🔹O diabetes mellitus (DM) é um fator de risco para o desenvolvimento de infecções. 🔹Diversos fatores podem contribuir para isso, como diminuição da atividade dos polimorfonucleares neutrófilos, alteração na aderência, quimiotaxia e opsonização leucocitária, resposta imune celular ineficiente e retardada aos agentes nocivos, alteração dos sistemas antioxidantes e menor produção de interleucinas (IL-2), redução da resposta vascular a mediadores inflamatórios como histamina e bradicinina, insuficiência vascular, neuropatia periférica e autonômica, diminuição da ligação proteica com consequente edema, redução da degranulação dos mastócitos, piora da oxigenação tecidual e colonização de pele e mucosas com patógenos como Staphylococcus aureus e Candida. 🔹Todas essas anormalidades parecem estar direta ou indiretamente relacionadas com a hiperglicemia crônica. 🔹As infecções que acometem pacientes com DM têm apresentação clínica semelhante à da população geral, são causadas por agentes etiológicos similares aos mais comuns na região e devem ser tratadas de modo semelhante. 🔹No entanto, muitas vezes, têm maior gravidade e mortalidade. Alguns quadros infecciosos pouco usuais são muito mais frequentes em pacientes com DM do que na população geral, como a otite externa maligna, a mucormicose rinocerebral, a colecistite enfisematosa e a pielonefrite xantogranulomatosa. 📚Referência: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2019-2020
Vamos relembrar?📖📝 PÉ DIABÉTICO - FISIOPATOLOGIA 🦶 O pé diabético – que se configura como a principal causa de amputação não traumática de membros inferiores, resulta de uma interação cíclica e complexa de inúmeros fatores de risco, que pode culminar com sua principal complicação: as úlceras (UPD). Na sua fisiopatologia, está presente a polineuropatia diabética periférica, que constitui o principal fator permissivo, ocasionando insensibilidade e deformidades estruturais dos pés, promovendo áreas de pressão anormal e modificando o padrão da marcha. Dessa forma, o pé do paciente está sujeito a um maior estresse biomecânico, que associado ao uso de calçados inadequados favorece um ambiente propenso para o surgimento das úlceras. Além disso, a associação com a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), que compõe um importante fator evolutivo ( e independente pra UPD) com infecção – importante fator complicador, pode levar a um desfecho desfavorável, que são as amputações.🌀 Referência: VILLAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 📚