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Brites de Almeida, mais conhecida por padeira de Aljubarrota, não se enquadrava nos típicos padrões femininos: era feia, de cabelos crespos, muito forte e grande. Tinha um comportamento masculino, o que se refletiu nas profissões que teve ao longo da vida.
Nasceu em Faro, no século XIV, de família pobre e humilde, e em criança preferia vagabundear e andar à pancada em vez de ajudar os pais na taberna de onde estes tiravam o sustento diário. Aos vinte anos ficou órfã, vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente.
Aprendeu a manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente. Um dia, cansada daquela vida, aceitou o trabalho de padeira em Aljubarrota e casou-se com um honesto lavrador.
Com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota, Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza: pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português, que naquele dia derrotou o invasor castelhano.
Chegando a casa, cansada mas satisfeita, despertou-a um ruído estranho: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos.
Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os ali mesmo. Tomada de zelo nacionalista, liderou em seguida um grupo de mulheres que perseguiram os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas.
Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz, junto do seu lavrador, mas a memória dos seus feitos heroicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal.
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