PERSONA CULT

Albenise Vasconcelos

Artista visual sobradense, Albenise Vasconcelos explora o mundo do pontilhismo, técnica em que pequenos pontos provocam uma mistura óptica nos olhos do observador. Amante da linguagem visual, a artista escreve sua história através de desenhos que expressam sua sensibilidade e o modo com que enxerga o mundo em todos os seus detalhes.

Possui formação artística em Desenho pelo Centro Estadual de Arte de João Pessoa e atualmente é graduanda do curso de Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba. Seu interesse pela Arte surgiu ainda durante a infância, quando começou a desenhar, desaguando sua trajetória como artista visual em uma série de experiências em diversas exposições artísticas coletivas na cidade de João Pessoa tendo exposto algumas e suas obras através da Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba, Galeria de Arte Lavandeira e Instituto dos Arquitetos do Brasil. A artista celebrou sua primeira exposição individual (A Ponto de Ser - em exposição durante o período de dezembro de 2020 à maio 2021), na Galeria de Artes da Casa da Cultura - Sobrado/PB, com um apanhado de obras autorais que reúne produções desenvolvidas ao longo dos últimos quatro anos, em que seu processo criativo é revelado ao público de forma didática, direta e sensível.

Adauto Ramos

UM ILUSTRE SOBRADENSE, UM EXEMPLO DE CULTURA


Por Edno Paulino de Luna

Prof. de Geografia

Mestrando em Educação

Diretor de Cultura


Doutor Adauto, como ficou conhecido o nosso primeiro dentista e um dos que ocuparam a diretoria de cultura deste município, é um ilustre intelectual sobradence e reconhecido em toda Paraíba.. Com seu coração de raízes fincadas no Engenho Canfundó, localizado nas terras próximas ao sítio Areia Vermelha, uma singela comunidade da zona rural do município de Sobrado, Adauto Ramos publicou uma série de livretos, brochuras com um riquíssimo material sobre a história e geografia deste município, sua terra natalícia.

Foi o idealizador e fundador da nossa primeira biblioteca pública, cujo nome "Cândido de França Ramos", homenageia seu pai, proprietário do histórico Engenho Cafundó. Adalto não só contribuiu com a cultura e difusão da literatura em Sobrado através da biblioteca, como também é o maior pesquisador da nossa história, fato que muito nos orgulha. Imortal em suas obras, o sobradense pode se orgulhar de ter este militante da cultura e patrimônio histórico como seu filho.

Temos a honra de expor um pouco da sua biografia e bibliografia neste nosso portal, onde pudemos citar vários dos seus textos, frutos do zelo e dedicação pela nossa história e memória. Em suas pesquisas, Dr. Adauto doou-nos um vasto material iconográfico, histórico e de cunho genealógico que hoje é imprescindível para todos e todas que buscam fontes de pesquisa para análises historiográficas de Sobrado e região.

Poeta, declarou o amor por sua terra no livro "Meu Torrão", obra que além da topofilia eminente, descreve cenários do passado através do seu eu lírico colorido pelas imagens da antiga vila chamada Sobrado e do engenho Cafundó, seu querido torrão.

Hoje, como leitor de suas obras, reconheço com imensa gratidão as horas que investiu na pesquisa, das quais produziram dados mui valiosos. Portanto, nada mais justo e digno conceder este pequeno espaço em sua homenagem, homenagem à um ilustre sobradense, um exemplo de cultura.

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Adauto Ramos

Baluarte da Genealogia e Heráldica na Paraíba


Por Marinalva Freire da Silva

Licenciada em Letras

Doutora em Filosofia Romântica

Escritora

Adauto Ramos é um nome já bem conhecido e respeitado pela classe dos intelectuais paraibanos devido ao sério trabalho de pesquisa no campo da Genealogia e Heráldica. Nasceu no Engenho Cafundó, no Município de Sapé (PB) [após a emancipação política, o Cafundó passou a pertencer a Sobrado]. É filho de Cândido de França Ramos e Luzia Guedes Ramos. É Cirurgião-Dentista, profissão que escolheu se não me equivoco, mais para sobrevivência do que por vocação, pois se trata de uma pessoa totalmente voltada para as letras, para a pesquisa, para a cultura humanística. Exímio genealogista resgata com muita precisão "as nossas causas e a nossa gente", no dizer de Franquinha (In memoriam). [...]

Retomando meus parcos comentários sobre Adauto ramos, como historiador e defensor de nosso matrimonio cultural, denuncia o descaso das autoridades com a patrimônio artístico e histórico da várzea do Paraíba, sob o título "Isto é uma vergonha", publicado em O Bazar, (nov/91), artigo resultado de uma pesquisa exaustiva, realizada conjuntamente com o professor Nivalson Miranda, insigne pintor heraldista, na várzea do Rio Paraíba. Trata-se de uma denúncia onde ele faz apelo aos novos dirigentes e responsáveis pelo patrimônio histórico, bem como aos prefeitos e proprietários rurais que preservem as nossas capelas, pois elas representam o legado do nosso passado.[...]

Adauto Ramos, como pessoa muito dinâmica e polivalente, é filiado a várias entidades culturais brasileiras, como sócio efetivo e correspondente. Na qualidade de Sócio efetivo, foi empossado como membro do Instituto Histórico e Geográfico da paraíba, no dia 25 de outubro de 1991, e presidente do instituto do Instituto de Genealogia e Heráldica, no dia 19 de novembro do mesmo ano. Já era vice-presidente do Gabinete Paraibano de Cultura, Sócio da união Brasileira de Escritores da Paraíba e da Academia Paraibana de Poesia; pertence ao Colégio Brasileiro de genealogia (Rio de Janeiro) e a Academia Paraibana de Odontologia. É sócio correspondente dos Institutos: Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte/RN, Histórico e Geológico e Genealógico de Sorocaba/SP, Histórico e Geográfico de Campina Grande/PB, bem como do Instituto de Estúdios Genealógico y Heráldico de La Província de Buenos Aires/Argentina.

É sócio fundador do Gabinete Paraibano de Literatura-G.P.L; Fundação Fortaleza de Santa Catarina e Associação Dos Amigos do Convento do Almagre-Cabedelo/PB.

Exerceu várias funções e cargos na saúde e na educação e cultura da paraíba, a saber:

Professor de Ciências Físicas e Biológicas do Colégio Comercial "Getúlio Vargas-João Pessoa-PB (1964-1966); Colégio estadual de Cabedelo/PB(1965-1966); Ginásio municipal de Natuba/PB; Ginásio Assis Chateaubriand-Umbuzeiro/PB.

Diretor do Colégio estadual de Sapé/PB (1967-1969) e do Colégio estadual de Umbuzeiro/PB (1979-1981).

Cirurgião-Dentista da Secretaria de Saúde da paraíba no s posto de Saúde de Sapé, Umbuzeiro, Sobrado, Natuba e centro de Saúde "Teixeira de Vasconcelos", em João Pessoa.

Diretor da Divisão de Cultura da Prefeitura Municipal de Sobrado/PB (2002).

Presidente do Instituto paraibano de genealogia e heráldica (1991/1994; 1994/1997; 2000/2003; 2003/2006).

Secretário Geral do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (1998/2001); (2001/2004).

Vice-presidente do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica (1998/1999; 1997/2000; 2006/2009)[...]

O incansável Adauto Ramos, merecidamente, é detentor de várias comendas, entre as quais, (1) Do Mérito Cultural "José Maria dos Santos"- IHGP e 92) Cruz de Alvarenga e dos Heróis Anônimos - Instituto histórico, Geográfico e genealógico de Sorocaba-São Paulo.

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Fonte: SILVA, Marinalva Freire. Adauto Ramos - Baluarte da Genealogia e Heráldica na Paraíba. João Pessoa: Sal e Terra, 2013.

Juraci Marques Ferreira

Nasceu no dia 05 de junho de 1940, numa madrugada chuvosa de quarta-feira, na localidade Fazenda Ipanema, zona rural do então Distrito de Sobrado, Município de Sapé. Seus pais são João Ferreira Alves e Eulália Marques Ferreira, já falecidos. Ao completar cinco anos, foi levado para aprender as primeiras letras na Escola Rudimentar Mista, daquele meio, criada pelo decreto estadual 441, de 19 de abril de 1944, tendo como professora a jovem Severina Ferreira da Silva, conhecida por Dona Nazinha, que havia sido nomeada, recentemente, pelo então Interventor do Estado da Paraíba, doutor Rui Carneiro.

Já aos eis anos, passou a residir no lugar Riachão do Poço, zona rural do mesmo Distrito, juntamente com seus genitores que lá compraram um sítio de terras com casas e outras benfeitorias. Sua segunda educadora, ao chegar ao novo lugarejo, foi a mestra Dona Petronilia, que ensinava naquele meio há anos. Posteriormente, naquele ambiente, ainda foi aluno da professora Laura Cardoso Cruz.

Aos 15 anos, foi levado a participar de um curso de admissão na cidade de Guarabira, com a educadora Dona Maria Eulália, a fim de no ano seguinte ter melhor aptidão para fazer uma prova de seleção na Escola Agrícola de Bananeiras, onde, sob o incentivo de seu tio Genival Braz pereira, pretendia ingressar no curso de Iniciação Agrícola.

Aprovado e 1956 na devida seleção da Escola, ali permaneceu até 1959, onde inclusive dirigiu o jornal estudantil "O Agro-Lux", nele escrevendo diversos artigos em referência a temas da época. No ano seguinte, foi matriculado no curso científico do então Colégio "Lins de Vasconcelos" de João Pessoa, onde concluiu no final de 1962. Nessa época, também trabalhou por mais de um ano no Escritório das Usinas São João e Santa Helena, em João Pessoa, tendo ali como um dos companheiros de trabalho Maílson da Nóbrega, que, anos depois, vinha a ser Ministro da Fazenda.

Depois de parar por certo tempo seus estudos, em 1963 foi eleito vereador pelo Município de Sapé, ocorrendo e, no ano seguinte, casou-se e foi residir na sede do Município antes mencionado. Naquela cidade, além da prática de atividades como vereador, sendo Presidente da Câmara Municipal por duas vezes, já em 1965 foi contratado pelo então governador Pedro Moreno Gondim para exercer um cargo de professor, numa cadeira de Ciências Físicas e Biológicas junto ao Ginásio Estadual de Sapé, tendo lecionado naquele Educandário por cerca de dez anos. Também, naquela oportunidade, foi aprovado nos exames vestibulares perante a Faculdade Federal de Direito da Paraíba, tendo ali concluído o Curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1969. Na sua fase acadêmica, ainda lecionou Sociologia na então Escola Comercial "Corálio Soares", da cidade de Sapé.

Por outro lado, também, no campo das atividades jurídicas, de natureza particular, foi profissional por mais de vinte e cinco anos, sempre trilhando os caminhos do Direito e da Justiça. Além do mais, a partir de 1997, foi Assessor de Assuntos Jurídicos e Administrativos da Prefeitura Municipal de Sapé.

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Fonte: FERREIRA, Juraci Marques. Sobrado dos meus ancestrais. p. 15-16. João Pessoa: F&A Gráfica e Editora, 2010.



Arthur Roberto Coêlho

Por Adauto Ramos

Cirurgião Dentista/UFPB

Genealogista, poeta, membro do IHGP.

Membro do IPGH

Filho de Antônio Roberto de Souza Coêlho e de Cândida Maria das Neves; nasceu em novembro do ano de 1889, no engenho Melancias, do município de Pedras de Fogo, Paraíba, e hoje pertencente ao município de Sapé. Foi batizado pelo Vigário Floriano de Queiroz Coutinho, na paróquia Nossa Senhora dos Anjos, de São Miguel de Taipú, aos 02.06.1890, com 7 meses de nascido. Foi apadrinhado por Olívio Marcílio Dias Tavares e o batizado foi realizado em uma capela que, no registro, não consta o nome do orago. Poderia ter sido na capela de São Sebastião da povoação de Sobrado, hoje município e terra do nascimento do autor destas linhas. A mãe de Arthur era conhecida por Dona Candinha Crente, isto porque mudou de religião e rebatizou o filho também uma filha.

Em uma missiva ao poeta Guimarães Barreto, Arthur dizia: "Morei no Sapé criei-me em João Pessoa, (na época a capital chamava-se Parahyba) e Itabaiana, com uma ida de dois anos a São Paulo e uma viagem ao Amazonas de um ano, quando tinha 13 anos". Na capital paraibana foi aluno da professora Alexandrina Nacre, avó do escritor Osias Nacre. No ano de 1916 estava de volta ao Amazonas, de onde enviou sonetos que foram publicadas em "O jornal", de Itabaiana. Reproduzimos, neste trabalho, três destes soneto.

Quando residiu na capital tornou-se aprendiz de tipógrafo e, em 1908, foi convidado pelo juiz e Itabaiana, Dr. Heráclito Cavalcante Carneiro Monteiro, para ser editor do jornal "O Município". O primeiro número deste jornal circulou a 24.05.1908, e o último no ano de 1915, ano em Arthur Coêlho empreendeu a sua segunda viagem ao Amazonas. Em Manaus e Belém do Pará teve uma vivência de aprendizado e decidiu ir para os Estados Unidos da América. Não precisamos quando o escritor sapeense foi "fazer a América". Na terra distante teve seus tempos de dificuldades mas, terminou sendo contratado pela Paramount Pictures, onde permaneceu por 30 anos, como assessor cultural, censor de scripts e tradutor das legendas dos filmes produzidos.

Casou-se com Katharine Rodger, moça de alto nível cultura, grande colaboradora do marido. Uma vez viúva, ela voltou, por recomendação do marido, à música, piano, canto e regência de coros na igreja Unitária de New York. Sobre o esposo ela afirmou: "Era, realmente, um príncipe. Fui a mulher mais feliz d mundo em havê-lo tido como esposo". Não tiveram filhos. Arthur tinha por hobby a correspondência; mantinha contato com inúmeros intelectuais do Brasil. Sua casa era tida como "a embaixada não oficial do Brasil", onde ele recebia os escritores brasileiros. Juntou toda esta correspondência em 10 volumes, ao que intitulou "Meu Epistolário".

Poeta e escritor, Arthur Coêlho publicou "Brasilian Portuguese Self-taught" editado nos anos quarenta e foram tiradas cinco edições. Em 1962 publicou "Versos" em Nova York. No ano de 1978 a UFB editou "O brasileiro da Sing-Sing e outros contos da América" e, no mesmo ano, "Versos". Por fim "Meu epistolário" em 10 volumes, em 1973 o último volume.

Arthur Coêlho faleceu em um hospital em New Jersey - USA, em março de 1973, com 84 anos de idade.

No livro "Versos" Arthur dedica a "À memória de Cândida das Neves, a matuta bonita que foi minha mãe."

Tomamos o texto, sobre Arthur Coêlho, publicado no Dicionário Literário da Paraíba, da escritora Idelette Fonseca dos Santos, que nos dá informações literárias sobre o nosso biografado.

Apesar de ausente tantos aos, Arthur Coêlho nunca se esqueceu do Brasil, tinha "A imagem do Brasil gravada na mente e no coração".

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Fonte: RAMOS, Adauto. Arthur Coêlho, um paraibano na América. João Pessoa: Sal da Terra, 2009.

Edno Paulino de Luna


Por Paulo Palhano (*)

Edno de Luna deu seu primeiro berro em João Pessoa, pois nasceu na capital do Estado da Paraíba. Ele é fruto do amor de Maria José Paulino de Luna e Severino de Luna, em 1982. Ela é doméstica e costureira. Ele, militar. O núcleo familiar foi construído por mais dois irmãos: Edmundo de Luna, sargento militar; Emmanuel Paulino de Luna, educador, historiador e atualmente pós-graduando em ciências da religião estudando o fenômeno social e ícone Frei Anastácio.

Sua infância, como criança pequena ao tempo presente, transcorreu no chão de Sobrado, cidade querida, amada. Seus olhos castanhos advindos da genética materna brilharam quando adentrou na sua primeira escolinha professora “Dinha”; depois, ao vestir a farda da Escola Municipal (onde hoje fica o edifício do Centro Administrativo de Sobrado), pode cursar o fundamental I. Igualmente ficou encantado ao cursar o Fundamental II na Escola Senador Humberto Lucena, Sobrado-PB. Logo em seguida, sem dúvida, foi uma aventura sem igual, ter ido estudar em João Pessoa em 1990, uma vez que toda a família teve de acompanhar o pilar familiar, visto que necessitou adquirir novos conhecimentos nas artes militares. Ao término, o senhor Severino de Luna foi honrosamente promovido ao corpo do oficialato da Polícia Militar da Paraíba.

Sua graduação foi em Geografia, sendo orientada pelo Dr. Belarmino Mariano na UEPB. Já a especialização obteve orientação do Dr. Carlos Belarmino. E, na contemporaneidade, será mestre em Educação Popular no Centro de Educação da Universidade Estadual da Paraíba.

Edno de Luna já estava alimentado pelo saber tradicional e popular, adquirido em seu núcleo familiar e com a convivência com os seus ancestrais maternos e paternos. Mas, necessitou vencer a fome dos códigos da leitura, da escrita, para se tornar um educador-pesquisador, pois se nutriu também do saber acadêmico.

Com a formação afiada, incorporada, internalizada e externalizada, tendo o habitus e a práxis da educação libertadora, foi estimulado a devolver seu saber às escolas de Sobrado, Sapé e Mari. Foi monitor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, quando teve a proeza de ensinar a arte musical aos jovens em vulnerabilidade social em Mari.

Na contemporaneidade é funcionário público e Diretor de Cultura, coordena a Casa da Cultura de Sobrado. Assume também a coordenação da Escola de Música e da Banda Marcial. Gosta de sarau poético, feiras populares, além da militância para construir o patrimônio memorial e histórico da cidade que tanto ama. Mas, sua origem musical advém do Rock dos anos 1980, inclusive integrou o Grupo Rota 80 Rainha da Sucata(atualmente). Gosta de degustar a literatura de cordel, romances, xilogravuras e tem cultivado a publicação de artigos científicos tematizando o município de Sobrado e microrregião.

Edno de Luna utiliza-se da arte com paixão, amor e Fé. Desde a juventude, das suas quinze primaveras que seus dedos dedilham as cordas, os teclados, assume as palhetas, revolucionando mentes e corações, anunciando verdadeiramente, a luta para romper com os grilhões da dominação, vencer a alienação servil e mortal.

Tornou-se um guerreiro, um ícone encantador das salas de aulas, das praças, dos coretos, dos bares, dos eventos populares, políticos e acadêmicos. Gosta do que faz. Gosta de Paulo Freire, de Che Guevara. Curte o rock de ‘Rita Lee’, ‘Legião Urbana’, ‘Capital Inicial’, ‘Titãs’, ‘Ira’, ‘Ultrage a Rigor’, ‘Nenhum de Nós’, ‘Barão Vermelho’, sendo fã incondicional de Raul Seixas. Daí, se explica o fato de ter sido o fundador das bandas Rota 80, depois ‘Sábado e outros heróis’ e na atualidade gosta de tocar, cantar. A ‘Rainha Sucata’ se faz presente em sua vida.

Teve uma passagem pelo forró com o trio pé de Serra "Baião de viola". Ainda com a cultura popular do Nordeste brasileiro, compôs a música "Utopia Nordestina (finalista no último Forró Fest) e "Tapera Abandonada" 2º lugar no Sapé Fest)

Tem habitus simples e nobres, como: gostar de música, apreciar a natureza, tem como robe fazer leituras de histórias em quadrinhos, romance, poemas e livros de fantasia. Se considera um "um militante cultivador de cultura". Pois atua com prazer e satisfação em atos de políticas públicas pró cultura e do patrimônio.

Edno de Luna em seu destino encontrou a Maria Rita Silva de Luna. Casou-se em 19.12.2006 tornando a sua companheira predileta. Do seu enlace matrimonial foi gerado: Renato Lucas, em 25-06-2012 e Lara Lis, em 19-10-2018 . São pérolas divinas, encantadoras, que provocam no artesão de FOGO DE MONTURO as calmarias e energias necessárias para as suas caminhas em prol do povo que quer vacina no braço e comida no prato, além de trabalho, lazer e educação.

Edno Luna em uma síntese podemos dizer: Tu és uma criatura criadora de outras criaturas. Sua sina é ser um educador da práxis libertadora. Sua atuação é referenciada no amor, na solidariedade. Como vivente usa da imaginação para se exercitar na doação com paixão para gerar nos homens e mulheres atos educativos de libertação, sem alienação.

Sua trajetória possui um profundo vínculo com tudo que tem natureza humana e popular. Assim, temos que celebrar e festejar esse ser de Deus, de Fé, de coragem que alimenta multidões com os valores da libertação. FOGO DE MONTURO é uma oração.

Buscando ser feliz Eu digo: Edno de Luna: A vida é para ser vivida e comemorada.

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(*) Paulo Roberto Palhano Silva, natalense, instalado no Vale do Mamanguape. É professor da Universidade Federal da Paraíba, atuando no CCAE, Campus do litoral Norte. É doutor em Educação pela UFRN, PhD em Educação pela University Saint-Demi, Paris 8 – França e Pesquisador Produtividade (Pq), além de líder do Grupo de Estudos em Educação, Etnia e Economia Solidária, integrando a confraria da Academia de Ciências, Letras e Artes do Vale do Mamanguape Paraibano, escritor, poeta, afilhado de Padre Cícero do Juazeiro. Pesquisa Educação e Movimentos Sociais, Memória e História e lidera os eventos Seminário Internacional de Práticas Educativas – SECAMPO e a Jornada de Estudos Freireanos. É estudioso dos fenômenos que envolve o povo Popular: a luta pela terra; a formação dos educadores populares do MST; Pastorais Populares; Povos Indígenas, os Potiguara; Paulo Freire: história, legado e vida.