Pesquise como uma mulher

Pesquise como uma mulher: uma proposta para estimular e incentivar meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação

Orientador(a): Flávia Twardowski

Área e subárea: Engenharias - Engenharia de Produção

Resumo: Historicamente as mulheres têm pouca representatividade na ciência, especialmente quando se observa as áreas de ciência exatas. No Brasil as mulheres são maioria na Educação Superior, porém esse dados não se refletem nas carreiras científicas, e em nas áreas de ciências exatas, engenharias e computação o número de mulheres é inexpressivo e pouco representativo.

No caso do IFRS Campus Osório, a análise do perfil de ingressantes nos cursos das áreas de informática, tanto de nível médio quanto de graduação, mostrou a pouca representatividade das mulheres nessa área. No caso do Ensino Médio Técnico na área de informática as meninas representam 30% das matrículas, no caso do curso de Graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas a representatividade cai para 17%, reforçando a hipótese de que as meninas são pouco estimuladas e conforme aumenta o nível de instrução elas se afastam mais dessas áreas. De modo geral, a literatura sobre o tema indica que a falta de reconhecimento e valorização das mulheres e suas produções científicas, especialmente em áreas de exatas, vem contribuindo para que as meninas não se identifiquem e se afastem das carreiras científicas nas ciências exatas. Portanto, acredita-se que uma das formas de desconstruir essas barreiras e entraves é a divulgação de cientistas mulheres e seus trabalhos, e também incentivar as meninas para as carreiras científicas através de ações e projetos na Educação Básica.

Dessa forma, essa proposta busca identificar quais ações de incentivo à ciência e como o contato com pesquisadoras e com o método científico podem contribuir para aproximar e incentivar meninas nas áreas de ciência exatas, engenharias e computação. Tem, portanto, como objetivo principal compreender a relação das meninas na Educação Básica com a ciência, e implementar ações de incentivo à pesquisa e à ciência que contribuam para aproximar meninas da educação básica das áreas de ciências exatas, engenharias e computação. O projeto conta com a participação de oito professoras do IFRS Campus Osório nas áreas de Engenharia de alimentos, Matemática, Física, Biologia, Computação e Inglês. Nesse aspecto acreditamos que a presença feminina nas ações do projeto contribui positivamente para que as meninas possam vislumbrar sua participação nas ciências exatas, a partir do contato próximo com pesquisadoras nessas áreas. Essa participação feminina contribui para desmistificar a construção do imaginário popular sobre cientista homem, especialmente com a ideia de que ciências exatas estão relacionadas com aptidões do sexo masculino, contrapondo essa visão com a presença próxima das pesquisadoras com as estudantes. Nesse aspecto, o reconhecimento da presença feminina na ciência e de pesquisadoras na própria instituição pode contribuir positivamente para que as estudantes de graduação sejam estimuladas e valorizadas nos cursos, incentivando sua permanência nessas áreas. Além disso, as ações promovidas nas escolas de Educação Básica para a reflexão e debate sobre a participação feminina na Ciência pode colaborar para que outras estudantes, além das bolsistas de ICJ, possam ser incentivadas e se aproximem das áreas de ciências exatas.

A proposta será desenvolvida com estudantes e professores, das séries finais do Ensino Fundamental, em três escolas de Educação Básica localizadas no município de Osório/RS. As três escolas selecionadas respondem por 37% dos estudantes matriculados no Ensino Fundamental do município. O projeto se caracteriza como uma pesquisa com abordagem qualitativa com o intuito de conhecer e descrever o objeto de estudo. Portanto, pretende identificar as percepções de professores e estudantes das escolas de Educação Básica envolvidas no projeto sobre ciência, especialmente sobre o papel e inserção das mulheres na ciência, em especial em áreas de ciências exatas, engenharias e computação. Busca também analisar a influência da escola, dos professores e colegas, na relação das meninas com as áreas de ciência exatas. E pretende avaliar o impacto de ações de incentivo e estímulo para meninas, como o contato com pesquisadoras e com os métodos científicos, para verificar se estas ações podem modificar e melhorar as perspectivas das meninas sobre as carreiras científicas. Será utilizado aprendizagem ativa para trabalhar diretamente com os estudantes bolsistas de ICJ, bem como junto aos professores das escolas de Educação Básica e bolsistas de IC do campus Osório. Os estudantes assumirão uma postura ativa, onde resolverão problemas, desenvolverão projetos científicos a fim de criarem oportunidades para a construção de conhecimento. Entre as diversas ações previstas para o projeto, destacamos a organização de um clube de ciências nas escolas de educação básica; a realização de oficinas e cursos de capacitação ofertados aos professores das escolas de Educação Básica; e também palestras visando promover o incentivo e reconhecimento das mulheres na ciência. Todas as ações propostas podem ser replicadas para outras escolas da região, como um projeto único ou como ações isoladas visando contemplar o maior número de estudantes e professores, promovendo o incentivo à ciência no longo e médio prazo. Espera-se incentivar a participação feminina na ciência e o ingresso das meninas, alunas da educação básica, das escolas participantes, na área das ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Desta forma, um dos resultados previstos é o aumento do ingresso de meninas nos cursos de informática no nível médio e nos cursos superiores de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Licenciatura em Matemática.

Escolas Participantes: Escola Estadual de Ensino Médio Albatroz, Escola Estadual de Ensino Fundamental General Osório, Escola Municipal de Ensino Fundamental Osvaldo Amaral.