O material de leitura e estudos para esta primeira fase do projeto de ensino é a série de vídeos “IBGE explica: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, que, além do vídeo de apresentação, tem outros dezessete vídeos, um para cada ODS proposto na Agenda 2030.
Este será um dos primeiros contatos com a Agenda 2030 e os ODS que ela apresenta. Logo, servirá para que possamos ter uma visão geral sobre o assunto.
Enquanto assiste aos vídeos, é recomendável que se prepare para fazer anotações. Da mesma forma, é importante ter uma postura ativa: ao final de cada vídeo, procure rememorar seu conteúdo e, à medida que for avançando, procure reconhecer as relações e implicações entre os diferentes ODS.
06 jan. 2025
De 3 mil municípios que enfrentaram desastres nos últimos anos, 60% não têm planos de risco ou de contingência
A tragédia vivida pelos gaúchos no ano passado, quando chuvas torrenciais mataram mais de 180 moradores, deixaram milhares de desabrigados, levaram serviços ao colapso e comprometeram a infraestrutura, deveria ter surtido efeito pedagógico em políticos e gestores. Esperava-se que se preparassem melhor para eventos climáticos cada vez mais frequentes e devastadores. Pelo visto, pouco se aprendeu com as cenas dramáticas que comoveram o Brasil.
Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostram que, de 2.977 cidades de estados que registraram desastres climáticos nos últimos anos, a maioria (60%) não tem planos de risco ou de contingência, como mostrou reportagem do GLOBO. O levantamento inclui municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Espírito Santo. Na Bahia, de 417 prefeituras, apenas 25 (6%) produziram planos de riscos. Mesmo no Rio Grande do Sul, que guarda cicatrizes do dilúvio, de sete municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre atingidos pelas cheias, apenas dois se prepararam.
Em dezembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar 14.750, que aperfeiçoa a Lei 12.608, sobre a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. A legislação determina que municípios e estados adotem medidas para reduzir riscos de desastres. No caso dos estados, elas devem ser atualizadas a cada dois anos. Mas apenas a lei não basta. A CNM diz que falta apoio técnico dos estados e do governo federal. Para tentar contornar o problema, criou um consórcio para dar assistência às cidades, mas os resultados só poderão ser avaliados a partir deste ano.
Planos de risco e contingência não são mera burocracia. São de suma importância em momentos que exigem decisões rápidas, objetivas e coordenadas, como tempestades. Detalham áreas de risco, estratégias para socorrer moradores, ações para retirar populações de zonas vulneráveis, rotas de fuga, locais para abrigo seguro ou redes de atendimento médico. É fundamental que governos e cidadãos saibam o que fazer nos momentos de emergência, quando os próprios serviços de Defesa Civil ficam sobrecarregados e não conseguem atender à demanda.
Volumes excepcionais de chuva costumam servir de desculpa para justificar inação e despreparo. Dizer que choveu em poucas horas o volume previsto para todo o mês é um argumento frágil. Com as mudanças climáticas, os eventos extremos ficaram mais severos e frequentes no mundo inteiro. Não há perspectiva de que a situação melhorará. O planeta está cada vez mais quente. O jeito é se preparar para enfrentá-los com o menor dano possível. Isso demanda planejamento. Esperar o caos se instalar para começar a agir é uma irresponsabilidade.
É óbvio que cidades com moradores em áreas suscetíveis a enchentes e deslizamentos devem ter plano de contingência. União e estados, que dispõem de estruturas e orçamentos mais robustos, deveriam socorrer os municípios, especialmente os de menor porte, com ajuda técnica e financeira. O verão mal começou, e já se sucedem cenas de casas soterradas por barreiras, carros arrastados pelas águas, cidadãos em desespero tentando se salvar em meio às inundações. Não há como evitar enxurradas, mas, com planejamento, pode-se enfrentá-las de forma menos improvisada e mais eficaz.
30 mar. 2025
COP30 traz oportunidade de acelerar planos de proteção para infraestrutura agrícola e para florestas nativas
O Brasil está mais seco. Os dados mostram redução preocupante da superfície inundada. De acordo com o MapBiomas, os 17,9 milhões de hectares cobertos por água no ano passado foram 2,2% menores que os 18,3 milhões de 2023. Oito dos dez anos mais secos ocorreram na década passada. Com a seca vêm os incêndios. Para as florestas, eles têm sido mais devastadores que o desmatamento. As chamas passaram a causar mais estrago que as motosserras. No ano passado queimaram 30,8 milhões de hectares, mais que a área da Itália e quase 80% acima de 2023. Do total das queimadas, 73% ocorreram em formações florestais. A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 58% da área total destruída no país.
A frequência das secas exigirá preparo cada vez maior dos governos para enfrentar incêndios. Há cerca de quatro anos, o Consórcio Amazônia Legal (CAL), formado pelos nove estados da região, apresentou ao Banco Mundial (Bird) um projeto de R$ 250 milhões para prevenção e combate a incêndios. O projeto, segundo Marcello Brito, secretário executivo do CAL, prevê a criação de brigadas, de forma coordenada entre os estados, e a compra de equipamentos. Continua em alguma gaveta do Bird, em Washington.
Enquanto o poder público se move com lentidão, os produtores rurais se organizam. Brito cita o exemplo de Rio Verde, em Goiás, onde diversas fazendas se monitoram e trocam informações a partir de um plano de inteligência que define até o rateio dos custos entre os produtores. Aviões usados nas plantações são convertidos para jogar água nas queimadas. Ele diz que pelo menos os estados amazônicos “estão se mexendo”.
É mesmo urgente a necessidade de os governos se prepararem. Para enfrentar os incêndios são necessários aviões, helicópteros e também equipamentos usados em terra. “Temos muito pouco combate por meio aéreo”, diz Brito. Há também necessidade de treinamento de pessoal. O país dispõe de bons bombeiros urbanos, mas eles não têm preparo para atuar no campo. Os incêndios requerem competências específicas. É preciso planejamento, troca constante de informações e brigadas permanentes, que possam ser mobilizadas a qualquer hora. A COP30, prevista para novembro em Belém, é uma boa oportunidade de acelerar a execução de planos de proteção contra incêndios.
O El Niño de 2023 e do ano passado resultou na seca que atingiu Norte e Nordeste. Foi considerado pela Organização Meteorológica Mundial um dos cinco mais fortes já registrados. Mas a estiagem poderá ser ainda maior se considerados os efeitos crescentes do aquecimento global. Há urgência na tomada de decisões para proteger a floresta nativa e uma estrutura produtiva que está entre os maiores fornecedores de alimento para o mundo.
Resumir (sumarizar, sintetizar) textos é uma habilidade cognitiva importante: ela manifesta a compreensão dos textos lidos, é o resultado de uma leitura produtiva. Essa alta habilidade cognitiva é definida por Kintsch e Van Dijk (1978; 1983) como uma representação coerente e global do texto lido.
A partir de uma representação semântica, o processo de compreensão se daria em três ciclos de operações:
1) seleção dos elementos significativos em um todo coerente;
2) redução do todo significativo a uma essência ou macro-estrutura;
3) geração de novos textos a partir da memória e com o uso de inferências, as quais dependem do conhecimento prévio e dos padrões de coerência individuais.
E esta é a razão pedagógica pela qual se exploram os gêneros associados à sumarização, tais como resumos, esquemas e quadros, mapas mentais e mapas conceituais, entre outros.
Nas práticas sociais, o termo resumo recobre um conjunto bastante vasto de gêneros discursivos, isto é, os resumos têm diferentes finalidades comunicativas e são produzidos em diferentes situações discursivas. Por exemplo, em congressos científicos, há resumos de comunicações orais, conferências e palestras.
A imprensa publica resumos de livros, filmes e séries. E todos sabemos que a finalidade desses resumos se altera um pouco, inclui alguma apreciação. Até o nome do gênero muda, passam a ocorrer review e resenha.
Com essa diversidade, pesquisadores tais como Oliveira e Bezerra (2021, p. 778) percebem o resumo como uma colônia de gêneros: resumo de comunicação e resumo de artigo científico, por exemplo, participam de cadeias de eventos comunicativos bastante distintas.
Nas práticas escolares, o agrupamento desses gêneros inclui: resumos, resumos críticos, fichamentos, esquemas, quadros, linhas do tempo, mapas mentais e conceituais, marginálias e, no limiar entre a escrita do outro e a leitura, as marcações e sublinhados.
Função social: A finalidade deste resumo é dupla: 1) demonstrar a compreensão do texto fonte constituindo-se um novo texto; 2) exercitar a escrita formal em contexto escolar.
Situação de comunicação: O resumo será escrito para dois destinatários: 1) o próprio autor do resumo, que o lerá no futuro para rememorar; 2) o professor, que também é avaliador do texto.
Extensão aproximada: entre 300 e 320 palavras.
Um resumo crítico não é somente a sumarização ou a síntese de um texto fonte. Além de sintetizar, o resumo crítico também acrescenta reflexões do autor sobre o texto fonte. No caso desta atividade, a dimensão crítica será alcançada com a percepção das relações temáticas entre os diversos textos fontes, ou seja, os vídeos e os dois editoriais jornalísticos.
Enquanto os vídeos apresentam os diferentes ODS e algumas de suas metas, os editoriais refletem sobre problemas brasileiros associados às mudanças climáticas e apresentam a necessidade planejar as soluções possíveis.
Logo, o seu resumo crítico será um texto com mais de um objetivo:
1) Manifestar sua compreensão global sobre os temas dos vídeos;
2) Manifestar sua compreensão global sobre os editoriais: os temas de cada um deles, os pontos comuns e as diferenças entre eles;
3) Apresentar sua avaliação sobre as questões discutidas nos textos.