Alguns contos e crônicas de minha autoria
Pulei, mas não caí
Escrito em janeiro de 2017
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Escrevi este pequeno conto no início de 2017, último de meu Doutorado. À primeira vista parece um conto sobre depressão, misturado com uma visão pessimista, niilista sobre o mundo. Na verdade, ele é uma crítica sobre isso. É um convite para se opor à sedutora tentação de acreditar que, de alguma forma, nosso sofrimento é mais sofisticado do que a dor dos outros. É um alerta contra a vaidade intelectual.
Gota
Este é um pequeno conto que escrevi, em 2014, sobre vaidade e negação das origens. Lendo de novo, sete anos depois, também me lembrou um pouco da alegoria dramática, o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.
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Viva la vida
Escrito em 2014? Por Lucas Costa
Não me lembro exatamente quando escrevi este conto, mas acredito ter sido em 2014, ou algo próximo disso. É um relato em primeira pessoa de um psicopata sádico, explicando seu prazer em machucar outros seres. Trata-se, portanto, de uma leitura pesada, pela sua natureza, embora a narrativa seja informal e, em alguns momentos chula, já que a personagem busca naturalizar seu comportamento desviante. Acredito que, por mais assustador que pareça, pessoas assim, que sentem prazer na dor alheia, existem.
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O direito de escrever errado
Escrito em 2003/2004
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Esta foi uma crônica que escrevi em algum momento entre 2002 e 2004, quando estava cursando o Ensino Médio, aos 14 ou 15 anos. Na ocasião, minha então professora de redação (apenas me lembro que era chamada de Val) me convidou para participar de um concurso de redação. Foi algo de última hora. O texto precisava ser entregue no dia seguinte. Deveria ser escrita uma crônica sobre a língua portuguesa. Na época, eu mal sabia o que era uma crônica e, muito menos, havia antes me aventurado em escrever um texto deste tipo. Além disso, meu conhecimento sobre a língua portuguesa e sobre a linguagem, de forma geral, limitava-se ao contato intuitivo que temos com ela, falando, lendo e escrevendo (além, claro, das disciplinas tradicionais do ensino regular, as quais ofereciam poucos recursos para termos noção sobre o caráter orgânico da linguagem, ou qualquer conceito da língua sob uma perspectiva da linguística – ao menos era assim). Mesmo assim, a querida professora, Val, me selecionou para representar o Colégio Objetivo de Americana. Tanto tempo depois compreendo e agradeço de forma tardia a confiança que ela teve em mim. E fico feliz de ter aceitado a proposta (que venceu a etapa regional do concurso, avançando para a fase nacional).
Dadas as circunstâncias, isto é, o tempo limitado, minha ignorância a respeito do tema sobre o qual teria que escrever, bem como sobre as estruturas esperadas em uma crônica, resolvi usar a oportunidade para me divertir e, ao mesmo tempo, expressar algumas questões que me incomodavam e, de certa forma, me incomodam até hoje: a elitização dos meios usados para nos comunicar, mas, mais do que isso, o desincentivo crônico ao desenvolvimento da expressão criativa. Somos treinados desde crianças a utilizar a língua exclusivamente como uma forma de nos prepararmos para o mercado de trabalho (e para todas as etapas educacionais que o antecedem). O uso da língua como meio de expressão artística é quase um tabu. Em resumo, embora a habilidade de dominar a escrita formal seja fundamental para o desenvolvimento de um bom profissional e um bom cidadão, considero negligenciada a imprescindível missão pedagógica de apresentar a escrita, especialmente, aos mais jovens, como uma atividade interessante, capaz de emancipá-los, de expressar e organizar seus pensamentos (que são, afinal, os recursos mais valiosos dos seres humanos).