O momento que estamos vivendo nos forçou a buscar ferramentas para interagir com nossos estudantes, para garantir o suporte que necessitam para o continuarem seus processos de desenvolvimento e aprendizagem. Não se trata, porém, de uma simples transposição do ensino presencial para a educação a distância.

A educação a distância, ou na concepção defendida por Romero Tori, autor de educação sem distância, e do Blog de mesmo nome, uma educação que supere distâncias. O primeiro questionamento levantado pelo autor é que ead não se trata de colocar os materiais do modelo presencial em uma plataforma. A educação tem um único foco: o aprendizado do aluno. A pergunta principal, para ele é,

"em que medida as experiências com os conteúdos oportunizadas aos estudantes contribuem para que se desenvolva sua aprendizagem de maneira autônoma e crítica?"

Durante muito tempo falamos em blended learning, o ensino hibrido. Nos últimos anos, muitas corporações vêm se utilizando desse modelo de ensino para desenvolver a formação de seus profissionais. Esse modelo, embora ocorra parcialmente de maneira assíncrona, quando as pessoas não precisam estar conectadas ao mesmo tempo, ainda requer encontros síncronos ou presenciais para realização de atividades em grupo, solução de problemas, etc.

A principal característica da educação a distância, segundo o autor, é a distância geográfica, e discute esse conceito de distância transacional, sua compreensão pode ser ampliada no artigo de Cristina Oliveira e outros (2010).

Nesse contexto de isolamento social, muitas instituições educativas ao redor do mundo, estão oportunizando diferentes estratégias de aprendizagem, desde a utilização de vídeo conferências em plataformas como Zoom, Skype, Hangouts ou Teamlinks.co, substituindo cada horário dos estudantes, ou o envio de fichas de estudo, como essas do Sistema Educacional de Jalisco, no México.

Existem possibilidades ainda com o uso integrado de plataformas que possibilitem acompanhar como os estudantes estão desenvolvendo as atividades, como o Google Classroom e Google Sites que permitem a integração de várias ferramentas Google em uma página online e gratuita, possibilitando, por exemplo a realização de chats, fóruns de discussão e atividades com feedback automático.

A palavra da vez, é como tornar a aprendizagem em um contexto de isolamento mais produtiva, apoiando-se em metodologias ativas capazes de mobilizar estudantes em isolamento para o desenvolvimento de aprendizagens, e ao mesmo tempo ter registros do trabalho que vem sendo desenvolvido.

"Qual a questão mais importante para fazermos qualquer escolha? Existe uma receita para adequar o sistema educacional para o momento que estamos vivendo?"

O caminho passa pela mesma ideia que sustenta o #FoconaAprendizagem. É preciso conhecer nossos estudantes e suas necessidades, dialogar com elas, é possível que tenhamos estudantes com bom acesso à internet e facilidade para utilizar diferentes ferramentas e outros que não tenham acesso e, tampouco tenham ideia de como utilizá-las.

O desafio que nos cabe é dialogar com essas diferentes realidades para atender as necessidades dos diferentes grupos. Nosso desafio é construir, como propõe Romero Tori, uma proposta de educação Sem Distância, que supere a distância geográfica do isolamento, e que oportunizem novas formas de aprendizagens e afetividades;

O momento nos coloca diante de uma questão que incomoda a anos: Mais que uma educação para todos, precisamos de uma educação para cada um. O que podemos aprender e ensinar com isso?

Abraço!

Prof. Me. Luis Carlos Ribeiro Alves