o meu? Olhos castanhos, sobrancelhas e pestanas pretas, nariz e boca pequenos. Bem, todos os dias lhe acrescentava um pormenor aqui, outro ali… Quando o seu aspecto físico já estava pronto e comecei a imaginar como seria por dentro, quero dizer, como era psicologicamente.” Ela nunca me mentiria, nunca me deixaria sozinha e nunca me entristeceria. Sim, eu tinha mesmo chegado à conclusão que ela era uma boa amiga.

Todos os dias ia dar uma volta à serra da minha aldeia. Antigamente ia sozinha até aparecer a minha melhor amiga. Agora já sou adulta e tenho muitas amigas mas, aos fins-de-semana, ainda vou à serra dar um passeio com a Sara, pois ela nunca me deixa sozinha, nem eu a ela pois vive cá dentro.

Beatriz Campaniço, 6º ano

(2011/12)

 


Ilustração: Duy Huynh

Um homem chamado Jacinto


Era uma vez um homem chamado Jacinto que vivia numa árvore porque era muito pequenino. Todos os dias, os pássaros o atacavam e, por isso, ele andava sempre com um pau. Um dia, ele caiu da árvore e desmaiou, quando acordou estava dentro de um formigueiro. As formigas senhoras estavam muito curiosas por verem um humano do tamanho delas e, ao verem o Jacinto com uns grandes músculos e um cabelo muito charmoso, disseram logo:

- Ai, ai aquilo é que é um “pão” !!!

A colónia das formigas acolheu muito bem o Jacinto, disseram que ele a partir de agora passava a chamar-se Jacinto Formigo e que lhe iam arranjar uma noiva. No dia seguinte, quando acordou, estava numa maca a ser levado para o altar onde estava a sua noiva a espera. Quando ele olhou para ela viu que esta era a formiga mais feia da colónia. Era careca, tinha as sobrancelhas muito grandes, os pés tortos e uma grande barriga gorda. O Jacinto, nesse momento, começou a fugir, e o mais incrível é que conseguiu. Voltou para a sua árvore e viveu lá para o resto da sua vida.

Muitos dizem que ele arranjou uma namorada, mas talvez seja só um mito.   

Carlos Palma (6º ano)

(2011/12)

 


 

Ilustração: Akiko Ljichi

Pilar


Hoje conheci uma colega nova, chama-se Pilar. Todos gozaram com ela, percebi que ela estava mesmo muito triste, tive pena dela. Quero tentar ser amiga dela, pois quando cheguei a esta escola também sentia o mesmo que ela sente agora.

Ela é parecida comigo  há alguns anos atrás: cabelo curtinho, liso e cheio de ganchinhos, um vestido cheio de florzinhas, uns sapatos brancos e rosa, é magra e baixa. Tem os olhos castanhos, uns lábios finos e um nariz magro. No dia seguinte, na escola, estavam todos a goza-la; ela enervou-se e começou a correr para a casa-de-banho. Fui atrás dela, ela não esperava esta reacção, pois pensava que eram todos egoístas, muito diferente dela: Pilar era muito delicada, ciumenta, bondosa...

Eu sabia que também iam começar a gozar comigo por ser amiga de uma menina muito beta e de uma aluna “cinco estrelas”, mas tive piedade dela. Estava a perceber que me estava a tornar igual à Pilar, mas mesmo assim fiz como o meu coração achou que devia fazer.

No dia seguinte, fomos juntas para a escola. Ao fim de algum tempo tornamo-nos nas melhores amigas. Perdi a fama de “a rapariga mais fixe” da escola, mas não me importei pois tinha uma boa amiga ao meu lado.

 

Valentina Diaciuc e Jorge Piteira 6º ano

(2011/12)

Pintura: Johann Baptist Reiter



 O rapazinho bonitinho


Era uma vez um rapazinho bonito de nove anos, que pensava que tinha vinte e um. O rapaz tinha olhos azuis e cabelo preto, andava sempre com uma blusa aos quadradinhos, calças de fato e sapatos de vela, era magrinho e alto, isso aumentava-lhe a sensação que era maior do que realmente era. Todas as manhãs ele demorava cerca de vinte minutos a fazer os seus canudinhos pretos com a maquineta; ao fim do mês a conta de luz era muito grande. Ele chamava-se Zacarias, Zacarias Mendonça, mas na escola chamavam-lhe “O rapazinho bonitinho”.

Ele era muito vaidoso e gabava-se aos seus amigos, isto é, quando os tinha porque todos se fartaram que ele estivesse sempre a dizer que era mais que os outros. Por isso é que ele andava sempre sozinho e todos o olhavam de lado, e ele orgulhava-se disso, pelo menos era o que os colegas pensavam. Na verdade, ele estava muito triste por dentro mas não o demonstrava. Cada vez que se aproximava de alguém, eles fugiam a sete pés. Depois de cinco anos, com a mesma vaidade de sempre e também sozinho, finalmente, depois de reflectir muito, aceitou a ideia de agradar aos amigos e deixar de se gabar. Passou a vestir calças de ganga, ténis e t-shirt, passou a andar com os amigos e desistiu da vaidade, pelo menos o suficiente para agradar aos amigos. Zacarias aprendeu a lição e nunca mais se separou dos colegas.

Joana Esperança e Milene Pinto, 6º ano

(2011/12)

 


Ilustração: Catherine Alexandre


Tema 4

À descoberta das palavras

Pretende-se que os alunos enriqueçam o seu vocabulário através da utilização do dicionário, na procura livre de palavras que considerem interessantes para partilhar com os colegas.

Nesta procura, o aluno apercebe-se da riqueza vocabular associada à palavra, na sua inserção em frases (riqueza semântica), assim como, a sua identificação nas diferentes classes gramaticais.

Os alunos registam no seu caderno diário, num espaço ordenado alfabeticamente, para, posteriormente,  construírem um texto criativo aplicando os referidos vocábulos.

É um exercício de difícil aplicação, pois as palavras apresentadas limitam a construção livre de um enredo próprio, daí a valorização elevada que se deve atribuir a este tipo de exercícios criativos.

Um bem haja a todos os participantes!

Ana Paula Cardoso (Prof.)


 

Ilustrador desconhecido

O sem-abrigo

 

Um jovem sem-abrigo permanecia nas ruas da capital todas as semanas, todos os meses e todos os anos, sem se deixar enredar pelos maus caminhos. Os vizinhos conheciam-no pelo Jójo alcunha de José, sem pejo tinha a sua residência na entrada recuada de uma loja de eletrodomésticos e quem o queria ver só tinha que verificar dentro de uma caixa de cartão, mesmo por baixo da montra.Era com muita alegria que Jójo fazia pequenos recados aos seus vizinhos pela manhã em troca da bondade dos mesmos, todos gostavam dele.

Pela tardinha e sempre pelas mesmas horas a seguir ao fecho da loja de

eletrodomésticos, lá estava ele, olhando uma televisão em que dava uma novela japonesa que contava a vida de uma gueixa. Só via a sua gueixa era para isso que ele vivia, era incindível, a razão da sua vida nas ruas.   Até hoje ainda se mantém debaixo da montra da loja de eletrodomésticos.

André Ordem, 6º ano

Dezembro 2012

Duy Huynh


 Desabafo


Já era Abril, o mês passara a correr… E eu, aqui sentada a escrever… Seria possível? 

Sentia-me moribunda, estava completamente sem forças…

As pessoas eram tão cínicas, passavam por mim e nem diziam nada, nem me ajudavam, não existe outro nome para elas a não ser hipócritas e ainda me tentavam hostilizar!

Não será mau demais para uma pessoa só? Respondam-me!

Era assim que me sentia, sozinha como se estivesse abandonada. Estava a padecer por aguentar tudo isto… Passei a abominar, todas as pessoas que eram assim para mim!

A partir deste dia, tentei ser mais escrupulosa (cuidadosa comigo própria). Então, aí, arrependi-me de todo o mal que tinha feito e tentei fazer penitência (falar com sacerdotes).

Ergui a cabeça, cintei a minha cintura com uma corda, à semelhança de São Francisco e tentei fazer com que o mundo ficasse melhor.

Passara outro mês e eu tinha estado muito perto do meu avô, mas, um dia, senti qualquer coisa a vibrar, era o meu telemóvel… Não conhecia o número, resolvi atender, as únicas palavras que me disseram foram “ Olá, muito boa tarde, estou a falar da morgue…” Deixei cair o telemóvel, não aguentei ouvir mais o meu “mundo” estava prestes a acabar…

 

Ana Filipa Costa, 9º ano

Novembro 2012


Marina Caram


 Páginas de um diário ainda por descobrir 


17 de Abril de 1997

Era um dia chuvoso, eu ia a passar por uma rua escura e vi uma criança moribunda. Quando vi aquela imagem, e não me dignei a fazer nada, abominei-me e vi as pessoas que passavam na rua com um olhar hipócrita  a hostilizar a criança, o que mostrava a falta de escrúpulos e cinismo de cada um deles. Ao fim de uns 20 minutos já uma multidão cintava a criança que padecia em silêncio.

Eu, ao fim da tarde, quando cheguei a casa, peguei numa folha de papel e comecei a escrever, e ao mesmo tempo que escrevia parecia que estava numa morgue, num lugar gelado e sombrio. Eu sentia-me penitente, estava demasiado arrependida por ter passado por aquela criança e não ter feito nada e, ao mesmo tempo que escrevia estas palavras, escorria-me uma lágrima pelo rosto abaixo.

Nessa noite fui-me deitar mesmo sem jantar e só me consegui deixar dormir às 4 da manhã, com o peso que tinha na consciência. 

Beatriz Batista, 9º ano

Novembro 2012



Olivar Cunha



Perder os medos


Era uma vez uma tartaruga especial. Essa tartaruga era especial porque era de cor vinácea era a mais famosa das tartarugas. Apesar de ser diferente, a tartaruga era simples, querida, inteligente, nanica e bonita. A tartaruga escondia um segredo bastante grave, do ponto de vista das tartarugas, que ela não queria revelar a ninguém. A tartaruga não sabia nadar e passava horas inteiras a observar a água, para tentar perder o seu medo, mas nunca conseguia. Um dia, lá estava ela sentada ao pé da água, obcecada nos reflexos da mesma, e chegou perto dela, um dos seus melhores amigos e perguntou-lhe se ela queria ir nadar com ele. Ela paralisou completamente e ficou sem resposta. Ele insistia e ela continuava sem responder. Aquele momento tudo se varria da sua cabeça, como se tivesse passado ali uma rajada de vento. Ele falava com ela como e ela nada… Ele não se calava e tornara-se num verdadeiro tagarela e ela continuava impassível até que disse que sim. Ela imolou o seu medo e a pequena tartaruga entrou na água. Quando entrou ela sentiu uma liberdade e começou a nadar sem medo, muito contente e nem parecia que ela nunca tinha nadado. Ela saiu da água com o seu amigo e explicou-lhe tudo e prometeu que não contava a ninguém.

Por vezes temos de pensar bem para conseguirmos ultrapassar os nossos medos, como fez a pequena tartaruga.

Ilda Doce, 9º ano

(2011/12)


Shila Joaquim


A tartaruga


A tartaruga foi-se sentar

enquanto a lebre estava a tagarelar.

Num dia simples,

o vento varria as folhas de cor vinácio.

Então a tartaruga foi ter com o Inácio.

Ele queria imolar-se,

ela disse que não.

Ele disse que ela não tinha

nada a ver com a sua decisão.

Ela mostrou-se impassível

e ficou a observar.

Como ele era nanico ela ficou admirada,

achava que ele era um bom nadador, e estava obcecada

A tartaruga decidiu ir nadar,

Para o espanto de todos, desapareceu no mar…

Luzia Mestre (9ºano)

(2011/12)


Emile Nolde

“The Best Flower”


Naquele jardim, as flores andavam todas rabugentas e malcriadas, pois, estava-se a aproximar o concurso “The Best Flower”, e todas queriam ganhar.

O júri do concurso (ah, o júri…) cada um pior que o outro…

O malmequer ficou zarroio depois do incidente com o galho da árvore que lhe feriu um olho, o jasmim minguava, só se aproveitava o cravo. Ai, o cravo, era um autêntico Don Juan, conquistador e mulherengo. Todas as flores o adoravam e admiravam, davam-lhe “graxa” para serem suas namoradas e vencedoras do concurso. Mas, não tinham sorte nenhuma, ele amava a rosa Isabel.

    No dia do concurso, havia quatro candidatas, a Rosa Isabel, a tulipa Filipa, a gerbéria Amália e a camélia Mariza, que não compareceu ao concurso, devido ao facto de andar a zangurrar, vadiar no jardim vizinho.

    A Tulipa, era muito “graxista”, aduladora e tentava convencer o malmequer a votar nela para ser a “Miss Flower 2011”, mas ele não ia na conversa dela.

    No fim do concurso, a vencedora foi, sem surpresas, a rosa Isabel. A camélia ficou muito irritada e começou a rabear as folhas.

    Os outros concorrentes, o júri e o público foram festejar. A festa era perto do Rio Isabel (uma homenagem à rosa…) e durou a noite toda.

Aliete Lemos e Tatiana Rebelo (8º ano)

(2011/12) 

 Pablo Picasso

Uma história de amor

Era uma vez uma boneca de trapos que vivia no mundo da brincadeira. Neste mundo, todos os brinquedos pareciam-se com o homem, todos falavam cantavam, dançavam, escreviam, andavam, riam…    Certo dia, apareceu um lindo boneco, que era um grande fanfarrão, mas ela rapidamente se apaixonou por ele. Ela andava no mundo da lua, a sua cabeça girava e parecia não cair na realidade. Ele não se apercebeu e a boneca sentiu-se miserável…    Tempo depois, falou com um ex-amigo do seu “boneco”, que lhe contou que ele antes era pobre, que só sabia ter conversas sobre escatologia, o fim do mundo, trágico, muito trágico; desagradável, deitava um enorme fedor, para comer tinha de pedir e, às vezes, infelizmente, roubar os outros. Disse-lhe ainda que ele tinha herdado uma fortuna gigantesca, estava, pois, extremamente rico e que a partir daí não fazia mais nada de noite senão beber.    Ela ficou preocupadíssima com ele… Então combinaram um encontro, em que os dois se sentaram a uma mesa e conservaram, trocando as suas histórias de vida.    Num momento especial, encostaram-se um ao outro e perceberam que o outro era o boneco/ a boneca especial da sua vida, as caras-metades completaram-se…

    Passados alguns meses de namoro, casaram. Como todos os casais tinham discussões, até chegavam ao ponto de estarem danados um com o outro.

    Todas as famílias têm as suas discussões, mas, mesmo assim, procuraram viver felizes para sempre.

Mariana Maldonado (9º ano)

(2011/12)

   


Autor desconhecido

Tema 3

A pobreza

Penúria, miséria, necessidade, escassez. Estes são os sinónimos mais associados à palavra pobreza. No entanto, a pobreza pode estender-se a outros contextos: psicológico, espiritual, moral e espiritual e afetivo.

Uma parte da minha vida 


       ( Tilly-Willis)

Olá eu sou a Clara, vivo no Porto com os meus pais adotivos que me acolheram no momento mais difícil da minha vida. Quero contar-vos uma parte da minha vida que foi muito complicada e que ainda hoje me é muito difícil de recordar…Vivi em África desde que nasci até aos meus doze anos. Lá, morava com a minha família biológica, numa casa muito pobre sem água nem luz. Quase nunca tínhamos o que comer e eu e a minha família andávamos excessivamente magros. O meu pai viu-se forçado a vender-me aos pescadores para que pudesse dar de comer aos meus irmãos. Eu trabalhava dia e noite e quase não comia.

Um dia, foram de visita a África um grupo de turistas muito ricos e repararam nas numerosas crianças que trabalhavam escravizadas. Um casal observou com atenção um rapaz de treze anos e de seguida observou-me! Eu fiquei muito nervosa, pensava que eram outros comerciantes que me queriam comprar e já não tinha força para trabalhar. Aquele casal falou com o meu patrão, pagou-lhe muito dinheiro e pediram-me que fosse com eles. Eu estava desesperada e cansada…

Deram-me banho, comida e levaram-me com eles no avião. Só mais tarde percebi que tinha sido resgatada por aquele casal maravilhoso que me adotou e fez de mim uma criança mais feliz.

Agora, que tenho vinte anos, procuro a minha família biológica, ajudo as famílias mais pobres e estou a criar uma fundação para ajudar as crianças de África. Desde o dia em que fui resgatada aprendi o verdadeiro significado da vida e o quanto as outras famílias sofrem ao perder os filhos.

 

Tatiana Rebelo, 9º ano

Dezembro 2012



( Caitlin Rigby )

Pobreza


Era só ela e a sua irmã, tão jovens e já a passar por uma vida desgraçada...

Estavam sozinhas na pobreza, sem ninguém para as ajudar.

Todos os dias, elas dirigiam-se ao lar para comer, pois era o único lugar que lhes dava alguma ajuda. Depois de comerem, iam

para um cantinho de um beco sem saída, junto aos caixotes do lixo, onde dormiam.

Durante a manhã, passeavam pela vila e viam se conseguiam arranjar um pouco de comida e durante a tarde sentavam-se no seu cantinho à espera que alguém deixasse comida no caixote do lixo.

Elas já tinham sido acolhidas por algumas famílias, mas não tinha resultado muito bem, portanto decidiram ser independentes.

Todos os dias, olhavam para as janelas das casas das outras pessoas e imaginavam que eram elas que estavam lá. Olhavam para as crianças a brincar ao pé da lareira e a ouvir histórias que os pais lhes contavam...

Elas sonhavam em conseguir, um dia, uma casa daquelas como uma verdadeira família feliz!

Todas as noites, antes de dormir, rezavam para que o dia seguinte fosse especial. Tinham uma mantinha fedorenta, mas já dava para se aquecerem. Abraçavam-se e dormiam.

Elas eram felizes, apesar de viverem a vida daquela maneira....

 

Rita Lima, 9º ano

Dezembro 2012


 Kevin Carter, 1994

Pobreza

 

Estava na altura do verão. Eu e a minha mulher queríamos ir de férias, mas não sabíamos para onde. Começamos a pesquisar na Net, para ver se encontrávamos algo interessante, anotámos alguns sítios e acabamos por optar por África.

A 25 de Junho de 1978 saímos de Lisboa. Passado 12 horas chegámos ao aeroporto de África do Sul. Lá disseram-nos que o melhor país para irmos era Zimbabwe. Lá fomos nós no autocarro, demorámos 7 horas.

Quando chegámos, deparamo-nos com uma situação totalmente diferente da que estávamos habituados. À medida que íamos andando, mais me espantava, mas pela negativa. Havia casas sem portas, sem telhados, sem janelas ou saneamento básico, enfim tudo mau. As crianças andavam nuas, descalças, algumas cheias de feridas. Umas “assaltavam” os caixotes do lixo à procura de comida. Se alguma pessoa encontrava algo para comer e outras vissem, entravam em brigas resultando, por vezes, em mortes. E digo-vos uma coisa: vi uma coisa que me marcou para o resto da minha vida. Vi uma criança debilitada a rastejar pelo chão para chegar a uma loja para pedir alimentos e um urubu à espera que a criança morresse para o comer. Como devem imaginar foi horrível assistir àquilo, fiquei com uma    ideia totalmente diferente, deixei de desperdiçar por não gostar.Mais tarde eu e a minha mulher demos algum dinheiro à UNICEF para ajudar estas crianças com dificuldades. 

P.S. Não te queixes da vida que tens, porque estas crianças tem uma vida horrível e não deixam de lutar. 

 

 Duarte Alberto (9º ano)

(2011/12) 


  Hugo Espítitu Escobar

  A Pobreza


  Sexta-feira, 9 de Dezembro de 2011Estou triste, muito triste. E sabes porquê, querido diário? Eu conto. Estava a ir para casa, quando me deparei com um senhor, já de idade, cheio de frio (porque estava nublado e quase chover) e quase sem roupa. Fiquei em choque e pensei: "como é que alguém pode chegar a este ponto?". O que os meus olhos viam era uma imagem deprimente, de pobreza extrema. Eu dei-lhe uma moeda para poder comer e ele ficou bastante contente.

Eu ainda lhe perguntei se tinha família e ele disse que sim; e então, aí, ainda me senti mais triste, horrorizada com a maldade das pessoas. Meu Deus! Neste momento, ainda estou a pensar no que posso fazer para o ajudar. Pensei em falar com os meus pais para o acolher, mas eles já têm algumas incapacidades financeiras. Depois pensei num lar, mas aí alguém tem de pagar; e depois lembrei-me das casas de acolhimento, pois não se paga, o ambiente é confortável e ainda lhe proporcionam roupas e felicidade.

O que achas que devo fazer diário? Acho que vou falar com os meus pais para ver o que eles acham.

Beijinhos.

Ilda Doce (9º ano)

(2011/12)


Avtandil Makharoblidze

Tema 2

Uma vida de vidro

Poder-se-á pensar em cristal, fragilidade, transparência, na vida em frente a um espelho. Mas aqui, uma vida de vidro é a de um copo. Um objeto que nasce, tem a existência que a sorte lhe traz e morre quando se parte. Afinal uma vida paralela à nossa.


 

(autor desconhecido)

Um copo de vidro


Fui fabricado, ou seja, nasci numa das melhores fábricas francesas, a “Copo de Vidro”, no dia 20 de Agosto de 2001.

Fabricaram-me com as melhores areias e na perfeição, depois fui colocado, juntamente com os meus irmãos copos de vidro, numa caixa de cartão que dizia “frágil”, e enviaram-nos para um país chamado Dinamarca.

Cheguei lá de avião, depois passei para um camião enorme e desse para um mais pequeno. Mais tarde, descarregaram-nos num supermercado e colocaram-nos nas prateleiras mais baixas, e ainda bem, tenho medo de alturas e de me partir.

No dia seguinte, já estávamos na casa de uma mulher de idade, com cabelo branco e uma marreca. Nem esperamos muito até sermos vendidos. Nessa casa encontramos outros copos que ficaram meus amigos e, pela primeira, vez fui à máquina e adorei, parecia uma sauna.

A vida de um copo de vidro é “bestial”.

 Diogo Galinha, 6º ano

Maio 2013

O COPO DE VIDRO

 

  Eu sou um copo, um copo de vidro já velho. Nasci numa casa de uma aldeia há setenta e oito anos atrás. Quando tinha cinco anos fui separado dos meus pais, fui para casa de uma menina e de um menino que viviam com a sua família. Ao início adorei, era um copo novo, tratavam-me muito bem, sentia que me estimavam para eu durar mais tempo. Mas, à medida que os anos iam passando tratavam-me com menos cuidado. A primeira vez que fui à máquina de lavar adorei! Parecia que estava no Aquashow, havia água, espuma, outras louças, a máquina nunca mais parava…

De vez em quando assistia à queda de copos; eles partiam-se, o que me deixava com medo. Até que uma vez, eu estava em cima da bancada e a Leonor, que era a menina, estava a brincar com o seu irmão, o Miguel, e, sem querer, deu-me uma pancada que me derrubou. Mas nesse dia tive uma grande sorte, o cão Rodolfo estava deitado no chão da cozinha e aparou-me a queda. Foi um susto de morte, senti a minha vida passar-me toda por entre os dedos, depois lá me apanharam e meteram no armário.

Os anos foram passando e eu cada vez mais usado. A Leonor gostava muito de beber por mim e, para que eu não me partisse, quando os seus filhos nasceram, a Lena e o Sérgio, escondeu-me numa estante na garagem da sua casa. E hoje ainda para aqui estou, velho, cansado, mas vivo.

 

Helena Galvão, 6º Ano

(2011/12)

Van Gogh


 Eu sou um copo!

Antes de ser levado para a fábrica era areia; depois, uma máquina muito grande, com umas mãos enormes, apanhou-me e levou-me para esse local. Eu não sabia que aquele pedaço de pedra gigante se chamava fábrica, até que ouvi um homem a dizer que me ia levar para lá, então entrei e logo meteu-me numa máquina que me transformou em copo.

A primeira palavra que ouvi na minha vida de copo foi “mama mia”.

Como devem suspeitar eu estava em Itália.

Depois um “coiso”, eu não sei o que era aquilo por isso decidi chamar-lhe “coiso”, continuando, esse “coiso” levou-me para Portugal.

Fui levado para uma loja chamada Hale-Hop e aí conheci muita gente, como o Zé Pigarço, o André Pontapé e o Luís Chunga, estes três amigos estavam na caixa comigo.

Uma vinte semanas depois, um homem veio buscar-me, ele ia falando sobre um tal Kadafi, por isso a partir daí comecei a chamar-lhe Kadafi, ele levou-me para uma casa muito grande onde vivi o resto da minha vida.

Eles estavam sempre a torturar-me. Todos os dias um menino pegava em mim e bebia a água que estava dentro do meu robusto corpo, mas o pior ainda era quando ele pegava em mim com aquelas mãos gordurosas e me levava para a máquina da tortura, onde era misturado com água e outros produtos químicos.

Um dia o Kadafi levou para casa uma caneca, era linda, com uma pega cor-de-rosa e uma cara arredondada, parecia que tinha saído do salão de beleza chamado”Copão de Copesa”, logo nos apaixonamos.

Ela veio ao pé de mim e disse-me: -olá, eu sou a Caneca Rosinha, venho da fábrica Vista Alegre e tu quem és? 

Eu, com a voz tremida, disse “…euu soou o coopo copinho venho de Itália da fábrica Lobinho…”

Ela deve ter-se apaixonado pelo meu sorriso, não sei como, mas a partir de ai dormíamos juntos no nosso armário que, apesar de não ser muito confortável, dava para lá vivermos.

Esta era a minha vida de copo até que um dia me parti, quando acordei estava no “copéu”; lá em baixo, na Terra, estava a minha canequinha a chorar, ela, com medo de me perder, atirou-se ao chão e veio ter comigo.

E assim foi a minha vida de copo.

Carlos Palma (6º ano)

(2011/12)


 Uma vida de vidro

Eu sou um copo, mas nem sei o meu nome verdadeiro. Os meus pais adotivos chamam-me Tingo, o Tingo-Tingo. Para eu dormir bem no armário, a Soraia e o João contam-me sempre um bocadinho da minha história, nunca me canso de a ouvir, é a minha favorita.

 A Soraia diz que um dia estava na floresta com o João e que ele a pediu em casamento. Eles deram as mãos e eu caí não se sabe de onde. Eles nem queriam acreditar no que viam e a Soraia disse:- Oh! Que copo tão fofo! Vamos acariciá-lo?

O João, ao princípio, não achou muita graça mas agora trata-me como um bebé.

O que eu mais gosto é dos banhos. Lavam-me sozinho sem os outros copos à mistura, esfregam-me e isso faz- me muitas cócegas.

O João e a Soraia casaram-se e, dias depois, foram para a lua-de-mel mas esqueceram-se de mim. Fiquei muito triste como e óbvio. Foram para as Ilhas Canárias e quando iam entrar no avião a Soraia revistou a sua mala e apercebeu-se que se tinha esquecido de mim. Sem saber o que fazer disse ao João:

- Não podemos viajar sem ele! Não vou aguentar!

O João muito chateado, porque pensava que eu estava a querer substituí-lo no coração da Soraia, disse:

- Mas Soraia, o avião não pode esperar! E esse copo não vale nada!

A Soraia irritada respondeu:

- Para ti pode não valer nada mas para mim é como um irmão, ou mais do que isso. Não viajo sem ele - ninguém a conseguia parar.

Quando vi a Soraia na porta de casa senti que tinha voltado a nascer e o João teve de me aturar o resto da sua vida.

Como já conhecem a minha história, já devem ter percebido que nunca tinha passado por um momento como este: um momento de emoção.

Beatriz Campaniço, 6º ano


Uma vida de vidro

 Eu sou um copo; nasci numa casa onde me criaram.Sou azul com riscas pretas. Gostava que cuidassem de mim, gostava de saber quem me tocava, saber se gostam de mim e ansiava que nunca me deixassem cair…

Eu adoro as pessoas com quem vivo e elas de mim, mas sinto-me triste, sozinho. Gostava que falassem comigo, que me contassem as coisas do dia-a-dia.

Sempre quis ter amor, carinho, ser feliz e ter uma família como vocês são agora para mim. Adoro-vos família adoptiva.

Se eu cair morro e depois já não vos tenho para estarem comigo, para me perceberem em tudo…

Eu estou numa estante e, às vezes usam-me. Sinto os lábios pequenos e oiço tudo o que contam uns aos outros.

Todas as pessoas têm um nome. Eu sou o Riscas, o grande, o simpático. Estas pessoas que cuidam de mim, gostam como eu sou com, ou sem, defeitos. Adoro quando a minha dona me lava; fico limpinho, a brilhar e a cheirar sempre bem.

Um dia percebi que tudo era realidade não fantasia, que todos gostavam de mim.

Eu pensava que ninguém, mas ninguém, gostava de mim, mas percebi o quanto esta família me tem afecto. Eles são a minha família! Era bem a realidade. E estou muito feliz por estar aqui com vocês…

Sou um copo muito feliz e carinhoso e sei que todos queriam estar no meu lugar. He! He! que sorte!

Amo-vos, do fundo do coração, família. Nunca vos vou esquecer.

 

 Vanessa Cabo (6º ano)

(2011/12)


Ilustração: Wendy Moore


Tema 1

A casa

Grandes, pequenas, situadas na cidade ou no campo, as casas podem significar conforto, protecção, ou último reduto. Esta é a perspectiva de alguns dos nossos alunos.


Tarsila do Amaral


A CASA

 

            Sonhei que vivia num Mundo Encantado, onde as pessoas moravam em casas estranhas: grandes, pequenas, às riscas, aos quadradinhos, às bolinhas…

            A minha casa era redonda e muito colorida, cheirava a chocolate, as janelas estavam sempre abertas e havia sempre música. A Sala era a divisão mais animada da casa! Por todo o lado … almofadas, guloseimas e amigos… muitos amigos! A minha casa era a Casa da Amizade!

            Amigos: um dos bens mais preciosos que temos.

Mãe… e de Pai: estes nunca podem ficar de fora.

Imaginação: para tornar a vida mais bela.

            Zaragata: um pouco de agitação também faz parte da nossa vida.

            Alegria: para ficarmos bem-dispostos.

            Diamante: a minha casa é um tesouro.

            Especial: em casa temos aconchego e apoio.

 

            Agora que já a conhecem, estão todos convidados a vir a minha casa!

 

                                                                             Autoria: Andreia Silva ( 6ºano)

(2011/12)

Van Gogh


A casa

   Uma casa com grande importância para toda uma população, não era uma casa qualquer, era a casa! Aquela que distribuía vida pela população.

   Era uma casa bastante grande, mas muito simples; estava pintada com cores que chamavam muito à atenção: um verde-claro muito vivo e um amarelo. À volta da casa, apenas, existia florestação, por palavras mais corretas, tinha um grande jardim cheio de plantas, flores e relva. A casa não estava habitada. Aquela casa apenas tinha uma utilidade: transmitir vida para a população, como se fosse o coração de todas aquelas pessoas. No jardim dessa casa encontravam-se muitos seres vivos e todos de espécies diferentes.

A casa era já bastante antiga, mas estava conservada como se tivesse sido acabada de construir.

Transmitia força a todas as pessoas que por lá passavam. Era nela que curavam muitas pessoas, e quando se estava a passar algo de que ninguém se apercebia, tocava um sino com um som ensurdecedor que chamava a atenção de todos os habitantes, era como se tivesse vida própria.

  Um dia, aquela casa que era enorme, linda e muito simples, foi vítima de um atentado terrorista que fez com que o telhado desabasse, que todos os vidros se partissem, e pequenas gotas de água caíram pelas suas paredes como que se estivessem a chorar.

   Sentindo dor voltou a ouvir-se tocar o sino mas, desta vez, com o dobro da força, fazendo muito mais barulho, que acabou por juntar toda a gente no seu jardim. E aí, nas batidas do coração, pedia para que a reconstruíssem se não toda a população à roda morreria.

Assim, todos os habitantes lançaram mãos-à-obra e começaram a reconstruir aquela casa; a casa por quem todos tinham uma grande paixão, pois era ela que bombeava o sangue para a população.

Aí a casa voltou ao que era, e voltou a transmitir vida.

   Ficou conhecida por “A casa que nunca morreu” e outros chamavam-lhe “A casa da nossa vida”.

A casa que mantém a população viva não chegou a cair até aos dias de hoje. Um povo que todos desconhecemos sobrevive graças a ela.

Autoria: Cristina Caipirra (9º ano)

(2011/12)


Magritte


        A casa

 A casa é uma habitação onde as pessoas passam a maior parte da sua vida. Ela é, geralmente, acolhedora mas, por vezes, não o é, porque as pessoa não tem muito dinheiro para ter uma casa acolhedora e que lhes saiba bem lá estar, pois vivem com um nível de vida muito baixo.

            A minha casa é muito confortável e agradável e o meu compartimento preferido é o meu quarto, pois está lá todo a meu gosto, está pintado com as minhas cores preferidas e as coisas estão no sítio onde eu as quero.

            Futuramente, eu gostava de ter a casa dos meus sonhos: uma grande casa com muitas divisões, decorada a meu gosto, onde toda a minha família se sentisse bem. A minha casa teria um grande jardim com uma enorme piscina e uma grande variedade de flores. No interior seria muito ampla com uma grande variedade de estilos. Acho que este é o sonho de todas as pessoas!

            Esta é a minha perspectiva de casa, a minha actualidade e os meus sonhos para o futuro sobe a mesma.

 Mariana Maldonado,( 9º ano)

(2011/12)

                      

             A casa

Acordei, lavei os dentes, tomei o pequeno-almoço e esqueci-me de tudo. Bateram à porta. Eu olhei e não vi ninguém, parecia uma brincadeira. Já eram sete da noite e a minha família ainda não tinha chegado. Fiquei admirada, mas também muito preocupada , não costumavam demorar no trabalho.

Pus-me a ver TV, nada de interessante, por isso adormeci.

Acordei, lavei os dentes, tomei o pequeno – almoço e novamente bateram à porta , abri e não vi ninguém, apenas sangue. Fechei a porta com medo. Olhei para a janela… tive medo, muito medo. Olhei para as paredes e percebi algo que não quis perceber. Deitei-me e adormeci. Depois tentei levantar-me mas não consegui, não via o chão. Gritei, guinchei, chorei e, por fim, sorri. Olhei para a minha casa  percebi que ela  gostava muito de mim.

Passei a minha vida a rir-me mas, no fundo, sentia solidão... sem pais, sem amigos, tinha só dois amigos. A minha casa que me protegia do frio de violência de tudo... que me protegia a mim e ao meu segundo melhor amigo, o meu cão. E, por fim, morri lá e ninguém viu o meu corpo porque  tudo isto se passou dentro da   minha casa.

Valentina, 6º ano

2011/12

Laivi Põder 

Adivinha

Cantinho onde nós vivemos,

pode ser grande ou pequena.

Lá sonharemos,

com chitas, leões e hienas.

 

Chitas, leões e hienas,

nós podemos ter no quintal

é melhor não ter cercas pequenas,

senão fogem e pode ser uma catástrofe florestal.

 

Ela consegue aguentar contigo,

podes decorá-la como quiseres,

podes ainda levar lá o teu amigo,

e está lá para tudo o que tu fizeres.

 

Agora põe-te lá a adivinhar lendo tudo de novo,

a palavra de que fala o meu jogo!!!

 Luís Trindade

2011/12