Simpósios de comunicações

(Duração - 1h30)

Sábado, 10 de novembro de 2018

Simpósio de comunicações B - 1.º CEB


CO5 - Uma experiência de ensino da Matemática no 1º. ano com recurso à metodologia de Papy

Ana Raquel Nunes e Daniela Mascarenhas, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Educação

Nesta comunicação apresentamos duas propostas didáticas, seguindo a metodologia de Papy, para o ensino de alguns conteúdos de Matemática do 1.º ano. A elaboração dessas propostas teve como pressuposto partir da articulação desta disciplina com o quotidiano e a articulação de saberes, incluindo Estudo do Meio e Português, com o objetivo de proporcionar a construção de conhecimento com sentido e significado para as crianças.

Ambas as propostas pretendem desenvolver o sentido de número dos alunos em causa.

A primeira proposta, intitulada “O que posso ser?”, apresenta uma adaptação de “What Could We Be?”, disponível para o ensino com a metodologia de Papy, onde se trabalha a classificação e o número no aspeto cardinal.

A segunda proposta, intitulada “Capitão Malaquias e os seus desafios”, apresenta uma sequência didática, com problemas e desafios, recorrendo à linguagem de setas e cordas, caraterísticas da metodologia de Papy, incidindo nas operações adição e subtração com números até 6.

Após implementação das propostas, verificou-se que as crianças se envolveram produtivamente, demonstrando motivação durante a execução das tarefas e, por outro lado, revelaram ter adquirido conhecimento matemático com mais facilidade, tendo com conta o enquadramento contextual.


CO6 - Aprender Matemática em Movimento através da Gallery Walk

Isabel Vale e Ana Barbosa, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Educação

Partindo do pressuposto de que as tarefas usadas na sala de aula são a base de toda a aprendizagem dos alunos, os professores devem orquestrar discussões produtivas emergentes da resolução de tarefas que permitam múltiplas e variadas estratégias de (re)solução. Neste contexto surge a gallery walk como uma estratégia a contemplar nas práticas de sala de aula, que permite que os alunos desenvolvam diferentes capacidades e tenham a oportunidade de, através do trabalho colaborativo, resolver tarefas e apresentá-las em posteres, localizados à volta da sala de aula, numa perspetiva muito semelhante à dos artistas quando expõem os seus trabalhos numa galeria. Desta forma é promovida uma discussão coletiva, onde os alunos se movimentam ao longo da sala e podem partilhar ideias e receber feedback do seu trabalho. Por outro lado, atualmente os alunos estão sentados durante longos períodos de tempo e a gallery walk, sendo uma estratégia que exige que se movimentem, pode fomentar um ambiente especialmente atraente para os alunos cenestésicos e mais jovens, incentivando-os a participar e a compartilhar ideias.

Nesta comunicação serão apresentados e discutidos alguns trabalhos realizados com professores e alunos do ensino básico onde se implementou uma gallery walk como uma estratégia de ensino promotora do envolvimento dos alunos na sua aprendizagem.


CO7 - Visualização Espacial: “Observar a Matemática com outros olhos”

Ana Catarina Pereira e Daniela Mascarenhas, Instituto Politécnico do Porto , Escola Superior de Educação

Visualização Espacial: “Observar a Matemática com outros olhos” foi a investigação escolhida para ser implementada numa turma de 6.º ano, pertencente a uma escola do distrito do Porto.

Este estudo ocorreu entre janeiro e fevereiro de 2018, tendo sido formuladas as seguintes questões-problema: quais são as competências que os alunos do 6.º ano de escolaridade possuem em relação à visualização espacial? e em que medida a manipulação de materiais facilita a visualização espacial?.

Adotou-se uma metodologia de investigação-ação, onde as técnicas de recolha de dados usadas foram, predominantemente, de carácter qualitativo. Foi aplicado um teste de avaliação de conhecimentos envolvendo as capacidades de constância percetual e perceção de relações espaciais, a que se chamou pré-teste. De seguida, foram desenvolvidas sessões de trabalho, que permitiram aos alunos a manipulação de materiais (geoplano, cubos encaixáveis, entre outros). No final do estudo foi aplicado o pós-teste, o mesmo documento que o pré-teste.

Concluiu-se que os alunos apresentavam dificuldades na realização de tarefas que envolviam conceitos sobre o tema em estudo e que a manipulação de materiais facilitou o desenvolvimento da visualização espacial, pois permitiu que os alunos concretizassem o seu pensamento. É emergente a necessidade de se continuar a explorar o domínio da Geometria de forma rigorosa e cuidada.


CO8 - Aprendizagem da Matemática fora da sala de aula: uma experiência com alunos do 3.º e 4.º anos de escolaridade

Joana Cacais e Lina Fonseca, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Educação

O ensino de matemática pretende aumentar conhecimentos e compreensão dos alunos. A ligação ao mundo real é um dos meios de ação dos professores. As conexões da matemática com outras áreas podem promover a compreensão dos alunos e a articulação entre conceitos. Numa turma do 3.º e 4.º anos de escolaridade foi detetada falta de motivação. Porém, notou-se que os alunos reagiam com interesse e curiosidade a tarefas concretizadas fora da sala. Como organizar o ambiente de aprendizagem para motivar os alunos e contribuir para a aprendizagem? Pretendeu-se compreender de que forma a aprendizagem da matemática realizada fora da sala de aula envolvia e motivava os alunos. A organização de tarefas a realizar no espaço exterior, e mesmo fora do espaço escolar, foi uma opção para trabalhar com os alunos. Pretendia-se responder às questões: Como é que tarefas realizadas fora da sala de aula influenciam a aprendizagem dos alunos? Que atitudes manifestam os alunos quando realizam tarefas fora da sala de aula? De acordo com o problema optou por se realizar um estudo qualitativo e interpretativo, seguindo um design de estudo de caso, sendo o caso a turma. Para recolher os dados foram utilizadas tarefas, fotografias, questionários e entrevistas. Os resultados obtidos apontam para uma melhoria da compreensão e resolução de problemas, implementação de estratégias e a comunicação matemática. Verificou-se também melhoria nas atitudes, como a motivação, o envolvimento e a persistência face à matemática.