🔸 Consciência – Estar atento ao que te rodeia: zonas de risco, pessoas suspeitas, possíveis rotas de fuga. Por exemplo, ao saíres do trabalho à noite, evitares ruas mal iluminadas ou andares distraído ao telemóvel.
Exemplo: Estás a sair de um hospital depois de um turno da noite. Antes de chegares ao carro, olhas à tua volta, evitas atalhos por zonas isoladas e tens a chave pronta na mão. Evitas estar no telemóvel ou com auscultadores — estás presente.
🔸 Postura – A forma como caminhas, olhas e te posicionas comunica confiança ou vulnerabilidade. Uma postura firme e atenta pode dissuadir potenciais agressores antes que haja confronto.
Exemplo: Caminhas de forma erguida, com passo firme e olhar atento. Mesmo que estejas cansado, não deixas o corpo “cair”. Alguém com más intenções pode pensar duas vezes antes de se aproximar de alguém que transmite confiança.
🔸 Leitura do ambiente – Saber identificar sinais de tensão, movimentos estranhos ou mudanças no comportamento de alguém. Por exemplo, reconhecer quando uma discussão está prestes a escalar ou perceber que alguém te está a seguir.
Exemplo: Estás numa sala com um utente visivelmente agitado. Começa a andar de um lado para o outro, fecha os punhos, não quebra o contacto visual e responde de forma agressiva a perguntas simples. Em vez de continuares a abordagem padrão, reconheces os sinais, manténs uma distância segura, avisas discretamente um colega e reencaminhas a conversa para um espaço mais controlado, prevenindo um possível confronto.
🔸 Gestão do medo – Manter a calma sob pressão, controlar a respiração e evitar bloqueios. Treinar estas respostas permite agir em vez de congelar — seja para fugir, pedir ajuda ou defender-te.
Exemplo: Num momento de conflito verbal, sentes o coração acelerar. Em vez de reagires impulsivamente, focas-te na respiração e manténs o tom de voz calmo. Isso acalma a situação e impede uma escalada física. Se for preciso pede desculpa mesmo não sendo culpado! O importante é sair em segurança
🔸 Ações concretas – Técnicas simples e eficazes para libertação de agarramentos, uso do corpo ou do meio circundante para criar distância ou imobilizar temporariamente alguém. Tudo adaptado à tua realidade e com foco em sair em segurança e rapidamente.
Exemplo: Alguém te agarra pelo pulso de forma agressiva. Em vez de puxar em pânico, aplicas uma técnica simples de rotação do braço para libertar-te e crias distância com um passo lateral, colocando o teu corpo fora da linha de ameaça.
Evitar reagir e escolher agir é importante porque te dá controlo.
Reagir é instintivo, automático — muitas vezes emocional. Pode ser gritar, empurrar, entrar em pânico ou atacar de forma descontrolada. Nessas situações, o risco de agravar o conflito, cometer erros ou até ficar vulnerável aumenta.
Agir, por outro lado, é uma escolha consciente. Significa em primeiro lugar PREVENIR, é evitar cair numa situação de possível conflito. É respirar fundo, avaliar a situação, decidir a melhor resposta — seja afastar-te, falar com firmeza, pedir ajuda ou aplicar uma técnica. É atuar com intenção, não por impulso.
Na prática da defesa pessoal, esta diferença salva. Porque não se trata de "ser forte", mas de tomar decisões eficazes, seguras e proporcionais ao que está a acontecer.