Pecado é a transgressão da Lei. 1 Jo 3:4. Entretanto, quando dizemos que posso praticar algo, porque a Bíblia não diz nada sobre o assunto, i.e., não estou quebrando a Lei, este versículo precisa ser visto com Lupa, com muita profundidade e oração.
Em Rm 4.15: “porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão”.
Que bagunça seria isso, porque nós que não somos judeus, não vivemos debaixo da Lei, então tá liberado? Claro que não. A expressão “Transgressão da Lei”de 1 Jo 3:4, é no original ανομια, Anomia; é um estado “sem lei” e não apenas “contra lei”. Não é a simples rebeldia ou ilegalidade, mas quem comete ou pratica pecado, está agindo como se não existisse lei e está vivendo como “sem lei”. Estamos sob a Lei de Cristo, que é muito mais profunda, e foca mais no coração e motivações do que simplesmente nas ações. (1 Co 9:21)
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar” 1 Co 10:31-33
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” 1 Co 6:12
Lendo 1 Co 8 e o 10, podemos ver também que maculando a consciência alheia, peco contra Cristo. Então, mesmo em coisas lícitas e que, HOJE, não são pecados, a minha liberdade é limitada pelo amor, e temor de escandalizar, ou ser pedra de tropeço. (Mc 9:42)
Ainda que a Bíblia seja a Palavra de Deus e, como tal, nela não possa haver erro algum, isso não significa que nela não haja dificuldades.
A Bíblia é isenta de erros, mas os que a criticam não são.
Todas as alegações feitas nesse sentido baseiam-se em erros cometidos pelos próprios críticos.
Tais erros enquadram-se numa das seguintes principais categorias:
Erro número 1: assumir que o que não foi explicado seja inexplicável.
Erro número 2: presumir que a Bíblia é culpada, até prova em contrário.
Erro número 3: confundir as nossas falíveis interpretações com a infalível revelação de Deus
Erro número 4: falhar na compreensão do contexto da passagem.
Erro número 5: deixar de interpretar passagens difíceis à luz das que são claras.
Erro número 6: basear um ensino numa passagem obscura.
Erro número 7: esquecer-se de que a Bíblia é um livro de escritores humanos, com características humanas.
Erro número 8: assumir que um relato parcial seja um relato falso.
Erro número 9: exigir que as citações do Antigo Testamento feitas no Novo Testamento sejam sempre exatas.
Erro número 10: assumir que diferentes narrações sejam falsas.
Erro número 11: presumir que a Bíblia aprova tudo o que ela registra.
Extraído do livro: Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “contradições” da Bíblia
De Norman Geisler e Thomas Howe