"Meu sonho sempre foi trabalhar com uma disciplina que não fosse obrigatória e sim escolhida pelos/as estudantes. Inicio hoje, em 2017, a materialização de um sonho, a concretização de um inédito viável, a alegria de ser professora, a busca em ser uma educadora, a esperança na formação. Que tenhamos a oportunidade de aprender junto, por meio do diálogo, com Freire nos ajudando a reinventar nossas leituras de mundo. Que tenhamos a sensibilidade em ler muitas e tantas formas o outro e nós mesmos, com linguagens, gestos e afetos. Que tenhamos a possibilidade de romper a rigidez da academia e possamos sentir. Enfim, que estejamos juntos/juntas e que façamos o nosso melhor para transformar esse mundo em um lugar humano, solidário e ético."
Camila Lima Coimbra
Na organização da disciplina, denominamos este momento de sínteses necessárias, cada estudante faz a socialização de sua leitura e a respectiva materialização da mesma. Os livros escolhidos foram: Educação e Mudança; Pedagogia do Oprimido; Política e educação; Educação na cidade; Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar; Educação como prática da liberdade; Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido; A importância do ato de ler; Medo e ousadia: o cotidiano do Professor; Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
No dia de plantar o "Paulinho", assim nomeado, tivemos a alegria de contar com a presença da Professora Nima Spigolon, da Unicamp, parceira nos diálogos e nas aprendizagens sobre Elza Freire e Paulo Freire.
Ao final da disciplina, criamos a ideia de produzir e gravar um podcast com as aprendizagens realizadas ao longo do semestre. O nome do Podcast: Pelejantes.
Incorporar os sujeitos como fazedores de história também um desafio da disciplina.
Fazendo-se e refazendo-se no processo de fazer história, como sujeitos e objetos, mulheres e homens, virando seres da inserção no mundo e não da pura adaptação ao mundo, terminaram por ter no sonho também um motor da história. Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança. (...)Não posso entender os homens e as mulheres, a não ser mais do que simplesmente vivendo, histórica, cultural e socialmente existindo, como seres fazedores de seu caminho que, ao fazê-lo, se expõem ou se entregam ao caminho que estão fazendo e que assim os refaz também. (FREIRE, 1992, p.91 e 97)
Sustenta-se, assim, uma concepção de educação freireana em que os processos educativos trazem novos significados tanto para a professora quanto para os/as estudantes.
Na linha progressista, ensinar implica, pois, que os educandos, em certo sentido, penetrando o discurso do professor, se apropriem da significação profunda do conteúdo sendo ensinado. O ato de ensinar, vivido pelo professor ou professora, vai desdobrando-se, da parte dos educandos, no ato de estes conhecerem o ensinado. Por sua vez, o(a) professor(a) só ensina em termos verdadeiros na medida em que conhece o conteúdo que ensina, quer dizer, na medida em que se apropria dele, em que o apreende. Neste caso, ao ensinar o professor ou a professora re-conhece o objeto já conhecido. (...) Por isso, ensinar é um ato criador, um ato crítico e não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e dos alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender. (FREIRE, 1992, p.81)
Cada passo, cada planejamento, cada prática educativa foi construída pelo grupo de estudantes, com a mediação da professora que solicitou à Rádio Universitária, o estúdio para a gravação do Programa. Foram gravados 5 Programas e um cordel sobre as palavras geradoras vivenciadas ao longo da disciplina. Assim, criamos um tema para cada Podcast, enfatizando esta mídia como originária do Rádio, que foi sempre um meio de comunicação de massas e consequentemente propagador da cultura popular. Assim, criamos os momentos abaixo para cada Podcast.
1. Cadique?
2. Uai? Óia o que vem na realidade
3. Nuuuu... falas freireanas sobre o tema...
4. Pelejando na realidade: poesias e filmes
5. Toma um chá cumnois? Angústias, vivências, experiências em uma perspectiva progressista
A cada tema, os momentos foram tomando forma. Vejam os podcast abaixo.