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A Questão do Chamado
Num congresso de missões nos Estados Unidos da América (1980), cerca de 4 mil pessoas esperavam atentas a palavra do pastor Greg Livingstone. Concederam-lhe um minuto para falar. Ele foi à frente e fez a seguinte pergunta: “Quantos de vocês estão orando pela libertação dos 52 americanos sequestrados no Irã (ficaram 444 dias reféns) ?”. Quase todas as mãos se levantaram no auditório, indicando a preocupação generalizada. Em seguida, fez outra pergunta: “Quantos estão orando pela libertação de 52 milhões de iranianos das algemas de Satanás?”. Os braços foram abaixando até não restar mais que um ou dois em toda aquela multidão. Ele sentou-se, sem utilizar todo o seu minuto, dizendo: “Percebo que vocês são mais americanos que cristãos!”.
A palavra CHAMADO carrega hoje um peso indevido diante da prática dos discípulos no novo testamento. Fundamental é entender que TODOS já fomos chamados. Quando somos batizados, somos vocacionados, recebemos uma missão: ser e fazer discípulos de todas as nações. Portanto, não podemos ficar esperando um “chamado” para fazer, mas “fazer” para obedecer ao chamado. Mesmo para o que chamamos missões, isto é fato.
Imagine o seguinte cenário: uma grande empresa resolve transferir um empregado, você, para outra cidade ou nação. Pode ser num lugar simples do interior do país, no meio do nada, ou uma metrópole em outro continente. Em boa parte dos casos, o empregado acaba se submetendo a esta mudança. Mas, e se o Senhor, ou a igreja, entenderem de movê-lo para outro lugar, raras vezes isto prosperará. A reação comum é pedirmos diversos sinais e confirmações para nos submetermos. Para a empresa dizemos, ok, para a igreja dizemos que precisamos de confirmação de Deus. Tem que ser o contrário, meu irmão.
Existe um Chamado? Certamente!
Muitas vezes, nosso Senhor colocará um carga em nós por algo mais específico. Você começa a pensar nos povos não alcançados (áreas do mundo que compreendem povos, idiomas, culturas e tradições, onde o Evangelho ainda não chegou e a Igreja não existe), nos países em dificuldades extremas, lugares onde as pessoas desprezam o evangelho. E seu coração começa a arder. Diante de uma imagem de crianças subnutridas, maltradas, ou de homens ricos e prepotentes, seguem-se as lágrimas, lágrimas vindas do alto. Esta carga se evidencia quanto aumentam seus interesses ao ver mapas, vídeos, notícias, fotos de determinadas etnias ou cidades, e isto não precisa ser fora do Brasil. O Senhor gera esta carga também através de sua Palavra, à medida que a lemos, ou meditamos, ou a ouvimos; nos concedendo experiências naturais e sobrenaturais, e recebendo a paz de Deus.
Todo este chamado vem debaixo do governo do Senhor confirmando com a Sua igreja. Sim, pode existir um “chamado”, e é bem melhor quando há, mas não é obrigatório este tipo de experiência para irmos, para sermos enviados.
Se prepare. Não espere um dia a igreja perceber que você está disponível para uma obratranscultural. Invista na preparação, seja conhecimento bíblico, vida de evangelizar, cursos ,etc (ver o material completo disponível no link acima)
Como discípulos, estamos conhecendo e operando na vontade do Senhor. Crescendo e frutificando. Não há entre nós os “grandes” e os “pequenos”, somos todos “pequenos” e cheios de poder, e dentre o rebanho, o Senhor separa uns para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, discípulos para a cidade tal, ou discípulos para a nação qual. O objetivo: Formar Cristo! Fazer discípulos. Estabelecer a igreja.
De quem é a Missão?
Tendo um chamado sobrenatural ou não, a missão não é do discípulo (missionário). A missão é da igreja. Missionário não é uma profissão, é um destaque para o discípulo que precisa de uma preparação e suporte diferenciado para enfrentar uma nova etnia/povo/nação. "Eu tenho um chamado para Paris, igreja me envie e me sustente", não vai acontecer assim.
Seu chamado precisa ser trabalhado junto com a igreja, com os líderes, mas a igreja não pode ser refém do seu chamado. Seu coração pode arder por um determinado lugar, mas se você está só, não parece ser o momento, Jesus envia de dois em dois. Ou, a necessidade pode apontar para outro lugar. Nunca ande só, nem construa só.
Missão ou mudança de endereço?
Eu quero ir para as nações! Qual nação? a que está no coração de Deus? Ou a que proverá um padrão de vida bom.
Só servem as nações do ocidente? Ou Deus e a igreja podem te enviar para onde precisa?
Alguns apenas desejam morar fora, trabalhar em outro país. O foco não é o surgimento da igreja. Então, é apenas um discípulo que vai morar em outra cidade, e não há problemas com isso. Só não chame isso de missão transcultural.
Queira mesmo ir para as nações. Mas, continue sendo alguém fácil de ser conduzido pelo Senhor, e pela Sua igreja.