Construção do Monumento do Ypiranga (1888).
O Museu Paulista da USP é uma unidade da Universidade de São Paulo, parte do conjunto de museus da universidade. O antigo Museu do Estado foi integrado à USP em 1963, e desde então o Edifício-Monumento (popularmente conhecido por Museu do Ipiranga), bem como o Museu Republicano de Itu, extensão no interior paulista, passaram a ser administrados pela universidade.
Atualmente, o Museu Paulista da USP possui um acervo com cerca de 450 mil itens, a partir dos quais promove seus cursos, palestras e eventos acadêmicos e culturais. Sua sede, o Edifício-Monumento do Museu do Ipiranga, está atualmente fechado à visitação para a execução de um processo integral de restauro e modernização.
No mesmo bairro, possui três outros imóveis com acesso ao público: a Biblioteca, o Centro de Documentação Histórica e as atividades educativas, acadêmicas e de cultura e extensão da unidade.
Museu Paulista da Universidade de São Paulo, também conhecido como Museu do Ipiranga ou Museu Paulista, é o museu público mais antigo da cidade de São Paulo, cuja sede é um monumento-edifício que faz parte do conjunto arquitetônico do Parque da Independência. É o mais importante museu da Universidade de São Paulo e um dos mais visitados da capital paulista.
O museu foi inaugurado oficialmente em 7 de setembro de 1895 com o nome Museu de História Natural. Este importante símbolo da Independência do Brasil está vinculado à Universidade de São Paulo desde 1963, como uma instituição científica, cultural e educacional que exerce pesquisa, ensino e extensão com atuação no campo da História.
É responsável por um grande acervo de objetos, mobiliário e obras de arte com relevância histórica, especialmente aquelas que possuem alguma relação com a independência do Brasil e o período histórico correspondente. Uma das obras mais conhecidas de seu acervo é o quadro "Independência ou Morte", pintado pelo artista Pedro Américo, em 1888, recebendo em média 350 mil visitas anuais. Além de exposições, as atividades do Museu do Ipiranga se estendem por meio de programas educativos, como cursos e pesquisas científicas que fazem uso dos recursos humanos e do acervo permanente da instituição. A ampliação de coleções se faz por meio de doações ou aquisições e parte importante das atividades desenvolvidas no museu envolve a conservação física, estudo e documentação do acervo.
Em 1922, no período do Centenário da Independência, formaram-se novos acervos, principalmente abrangendo assuntos da História de São Paulo, e executaram a decoração interna do edifício, contando com pinturas e esculturas no Saguão, na Escadaria e no Salão Nobre que apresentassem a História do Brasil, para assim reforçar a instituição como um símbolo histórico brasileiro. Foi nesta época que se instalou o Museu Republicano “Convenção de Itu”, uma extensão do Museu Paulista no interior do Estado de São Paulo. Desde agosto de 2013, o museu está fechado ao público "para obras, restauros e reparos" após um estudo apontar que a estrutura do prédio estava abalada. A previsão de reabertura é para o ano de 2022, como parte das comemorações do bicentenário da Independência.
MAE
A partir da década de 1970, em consonância com o maior desenvolvimento da etnologia no Brasil, o acervo do Museu de Etnografia registraria uma expressivo crescimento, chegando a 4.000 peças na época de sua incorporação ao MAE. Em função dessa conjectura histórica, a maioria dos objetos procedentes do Museu de Etnografia é composta por materiais relativamente recentes, coletados por pesquisadores do Departamento de Antropologia da USP e de outras instituições. Há, entretanto, pouca documentação histórica a respeito do Museu de Etnografia e muitos dos documentos são contrastantes entre si, a começar pela denominação da instituição, por vezes chamada de "Museu de Etnologia". Os registros internos da Universidade de São Paulo referem-se à coleção, desde ao menos o ano de 1975, sob a denominação "Acervo Plínio Ayrosa".
O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP) é uma unidade da Universidade de São Paulo. voltada à pesquisa, à docência e à difusão cultural e científica. Foi criado em 1989, a partir do desmembramento dos setores de arqueologia e etnologia do Museu Paulista, aos quais se fundiram as coleções do Instituto de Pré-História da USP, do antigo museu homônimo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e do Acervo Plínio Ayrosa.
A formação do acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP está intrinsecamente relacionada ao processo histórico de desenvolvimento dos setores de arqueologia e etnologia do Museu Paulista, uma vez que o MAE é herdeiro direto destas coleções. É do Museu Paulista que procedem alguns dos objetos mais antigos e raros do acervo do MAE. Já na coleção inicial do Museu Paulista, composta por objetos provenientes do vasto e eclético acervo particular amealhado em meados do século XIX pelo comerciante Joaquim Sertório, ao qual se juntou o acervo do extinto Museu Provincial da Associação Auxiliadora do Progresso da Província de São Paulo (fundado em 1877), existiam peças etnográficas e arqueológicas, além de outros objetos de naturezas diversas, como itens históricos, zoológicos e botânicos, seguindo o modelo de museu enciclopédico, de cunho naturalista, típico das instituições museológicas do século XIX, e refletindo o caráter de gabinete de curiosidades da referida coleção Sertório.
Instalado no palácio do Ipiranga, o Museu Paulista demonstra interesse pela pesquisa arqueológica e pela etnografia desde a sua inauguração em 1895, como atesta o primeiro volume da Revista do Museu Paulista, deste mesmo ano, que traz um artigo assinado por Hermann von Ihering, primeiro diretor do museu, intitulado "A civilização pré-histórica do Brasil meridional", versando sobre aspectos etnográficos das populações indígenas do sul do Brasil. Durante toda a gestão de Ihering, o museu lograria ampliar consideravelmente as coleções de arqueologia e zoologia, principalmente por meio de permutas com instituições congêneres.
Após a saída de Ihering, entretanto, o museu começaria a ceder à tendência internacional de especialização dos museus enciclopédicos, abandonando aos poucos o perfil de museu de história natural: em 1927, a seção de botânica foi transferida para o recém-criado Instituto Biológico da Defesa Agrícola e, em 1939, as coleções zoológicas passam para a guarda da Secretaria da Agricultura, que pouco depois as utiliza como acervo base do Museu de Zoologia. Permanecem no palácio do Ipiranga as coleções arqueológicas, etnográficas e históricas, conferindo ao Museu Paulista o caráter de "museu de memória", seguindo o projeto elaborado por Afonso d'Escragnolle Taunay. Essa nova configuração, entretanto, não trouxe prejuízos para as atividades científicas do museu, uma vez que o mesmo encontrava-se vinculado à Universidade de São Paulo desde a fundação desta, em 1934, na condição de Instituto Complementar. A partir de 1963, o museu é definitivamente incorporado à universidade, como órgão de integração.
Uma outra importante fase de mudanças no Museu Paulista se daria a partir de 1946, quando a instituição passou a ser dirigida pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda. O novo diretor criou a Seção de Etnologia, deixada aos cuidados de Herbert Baldus, um dos precursores da etnologia no Brasil, e passou a realizar pesquisas nos domínios da antropologia e da arqueologia como suas atividades principais. Baldus ficou encarregado de dar início às primeiras expedições científicas de trabalho de campo e de coleta sistemática de artefatos etnográficos junto às populações indígenas. Estas expedições, das quais participaram o pesquisador Harald Schultz e o indianista Curt Nimuendaju, entre muitos outros, dirigiam-se a diversas partes do território brasileiro, retornando com grandes lotes de objetos, incluindo cerâmicas, tecidos, exemplares da arte plumária e artefatos arqueológicos em geral. Sobre os frutos dessas expedições, Baldus comentaria, em 1953:
Na era pós-Baldus, o Museu Paulista buscaria manter o rigor científico das pesquisas. A partir de 1968, com o provimento das funções de arqueólogo, o museu passa a realizar pesquisas sistemáticas em sítios arqueológicos, em conformidade com as modernas concepções científicas da época. As coleções arqueológicas são reorganizadas e desmembradas da Seção de Etnologia, passando a compor um departamento próprio. Multiplicam-se a partir de então os programas de pesquisa abrangendo diferentes regiões do território brasileiro, na maior parte das vezes em convênio com outras instituições. Têm início, entre outros, o Projeto Paranapanema, coordenado por Luciana Pallestrini, visando o levantamento e a análise dos sítios arqueológicos do trecho paulista do rio Paranapanema, o Projeto Anhanguera, sob direção de Margarida Andreatta, que realiza prospecções e escavações no estado de Goiás, em cooperação com a Universidade Federal de Goiás, e o Projeto Piauí, coordenado por Niède Guidon, responsável por uma série de pesquisas no município piauiense de São Raimundo Nonato, cujos achados arqueológicos culminariam na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1991.
Além das peças reunidas em escavações, coletas, expedições científicas e doações, compras eventuais de coleções privadas contribuiriam para a expansão quantitativa e qualitativa do acervo arqueológico do Museu Paulista. É o caso da altamente relevante coleção de cerâmica arqueológica tapajônica, adquirida em 1971 com recursos providos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Trata-se de uma coleção de mais de 8.000 peças cerâmicas, estatuetas e objetos líticos, formada a partir da agregação de duas coleções particulares, pertencentes a Ubirajara Bentes e José da Costa Pereira, coletadas ao longo de mais de vinte anos em uma área que se estende de Santarém até o rio Xingu.
Fachada do Museu Republicano "Convenção de Itu".
Em Itu, além da sede expositiva, compõem ainda o Museu Republicano o Centro de Estudos, conhecido por "Casa do Barão", que abriga entre outros a Biblioteca e a área administrativa, e a Casa da USP, local das atividades de conservação e restauro dos acervos.