Conferências

(Duração - 1h)

Conferência Plenária

Do Pré-escolar ao 2.º ciclo do ensino básico: como potenciar as aprendizagens da Matemática?

Lurdes Serrazina, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação

Nível de escolaridade: Geral

A aprendizagem da Matemática acontece quando os alunos são envolvidos em atividades significativas, resolvendo tarefas desafiantes, que partindo dos seus conhecimentos prévios, os ajudam a progredir na aprendizagem.

Em Portugal, embora a situação tenha vindo a evoluir, tradicionalmente os diferentes níveis de ensino têm funcionado, por vezes, de costas voltadas, designadamente no que se refere ao ensino e aprendizagem da Matemática. Esta situação leva a que os professores tenham dificuldades em planificar o seu ensino, tendo em consideração aquilo que os alunos já sabem, em especial quando transitam do pré-escolar para o 1.º ciclo ou do 1.º para o 2.º ciclo do ensino básico.

Esta conferência abordará esta questão, partindo de exemplos concretos partindo das OCEPE para as aprendizagens essenciais.

Conferências Paralelas

As representações gráficas das crianças na educação pré-escolar e a transição para o ensino básico na área da Matemática: uma experiência de supervisão colaborativa

Daniela Mascarenhas, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Educação

Nível de escolaridade: Pré-escolar e 1.º CEB

Nesta conferência, apresentamos os primeiros resultados de uma experiência desenvolvida entre janeiro e junho de 2018, na sala de 5 anos de um colégio do Distrito do Porto, onde, a partir da exploração das rotinas diárias da sala, as crianças realizaram diversos registos gráficos essencialmente relacionados com a matemática e se promoveu a reflexão destas sobre a própria ação. Foi realizado um trabalho colaborativo com a educadora e a auxiliar e os temas centrais foram os quadros de presença e de responsabilidades e as contagens. Privilegiou-se a ação das crianças: os registos foram exclusivamente construídos por elas, a sua evolução foi determinada pelo que lhes era exigido em termos de leitura e interpretação e em que a sua capacidade de decisão sobre as soluções era total. A ação do adulto foi no sentido de provocar discussão entre as crianças, de forma a potenciar o aparecimento de propostas de solução para cada problema; nunca dar a solução à questão colocada, definir caminhos a seguir, nem fazer intervenções nos próprios registos.

Os resultados obtidos mostram que as crianças foram criando registos, cada vez mais arbitrários e complexos, foram integrando símbolos convencionais que suportam a linguagem matemática, conseguiram estabelecer e representar relações entre conjuntos e descobrir estratégias para apresentação dessas relações.

Este trabalho colaborativo continuará, mas centrado nas práticas do 1.º ano de escolaridade.


Formulação e resolução de problemas: duas faces da mesma moeda

Pedro da Cruz Almeida, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação

Nível de escolaridade: 1.º e 2.º CEB

Sobre a formulação de problemas há já uma quantidade significativa de literatura científica a nível internacional, sejam resultados de investigação empírica, propostas de quadros teóricos, de tipologia de tarefas a implementar no ensino ou de processos cognitivos envolvidos, assim como relatos de aplicação em sala de aula, É uma atividade que tem integrado orientações curriculares de alguns países em anos de escolaridade elementares. Em Portugal, é pouco significativa a literatura resultante de investigação empírica sobre a formulação de problemas, assim como são escassas orientações de caráter didático. A questão primeira que se coloca ao professor ou professora é saber o que aprendem os alunos e alunas com este tipo de atividade e até que ponto é ela significativa no desenvolvimento da aprendizagem. Ou seja, vale a pena gastar tempo com isso?

Nesta comunicação pretende-se mostrar resultados de uma investigação de quatro casos de alunos do 3.º/4.º ano de escolaridade que foram confrontados com tarefas de formulação de problemas envolvendo multiplicação e divisão. É possível observar o modo como lidaram com as tarefas e os conhecimentos que manifestaram. É tendo por base estes resultados que se pretende discutir o tipo de tarefas de formulação de problemas que é possível propor aos alunos e o que pode fazer a professora ou professor para tirar o máximo proveito da atividade.