Máximo e mínimo

O homem bom apresenta boa [coisa] do bom tesouro do coração [...]. Lucas 6:45

Se aceitarmos Jesus por Mestre, urge recordar que ele está entre nós e os outros, conquanto sempre mais intimamente unido àqueles que se aproximam famintos, cansados, desorientados, cambaleantes.

Muitas vezes, tomas a refeição, provando acepipes diversos e largando à toa pratos cheios que endereças, inconscientemente ao cano de esgoto.

Há porém, milhares de criaturas que se regozijariam com diminuta porção das sobras que te despencam da mesa.

Recolhes a veste comum, verificando ornatos ou combinando cores que te dignifiquem a presença, relegando peças e peças a descanso inútil no armário.

Existem, contudo, milhares de infortunados, suspirando pela roupa batida que afastaste de uso.

Via de regra, guardas no cofre, sem qualquer serventia, o dinheiro de que não sentes necessidade, após a compra desse ou daquele objeto, atendendo a passageiro capricho.

Todavia, repontam da estrada milhares de irmãos em dolorosa penúria, para quem migalhas de teus recursos seriam clarões de felicidade.

Não raro, consultas livros e publicações às dezenas, por simples desfastio, sem o menor pensamento de gratidão por aqueles que consumiram fosfato e tempo, para que te não faltem esclarecimento e cultura.

Entretanto, nas trilhas que perlustras, há milhares de irmãos, ansiando aprender, aos olhos dos quais os textos mais elevados não passam de garatujas e enigmas.

Razoável possuas casa própria a teu gosto, contudo, que auxilies a extinguir no mundo a nódoa do desabrigo.

Justo detenhas o carro particular que te garanta eficiência e conforto, no entanto, que ajudes a abolir a provação da nudez, no trato de terra onde respires.

Compreensível acumules as mais altas reservas de inteligência, todavia, ninguém esteja privado de buscar o alfabeto.

Mereces o máximo de segurança e alegria, mas não deixes os outros sem o mínimo de apoio à necessária sustentação.

Se trazes o nome de Jesus na confissão da própria fé, carregas no coração a luz do Cristianismo e Cristianismo, na essência, quer dizer Jesus e os outros junto de nós.

(Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 65)