CARTA ÀS ORGANIZAÇÕES E GOVERNOS - COMPROMISSO COM A TERRA

CARTA ÀS ORGANIZAÇÕES E GOVERNOS - COMPROMISSO COM A TERRA

Itapipoca, 02. dezembro. 2020

Estamos vivendo um momento crítico para o Planeta Terra, ao passarmos por uma pandemia que coloca em risco a humanidade, como espécie. O fato de vivermos uma pandemia de uma doença viral que se espalhou de maneira silenciosa e rápida por todo o mundo, fazendo suas perseguições só demonstração que se dispunha na Carta da Terra como um ponto crítico no longínquo ano de 1992: O mundo se compõe de uma grande família humana e tudo está cada vez mais interconectado e urgente que nos comportemos como tal, como uma grande família, unindo nossas opções e atitudes sob o firme compromisso da proteção dos nossos e da nossa casa.

No longínquo ano de 1987, ano em que nasci, o Relatório Brundtland, firmado em Montreal, representou um dos primeiros marcos na promoção de debates sobre as questões ambientais e sua relação com o desenvolvimento das comunidades humanas, superar a dicotomia entre desenvolvimento e questões ambientais, que até hoje ainda permanece como opostas na visão de algumas mentes retrógradas. Aquele chamava a atenção para a necessidade de uma atuação conjunta das nações na implementação de ações com vistas ao desenvolvimento sustentável, possibilitando a continuidade do crescimento da produção de bens e serviços sem destruir os recursos naturais, priorizando a melhoria continua na qualidade de vida das pessoas e a harmonia entre todos os seres humanos e a natureza da qual somos parte, fator primordial para o desenvolvimento.

Naquela ocasião, já se indicavam as dimensões a se considerar para a efetivação desse desenvolvimento sustentável, para que pudéssemos nos desenvolver local e globalmente de maneira sustentável a partir da implementação de diferentes desenvolvimento sustentável, entre as quais destaco:

1) O estabelecimento de sistemas políticos que assegurassem a efetiva participação de todos os cidadãos no processo de tomada de tomada sobre o futuro;

2) o estabelecimento de um sistema social que seja capaz de resolver conforme suas tensões e desequilíbrios promovendo a equidade entre seus sujeitos;

3) um sistema produtivo que tenha como princípio do desenvolvimento a preservação da base ecológica do desenvolvimento;

4) um sistema tecnológico que busque de maneira contínua por soluções que tenha como premissa o desenvolvimento com respeito e integração com a natureza;

5) Um sistema internacional que estimule a prática de padrões sustentáveis ​​de financiamento e comércio, levando em conta que somos todos, na verdade uma grande família humana.

Urge, portanto, retomarmos como desempenho realizado na Conferência de Joanesburgo, não mais no campo do discurso, mas na implementação de prática de ações, tanto pelo setor público como privado para garantir a produção e o consumo sustentável para todos os seres humanos. Urge, portanto, que os órgãos públicos assumam sua responsabilidade na proposição de políticas públicas e instrumentos econômicos que estimulem a alteração da produção e consumo dos bens obtidos dentro ou fora de seus territórios, por meio da estimulação de aquisição de produtos que atendam aos padrões de sustentabilidade, ao mesmo tempo em que o setor privado assume um compromisso de produzir de maneira sustentável e estimulante ao consumo de produtos não poluentes.

Este processo de transformação, que vem se mostrando cada vez mais urgente, dada a situação de interdependência que cada vez nos damos conta de maneira mais forte. Essa necessária transformação, depende antes de mais nada de um compromisso educativo e eminentemente político de educação ambiental, define o desenvolvimento da crítica dos fatores sobre a atuação das instituições, atores e fatores geradores de riscos e conflitos socioambientais, definindo um enfrentamento coletivo e participativo esses conflitos com ações que podem ir desde a implementação de ações na educação formal de crianças e jovens nas escolas, ou não formais como ONGs, buscando a construção de valores e princípios produtivos sustentáveis ​​de acordo com as potencialidades das comunidades em que vivem os nossos .

O setor público, pode ainda atuar por meio de campanhas públicas, eventos, concursos e feiras, que estimulem a produção sustentável e a democratização da informação sobre as possibilidades de desenvolvimento sustentável de acordo com as potencialidades, ou ainda com a distribuição de materiais pedagógicos e formações em cadeia com foco em boas práticas de produção sustentável. Entre ações simples, mas efetivas que podem ser promovidas, estão, por exemplo, uma distribuição de cartilhas como escolas e comunidades de agricultores e moradores das cidades, levando em conta as condições e contribuições possíveis de cada grupo ao desenvolvimento sustentável por meio da adoção de ações simples e precisas.

Para começar essa transformação, que urge que seja global, é emergente que comecemos pela transformação de nossas ações nos contextos locais, por meio da tomada de atitudes e adoção de comportamento, especialmente no contexto das instituições públicas e privadas como necessárias a ISO 14.001 em suas exigências, que envolvem a implantação de um sistema de gestão ambiental, o cumprimento da legislação ambiental vigente, bem como um compromisso com a melhoria contínua do desempenho ambiental das instituições, tendo como principais benefícios, a redução dos custos envolvidos no gerenciamento de resíduos, redução nos custos de consumo energético, de matérias primas e insumos com a redução dos desperdícios, bem como a garantia de melhor percepção da imagem institucional ante a sociedade.

O que preconizamos, portanto, no presente documento, é a emergência da aplicação de novos comportamentos, dentro do contexto de uma nova lógica que perceba como resultado da ação local sobre as consequências da sustentabilidade global do ser humano como espécie no planeta Terra.

O que se propunha, portanto na Carta da Terra, e que ousamos retomar nessa epístola, não é propagandear por uma freada ao desenvolvimento global, mas na verdade um verdadeiro desenvolvimento, que baseado na adoção de princípios e comportamento sustentáveis ​​e de integração com a natureza , seja capaz de produzir o desenvolvimento para cada família, e por consequência para cada comunidade, país e, conseqüência um desenvolvimento global, que garanta acima de tudo a nossa espécie como espécie de maneira integrada com uma natureza, que não é nossa inimiga, mas da qual somos parte.


Prof. Me. Luis Carlos Ribeiro Alves