Simpósios de comunicações

(Duração - 1h30)

Sábado, 10 de novembro de 2018

Simpósio de comunicações A - Educação Pré-escolar e 1.º CEB


CO1 - Operações aritméticas na educação pré-escolar: brincadeira de crianças? (ANULADA)

Goreti Dória, Helena Gomes e Maria Figueiredo, Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Educação

Num contexto de educação pré-escolar (3-6 anos), foram analisadas situações matemáticas da rotina diária e do brincar que focavam operações aritméticas. O estudo baseou-se numa perspetiva de pedagogia de educação de infância que abrange várias dimensões: a organização do ambiente educativo e as interações entre adulto e crianças, incluindo o brincar. Nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, em termos matemáticos, destaca-se o desafio de organizar o espaço, os materiais e as interações para promover envolvimento das crianças na resolução de problemas e nas oportunidades que o brincar oferece para o desenvolvimento da comunicação e do raciocínio matemáticos, reconhecendo os saberes e experiências das crianças como base para a sua aprendizagem matemática.

O estudo seguiu princípios de investigação praxeológica. Foi mantido um diário de campo durante a intervenção com as 20 crianças, e foram recolhidos registos fotográficos e artefactos. A análise das situações foi baseada nos tópicos matemáticos previstos nos documentos orientadores e numa grelha de análise sobre conceito de número e operações. As crianças mobilizaram diferentes operações e representações de números e revelaram competências de resolução de problemas e de comunicação.

CO2 -Atividades Investigativas na aprendizagem de tópicos de OTD por alunos do 1.º ano do Ensino Básico

Ana Catarina Silva e Floriano Viseu, Universidade do Minho

No dia-a-dia a informação é veiculada por diferentes formas, exigindo da escola a formação de cidadãos capazes de a interpretar e de lhe dar sentido. As recomendações da educação matemática apontam que estas capacidades devem ser desenvolvidas desde os primeiros anos do Ensino Básico. Com este pressuposto, realizou-se um estudo com alunos do 1.º ano com o objetivo de averiguar o contributo das atividades de investigação na aprendizagem de tópicos de OTD. Para concretizar este objetivo delinearam-se as seguintes questões de investigação: Como concretizam os alunos as atividades investigativas na aprendizagem de OTD?; Que dificuldades apresentam os alunos na concretização de atividades investigativas na aprendizagem de tópicos de OTD?. Adotando uma metodologia qualitativa e interpretativa, os dados foram recolhidos através de produções dos alunos; gravações das aulas; e questionários.

Neste estudo os alunos realizaram atividades investigativas na aprendizagem de tópicos de OTD, que se traduziram na recolha, organização, tratamento e interpretação de dados, ainda que com algumas fragilidades, principalmente ao nível da análise e interpretação dos dados. As dificuldades expressas pelos alunos foram referentes ao ciclo investigativo, especificamente no tratamento dos dados, ao domínio de OTD e ao trabalho de grupo. Algumas destas dificuldades devem-se às limitações próprias da idade dos alunos, ao primeiro contacto com a natureza das atividades realizadas e ao trabalho em grupo.


CO3 -Qual a importância de uma folha em branco em Estatística?!

Ana Caseiro, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação

No dia-a-dia constantemente nos deparamos com dados apresentados através de diferentes representações estatísticas, o que requer a capacidade de as saber analisar e interpretar. Dessa forma, a Estatística torna-se importante para compreender a atualidade. Além disso, é inquestionável a sua relevância no desenvolvimento do sentido crítico. Desse modo, em sala de aula, o trabalho sobre aspetos estatísticos é de extrema importância já que se trata de uma base de interpretação de diversas situações. Mas, e se os alunos tiverem acesso apenas a pré-estatísticas? E se lhes for sempre disponibilizado algum trabalho estatístico previamente realizado? Será possível que dessa forma nós, enquanto professores, consigamos compreender quais os seus verdadeiros conhecimentos estatísticos e quais os aspetos que ainda devem ser trabalhados de modo a colmatar dificuldades que persistam? Qual será o papel de uma folha em branco na compreensão do conhecimento, das dificuldades e incorreções estatísticas demonstradas pelos alunos?

Nesta comunicação, serão apresentadas tarefas colocadas em prática com alunos do 1.º ciclo através das quais foi possível compreender algum do seu conhecimento estatístico, assim como algumas das suas dificuldades na construção de diversas representações estatísticas que estavam assumidas como adquiridas e bem trabalhadas. Dessa forma, iremos perceber que uma folha em branco revela muito mais do que uma folha com um trabalho previamente estruturado.


CO4 -Interdisciplinaridade entre Matemática e Educação Artística Visual

Cristina Loureiro e José Pedro Regatão, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação

Nesta comunicação apresentaremos o resultado de algumas experiências do projeto MARTE1618. Este projeto tem como objetivo experimentar e estudar atividades que envolvem simultaneamente aprendizagens matemáticas e de educação artística, em contexto de educação formal. Pretendemos que o aprofundamento multidisciplinar, com olhares diversos sobre os mesmos objetos, ajude a promover um maior conhecimento dos mesmos e dos processos inerentes à sua criação. Subjacente a este trabalho está o propósito de realizar uma pesquisa acerca das múltiplas interseções entre as artes plásticas e a matemática designadamente: a) Ao nível dos processos criativos e dos processos de raciocínio matemático; b) Da análise e fruição da obra de arte, assinalando e compreendendo a presença de conceitos e métodos matemáticos na sua estrutura formal/conceptual; c) Ao nível dos contributos recíprocos para a compreensão das caraterísticas inerentes aos processos de raciocínio matemático e do desenvolvimento da literacia artística, compreendendo as dimensões da experimentação, do raciocínio, da fruição e da análise.

No que respeita à matemática têm sido trabalhados conteúdos ligados à combinatória e representações recorrendo a cores, padrões de repetição, simetria, representações a duas e a três dimensões e relações entre estas representações, raciocínio visual. Quanto à literacia artística os conteúdos são metodologias de leitura da obra de arte, elementos da gramática visual, composições modulares e técnicas de expressão plástica. Para além dos conteúdos já explorados apresentamos também algumas conclusões sobre as caraterísticas das tarefas, as estratégias e condições favoráveis à sua implementação.